Capítulo II – Intrigante e Esquisito! O Capitão Pirata Luke Hardy!

— - Luke - -

A chuva caía forte do céu e não parecia nem perto de diminuir sua intensidade, as nuvens negras cobriam cada pequeno pedaço de céu visível, trovões ecoavam e ribombavam em meus ouvidos, raios moviam-se por entre as nuvens e caíam ao chão, clareando a noite escura e fria, o vento estava fortíssimo, o que tornava um passeio ao ar livre algo no mínimo desaconselhável, ainda bem que havíamos encontrado essa caverna para nos abrigar antes que a chuva ficasse nesse estado, se tivéssemos demorado mais um pouco, provavelmente ficaríamos à mercê do temporal.

Um raio cai sobre uma árvore a alguns quilômetros de distância, a mesma cai ao chão, em chamas e partida ao meio, na mesma direção da árvore, posso ver a cidade que antes me acolhera tão bem, suas poucas luzes mantinham-se acesas em meio à tempestade, não acho que eles estariam muito dispostos a dormir depois do ataque desta noite.

Viro-me para dentro da caverna, afastando-me alguns passos da entrada da mesma, uma pequena fogueira brilhava sobre o solo rochoso, suas chamas bruxuleavam fracamente, era pequena, mas foi o melhor que conseguimos fazer, a ruiva mantinha-se sentada perto da fogueira, buscando aquecer-se com o calor da mesma, aproximo-me me sentando do lado oposto à ela, mesmo á essa distância vejo-a colocar uma das mãos sobre o cabo de sua Kukri.

— Que foi? Tem algo de errado? – viro-me para trás, vendo se algo ou alguém se aproximava, mas não vejo nada através do espesso véu de água que caía dos céus.

— Mantenha distância. – exige ela, sua voz soava como uma espécie de advertência.

— Ei, isso não é jeito de falar com seu capitão, sabia? – vejo-a arquear as sobrancelhas.

— E quem foi que disse que você é meu capitão? – abro um sorriso.

— Eu. – falo simplesmente. – No momento em que vi você, decidi que você faria parte do bando, e você concordou naquela hora. – ela bufa e afrouxa sua mão ao redor do cabo de sua faca.

— Que seja, deixe assim por enquanto. – seus orbes azuis fixam-se nas chamas ardentes. – Afinal, eu não estaria viva se não fosse por você. – ela fica em silêncio por um tempo, pensativa. – Aquilo que você falou... Sobre ser o Rei dos Piratas... Você tá falando sério? – sua voz parecia distante.

— É claro que é sério. – falo sorrindo. – Eu nunca brincaria com algo tão sério assim. – me junto á ela, fixando os olhos na fogueira. – Só não entendo porque o pessoal da vila reagiu daquele jeito. – coço a cabeça, pensativo. – Piratas são tão legais e corajosos! Eles saem ao mar em busca de aventuras e diversão, não tem como não gostar deles! – ela ergue o olhar, fincando os orbes azuis em mim.

— Piratas são movidos por ganância, eles só querem poder e riquezas e não medem esforços e nem têm escrúpulos na hora de alcançar seus objetivos. Eles são tudo menos agradáveis, por isso os soldados reagiram daquele jeito. – a seriedade na sua voz era quase palpável.

— É? Que surpresa… Nunca vi nenhum pirata assim. – ela arqueia a sobrancelha.

— Tem certeza que já viu algum pirata de verdade?

— Tenho. Eu. – ela ri baixinho.

— Não sei se você é muito estranho ou muito imbecil. – aponto o dedo para ela.

— E eu sabia que você conseguia rir. – ela libera um sorriso mínimo e logo após volta a sua postura rígida que parecia dizer que estava prestes a me esfolar para comer no próximo almoço.

— Não pense que essa conversa muda algo, ainda não confio em você. “Capitão.”- as palavras saem em tom áspero de sua boca, mas não acho que posso esperar mais do que isso por enquanto.

— Essa sua atitude pode acabar gerando problemas com o resto do bando, sabia? – ela olha lá pra fora, admirando a chuva que ainda desabava, os raios que cortavam os céus eram bem visíveis através dos orbes azuis da ruiva.

— Por falar nisso, quantos membros já entraram pro seu bando? – sorrio com todos os dentes, apontando para meu peito, e depois para ela, logo após abaixo a mão. – Tá me zoando né? – ela me fitou, incrédula, nego com a cabeça. – Só nós dois? – assinto firmemente. – Me diga que ao menos você tem um navio e equipamento decente. – cruzo os braços, formando um “X” com eles e arrancando um longo suspiro da ruiva. – Não acredito que você sai por aí dizendo que vai ser o Rei dos Piratas e não tem nem o básico para tal.

— Relaxa, nós vamos achar mais gente pro bando, e quanto ao barco, estou com um bom pressentimento. – abro um largo sorriso.

— Nada de "nós ``. – ela retruca. – Você é o capitão aqui, você que resolva isso, só vou te ajudar em lutas e na navegação, pois duvido que você saiba algo a respeito. – apenas sorrio, confirmando.

— E o seu sonho? – questiono e vejo os olhos dela vacilarem, seus dedos tamborilam sobre o chão, impaciente.

— Aquilo é só uma estupidez que eu possuía quando criança, só mencionei por causa do calor do momento, mas é pura bobagem. – os olhos dela se perdem lá foram, encarando a chuva, subitamente se levantando, as facas em punhos. – Tem alguém aqui. - sua voz demonstrava certa urgência.

Olho pro lado de fora, minhas pupilas demoram um pouco para se acostumarem com a mudança de luminosidade, e quando o fazem, tudo o que consigo ver são as gotas de chuva que caíam, porém um raio que corta os céus ilumina e vejo um vulto se aproximando com um guarda-chuva em mãos, forço minha visão e vejo um jovem franzino e pálido. Lyon, filho do prefeito, o que merda ele ta fazendo aqui?

Levanto-me de súbito, indo até a entrada da caverna, onde ele para, frente a frente comigo, suas roupas levemente molhadas de chuva.

— Lyon, como você nos encontrou? – ele não responde ainda me fitando, sua respiração ofegante deixava claro que não fora fácil pro garoto chegar até aqui, ele abaixa a cabeça, a mão se apertando ao redor do cabo do guarda-chuva até que a ponta de seus dedos ficasse esbranquiçada.

— É verdade que você é um pirata? - Um silêncio fúnebre se instala no local, ergo meus olhos em direção á Sofie, que se mantinha próxima à fogueira, os olhos da ruiva pareciam famintos em descobrir qual seria o desenrolar da história; respiro fundo e dou a única resposta que eu poderia.

— Sim, é verdade. – ergo o polegar, apontando-o para mim mesmo. – Eu sou o homem que vai se tornar Rei dos Piratas. – a chuva continuava a cair sem piedade, os ventos zuniam em meus ouvidos, um raio cai sobre algum lugar afastado e o trovão surge de súbito, Lyon ergue seus olhos e vejo que os mesmos brilhavam de emoção.

— Que incrível! Piratas são tão legais! – ele fala, parecia emocionado. – Eu não só conheci, mas também vi um pirata lutando! Esse é o dia mais feliz da minha vida!

— Pensei que você teria medo, igual seu pai. – ele me fita, confuso.

— E por que eu teria medo? Piratas são demais! Eles são tão corajosos por saírem ao mar, arriscando suas vidas em busca de aventuras e diversão! – ergo um olhar zombeteiro para Sofie, se eu pudesse dizer algo pra ela nesse momento, com certeza seria um sonoro “Eu te falei.”, a ruiva bufou, novamente sentando-se perto da fogueira.

— Pois é. – falo sorrindo. – Nós vamos partir para o mar amanhã pela manhã.

— Ei, posso ver seu barco? – os olhos dele demonstravam a mais pura esperança.

— “Malz”, não temos um ainda. – sua expressão muda de esperança para preocupação.

— E como vocês vão partir amanhã? – abro um largo sorriso e faço um sinal positivo com a mão.

— Não faço ideia. – ele novamente abaixa a cabeça, dessa vez seu silêncio dura cerca de vinte segundos até que ele mesmo o quebre.

— Luke, vou preparar uma bolsa com uma muda de roupas e alguns mantimentos, estejam no porto exatamente às 6 da manhã, é a única chance que terão. – ele fecha os olhos sorrindo. – Eu vou cuidar de tudo, como um agradecimento por ter salvado minha vida e a do meu pai. – ele vira-se de costas, correndo de volta pelo caminho que veio.

Observo-o se afastar até que não passe de um vulto disforme em meus olhos, viro-me, adentrando novamente a caverna, minhas roupas encharcadas.

— Vai acreditar nele? - o tom de Sofie era curioso.

— Claro que vou, porque eu não iria? – ela arqueia a sobrancelha.

— Primeiro, ele é filho do homem que quer prender a nós dois, ele pode muito bem ter sido mandado aqui para nos atrair para uma armadilha, segundo, como você acha que um fedelho que nem entrou na puberdade ainda vai conseguir nos ajudar sem levantar suspeitas?

— Sei lá. – respondo simplesmente. – Eu simplesmente olhei nos olhos dele e sei que posso confiar no que ele diz. – passo a mão pelos cabelos, os fios encharcados estavam bem mais pesados que o normal. - Ele é meu amigo. Se não consigo confiar nele, em quem mais eu confiaria? – o olhar dela parecia ficar cada vez mais afiado à medida que eu falava.

— E o que me diz quando olha em meus olhos? – o silêncio se instala no local, por alguns instantes, tudo que faço é olhá-la nos olhos, logo falando.

— Você é exatamente o tipo de pessoa que preciso na tripulação: forte, esperta, inteligente, confiável e de bom coração. – sento-me próximo à fogueira, tentando me aquecer, noto que ela estreita os olhos, como se esperasse mais alguma coisa. – Por algum motivo não confia nos outros, principalmente em homens, provavelmente algo que aconteceu na infância, mas... – faço uma pequena pausa. – Alguém... Em algum momento te mostrou que algumas pessoas podem sim valer a pena, por isso você não perdeu completamente a fé, mesmo que não demonstre isso, só... Demora pra confiar. – ela me fita em silêncio por alguns segundos, como se tentasse absorver tudo que lhe falei.

— Pode dizer tudo isso só olhando em meus olhos? – assinto com a cabeça e ela abre um sorriso no canto de seus lábios, movendo uma mecha rubra para trás da orelha. – Você é bem intrigante, Luke Hardy. Intrigante e esquisito. – abro um largo sorriso pra ela. - Vamos descansar, temos que estar no porto ás seis em ponto, temos duas horas e meia pra descansar e uma hora pra chegar até lá, é melhor estarmos preparados pra qualquer situação. – assinto, dando uma última olhada no céu tempestuoso antes de ir repousar.

— - Sofie - -

O sol nascia tímido entre as nuvens, o cheiro de terra molhada espalhava um aroma agradável por todas as partes, galos cantavam, pássaros cantavam, as ondas do mar rugiam ao chocar-se contra o quebra-mar, alguém que tivesse dormido a noite inteira não teria como dizer que essa era a manhã após uma imensa tempestade, essa é uma das coisas mais fascinantes na natureza, não importa o quão ruim seja uma noite, com o nascer do sol, as coisas sempre podem melhorar.

Antes de vir à essa ilha para executar o trabalho que me foi dado, tomei o cuidado de analisar com atenção os mapas dessa ilha, nós teríamos que sair da caverna onde nos abrigamos, que ficava próximo ao centro da ilha, e nos movermos até o porto, no extremo oeste da mesma, teríamos duas opções, a mais longa era ir por um caminho pouco acima do desfiladeiro, usavam-no para escoar a produção de ouro á muitos anos atrás, mas agora que a ilha não tem mais ouro, está completamente desativado, apesar de ser o caminho mais seguro, demoraria aproximadamente duas horas para chegarmos, isso se não nos perdêssemos na imensidão de túneis que havia lá, logo descartei essa opção, o que nos deixa com somente uma opção.

Esgueirei-me para trás de uma parede e puxo Luke para que fizesse o mesmo, passam-se alguns segundos e vejo alguns dos guardas que faziam a vigia do fim da noite, pareciam cansados, deve ter sido uma longa noite para eles, eles passam sem nos notar e logo somem em uma das ruas próximas ao porto.

— Me lembra, porque estamos dentro da cidade mesmo? – Luke sussurrou, aliviado por não termos sido pegos.

— É nossa melhor e mais rápida opção. – murmuro em resposta. – Vamos, antes que os guardas passem de novo por aqui, devemos chegar ao porto.

Passar por dentro de uma cidade infestada de guardas querendo me prender ou matar com certeza não era a nossa melhor opção, mas não podíamos nos dar ao luxo de nos atrasar, Luke disse que ele viu que podíamos confirmar no que o garoto tinha dito, e se ele disse que estar lá às 6 horas era nossa única opção, então às 6 horas estaremos lá.

Ao entrarmos no porto, vimos duas placas, uma parecia um itinerário e tinha o horário de chegada de vários navios, alguns eram navios de turismo, outros de pesca e havia um da Marinha, provavelmente só viria para colher informações sobre baderneiros na ilha, já que essa é uma das poucas ilhas do East Blue que a Marinha não tem controle total; a outra placa tinha uma tabela de preços de peixes e dizia que o mercado de peixe abria todos os dias às 6h30min.

— Deve ser por isso que não poderíamos nos atrasar. – Luke assente. – Se demorássemos a chegar, não haveria como entrarmos aqui sem sermos reconhecidos.

— Sim, deve ser por isso que Lyon disse para estarmos aqui às 06 horas – olho ao redor, procurando alguma espécie de relógio, vejo um próximo ao topo da torre de observação, marcava 05h58min. – Ok, chegamos antes do horário, onde está o Lyon?

— Ali. – aponto para um dos navios pesqueiros, pela posição dele na baía, diria que tinha sido o último a chegar, ele parecia bem leve, devia ter acabado de ser descarregado após uma noite de coleta de peixes, próximo ao barco estava Lyon, ele usava um casaco um pouco maior do que ele, deixando-o bem estranho, ele parecia nervoso.

— Lyon. – Luke chama ao nos aproximarmos.

— Ainda bem que vocês chegaram. – ele sorri, parecia estar com frio pela maneira que se encolhia dentro do casaco. – Vamos, vocês tem que ser rápidos, botei bolsas com roupas e enchi a despensa com o máximo de comida que consegui arranjar, consegui até convencer alguns dos pescadores a me darem alguns peixes, disse que era pra casa do prefeito e eles acreditaram e não recolheram o barco pois eu avisei a eles que os guardas iriam vir pegar os peixes, estão em um isopor na geladeira; vocês tem que pegar esse barco e sair daqui antes do mercado abrir e ser tarde demais. – Devo admitir, eu estou impressionada, ele pensou em tudo, trouxe mudas de roupas e deve ter voltado em casa para conseguir a comida pra nos ajudar, até conseguiu enganar os pescadores e arranjar um barco para nós, mas agora que presto a atenção, ele parece cansado, será que ele dormiu hoje à noite? Que pergunta a minha, pra conseguir fazer isso, é óbvio que não dormiu, pra ser honesta, o momento em que ele nos esperava chegar provavelmente foi o único momento de descanso que ele teve desde que eu entrei pela janela de sua casa.

— Wow! – Luke brame, maravilhado. – Você é incrível Lyon, obrigado por ter feito tudo isso.

— E porque você fez tudo isso? – o jovem estava surpreso com minha pergunta, mas engole em seco e me responde, olhando para Luke.

— O quão forte eu poderei ser se nem ao menos conseguir ajudar um amigo que precisa de mim? – ele sorri e Luke faz o mesmo, agiam como se fossem amigos que se conheciam há anos; nossa conversa é interrompida por um bater de palmas vindas detrás de nós, viro-me rapidamente e vejo dois homens, ambos pareciam bem machucados e um deles tinha em suas mãos um taco de beisebol todo remendado, eram os caras que falharam em sequestrar Lyon como aquele cara havia pedido.

— Que comovente, vejo que se tornaram amiguinhos. – um deles fala. – Agora, se não se importam, passem o garoto pra cá, tem um homem louco para conhecê-lo.

— Vocês de novo. – Luke dá dois passos pra frente, pronto pra luta. – Nem a pau que vocês vão levar ele.

— Pretende se intrometer de novo? – fala o homem que não segurava o taco. – Afinal de contas, quem é você? – o rosto inchado dele tornava difícil levar ele á sério.

— Meu nome é Luke Hardy, lembre-se disso, pois sou aquele que vai se tornar o Rei dos Piratas. – ele parte para cima, o homem também corre em direção á ele, tentando acertá-lo com um largo balanço de direita.

Luke abaixa-se, desviando do soco e dando uma forte cotovelada nas costelas dele, o sequestrador se dobra diante do golpe, logo levando um soco da esquerda para a direita, ele cambaleia e tenta acertar Luke de maneira atrapalhada, o pirata desliza pro lado, e logo eles haviam trocado de posição, ao ver isso, o sequestrador vira-se, tentando agarrar Lyon, é então que vejo algo impressionante acontecer.

O punho de Luke reveste-se de uma misteriosa energia azul, com o punho envolvido por essa aura, ele avança novamente.

Vital Punch! — ele acerta um soco poderoso nas costa do sequestrador, que se contorce de dor, o soco foi tão poderoso que arremessou o homem longe, cerca de dois quilômetros em alto mar, ele cai na água com força e uma coluna de água se ergue no ponto de impacto.

Tanto eu como o homem com o taco nos impressionamos com o que vimos e ele começa a tremer tanto que deixa seu taco cair no chão.

— Que tipo de monstro é você? – ele grita, virando-se de costas e começando a correr, creio que o pagamento não valia tanto no julgamento dele.

— É uma pena... – murmuro em baixa voz. – Mas se ele fugir pode ser que volte para tentar de novo o sequestro quando formos embora, não posso deixar isso acontecer. – rapidamente pego duas facas de arremesso presas em minhas coxas, arremessando-as precisamente na parte traseira de seus joelhos, ele cai ao chão, gritando de dor, aproximo-me á passos lentos, puxando as facas velozmente enquanto ele agonizava no chão, limpo o sangue das lâminas, novamente as guardando, dessa vez saco minha Kukri.

— Por- Por favor, tenha misericórdia, por favor, não me mate. – ele chorava, que patético, um criminoso que não está pronto para morrer realmente escolheu o caminho errado pra se seguir.

— Deus perdoa... – aperto o punho da faca, erguendo-a acima da cabeça. – Eu não. – em um único golpe certeiro, ponho fim à vida dele, limpo o sangue na Kukri nas roupas do morto, novamente a guardando. – É melhor irmos, a gritaria desse aqui deve ter chamado a atenção dos guardas, em breve devem estar chegando aqui. – Luke assente, seguido por Lyon que ainda parecia aturdido com o que tinha acontecido.

Corro em direção ao barco, aprontando tudo para partirmos, vejo Luke se aproximar de Lyon, provavelmente iriam se despedir, ouço a conversa ao longe.

— Bom, é isso, estou indo. – Luke sorriu amigavelmente. – E eu estava certo, você realmente é um garoto bem forte.

— Obrigado... – ele estende a mão para Luke. – Algum dia, iremos nos encontrar no mar... E quando isso acontecer, quero ter uma luta com você, você promete? – Luke sorri apertando a mão dele.

— Eu prometo, e até lá, fique bem mais forte pra me enfrentar, por que eu não vou parar de me fortalecer. – ele assente e se separam sorrindo, Luke vira-se pra mim, ao olhar para o rosto dele, me lembro das palavras daquela mulher.

Algum dia você vai achar alguém que valha á pena, e quando isso acontecer, siga-o até o fim dos mares. — abaixo a cabeça, murmurando para mim mesma.

— No final você estava certa... – sou tirada de meus pensamentos com Luke me cutucando, já dentro do barco.

— Ei, vamos, os mares não vão se conquistar sozinhos. – ele demonstra um sorriso de orelha a orelha e eu apenas assinto.

— Tem razão. – vou até o leme, segurando-o com firmeza. – Vamos navegar.

— - Continua - -