Just The Way You Are

Capítulo 2 – Algo... Novo. (Riley)


Mesmo que a sala fosse a mesma, as sensações ao entrar ali era completamente diferentes. Me senti uma outra pessoa, mais madura, com um futuro enorme e promissor pela frente, e isso me deixava cada vez mais feliz. Sentei em meu lugar costumeiro, colocando os livros com cheiro de recém comprados em cima da carteira, organizados perfeitamente em ordem das matérias diárias. Nem Maya nem os meninos haviam chego, então abri meu caderno com estampa florida e comecei a desenhar no mesmo algumas coisas aleatórias. Completamente distraída, desenhando, quando sinto uma mão masculina em meu ombro esquerdo, oque me fez virar-me automaticamente. Senti meu coração se esquentar de alegria ao ver Lucas sorrindo pra mim. Sem dizer nada, me levantei o mais rápido que eu conseguisse e enlacei meus braços em seu pescoço e coloquei meu rosto na curva do mesmo, o abraçando com todas as minhas forças. Ele apenas retribuiu o mesmo. Nossas emoções naquele momento eram iguais e estavam se colidindo enquanto nossos corpos estavam grudados como se eu o soltasse, o perdesse pra sempre.

— Você não sabe o quanto que eu estou feliz agora. – Sussurrei ao seu ouvido sem tirar meu sorriso do rosto e nem me soltar de você. Mesmo que não visse seu rosto, pude sentir que ele também sorria. Finalmente, estávamos juntos de novo. Me afastei de seu pescoço e encarei cada detalhe de seu rosto, analisando-o. Ele não havia mudado nada. Continuava sendo o Lucas, o meu Lucas, de sempre.

— Eu sei. Consigo sentir isso. – O mais alto sorriu, levando uma de suas mãos para meu rosto, acariciando o mesmo com seu dedo polegar. De repente, tudo que estava à nossa volta desapareceu, eu olhava para os lados e a única coisa que eu via era Lucas sorrindo pra mim, as imagens de cada momento que tivemos, até que tudo se resumiu na cena de eu caindo em seu colo no metrô.

Parece que pensamos ao mesmo tempo na possibilidade do nosso primeiro beijo, pois eu o vi se aproximar de mim, calmo, como se tivesse feito aquilo milhões e milhões de vezes — mesmo que não tenha feito — e eu ali, quase entrando em desespero por dentro, pensando na sensação e no gosto que eu iria provar dali a pouco tempo. Era inevitável, não tinha como escapar... E a verdade é que eu não queria escapar, de forma nenhuma. Então o deixei me envolver e se aproximar, torcendo para que ele não reparasse no meu rosto quente, que eu já sentia que estava vermelho. Chegou a hora, ele carinhosamente me deu um beijo rápido, um selinho, aquilo serviu pra me acalmar. Antes que eu pudesse pensar em alguma coisa ele já abria espaço entre meus lábios cerrados com sua língua quente e macia, que logo adentrou em minha boca, ele virou um pouco o rosto e nossos lábios se encaixaram com perfeição.

Começamos a nos beijar, ele explorava a minha boca assim como eu explorava a dele, calmamente, sem nenhuma pressa. Posso contar que aquele beijo não demorou muito... Mas foi inesquecível. Lucas me deu um último selinho e se separou definitivamente de mim, que ainda não estava acreditando no que havia acontecido há poucos segundos atrás. Eu dei meu primeiro beijo! Não nos importamos com nenhum dos presentes ali, ficamos em pé no canto da sala, nos olhando enquanto sorríamos bobos, como se apenas compartilhássemos nossos pensamentos.

Lucas desviou seu olhar por alguns segundos e sorriu novamente, mas desta vez era um sorriso diferente. Não como se sorri ao ver o amor da sua vida, ou como se vê os parentes em uma festa casual de família. Era um sorriso que se dá ao... Ver um amigo querido. Segui meu olhar para onde ele olhava e vi Farkle acompanhado de Maya entrando na sala. A loira não parecia muito bem naquele momento, como se estivesse incomodada com algo, não sei. Mais tarde perguntaria à ela. Direcionei meu olhar ao repaginado e alegre Farkle, os olhos castanhos e brilhantes dele reluziram mais ainda ao se cruzarem com os meus, senti uma paz entrar dentro de mim. Não sabia como explicar mas, cada vez que eu via qualquer um deles, era como se eu ficasse completa novamente. Deixei Lucas para trás e corri até o meu irmãozinho de coração, abraçando-o fortemente.

— Huckleberry! – Ouvi os passos de Maya irem até Lucas. Me virei sem me desgrudar de Farkle e vi os dois abraçados, mas logo ela se separou para fazer oque todos nós esperávamos. Oque faria todas as lembranças voltarem à tona. A loira se aproximou alguns centímetros do rosto de Lucas e soou do jeito engraçado de sempre. – Ha-hurrrr.

— Madame. – Ele sorriu brincalhão, segurando na mão de Maya e a girando. Ela apenas seguiu seu movimento enquanto ria com o ato, se divertindo com Lucas pela primeira vez sem que brigassem. Afinal, era o primeiro dia de aula, todos estavam felizes.

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A aula correu normalmente. Não era entediante, mas sim divertido e contagiante aprender estas novas matérias. Mesmo que fosse um nível mais avançado, eu me esforçaria o máximo esse ano para passar com êxito. E, óbvio, que Maya arrumou confusão logo no primeiro dia de aula e foi parar na diretoria, mas acho que receberia no máximo uma advertência, nada tão grave assim, então nem me dei ao trabalho de me preocupar. Ela havia provocado uma espécie de rebelião na aula, fazendo com que um aluno distraído esbarrasse no sinal de incêndio, isso acabou levando-a pra uma encrenca, mas não seria muito sério, então ela apenas disse para que eu seguisse para o intervalo sem a mesma. Os meninos e eu pegamos nosso lanche como sempre fizemos e procuramos uma mesa dentre as dezenas que haviam no refeitório, assim sentamos em uma delas com Farkle à minha direita, Lucas na ponta e eu no meio dos dois. Farkle e Lucas conversavam sobre oque haviam feito nas férias, enquanto eu apenas observava os dois interagirem e comia meu lanche.

Lucas contou que suas férias foram inteiramente no Texas — em Austin, para ser mais exata — no sítio de sua família. Também pôde rever seus antigos amigos e fazer coisas que não podiam ser feitas aqui na cidade como andar à cavalo, sentir o ar fresco do campo da cidade natal e outras diversas coisas que eu não havia prestado atenção. Diferente de Lucas, Farkle passou suas férias em uma espécie de acampamento de pai e filho que tinha algo haver com Ciências, disse que aprendeu muito e ficou um pouco mais próximo que era antes do seu pai. Eu apenas observei-os silenciosa, era bom ouvir suas duas vozes soando alegremente em meus ouvidos, como se fosse um tipo de música que me tranquilizava.

— Eu vou matar aquele garoto. – Ouvi Maya rosnar de pé ao nosso lado. Fechava os punhos como se fosse bater em alguém a qualquer momento, mesmo eu sabendo que ela não o faria. Ela corre seus belos olhos freneticamente por cada canto do refeitório à procura do pobre menino que havia esbarrado no sinal de incêndio.

As risadas de Lucas e Farkle foram o suficiente para que ela chegasse ao seu limite e transferisse um empurrão no desconhecido que passou por trás de você. Mas parecia que a garota desconhecida era, na verdade, uma sênior. Pois em troca do empurrão, a morena de olhos claros pôs suas mãos nos ombros de Maya e a afastou de seu corpo, empurrando-a de volta. Em um movimento talvez bem rápido, Lucas deslizou no banco para a ponta do mesmo, fazendo com que a Hart caísse em seu colo, para menores danos da garota — provavelmente ela bateria a cabeça no banco se Lucas não fosse ágil o suficiente —. Encarei Farkle. Ele franzia a testa confuso, como se algo permanecesse errado ali. Em seguida, passei meu olhar por Maya, ela estava desconfortável e um pouco atordoada com a situação, assim como eu. Algo havia mudado entre nós, e isto era errado de algum modo.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.