La Usurpadora - A história nunca contada
Eu a odeio com toda minha alma, e odiarei até o dia que ela morra!
—Esthepanie... -Repetia para si mesmo Paola.
—Porque quer saber Paola? -Perguntou Sara.
—Por nada Sarita, logo você vai saber... -Dizia Paola.-"Essa beata vai ter que rezar muito por ter passado no meu caminho." -Pensava Paola rindo.
A limusine de Paola parou na porta da igreja, e Paola entrou e pediu:
—João, preciso que me leve até aquela loja de fantasia e coisas de festas. -Pediu Paola.
João assentiu sem perguntar nada, Paola parou e pegou seu dinheiro que ficava no carro, caso ela precisasse.
—Me espere aqui, vou demorar um pouco para achar tudo que eu preciso -Disse Paola pensativa.
Paola entrou na loja e se deparou com uma parede enorme cheia de máscaras de diversos tipos e personagens.
—Olá Senhorita, o que deseja? -Perguntou a vendedora.
—Gostaria de saber se por aqui tem uma fantasia de Diabo? -Disse Paola pensativa.
—Temos sim, mas não para o seu tamanho. -Explicou a vendedora.
—Pode ser para adultos mesmo, não vai ser eu quem vai usar.. -Disse Paola rindo.
—Vou buscar! -Disse a vendedora.
—Enquanto isso vou dar uma olhadinha nas coisas.. -Disse Paola olhando as prateleiras. -Sangue Falso... Fumaça cinza... e vermelha! Está tudo ok! -Disse ela mentalmente.
—Voltei! Aqui está sua fantasia, vai querer mais alguma coisa? -Perguntou a vendedora educadamente.
—Sim, essas coisinhas aqui! -Respondeu Paola entregando o que havia pegado.
Paola pagou e deixou o troco como gorjeta para a vendedora. Ela chamou João para pegar as compras e colocá-las no porta-malas.
João pensava "Que será que essa menina anda aprontando?"
Paola chegou em casa cansada, e foi direto para seu quarto. Ela trocou de roupa e colocou um vestido leve, logo Susana apareceu em seu quarto para anunciar que o almoço já estava pronto.
—Já estou indo Susana, estou terminando umas coisas aqui! -Respondeu Paola sorrindo falsamente.
Ela entrou novamente em seu closet e pegou um de seus manequins e começou a colocar a fantasia de Diabo nele. Paola ria a cada peça colocada, sem dúvidas estava ficando ótimo. Ela pegou o Sangue Falso e começou a passar pelas mãos do manequim, pela máscara e depois guardou.
Paola voltou pra seu quarto, e procurava entre as inúmeras gavetas, seu gravador com modificação de voz, ultimo lançamento de brinquedos. Ela entrou novamente pro closet e começou a gravar uma mensagem:
—Você é uma menina muito má, e por isso eu vim te buscar! -Dizia Paola no gravador. -Venha comigo para o Inferno, Estephanie! -Gravava ela.
Depois Paola modificou a voz, colocando um tom grave e assustador. Logo ela colocou para rodar 5 segundos depois de acionado, e escondeu na roupa do manequim.
Após escutar Susana chamando novamente, Paola desceu revirando os olhos e foi até a copa onde o almoço estava servido.
—Onde estão meus pais? -Perguntou Paola.
—Estão em uma reunião muito importante. -Respondeu Susana.
—Sempre assim.. -Reclamava Paola baixinho, com os olhos ardendo as lágrimas.
—Disse alguma coisa? -Perguntou Susana sem escutar.
—Não disse nada, Susana! Nada! -Respondeu Paola sem paciência comendo rápido.
Ela terminou o almoço rapidamente e subiu correndo pro seu quarto de novo, onde entrou no banheiro e começou a chorar desoladamente.
Depois ela limpou as lágrimas com raiva no olhar e saiu pro jardim. Na beira da piscina ela brincava mexendo com os pés na água, morrendo de medo de cair lá dentro. Desde que Eleonor a deixou se afogar na banheira, Paola carregava um medo de água, e nunca aprendera a nadar. Susana a observava de longe, com pena da menina que ficava cada vez mais sozinha...
—No dia seguinte na escola-
Paola chegou uma hora mais cedo na escola, João estranhou a atitude mas nunca comentava nada com medo da demissão. Paola entrou na escola com o manequim enrolado e correu para o banheiro com um pouco de dificuldade. Ela abriu a cabine do banheiro e colocou o manequim em pé dentro do vaso e começou a desenrolá-lo e deixar a mostra seu belo trabalho. Ela ajustou novamente o gravador o testando para ver se estava nos conformes.
—Isso vai ficar genial! -Dizia ela pra si mesma.
Depois,Paola amarrou uma corda na porta da cabine para ela se abrir sozinha com um puxão do manequim. Ajustou as fumaças em cima do porta-papel higiênico para elas caírem e esfumaçarem na hora certa. Ela ria de seu plano genial e esperava pacientemente a chegada de Estephanie.
Não demorou muito e Estephanie chegou em sua limusine, como de costume foi ao banheiro arrumar as trancinhas que se bagunçavam facilmente no trajeto.
Paola estava escondida no banheiro e sorriu quando ela entrou. Logo Paola puxou a corda bem devagar e a porta da cabine se abriu dando início ao plano.
—Você é uma menina muito má, e por isso eu vim te buscar! -Dizia o "diabo" e as fumaças caíram.
Estephanie se virou para trás num pulo e ao ver o "Diabo" não se conteve e começou a chorar com medo.
—ME DEIXA! EU NÃO SOU MÁ! EU NÃO SOU MÁ! -Berrava Estephanie com muito medo, acuada no chão.
—Venha comigo para o Inferno, Estephanie!-Dizia o gravador.
—NUNCA! NUNCA! SOME DAQUI! POR FAVOR MEU DEUS! -Berrava ela chorando mais do que nunca. -SOCORRO MEU DEUS! -Berrava Estephanie no chão.
Paola que assistia tudo escondida atrás da porta, saiu de lá rindo e batendo palmas.
—Então a beata tem medo do Diabo? -Disse Paola rindo.
—Foi você não foi? -Disse Estephanie tremendo.
—Eu não! Você que vê coisas e grita que nem doida sozinha no banheiro e a culpa é minha? -Disse Paola fingindo não ver o "diabo."
—Como assim? Você não está vendo? -Disse ela apontando pra ele chorando muito.
—Ali só vejo um vaso, e um porta-papel higiênico, sua beata louca! -Dizia Paola rindo. -Se eu fosse você não teria medo do Diabo, Estephanie, sabe porque? -Perguntou Paola rindo.
—Po..porque? -Dizia ela soluçando.
—Porque você já está convivendo com ele! -Disse Paola rindo e apontando pra si mesma. -Ah e se você quer saber.. talvez eu tenha um pouco de culpa no que houve aqui.. -Disse Paola rindo e saindo do banheiro.
Estephanie se aproximou com medo do manequim e viu que era tudo falso, logo o gravador voltou a tocar a mensagem mas dessa vez com a voz original de Paola.
—Eu a odeio! A odeio! Eu a odeio com toda minha alma, e odiarei até o dia que ela morra!—Praguejava Estephanie chorando.
Fale com o autor