Me perdoa?

Carlos Daniel estava sentado e percebe Laura se aproximar, mas é surpreendido quando ela vira sua cabeça e o beija. Paulina entra na sala e fica chocada e paralisada com a cena, lágrimas começam a descer pelo seu rosto. Carlos Daniel quando cai em si empurra Laura.

– Você está louca? – Quando ele se vira vê Paulina parada na porta e imediatamente se levanta e corre até ela. Paulina ao ver Carlos Daniel vindo em sua direção sai da sala e ele a segue, quando a alcança ele segura em seu braço.

– Espera meu amor, eu posso explicar!

– Explicar o que Carlos Daniel, que você estava aos beijos com a secretária? – Diz Paulina chorando e muito alterada.

– Calma minha vida, por favor, me escuta, foi ela que me beijou.

– Ah é muito fácil jogar a culpa pra cima dela, como se você não fosse forte o suficiente para afastá-la. – Fala Paulina muito irritada.

– Por favor, Paulina vamos conversar, você viu que eu a empurrei, eu não correspondi o beijo, acredita em mim minha vida, eu jamais seria capaz de trair de você. – Carlos Daniel diz olhando nos olhos de Paulina e começando a chorar ao vê-la assim por sua causa.

– Me solta Carlos Daniel eu quero ir para casa, e se te interessa saber eu fui ver a Patrícia, estava aqui perto e resolvi vir aqui convidar você para almoçar. – Paulina fala e em seguida se solta e vai em direção a saída, Carlos Daniel vai atrás.

– Meu amor espera, me escuta você não pode levar 'aquilo' em conta! – Carlos Daniel fala já desesperado não queria que sua amada pensasse que ele a traiu.

– O que você chama de 'aquilo' eu chamo de traição, agora dá licença! Vamos Pedro! - Ela diz já entrando no carro.

Carlos Daniel fica sem saber o que fazer, então pega o seu carro e vai para casa atrás de Paulina, e no caminho se perguntava o porquê de Laura o ter beijado, o que ela pretendia com isso. Na fábrica Laura estava em sua sala radiante por ter conseguido armar um flagra que nem estava nos planos dela. De repente o telefone toca, era novamente seu irmão Gustavo que estava na cadeia, ele diz que o advogado foi vê-lo e disse que fez tudo o que podia para tentar libertá-lo e que em uma semana sairia os resultados, ele reforçou que se em uma semana ele não estivesse livre, ela também iria para a cadeia fazer companhia a ele.

Chegando em casa Paulina sobe correndo para o seu quarto, Vovó Piedade que estava na sala estranha a atitude, e vai ver o que aconteceu, nisso Carlos Daniel chega também correndo.

– O que houve Carlos Daniel? – Pergunta Vovó.

– Depois eu explico Vovó! – Diz ele já subindo rapidamente as escadas e indo em direção ao quarto do casal.

Vovó Piedade pensa alto. – Alguma meu neto aprontou!

– Paulina minha vida, por favor, abre a porta, vamos conversar! – Carlos Daniel diz quando chega no quarto e a porta está trancada.

– Não Carlos Daniel, eu não quero conversar. – Diz Paulina com uma voz de choro, que corta o coração de Carlos Daniel.

– Por favor meu amor, se você não abrir eu vou arrombar, eu não quero te ver nesse estado por uma coisa sem a menor importância, isso pode fazer mal aos nossos filhos!– Fala Carlos Daniel preocupado com a gravidez da amada.

Tudo fica quieto, Carlos Daniel estranha.

– Paulina, está tudo bem? Me responde por favor minha vida. – Pergunta ele desesperado.

Nesse momento Paulina abre a porta.

– Que bom que você abriu meu amor, já estava muito preocupado!

– Eu estou disposta a te ouvir, estava relembrando a cena se é que se pode chamar assim, e eu vi que foi ela que te beijou, mas você demorou pra afastá-la, assim como sempre fazia com a Leda.– Desabafou Paulina.

– Meu amor, a Leda não tem nada a ver com isso, e você disse tudo, foi ela quem me beijou, e eu demorei porque fui pego de surpresa, mas assim que caiu a ficha eu a empurrei, afastei de mim, você viu!

– É eu vi. - Diz Paulina jamais calma.

– Então você me perdoa meu amor? – Pergunta ele segurando a mão de Paulina e a olhando nos olhos.

Paulina senta na cama, abaixa a cabeça, e fica em silêncio. Carlos Daniel se ajoelha em frente a ela, pega suas mãos e pergunta novamente: - Paulina, minha vida, você me perdoa?

– Eu não sei Carlos Daniel... Preciso de um tempo para pensar! – Responde Paulina desviando o olhar.

– Mas meu amor, você sabe que eu não tive culpa, o meu único erro foi não ter reagido na mesma hora, mas foi uma surpresa, eu não esperava. – Ele pega delicadamente no queixo da amada, levanta sua cabeça. – Minha vida, olhando nos meus olhos, diz que me perdoa!

Paulina olha nos olhos do amado e lembra da cena, e lágrimas voltam a cair pelo seu rosto.

– Vai ser muito difícil esquecer tudo isso Carlos Daniel.

– Por favor, vamos tentar esquecer tudo isso, o nosso amor é bem maior e pode superar isso... não pode? – Fala Carlos Daniel olhando novamente nos olhos de Paulina.

– Pode meu amor, eu te amo demais para não te perdoar, prometo que vou tentar esquecer, mas o Senhor vai me prometer que vai demitir aquela secretária, e nunca mais vai fazer isso de novo, promete? – Diz ela acariciando o rosto do amado.

– Obrigado meu amor, é claro que eu prometo, eu faço tudo o que fizer, só não aguentaria estar afastado de você. – Ele diz já com um sorriso no rosto, e quando se aproxima para beijá-la ela recua.

– O que foi minha vida?

– Vamos com calma, eu te perdoei, mas ainda não esqueci o que aconteceu. Bom eu vou tomar banho e depois vou com o Pedro buscar as crianças na escola!

Paulina vai para o banho e Carlos Daniel fica aliviado por sua amada o ter perdoado, e fará de tudo para ela voltar agir normalmente com ele. Saindo do quarto, encontra Vovó Piedade no corredor, que imediatamente pergunta o que tinha acontecido, ele explica e a Vovó diz que Paulina está certíssima e estar agindo assim, e que ele havia agido muito mal com ela.

Carlos Daniel resolve volta a fábrica, pois precisa tirar satisfações com Laura. Chegando lá, vai direto até a sala onde ela estava, ao entrar, ele logo a vê sentada separando uns papéis.

– Eu quero conversar com você! - Fala Carlos Daniel seríssimo.

– Eu também seu Carlos Daniel, quero me desculpar pelo que aconteceu, eu não sei o que me deu. – Diz Laura tentando se justificar.

– Eu quero entender por que você me beijou, não faz sentido. – Fala Carlos Daniel alterado.

– Me desculpa, é que o senhor me atrai muito e vê-lo ali tão perto de mim... Eu não resisti. – Laura responde e começa a chorar.

– Não se preocupe, isso nunca mais acontecer! – Diz Carlos Daniel.

– Sim, eu juro que isso nunca mais vai se repetir. – Laura fala limpando as lágrimas de seu rosto.

– Acho que você não entendeu, nunca mais vai acontecer, porque você está demitida Laura!

– Demitida? Não por favor, eu preciso muito desse emprego, eu tenho que ajudar a minha mãe que está doente. – Ela começa a chorar muito.

– Eu entendo mais eu preciso te demitir, a Paulina não quer mais ver você aqui. Mas pode ficar tranquila, logo você consegue outro emprego, se quiser eu te dou recomendações, apesar de tudo, você é uma ótima funcionária.

– Por favor, seu Carlos Daniel, eu imploro, eu não posso ser demitida. – Ela fala já muito nervosa em meio a seu choro.

– Desculpe, mas essa é minha decisão final, você pode acertar tudo com a Estephanie, e agora se me der licença. – Ele fala, e em seguida deixa a sala.

Laura fica arrasada, e com mais raiva ainda da Paulina e agora também de Carlos Daniel, pensava em voz alta.

– Não, isso não é o fim, vai ter volta, quem ele acha que é pra me descartar assim?

Enquanto ela tentava se acalmar, o telefone toca, era o advogado do seu irmão, dizendo que não tinha boas notícias, ele falou que de nenhuma forma conseguiu com que Gustavo respondesse em liberdade.

Ela logo se lembra da ameaça que lhe fez. – 'Se eu não sair daqui, você vai vir pra cadeia também me fazer companhia'.

Voltando a se desesperar, ela fala pra si mesma: – E agora? O que eu vou fazer?