VINCENT

Eu segurava a mão dela como se nunca quisesse soltá-la, o que era verdade pois ela era minha vida e aqueles homens estavam a tirando de mim. Aquela rede me levava cada vez mais pra longe dela, eu não fazia ideia de quem eram aqueles homens, nem do que eles pretendiam, mas por um momento pensei que aquela seria a ultima vez q veria Catherine. A rede começou a subir mais rapidamente, nossas mãos se soltavam cada vez mais. Eles começaram a apontar as armas para Cat, me desesperei, se ela morresse por minha causa eu jamais me perdoaria. Para minha surpresa o suposto chefe ordenou para que não atirassem, Catherine era sua filha.

Estava distraído em meus pensamentos quando percebi que a rede estava praticamente dentro do helicóptero, assim que entrei nele levei uma coronhada e só acordei dentro de uma jaula, num local desconhecido por mim, aquela não era Muirfield, então o que eles queriam comigo?

O pai de Catherine entrou na sala onde minha jaula se localizava e começamos a conversar

“olá, Vincent”

“Oi. O que você quer comigo?”

“Calma, amigão. A gente aqui não trabalha pra muirfield e só queremos descobrir se você é um mal pra sociedade ou não. Se a muirfield está certa ou não.”

“se a muirfield tá errada, há disso você pode ter certeza”

“talvez.”

Naquele momento eu percebi, eles querem fazer comigo o que a muirfield diz querer fazer: só experimentos. Mesmo assim não confio neles o bastante pra deixar que me usem. Me deixaram naquela sala sozinho durante umas 3 horas eu suponho. Novamente o pai de Catherine entrou lá, dessa vez com um sanduíche.

“toma aqui, come um pouco”

“não, obrigado, não vou aceitar nada de vocês”

“tudo bem, se você prefere assim”

“escuta eu sei que você é o pai da Catherine”

“desculpa, o que?”

“sim, eu te ouvi dizer que ela é sua filha”

“certo, já que tocou nesse assunto, o que você tem com ela?”

“olha, eu amo a Catherine e ela me ama ok?!”

“ok, se eu tirar você daqui, você jura nunca mais procurá-la ou vê-la novamente?”

“eu não sei, vou pensar”

“se você sair daqui e procurar Catherine eu te mato”

Eu simplesmente não posso viver sem Cat, mas o que fazer?! Esses homens vão me matar se eu não sair daqui.

“e então? Já se decidiu, Vincent?”

“sim, eu aceito seu acordo. Você me tira daqui e eu nunca mais procuro Catherine”

“você é um homem de coragem, Vincent. Aprecio sua atitude”

“obrigado, senhor, mas agora pode me tirar daqui?”

“claro”

Ele me tirou da jaula e me levou a uma outra sala em que haviam muitos carros e vans. Ele me conduziu para uma das vans e eu entrei lá mesmo com receio de ser uma armadilha. Durante a viagem ninguém falou nada e assim que chegamos ao armazém eles me puseram à porta

“estamos te deixando aqui, mas se você quebrar o acordo, nós quebramos também”

e saíram na van.

Entrei em casa e JT estava lá

“VINCENT?! MEU DEUS, VINCENT VOCÊ TÁ BEM, CARA?!”

“to sim, JT não precisa se preocupar”

“O QUE ESSES CARAS FIZERAM COM VOCÊ?!?!?!”

“eles não fizeram nada ok?”

“então eles simplesmente deixaram você ir?”

“não exatamente mas-”

“ah meu deus o que eles querem?!”

“eles fizeram um acordo comigo. Eles iam me deixar livre se eu nunca mais procurasse a Catherine”

“O QUE?!?! AI MEU DEUS, AI MEU DEUS, VINCENT, AI MEU DEUS!!!”

“tá tudo bem JT, eu acho que consigo fazer isso, pro bem da Cat e pro nosso bem também”

“mas e ela sabe disso? Você vai contar pra ela né?!”

“não, ela não sabe, nem vai saber”

“mas ela PRECISA saber, Vincent”

“nem eu, nem VOCÊ vamos contar pra ela ok?”

“cara, eu não posso te prometer isso”

“promete”

“não”

“promete agora, JT”

“ta bom, eu prometo ok?! Eu prometo”

“assim é melhor”.

Eu estava morrendo por dentro por estar fazendo isso, jamais queria abandonar Catherine, mas se isso era necessário, eu tinha que fazer. Ficava imaginando como eu iria sofrer, como ela iria sofrer, mas sinceramente acho que esse era o melhor pra ela de qualquer jeito, eu não posso dar pra ela o que um cara normal pode. A vida dela vai ser bem melhor sem mim.