Algum lugar no espaço aéreo dos Estados Unidos, 01 de Março – 10h: 25min.

Katherine não podia deixar de pensar o quanto toda aquelas visões que tivera na noite da ameaça terrorista de Howard Dent tinha lhe afetado mentalmente. Era fato que os membros da família de combatentes ao crime de Gotham tinham uma tendência a se tornarem obsessivos quando não conseguiam chegar ao fim de um caso investigativo.

Ela provara que tinha realmente herdado aquele defeito do pai como nos dias que se seguiram ao acontecido ainda traçava uma linha investigava para chegar à resposta. Mesmo saindo para combater o crime todas as noites ainda assim nenhum caso gigantesco tinha aparecido atualmente para ela além daquele estranho mistério ao qual se dedicava.

Era muito estranho que tivesse tido apagões. Principalmente enquanto em missão de derrotar a gangue do Duas Caras que estava mantendo cientistas reféns e em posse de um reator nuclear. Que tinha sido a maior ameaça que enfrentara naquele tempo depois de retornar para casa.

Ela relatou tudo em detalhes em seus relatórios que havia escrito daquela missão digitalmente e ouvia a gravação sempre que estava revendo o caso dos apagões. Ela invadiu o prédio depois de seu parceiro Oracle cuidar das câmeras de segurança, então interceptara um atirador e o interrogara para extrair informações. Então lutou contra capangas sendo que conseguiu inclusive salvar Alex Luthor de ser morto por Howard.

E Alex Luthor por sua vez tinha desarmado o reator nuclear de sua explosão iminente sendo que esse ato lhe rendeu a chave da cidade dada pelo prefeito por seu ato de bravura (nota-se que ela nunca tinha ganhado nenhum prêmio ou reconhecimento daquela cidade em seus tempos usando a máscara). De qualquer forma achava que o cientista merecia afinal a cidade estava inteira por conta dele.

Um resultado quase que perfeito para uma missão. E teria sido totalmente resolvido se ela não tivesse deixado o líder dos criminosos fugir em decorrência de seu apagão que a impediu de ir atrás dele. Talvez fosse por isso que insistia em descobrir a causa para evitar que eles retornassem e atrapalhassem novamente.

Os apagões simplesmente a levaram para outro lugar em que ela ao lado de uma equipe de jovens super-heróis enfrentava outra ameaça completamente diferente. Ela tentou encontrar respostas conclusivas para aquela questão e o resultado tinha se revelado decepcionante.

Na noite do acontecido ao chegar à caverna fizera os exames sanguíneos que indicavam negativo para drogas ou qualquer outra substancia alucinógena. Os exames neurais mostraram-se normais sendo que isso demonstrava de que não era nada de origem orgânica então certamente deveria ser em razão de não ter sido nenhuma causa física ou mesmo de origem química que lhe causara as visões.

O que levava a sua segunda hipótese provavelmente causada por magia ou sobrenatural. Isto era pouco usual em Gotham de existirem vilões com aquelas características afinal os que sua família geralmente tinha de lidar eram com criminosos insanos na maioria das vezes sem poderes ou com habilidades decorrentes da ciência.

Ou seja, quem quer que tenha brincado com sua mente era um forasteiro. Ela bem que pesquisara os suspeitos usuais de controle mental ou que tivessem a capacidade de alguma forma mexer com a mente da pessoa com algum aparato cientifico. Mas o Chapeleiro Maluco estava no Arkham Asylum e o Espantalho teria deixado algum vestígio da fórmula da substância no organismo dela.

Então ela sempre retornava para o fator da feitiçaria e isso não a agradava porque mesmo o Superman conseguia ser vulnerável a ela então como poderia se proteger de algo assim? Isso a fez se concentrar em seu maior suspeito que fosse a figura misteriosa que apareceu em sua visão como parte do time: Zane, o jovem mago.

Não havia registros de nenhum bruxo ou meta-humano que possuísse as descrições físicas dele. O reconhecimento facial o estava impedindo que fosse encontrado e isso o fez com que começasse a suspeitar que ele pudesse estar causando aquilo de proposito para se manter nas sombras. Mas mesmo escondido ainda assim o encontraria não importava quanto tempo não era como se não fosse se revelar para ele e os outros.

Naquele momento se encontrava no jato particular da família Wayne voando para o outro lado do país. Ela repassava as informações que havia reunido no dossiê especial que tinha feito com o que tinha reunido sobre a sua investigação até aquele presente momento.

— Hei – falou Jimmy retornando até os assentos e se sentando ao lado dela – Toma, você não comeu nada desde que embarcamos – Ele lhe entregou uma barra de proteínas e uma lata de refrigerante – Conversei com o piloto. Menos de uma hora e estaremos dentro do espaço aéreo da Califórnia.

— Eu poderia ter falado com a Olivia por telefone ou internet e questiona-la sobre a possibilidade dela ter tido visões iguais a que eu tive – falou Katherine – Mas a verdade é que eu posso pensar que ela não se lembre. Entende? Se nós estamos falando sobre magia é grande a possibilidade de ele ter feito algo para que ela esquecesse.

— E por que não teria feito o mesmo com você? – falou Jimmy questionando-a.

— Talvez não tenha conseguido – respondeu Katherine – É difícil falar o quão bom ele é se você não o conhece nem tem informações precisas. – continuava com os olhos focados na tela - De qualquer forma, algum dos outros pode ter tido contato seja por ilusões ou então pessoalmente.

— Sabe o que eu acho? Você está muito obcecada com tudo isso – falou Jimmy enquanto tirava o notebook da frente dela o que a fez reclamar pela ousadia do ruivo – A resposta é fácil para tudo isso, Kat. Alguém que mexe com a cabeça de uma pessoa tem algum objetivo e nós não tivemos nenhum sinal dele ainda então é só espera-lo.

— E se quando aparecer for tarde demais? – disse Katherine – Você não pode negar que tenho razões para estar obcecada afinal foi a minha mente que esse cara mexeu e não na sua. Ele me fez ter visões em meio uma missão e ainda bem que eu tive sorte de que isso não estragasse tudo. Toda a Gotham seria uma grande cratera se eu tivesse falhado por conta daquelas visões em meio aquele momento de risco.

— E o que garante que é o rosto dele? – falou Jimmy mostrando a imagem feita pelo sistema de retrato falado baseado nas características que a heroína lembrava-se do rosto de Zane – Sabe que magos tem a habilidade de mudar a aparência, certo? Às vezes nem se trata desse o rosto de verdade dele ou mesmo o nome que te deu.

— Eu sei, mas eu tenho uma impressão de que esse possa ser o verdadeiro – falou Katherine – Não sei explicar a razão é apenas que eu simplesmente sinto que ele é real. Entende? – ela suspirou - E mesmo que não seja então o que me garante que seja alguém bolando algum plano estranho e que ainda possa mexer com a minha mente de alguma forma?

— Deveriamos falar com o seu pai a respeito – falou Jimmy – Manter esse segredo e tentar resolver as coisas por conta própria pode funcionar quando elas são fáceis e encontramos respostas em poucos dias. Estamos há duas semanas nisso e até agora estamos tão perto de começar isso do que quando começamos.

— Seu otimismo é incrível, Grayson – falou Katherine sarcástica então lhe dando um soquinho no ombro – Onde está sua confiança no nosso trabalho? – ele passou a mão no local que fora acertado enquanto fechava o notebook dela com a que estava livre.

— Eu apenas estou tentando proteger você, Katherine - falou Jimmy – Eu não quero vê-la cometendo erros em busca de algo que possa estar acima do que podemos fazer. Você esteve longe por dois anos dessa vida e quando retornou acabei por me tornar o Oracle para cuidar de você.

— E eu agradeço – falou Katherine – Sem você como meu Oracle era capaz de metade das minhas missões não terem tido o resultado que tiveram. - e ele lhe lançou um sorriso de canto de lábio parecendo satisfeito em ouvi-la admitir aquilo – Mas eu sou boa o suficiente para cuidar de mim e saber qual é o meu limite. E não acho que essa investigação esteja acima das minhas capacidades... – Ela sorriu para ele – Não sou tão ruim como detetive assim.

— Eu confio em você – falou Jimmy - Desculpe-me se não passei isso – então guardou o notebook dela antes de se virar para encara-la – E eu devo dizer que está sendo uma experiência boa servir como seu outro par de olhos.

— Eu também gosto – admitiu Katherine - Mas seria legal que você combatesse o crime ao meu lado. Usando uma máscara... – ela abriu a lata de refrigerante – Você sempre se saiu bem em nossos treinos de luta quando praticamos.

— Eu não quero vestir um traje – falou Jimmy – E a cadeira de Oracle é bem confortável, sabe? Fora que minha mãe morreria se soubesse que eu sou um herói. – E a garota se movera na poltrona – E não queremos irritar a Comissária Gordon, precisamos de nosso contato no GCPD.

­_ Ela parece ter me aprovado vestindo o manto que foi dela naquela vez em que nos encontramos – falou Katherine – Não sei o porquê dessa ideia de não iria gostar que você fosse um herói se ela também foi.

— Você sabe o que aconteceu com ela – falou Jimmy – E sabe o que aconteceu com Jason e com Stephanie... – então fez uma pausa - E com o Damian. É longa a lista dos nossos que não tem uma tragédia para contar em que experimentaram uma situação de vida e morte.

— Já é meio difícil de ela não fazer perguntas a respeito do meu trabalho com você te monitorando então imagina se eu atuasse por ai usando um traje com máscara? – continuou Jimmy - Não, ela iria ficar ainda mais preocupada e provavelmente iria falar com seu pai. Seriam problemas demais... – ele suspirou – Ela é bem diferente do vovô Gordon que fazia de conta que não sabia a identidade do seu pai, do meu e que ela era a Batgirl.

— Eu sei – falou Katherine compreendendo – Mas você não tem vontade de estar lá fora e encarar as coisas de vez em quando pessoalmente? Sabe, não apenas assistir através da câmera frontal da máscara?

— Sinceramente, não. – falou Jimmy – Nem um pouco – E então puxou o celular para fora do bolso e começara a mexer nele como se estivesse procurando algo até finalmente apertar na tela e colocando a música para tocar em seus fones - Agora coma porque eu percebi que você não comeu nada desde que deixamos Gotham.

— Tudo bem – falou Katherine abrindo a embalagem da barra de proteína – Eu estou comendo... – ela deu uma mordida e começou a mastigar – Satisfeito? – E ele sorriu enquanto puxava os fones de ouvido então os colocando.

Katherine chegou à conclusão de que deveria procurar pelos rostos conhecidos que apareceram em sua visão. Teria de por o pé na estrada em que se deslocara de Gotham para as outras cidades espalhadas pelo país. Primeira parada seria em Star City através de uma desculpa de uma reunião de negócios com a Queen Corporation. Assim justificando assim a presença da herdeira Wayne e de James Grayson na cidade.

James se ofereceu por acompanha-la naquela aventura era percebível o fato dele estar preocupado com ela de qualquer forma era bom tê-lo por perto. O rapaz estava sendo um grande parceiro para ela naquela nova fase de sua vida ao assumir o manto de Batgirl.

...

Star City, Califórnia. - 01 de Março, 15h: 25min

Olivia Dinah Queen se encontrava sentada em sua mesa tomando notas do que era exposto pelo professor em seu monologo. Era sem duvida uma das alunas mais concentradas e atentadas que se encontravam naquela turma certamente o seu afinco para tirar boas notas lhe era uma das maiores motivações.

A loira assistia a mais uma aula sobre direito criminal na Star Univertiy. A garota se candidatara a uma bolsa de estudos mesmo que fosse de conhecimento público que sua família possuía dinheiro suficiente para pagar seu curso. Mas a verdade era que Olivia sempre preferiu manter uma independência financeira e conquistar suas próprias vitórias sem depender deles.

Ela desejava se formar como uma das primeiras da classe. Então trabalhar ao lado de sua mãe e de seu tio Roy no escritório de advocacia por um tempo até ter experiência suficiente para alcançar voos mais altos.

Ela tinha planejado o que queria da sua vida. A ambição e determinação dela eram fortes, podendo vir a torna-se uma promotora pública e talvez até mesmo uma juíza da suprema corte. Seu senso de justiça ainda predominava mesmo depois do tempo em que abandonara sua outra identidade.

O professor dera o fim à aula e então o som dos alunos se levantando e andando em direção da saída de se fez perceptível. Olivia então juntou os materiais espalhados sobre a carteira se retirou ao lado de seus colegas, sendo que enquanto estava nos corredores puxou o seu aparelho celular para olhar as mensagens de texto que tinha recebido.

Diferente do que esperado havia uma pessoa que há tempos não tinha tido noticias. E foi assim que seguiu até o local em que a mensagem que recebeu dizia que deveria ir para se encontrarem.

E se retirou do prédio seguindo até os jardins que havia na parte externa da universidade, sendo mais especificamente para uma área em que existiam mesa e bancos feitos de pedra de um modo rústico que se encontravam embaixo da sombra de uma árvore. Quando chegou foi que loira percebeu que a pessoa já se encontrava ali. E foi assim que ela se aproximou para cumprimentar sua amizade de infância, Katherine Wayne.

— Espero que não esteja muito ocupada com seus afazeres de faculdade para não ter um tempo para uma conversa com uma amiga – falou Katherine enquanto Olivia se aproximava dela e as duas se abraçavam – A quanto tempo, Liv.

— Eu digo o mesmo – falou Olivia quando as duas se separaram – A última vez que nos vimos foi quando você estava indo estudar medicina em Londres. Naquela época eu ainda agia usando uma máscara... – então deu um meio sorriso – Meio irônico de se pensar não é mesmo? Como os papeis se inverteram. Porque olhe só, você vem me ver na minha universidade.

— Realmente, muito irônico – respondeu Katherine – Mas não estava preparada para deixar as coisas para trás em Gotham enquanto tentava fingir que era como os outros. Acho que sabe o que quero dizer ou ao menos descobrira.

— Veio até aqui para me convencer a voltar a agir heroicamente? – disse Olivia - Sinto muito se pensa que não somos como os outros só porque herdamos esse maldito karma de tentarmos mudar o mundo enfrentando criminosos e vilões. Isso é o que nossos pais escolheram não precisa ser nosso caminho também...

— Diz como se sentisse vergonha do que fazia antes – falou Katherine.

— Não sinto, mas também não tenho saudades daquela época – respondeu Olivia enquanto se sentava – Eu não vou dizer que a sua decisão de deixar os estudos para retornar para essa vida fosse algo que faria. Mas você tem feito bem, pelo que vejo apesar de ainda estar meio enferrujada pelo tempo em que esteve afastada.

— É por conta disso que estou aqui, vamos parar de enrolar e irmos direto ao ponto que me fez procura-la – falou Katherine tomando o lugar em frente ao dela – Estou em uma missão e esta relacionada de certa forma com você...

Então Katherine contou a Olivia sobre o que tinha acontecido a alguns dias atrás, das visões que tivera sobre um estranho grupo em que as duas pertenciam enquanto enfrentava alguns criminosos no mundo real. A Queen escutara tudo atentamente cada palavra do relato de sua amiga enquanto esta dizia em detalhes o que tinha descoberto até então e cada uma de suas suspeitas.

— Eu sinto muito por isso, Kat. – respondeu Olivia - Mas dessa vez não posso te ajudar porque eu não tenho a mínima ideia do que isso possa ser ou significar. Eu não tive nenhuma visão ou algo parecido com o que está me dizendo... – ela suspirou - Sei que eu estava nelas só que isso não faz muito sentido porque segundo me disse era uma versão minha que ainda estava atuando ativamente como uma heroína.

— Eu achei que pudesse ser uma viagem inútil para progredir com as minhas investigações só que eu precisava começar com alguém – falou Katherine – E fazia tempo que queria vê-la só que não pude antes. Ao menos vir em Star City valeu apena para reencontrar você, Liv. – e as duas sorriram.

— Também estou feliz por isso, Kat. – disse Olivia – Então, quanto tempo ficará em Star City? Poderíamos tentar marcamos algo para os próximos dias. Tenho certeza de que consigo um espaço na minha agenda para poder passar um tempo com você.

— Eu bem que gostaria, mas pretendo apenas permanecer na cidade até que os assuntos das Wayne Enterprises com a Queen Corporation se acertar. – falou Katherine - Eu meio que usei isso como uma desculpa para justificar minha vinda até aqui. Por sorte que o Jimmy veio junto comigo para me auxiliar nessa parte do contrário não iria ser uma das reuniões mais agradáveis.

— Certamente que não, você tem a fama de patricinha e socialite de Gotham – falou Olivia – Sei que é apenas fachada pousar assim só que cá entre nós não é como se sua mente conseguisse lidar com o meio empresarial. – e a morena riu - Isso sempre foi mais coisa do Damian do que sua.

— Obrigada por jogar na minha cara sem rodeios o quanto sou péssima para os negócios – disse Katherine – Mas tenho me esforçado para melhorar e ao menos assim quem sabe meu pai não fica tão chateado por eu ter abandonado Oxford.

— Eu imagino que ele não ficou muito feliz mesmo – falou Olivia rindo – Então, você não veio sozinha para cá. Isso é um pouco fora de seus padrões não é mesmo?- então lançou um sorriso para a outra - Jimmy, hein? Eu acho que é o mesmo que estou pensando ou não? É o mesmo que eu conheço acredito.

— É Grayson mesmo – falou Katherine – E não sei qual é a desse sorriso afinal você deveria suspeitar que nós estivéssemos trabalhando juntos desde que eu voltei para Gotham.

— Sim, mas se bem me lembro de quando éramos crianças era como se o Jimmy tivesse uma pequena queda por você – falou Olivia – E devo confessar que imaginei que vocês dois ficariam juntos quando mais velhos.

— Pode parar com isso, Liv. – disse Katherine - Sabe que eu e James fomos criados praticamente como irmãos e é assim que nos tratamos. Não destorça isso com sua mente sórdida.

— Só estou dizendo o que eu pensava e claro que poderia estar errada afinal faz muito tempo não é? – falou Olivia apesar de ainda não estar muito convencida do que dizia – Onde vocês estão hospedados?

— Em um hotel no centro da cidade – falou Katherine – Fizemos as reservas online e quando desembarcamos no aeroporto cada um seguiu para um caminho. O Jimmy foi cuidar da hospedagem e de levar nossas coisas para os quartos enquanto eu vinha para cá. Sou muito ansiosa e não poderia esperar até o fim da sua faculdade para conversamos.

— E falando nisso, minha próxima aula está para começar e eu tenho que ir. – falou Olivia se levantando e colocando sua bolsa pendurada no ombro – Mas quer saber? Vou falar com meus pais e quem sabe vocês não podem jantar hoje lá em casa?

— Tudo bem, faz tempo que não nos encontramos também – respondeu Katherine – Como eles estão? – A loira e a morena agora caminhavam em direção da entrada da universidade uma ao lado da outra.

— Mamãe e o escritório de advocacia sendo que algumas vezes da semana sai com o Connor à noite para atividades noturnas – falou Olivia – papai e a eleição para o senado o tem feito viajar muito em campanha. Ele voltou para casa tem esses dias e acho que está feliz em se fugir um pouco daquela agitação.

— Um dos nossos investindo na carreira politica – falou Katherine – Meu pai achou que o Tio Olly iria parar apenas como prefeito e olha só para o que ele vem feito nos últimos tempos. Realmente um feito em tanto.

— Depois de Luthor conseguir a presidência... Não estou muito surpresa, sabe? Acho que isso fez meu pai acordar que nosso país precisa de políticos melhores para representar e proteger os interesses do povo. – falou Olivia – Ele ainda não admitiu isso só que acho que o próximo passo depois do cargo como senador é a Casa Branca.

— Eu votaria nele – falou Katherine enquanto ambas então pararam em frente a porta de entrada da universidade – Precisamos de um dos nossos no comando desse país e não é de hoje.

— Meu pai pendurou o arco a anos – disse Olivia repreendendo a garota.

— Isso não quer dizer que ele ainda não deixou o que realmente é para trás – respondeu Katherine e as duas ficaram em silêncio enquanto subiam os poucos degraus que levavam até a entrada.

— Eu gostei de te rever – falou Olivia se despedindo da amiga.

— Eu também – falou Katherine – Apesar de nós termos tomado caminhos opostos e eu não concordar muito com você ter abandonado o que era para se tornar o que é hoje. Eu ainda não entendo porque você fez isso é como não estivesse sendo sincera comigo.

— Eu fiz minha escolha, Kat. – respondeu Olivia suspirando – Você pode ainda não ter visto isso só que saberá daqui algum tempo irá ver que não é fácil de abandonar. Eu refiz minha vida e tomei um novo caminho... – ela fez uma pausa e encarou a amiga - Peço que o respeite como eu faço com você. – Ela já caminhava em direção da porta – Eu te respondo caso descubra algo que possa te ajudar em suas investigações.

— Eu respeito só espero que você também não se esqueça de que mesmo que tente esquecer quem foi não poderá – respondeu Katherine – O que fez enquanto usava aquela máscara é algo que não pode ser esquecido porque faz parte de você. Não importa que rumo dê para a sua vida... – então virou as costas e se distanciou – Até mais, Liv.

— Até mais – falou Olivia enquanto entrava na universidade e agora seguia em silêncio pelos corredores enquanto ainda pensava na conversa que tivera com Katherine a poucos minutos atrás.

Olivia não se envergonhava de ter sido Black Bird apenas queria se distanciar daquela versão sua que tinha ficado no passado. Só queria que Katherine aceitasse assim como os outros que ela não conseguia mais agir como uma super-heroína depois do que aconteceu.

Ela já tinha dado adeus há algum tempo para a antiga versão sua que atuava como vigilante mascarada ao lado de Connor Hawke, o novo Arqueiro Verde. E dado às boas vindas para a nova Olivia Queen, a estudante de direito. Era isso o que tinha escolhido para si e estava feliz com o rumo que sua vida estava tomando.

Ela decidiu por aquele caminho já há algum tempo. Desde que há dois anos decidiu aposentar-se das atividades de vigilante na cidade depois de ter cruzado a linha a se ver em uma situação que a levara a cruzar o seu limite. Ainda lhe causava uma grande culpa quando pensava no que tinha feito.

Existem códigos de honra entre os heróis e para eles certamente o maior de todos é até onde ir para cumprir uma missão e preservar a vida de inocentes. E para ela ter tirado uma vida significava que não honrava o verdadeiro espirito de uma heroína.

Mesmo que fosse uma pessoa má ainda assim era sangue que nunca seria removido de suas mãos. Salvar pessoas nunca se igualando aos criminosos era a essência que os diferenciava deles.

Se fechasse os olhos ainda poderia ver o corpo caído em sua frente. Uma grande poça de sangue se formando no chão em meio aquele lugar mal iluminado naquela noite tempestuosa. Um corpo com uma flecha transpassada fatalmente em seu peito. Uma flecha que fora disparada por ela.

Ela esbarrou em alguém e isso a fez voltar de volta à realidade. Ela viu o rapaz vestido de terno e cabelos negros se afastar parecendo nem ligar com ter quase a derrubado. Quando se virou para lhe chamar a atenção não encontrou ninguém. Apenas um corredor vazio.

Olivia olhou trás por alguns instantes enquanto via apenas algumas luzes do corredor piscarem algumas vezes antes de voltar ao normal. Ela estava com uma sensação que não reconheceu, mas não sabia o que podia ser. E foi com esse pensamento que ela ingressou para sua sala de aula para assistir a mais uma disciplina lecionada naquele dia.