Kumkani

Coronation


O rei estava morto.

Entre muitas perdas com o estalar de dedos de Thanos, estava T’Challa. O luto rondava Wakanda, quase como uma névoa e o olhar doído estava em todos.

Mas o povo Wakandiano precisava de um novo líder. Um novo Pantera, um novo Rei. Precisavam de uma luz em tempos difíceis.

E apenas por aquele motivo que Shuri estava na cachoeira, rodeada dos poucos Wakandianos que sobreviveram e não estavam feridos.

Vestindo um traje cerimonial e com pinturas espalhadas pelo corpo, lá estava ela em frente a todo o povo. Sua mãe regia a cerimônia, e não havia ninguém para desafiar a princesa.

Sua mãe segurava o colar real nas mãos e erguia para o povo, dizendo em voz alta e clara o que poderia ser uma esperança:

— Agora lhes apresento: Rainha Shuri! A Pantera Negra.

Os aplausos vieram, juntos com gritos e música. Mas não era tão animado quanto na coroação de T’Challa.

Só de pensar no irmão, o corpo da nova rainha estremecia e os olhos enchiam de lágrimas.

Cruzou os braços em frente ao corpo, fazendo o tão costumeiro x e bradou para seu povo:

Wakanda pra sempre!

E depois, deitada entre a areia vermelha e com a erva coração no seu corpo, mal ouvia a voz de sua mãe ao fundo.

— Deixe que a erva coração lhe dê os poderes do Pantera Negra e que ao plano ancestral ela seja levada. — Houve um pequeno silêncio, mas ela logo continuou. — T’Challa, chamamos você. Venha aqui, até a sua irmã.

As lembranças começaram, borradas no começo mas logo tomavam nitidez. Seu pai, seu irmão. A areia foi jogada em cima de seu corpo, soterrando-a até não sobrar um pedaço de pele a mostra. E quanto abriu os olhos novamente, levantava-se do solo para a paisagem mais bonita que já vira.

As árvores majestosas, mas escassas, o sol azul e roxo, tão encantador. A vegetação rasteira a cercava e ela logo tratou de ficar em pé. Não vestia mais o traje da cerimônia, e sim um traje real. Colorido e cheio de detalhes, envolvendo-lhe o corpo com o tecido leve.

Olhou para frente, vendo a maior árvore que havia ali. E em seus galhos, panteras a encaravam com seus olhos dourados. Andou até lá, esperando que seu irmão aparecesse mas quando uma pantera desceu da árvore, a figura de seu pai tomou forma.

Não hesitou e correu para os braços de seu progenitor, buscando consolo e aliviando a saudade. Mas não era T’Chaka que tinha que falar com ela, e sim o rei anterior. T’Challa.

Baba. Onde está o maninho?

— Ele não está aqui, minha pequena.

E ela acordou, sem fôlego, ressurgindo entre as areias vermelhas e sendo amparada por sua mãe.

E dizia, entre as puxadas de ar, o que lhe dava esperança.

— T’Challa não está no plano ancestral, Umama. Ele ainda está vivo!

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.