– Knock, knock, knock. Amy! Knock, knock, knock. Amy! Knock, knock, knock. Amy!

– Olá, Sheldon. Acredito que você tenha percebido que acabou de me enviar uma sms, às cinco horas da manhã. Seria um sinal de que o seu subconsciente tem o costume de fantasiar que está batendo à minha porta nos horários mais impróprios? - Amy responde a sms de Sheldon logo após verificar as horas no despertador.

– Amy Farrah Fowler, inteligentíssima como sempre. Você está certa de que não quer se candidatar à presidência do sindicato de neurobiologia? A oportunidade de ser a mente mais brilhante à liderança de uma corporação tão promissora não deve ser desperdiçada.

Amy está digitando a resposta quando o celular vibra com outra mensagem.

– Bazinga! Aposto que acreditou nessa.

– Sheldon, precisa de algo? Eu estava em um dos melhores sonhos noturnos da minha vida quando você me interrompeu. Envolvia florestas, rituais de acasalamento dos louva-a-deus, você, eu, Penny, nenhuma roupa e um macaco-prego viciado em nicotina. Portanto, se deseja que eu conte mais, prometo caprichar nos detalhes. Se quiser sugerir um tópico mais interessante, sou toda ouvidos. Caso contrário, eu ficaria feliz de voltar para debaixo da copa daquele pinheiro, pois as coisas finalmente estavam começando a ficar boas. - Amy envia a mensagem otimista.

– Nem tentarei entender o que disse. Desde já, te aconselho a parar de assistir Tarzan e Vida de Inseto. Não faz bem depois dos 16 anos. Minha mãe sempre me alertava mas eu não dava créditos, e o resultado eram noites de pesadelos terríveis sendo perseguido por um Sr. Clayton com cabeça de Hopper e espingarda em punho.

– Boa noite, Sheldon. - Amy desiste.

– Espera! Estou na sua porta. Não quis acordá-la brutalmente, por isso a sms.

– Claro, me acordou de uma maneira muito sutil.

– Eu trouxe uma surpresa de aniversário.

– Ok, isso sim é interessante, já estou indo.

Amy corre para a sala ajeitando a camisola. Pára em frente ao espelho pra ajeitar o cabelo e só então abre a porta.

– Olá, olá, olá. - diz Amy, fazendo cachos no cabelo com os dedos. - Fique à vontade.

Enquanto Sheldon entra na sala, Amy cheira as axilas para se certificar de que o aroma está agradável.

– Vou direto ao ponto. Leonard me disse que levar você ao teatro na companhia de Penny e Bernadette não é considerado um encontro. Imagina só, que besteira.

Amy olha pra Sheldon com ar de ironia.

– Então... ele sugeriu que eu e você tivéssemos um momento a sós hoje. Normalmente eu não dou a mínima pros conselhos do Leonard, pois são mais fadados ao fracasso do que o próprio Windows 8, mas... Como é seu aniversário, eu pensei que seria uma atitude justa e honrada da minha parte vir aqui te perguntar. - conclui Sheldon desconcertado, encarando Amy.

– Voc... Você quer que eu escolha? - pergunta Amy assustada e empolgada com a conversa.

– Sim. Assistir Celtic Woman no teatro com as suas melhores únicas amigas e a ilustre companhia do seu namorado físico e, É CLARO, da nova, incrível, comercial free, e estupenda versão de Pac Man – diz ele apontando um dedo para o smartphone, com um sorriso de bochecha a bochecha - está suficientemente romântico pra você? Ou além disso você gostaria de ficar sozinha comigo fazendo alguma baboseira de casal, como assistir Querido John na televisão, bater papo sobre as novidades da semana, jogar uma versão ultrapassada de Pac Man e eventualmente nos... abraçarmos? - Sheldon termina a frase como quem muda de idéia e altera o texto original. - E é claro que eu compreendo que a primeira opção é muito mais atrativa pra qualquer homo novus em plena consciência, portanto não se abstenha de dizer não à segunda proposta. Um não seria completamente aceitável, não hesite em negar.

– Oh... - Amy olha para Sheldon como se fosse pega de surpresa. - Sheldon, é claro que eu quero ter um momento pra gente. Eu só não quero te forçar a nada. Eu conheço você e sei que não gosta dessas convenções sociais. Você não deve fazer nada que te pareça desconfortável só porque me agradaria.

– Oh my. Tudo bem, vamos fazer isso. - diz Sheldon enquanto senta no sofá e liga a televisão.

– Você tá falando sério? - pergunta Amy.

– Não torne esse dia mais longo, venha logo antes que eu mude de idéia. - ele aponta o assento ao lado para Amy.

Amy se aproxima e senta ao lado de Sheldon, meio paralisada.

– Será que eu posso... deitar a cabeça no seu ombro? - pergunta Amy com medo da resposta.

– Hm. - diz Sheldon pensativo.

– Eu entendo, esquece. Foi só uma idéia que passou pela minha cabeça e...

– Não, eu acho que podemos sim negociar. Eu trouxe o blu-ray de A Guerra dos Clones. - Sheldon tira o dvd da mochila e o exibe como se fosse um troféu, fazendo Amy rir. Ela se aproxima e encosta a cabeça lentamente no ombro de Sheldon, que fica quieto por alguns minutos – Amy... Tem algo importante que eu realmente preciso te dizer.

– O quê? - o coração de Amy acelera mas ela tenta disfarçar a expectativa quando pergunta.

Sheldon decide alterar o texto novamente.

– Eu prefiro ser forçado a trabalhar com a Teoria das Cordas do que assistir Nicholas Sparks.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.