As duas ficaram nadando até o entardecer e Paula saiu da água ensopada. Sua barriga já estava ficando visível para a emoção de Filó. Quando ia entrar para seu barraco,Paula foi surpreendida por uma senhora fina.

–Olá! Eu fiquei sabendo que aqui vocês lavam roupas para fora,e gostaria de contratar seu serviço!

–Claro senhora,claro! Se quiser entrar pra combinarmos,bom a casa é simples,mas posso te oferecer um copo d’água se quiser! – Respondeu Paula educadamente.

A senhora a olhou de baixo a cima e respondeu:

–Não muitíssimo obrigada,mas dispenso! Quero apenas seu serviço!

–Certo...- Disse Paula sem graça. – Bem,mas me diga qual é o seu nome senhora?!

–Meu nome é Eleonor Montagner!

Paula assentiu,e disse:

–Bom senhora,então me diga quantas roupas mais ou menos tem para lavar,e pra quando precisa..-Disse Paula educamente.

–Bom...lá em casa temos 10 quartos então fazendo as contas teremos 10 lençóis,10 colchas,20 fronhas e só! –Respondeu Eleonor.

–Nossa! A senhora deve ser bem rica,e ter bastante filhos,pra ter tantos quartos assim! –Dizia Paula impressionada.

–Só pelo meu nome já dá pra saber que sou rica,não vê só? ELEONOR MONTAGNER! –Disse ela alterando a voz ao pronunciar seu nome. –Mas filhos,não.Eu não tenho nenhum.-Respondeu ela com um olhar marejado.

Paula abaixou a cabeça e olhou para seu ventre,e pensava em sua situação,não tinha aonde cair morta,e estava grávida de gêmeas e uma senhora tão fina e rica não tinha filho algum.

–Desculpe a pergunta,mas a senhora não tem filhos por opção ou porque..não pode? –Perguntava Paula com medo da resposta.

–Eu tive um pequeno acidente...e isso me deixou impossibilitada de ter filhos...-Respondeu Eleonor começando a chorar.- E você?

Paula se aproximou dela com receio,e deu um abraço nela. Eleonor no primeiro momento exitou em abraçar uma mulher tão pobre,porém ao sentir o calor de um abraço sincero e confortante ela não se aguentou e correspondeu ao abraço com todas as suas forças.Paula se afastou levemente e respondeu a pergunta:

–Bem já eu,estou grávida de gêmeas... –Disse Paula apontando pra barriga que já apontava.

Eleonor ficou surpresa ao ouvir aquilo e acariciou a barriga de Paula levemente,e as lágrimas voltaram a cair. Paula abaixou a cabeça e chorou junto dela,e Eleonor curiosa perguntou:

–Porque chora? Não está feliz por ter suas filhas?

–Sim senhora,porém que vida eu poderei dar a elas,morando nesse barraco no meio da praia,e lavando roupas para senhoras finas como você? –Respondeu Paula chorando. Tenho pensado até em doá-las pra adoção quando nascerem,sei que isso é tremenda crueldade porém é o melhor pra elas. Meu marido não aceita isso de forma alguma,ele quer ter as duas conosco,mas...-Explicava Paula.

–Vai dar as duas pra adoção?-Perguntava Eleonor pensativa.

–Sim,ou talvez apenas uma e fique com a outra! São minhas primeiras filhas não posso renegá-las por completo,mas é o melhor..-Dizia Paula tristemente.

Eleonor abriu sua bolsa e tirou 1000 reais em dinheiro vivo,e entregou na mão de Paula dizendo:

–Isso é pra ajudar nas despesas de uma pequena dessa,eu não gosto de ver crianças sofrendo assim. Ainda mais nesse lugar onde você vive –Dizia Eleonor com frescura.

Paula arregalou os olhos,não podia acreditar. Nunca havia visto tanto dinheiro em sua vida. Ela tentou devolver mas Eleonor não deixava,ao final ela aceitou o dinheiro e quando ia terminar de combinar o serviços,Eleonor deu uma proposta:

–O que você acha de quando suas gêmeas nascerem uma vier morar comigo?! Ela vai ter uma vida digna de alguém,e vai ser poderosíssima! –Perguntou Eleonor.