P.o.v Mizore

O plano agora seria de invadir a ilha escolar e ir atrás do rei incolor.
A única coisa que me preocupa é que Mikoto viu Tatara-san ser morto pelo rei incolor como Shiro e mesmo que ele saiba que não são a mesma pessoa, conhecendo um pouco melhor a personalidade dele, tenho certeza que ele só ficará satisfeito vingando Tatara-san da forma correta.

" Não gosto nada disso. Nem um pouco. " Eu pensei observando sua espada de Damocles.

Enquanto andávamos, Yata falou de Kuroh e de Neko e disse que ela era um Strain.
Bem, disto eu não sabia.

" Espere... será que Neko tem alguma coisa haver com as pessoas não se lembrarem de mim? " Eu pensei.
Como no trem... ela pareceu nervosa por algum motivo.

E Yata? Qual é a habilidade desta, menina Strain?— Eu perguntei.
Acho que são ilusões. - Ele respondeu devagar, provavelmente com vergonha.

" Claro! Eu devo ter sido pega em uma de suas ilusões, ou então o colégio inteiro. Sendo neste caso, Shiro e Kuroh também não " existem " na ilha escolar. Então, Neko pode ter feito alguma coisa com a memória de Shiro ou só ter criado uma memória para ele. " Eu pensei,mordendo o lábio interior com força.

Era disso que Munakata estava falando. Sobre de ter uma possibilidade de Shiro ser inocente.
Meu segundo problema.
Como estou sob a supervisão de Mikoto, não posso ir procurar Shiro e os outros.
Eu respirei fundo e tentei me acalmar.
A escola é muito grande para poucos membros e nosso pequeno grupo parece estar aumentando.
Olhando para trás rapidamente, eu vi a espada de Damocles azul brilhar com um pouco de fúria.
Eu estremeci de medo verdadeiro.
Munakata estar com raiva, é uma coisa muito perigosa.
E o estado da espada de Mikoto me preocupa.
De tanto pensar e repensar em planos, só " acordei " quando Anna segurou a minha mão.
Estávamos dentro da escola com os alunos gritando e correndo.
Eu soltei um longo suspiro, vendo a representante tentando acalma-los.
Vou reunir os alunos para outro lugar.— Eu declarei.
Quer alguém com você?— Izumo perguntou.
Nha. Eu resolvo.— Eu respondi.
Acariciei a cabeça de Anna e fui até a representante, reparando a Honra se dividir.
Com licença.— Eu chamei.
A vice-representante virou-se para mim irritada.
Se querem sair, façam agora. As pessoas que vão vir para cá não vão tornar sua fuga mais fácil. - Eu disse, com um sorriso sarcástico.
O que sugere?— A representante perguntou.
— Um mega-fone.— Eu respondi.
Ela pegou um do chão.

" Que coisa. " Eu pensei.

Tem uma saída alternativa daqui?— Eu perguntei
Tem por debaixo do metrô. Mais seria muito perigoso passar por lá, já que pode estar fechada a essa hora.— Ela respondeu.

" Gostei dela. " Eu pensei.

A sala mais afastada é bem espaçosa?— Eu perguntei.
Ela concordou com a cabeça.
Mande todos para lá o mais rápido que puder. Mas, não tranquem as portas. Se tiver mais de uma saída, tranquem a principal e deixa a outra disponível. - Eu disse.
Hai!— Ela concordou, começando a comandar os alunos de fora para a sala em questão.
Eu fui até onde vi Yata e outros iram e vi-os guardando as entradas.

" Isso é bom. " Eu pensei. " Mikoto está com Anna e Izumo, por isso não estou em observação. A representante mencionou outra saída. " Eu pensei.

Corri para perto da beirada da ponte e vi um pouco de terra lá.

" Se Shiro e os outros vieram por ali, deve ter sido a poucos instantes. " Eu pensei.

Corri para a entrada do colégio.
Vazia.
Comecei a pensar em outro lugar onde eles poderiam estar.
Minha cabeça começou a latejar e eu a segurei por uns instantes.
Cada vez que me lembrava da espada de Damocles vermelha, a dor piorava.
Que tipo de conexão eu tenho com isto?
Minha visão ficou turva e senti meu corpo cair.
Vozes confusas passavam na minha mente e uma em especial se destacava.
Uma risada louca e psicótica, parecia zombar de mim.
Uma coisa em forma estranha apareceu na minha visão.
Oh! Pobre menininha. Parece que você é a herdeira do rei vermelho! E eu me pergunto como isso aconteceu. - A coisa falou.
Ora, cale-se.— Ordenei.
Ela deu uma risada esquisita.
Coitadinha. Sua cabeça dói?! Parece que vou ter de matar você antes do rei vermelho.— A coisa disse.
Ao ouvir suas palavras eu senti uma onda de adrenalina imensa passar por mim.
Uma coisa destrutiva e pior do que a ira.
Uma coisa real e que eu não conseguia controlar.
Uma coisa que queima...
De repente as vozes sumiram.
Minha visão voltou ao normal e vi-me estirada no chão.
Levantei-me lentamente, cambaleando um pouco.
Voltei para fora, poiando-me nas paredes.
Uma cena de luta terrível se passava.
Chamas azuis e vermelhas, chocando-se ferozmente uma contra outra.
Pessoas cansadas e feridas forçando-se a continuar.
Senti meus olhos queimarem com lágrimas, mas forcei-as no lugar.
Há quanto tempo dormi?
Uma luz forte em outra direção chamou a minha atenção.
As duas espadas no céu denunciavam minhas suspeitas.
Mikoto e Munakta estavam lutando.
A espada vermelha parecia ainda mais frágil e fraca do que antes.
A sensação de queimação não tinha me abandonado e eu tremia, mal conseguia ficar de pé.
Para mim, não restava dúvidas, eu tinha conversado com o rei incolor.
Andando da forma que pude, eu sai em busca de alguém conhecido e vendo Fushimi e Yata lutando, sem forças para para-los, voltei para dentro, vendo que tinham quebrado o sistema de segurança.
Passei por ele andando normalmente e sem mais paredes para apoiar, eu tropecei em nada e caí no chão.
A katana fez um barulho tilintante, mas não saiu do seu lugar.
Nunca tinha me sentido tão indefesa e fraca.
Parecia que todos os membros do meu corpo queimavam em uma fogueira.
Eu apertei os olhos com força e me forcei a ficar de pé.
Concentrei-me um pouco e senti algo novo.
Consegui distinguir, onde estavam Mikoto e Munakata.
Tinha algumas pessoas no terraço e na sala do diretor.
O lugar mais próximo era a luta dos reis.
Perigoso, mas eu não sabia o que fazer.
Com as forças que sobravam, eu fui até eles em ritmo quase acelerado, desejando que a dor parasse.

Continua...