Just Like Us

Capítulo 21 – O Festival (Parte III)


P.O.V. Nia

Eu realmente estava me divertindo. Quero dizer, os amigos do Niall conseguiam ser mais loucos que a gente e isso era algo impressionante, já que eu nunca pensei que isso fosse possível. Lógico que agora com aquele monte de casais se formando aqui e ali não era tão confortável andar com todo mundo, mas graças a Deus eu tinha encontrado alguém que, assim como eu, queria distância daquilo tudo. Lou.

Lou era muito engraçado e eu tinha amado conversar com ele. Porém, mesmo achando ele uma pessoa incrível, eu não o via como um garoto para ficar ou namorar, mas como um amigo mesmo. Ele era tipo o Zac, só que mais bonito e mais gay.

Quando chegamos ás barracas de brincadeiras, mais especificamente a de tiro, Anna e Zayn estavam sentados em um canto, Anna parecia estar chorando no ombro de Zayn enquanto ele tentava consolá-la, mas digamos que isso não estava dando muito certo.

-FICA QUIETO ZAYN! – ela gritava em meio ao choro.

-Calma meu amor, eu pelo menos tentei ok... – ele dizia mais desesperado que ela e tentando fazer de tudo para acalmá-la.

-MAS NÃO ADIANTOU NADA SEU IDIOTA! – até eu e Lou, que não estávamos entendendo nada, começamos a ficar um pouco desesperados.

-Ei, mas que diabos aconteceu?! – Lou perguntou enquanto nos aproximávamos dos dois.

-É O IDIOTA DO ZAYN! – Anna gritou e depois voltou a chorar.

-O que você fez Zayn?!

-É que... a Anna queria aquele unicórnio da barraca de tiro e... – ele tentou dizer ainda nervoso mas foi interrompido por Anna.

-E eu pedi para o Zayn me ajudar a ganhar, MAS ELE É UM DESASTRE ATIRANDO! NEM PARECE UM HOMEM! – ela parou um pouco o choro e agora olhava indignada para Zayn que continuava sem saber o que fazer.

-Eu tentei tá bem!

-Grande merda... – Anna disse virando o rosto para o outro lado e lágrimas voltaram a seu rosto.

-Espera aí, você está chorando por um unicórnio idiota?! – Lou perguntou se segurando para não rir da cara da Anna.

-NÃO É IDIOTA! É UM UNICÓRNIO! – ela gritou inconformada como se sua vida dependesse daquilo.

-Eu já volto pessoal – falei me afastando dali e indo em direção à barraca de tiro.

-Onde você vai Nia? – Lou perguntou, mas eu já estava longe dali.

Fui correndo até a barraca e comprei uma ficha. Não foi necessário mais de um tiro para que eu acertasse um dos patos de madeira que se moviam rapidamente no suporte também de madeira. Peguei rapidamente meu prêmio e fui até onde Anna, Zayn e Lou continuavam parados.

-Ei Anna, pra você! – exclamei e coloquei o grande unicórnio de pelúcia em seu colo.

-AHHHHHHHHHHHHHHHH – ela gritou e o brilho em seus olhos era como o de uma criança ao receber um doce.

O sorriso que ela abriu foi tão grande quanto seu urso e isso me deixou realmente feliz.

-Nia você é o meu herói!!! Muito muito obrigado! – ela disse e se levantou para me abraçar.

-Imagina, não foi nada – eu respondi meio sem jeito enquanto ela me abraçava.

-Está vendo só Zayn – ela disse pegando seu unicórnio nos braços novamente – Até ela é mais homem que você!

-Tá bem Anna, tá bem – ele respondeu tentando ignorar a zuação – Agora que tal irmos dar uma volta naquele barco do amor minha linda?! – Zayn puxou Anna pra junto de si e o olhar apaixonado que ele lançava para ela faria qualquer um sentir o amor que ele sentia por ela.

-Acho uma ótima ideia meu moreno – ele respondeu e os dois se beijaram, se afastando dali em seguida.

-Ai ai, como o amor é lindo – Lou disse suspirando quando os dois já estavam longe dali.

-Só quando isso se refere aos outros...

-Então quer dizer que você nunca se apaixonou? – ele perguntou se virando pra mim enquanto caminhávamos para a barraca de tiro.

-Bem, eu acho que não – respondi meio hesitante – Não que eu saiba.

-Entendi – ele disse dando um leve sorriso – Sorte sua, eu infelizmente já fiz essa besteira com a minha vida...

-Bem, e como foi?! – perguntei.

-No começo foi legal, mas depois eu me decepcionei... então resolvi dar um tempo e esquecer essa história de amor, pelo menos por enquanto.

Ao vê-lo falar isso, percebi que minhas dúvidas estavam certas e não pude me segurar em perguntar ao Lou se o que eu estava pensando era verdade.

-Lou, posso ser sincera com você?

-Claro, pode falar.

-Eu... eu vi o jeito como você olha para outros garotos e... e tenho certeza de que é do mesmo jeito que eu olho para eles.

-Você... mas... como?! – ele estava tão perplexo que mal conseguia me olhar nos olhos.

-Relaxa ok, eu realmente entendo dessas coisas – disse tentando acalmá-lo – E prometo não contar a ninguém sobre isso, sei que você deve ter medo... mesmo que eu ache não ter motivos para isso.

-Nia... você... – o coitado não conseguia nem raciocinar direito com o choque, e me senti um pouco arrependida de ter falado sobre aquilo.

-Olha, desculpa Lou, eu não queria te deixar assim... é só que eu não vejo problema nisso... Mas se você quiser eu finjo que nunca soube de nada e a gente deixa isso pra lá...

Fiquei esperando uma resposta, mas Lou não dizia nada, apenas ficava me olhando. Depois de alguns minutos, ele simplesmente me abraçou, o que realmente me surpreendeu.

-Nia... você – ele disse enquanto me apertava no abraço – Você é a primeira pessoa que percebe isso... e de certa forma estou feliz por ter sido assim.

-Bem Lou... eu fico feliz por ter sido a primeira a descobrir. E saiba que eu realmente não vejo problema nisso, mesmo sabendo o quanto deve ser difícil pra você.

-V-você... não se importa? – ele perguntou me afastando um pouco do abraço e seus olhos brilhavam, estava prestes a chorar.

-E por que eu deveria? Lou, eu não sou do tipo que apedreja as pessoas por serem quem são, pelo contrário, eu aprendi a amar todos por quem são...

-Nia... eu não... – ele me apertou novamente no abraço e agora as lágrimas corriam em seu rosto livremente.

-Mas Lou, porque você nunca disse isso a ninguém? – perguntei após ele se acalmar e me soltar do abraço.

-Bem, nunca achei que alguém fosse me entender... ou sabe, aceitar isso – ele respondeu meio envergonhado.

-Ou ficou com medo de que seus pais e amigos, principalmente o Harry, descobrissem?

-É... o Harry se afastaria de mim pra sempre se soubesse a verdade... e não tenho certeza de que minha mãe aceitaria isso – a tristeza nos olhos dele me deixaram tão mal que não pude evitar que uma lágrima rolasse.

-Lou, você não precisa ter medo ok – disse colocando minha mão em seu rosto e tentando encorajá-lo – Saiba que eu vou estar do seu lado, pode contar comigo. Vai ser nosso segredinho.

-Você faria isso por mim? – ele perguntou e uma expressão esperançosa invadiu seu rosto.

-É claro que sim! Não sei se já te disseram isso, mas você não deveria ter medo de ser quem você é!

-Eu acho que já ouvi isso algumas vezes, mas nunca de alguém que realmente se importasse.

-Pois saiba que eu me importo – disse sorrindo pra ele – E agora que tal irmos logo atirar naqueles patos?!

-haha Só se for agora! – ele respondeu voltando a ser o garoto animado que eu tinha conhecido naquele dia e fomos comprar as fichas para jogar.

-E mais uma vez, obrigado Nia – ele disse quando já nos preparávamos para atirar.

-Imagina Lou, eu não fiz nada.

-Lógico que fez! Você é a única pessoa que sabe sobre tudo, a única que pode me ajudar agora.

-Bem, se você acha... – respondi meio constrangida.

-Eu tenho certeza!

Era bom ouvir aquilo. Uma das coisas que eu mais gostava de fazer era ajudar as pessoas. Não para me vangloriar ou me sentir o máximo, mas simplesmente por fazer algo que não beneficiasse somente a mim. Eu me sentia bem ajudando os outros, me sentia cheia.

Ver o Lou tão feliz por ter alguém que o entendia e o apoiava me deixava extremamente grata. Decidi que iria ajuda-lo de qualquer forma, não importava o que fosse acontecer, eu estaria ali.

P.O.V. Josh

Quando vi Hayley parada ali á minha frente senti todo o meu corpo se arrepiar. Eu ainda não sabia o motivo de ela estar ali, mas só vê-la me fazia lembrar de tantas coisas que me senti fora de mim por um momento.

Porém, quando ela disse que precisávamos conversar, senti a seriedade em sua voz e percebi que não deveria criar muitas expectativas sobre a visita.

Ela entrou e indiquei para que se sentasse no sofá preto encostado na parede, enquanto eu me sentava na poltrona também preta perto dele, ficando praticamente na frente dela.

Por um momento ninguém falou nada, e então finalmente Hay decidiu começar.

-Bem, Josh – ele disse meio nervosa, porém firme. – Eu só vim até aqui hoje porque... Porque não consigo mais conviver com essa mágoa dentro de mim. Eu sei que preciso deixar isso ir.

-Então você veio aqui pra terminar de me xingar por tudo? – falei também em um tom sério – Porque se for isso eu não me importo, pode dizer tudo o que quiser, eu sei que mereço.

-Não Josh, eu não vim aqui te xingar – isso de certa forma me impressionou, mas não mais do que o que veio a seguir – Eu vim te perdoar.

-V-você... você o quê? – eu estava totalmente perplexo.

-É, eu sei que pode parecer... estranho – os olhos dela estavam cheio de lágrimas, mas Hay segurava ao máximo para não soltá-las – Mas eu tenho me forçado esse tempo todo a aceitar uma mentira. Eu reconheço que você se arrependeu e mudou, e não posso mais aceitar que meu coração se torne tão frio, eu não sou assim...

Uma lágrima rolou em seu rosto e senti um forte impulso de ir até lá e limpá-la, odiava ver Hay chorando. Controlei-me e desviei o olhar por um minuto, até que o impulso fosse embora.

-Josh, eu quero que saiba que te perdoo por tudo que aconteceu e espero que você aceite meu pedido de desculpas por ter te tratado tão mal nos últimos tempos.

Novamente o silêncio reinou na sala. Hay me olhava pedindo uma resposta ou ao menos um sinal de concordância, mas eu permanecia imóvel. Não sabia o que dizer, não sabia o que fazer. Na verdade tudo o que eu queria era abraça-la e dizer que a culpa era toda minha e que eu não merceia seu perdão. Queria tê-la em meus braços e nunca mais deixa-la ir. Mas não fiz nada. Apenas fiquei parado ali olhando para o nada e lágrimas começaram a correr em meu rosto livremente, eu não sentia vontade nenhuma de reprimi-las como Hay fazia.

-Josh... por favor, diga algo – ele implorou desesperadamente enquanto me via desabar e eu podia sentir sua vontade de me socorrer.

Mesmo depois de tanto tempo, eu ainda conseguia enxergar todos os seus sentimentos, assim como tinha certeza de que ela decifrava os meus.

Ainda chorando e percebendo que não conseguiria dizer nada a ela, me levantei e fui até o canto da sala, onde meu violão estava encostado na parede. Peguei-o e voltei a sentar na poltrona. Sem pensar muito, comecei a tocar a primeira coisa que veio à minha mente, numa melodia que há muito tempo tinha feito mas que até agora não tinha achado uma letra.

“Maybe if my heart stops beating

It won't hurt this much

And never will I have to answer

Again to anyone

Please, don't get me wrong”

Eu cantava de olhos fechados a resposta a tudo que sentia naquele momento. A letra fluía naturalmente de meus lábios e eu podia sentir tudo que estava cantando.

“Because I'll never let this go

But I can't find the words to tell you

I don't wanna be alone

But now I feel like I don't know you”

Eu não sabia mais o que dizer, mas continuei tocando e de repente, em meio a meu transe, fui despertado por uma linda voz que eu conhecia muito bem, continuando a música que eu havia começado. Abri os olhos e vi que Hay cantava para mim.

“One day you'll get sick of

Saying that everything's alright

And by then I'm sure I'll be pretending

Just like I am tonight

Please, don't get me wrong

Because I'll never let this go

But I can't find the words to tell you

I don't wanna be alone

But now I feel like I don't know you”

Cantamos o refrão juntos e quando terminei de tocar percebi que tínhamos tido a conversa que tanto precisávamos em uma música. Ambos não tínhamos, esse tempo todo, tido coragem de dizer tudo aquilo um ao outro, mas agora todas as palavras tinham sido ditas.

Por um momento ficamos ali parados encarando um ao outro. Um momento que pareceu não ter fim.

Eu nunca teria tido coragem de ir até Hay e fazer o que fiz, mas se eu não o fizesse naquela hora sei que não teria tempo para fazer de novo.

Me levantei, coloquei o violão de lado e me aproximei dela. Fiquei de joelhos à sua frente e, mesmo um pouco hesitante, peguei suas mãos e olhei no fundo de seus olhos. Ela tremia tanto quanto eu e agora nós dois chorávamos.

-H-Hay... eu... eu te amo – disse e mais lágrimas rolaram em meu rosto, e isso misturado a minha mente acelerada me davam uma visão turva de tudo à minha volta.

-Josh, eu... – ele tentou dizer, mas eu a interrompi com um beijo.

Eu não sentia mais o chão embaixo de mim. Esperei que ela me afastasse ou saísse dali correndo, mas tudo que Hay fez foi corresponder e me deixar pegá-la em meus braços novamente. Não foi um beijo longo, na verdade durou poucos segundos, mas foi o necessário para me fazer sentir a pessoa mais feliz do mundo. Meu corpo todo se arrepiava e fervia como se uma nova energia estivesse me enchendo. Minha mente viajava em todos os momentos mais lindos da minha vida – sendo que a maior parte deles era sobre Hay – mas nada se comparava ao que estava acontecendo naquele momento.

Quando, lentamente, afastei meu rosto do dela, pude ver um sorriso abrir-se em seu rosto e também sorri. Aqueles olhos, que no dia estavam extremamente verdes, me encaravam com aquele jeito de menina que sempre me faziam sentir o cara mais especial do mundo. Ninguém era mais importante do que ela naquele momento, e eu sabia que ninguém seria mais importante por muito tempo.

-Josh – ela falou ainda com o rosto próximo do meu – Eu te amo.

-Você não sabe como eu fico feliz em ouvir isso – disse sorrindo e levando minha mão ao seu rosto.

-Eu prometo que nunca mais vou te deixar minha pequena, nunca mais – eu disse com convicção.

-Eu acredito em você Josh, com todo o meu coração, eu acredito – ela respondeu e eu vi um brilho em seus olhos que a muito tempo a tinha deixado.

Beijei-a novamente e dessa vez ficamos assim por um bom tempo. Aquele com certeza era o dia mais feliz de minha vida. Eu me sentia eu de novo. Me sentia vivo.

P.O.V. Taylor

Os shows já iriam começar e eu estava com Harry na frente do primeiro palco. Só Liam e Dani tinham chegado, os outros ainda estavam espalhados por aí. Eu estava ansiosa para ver o Jeremy tocar, mas ao mesmo tempo não conseguia parar de pensar no garoto de olhos verdes e covinhas parado ao meu lado.

-Você parece ansiosa pra alguma coisa – Harry disse vendo a expressão meio agitada em meu rosto.

-É que... um amigo meu vai tocar hoje – respondi e no mesmo instante me arrependi de estar falado aquilo.

-Um amigo é?! Pelo seu olhar parece que ele é mais do que um amigo...

-Sim, ele é um amigo... – disse tentando desconversar – Na verdade a gente se conheceu a pouco tempo.

-Ah, entendi – ele disse e pude sentir uma ponta de ciúmes em seu tom, o que achei engraçado.

-E o que é isso agora, ciúmes?! – era meio estranho um garoto que eu nem conhecia muito bem ter ciúmes de mim, mas de certa forma eu me sentia especial ao vê-lo assim.

-Não não, eu não tenho... ciúmes de você – ele tentou se explicar mas acabou só se enrolando mais ainda.

-Harry, voc...

Tentei dizer mas fui interrompida por uma das cenas mais fofas que já tinha visto: Niall e Demi vinha caminhando de juntos lentamente enquanto trocavam olhares e risinhos fofos. Ele estava atrás dela e suas mãos a seguravam pela cintura, fazendo a cena ficar ainda mais mordível. Eu era um pouco ciumenta em relação ao Nini, mas era impossível não querer que aqueles dois ficassem juntos, eles eram o casal mais lindo que eu já tinha visto.

Eu realmente não sabia o que tinha acontecido com os dois, mas com certeza tinha sido mais do que uma conversa e uma volta pelo parque...

P.O.V. Demi

Depois que Lou, Nia, Harry e Taylor saíram e me deixaram sozinha com o Niall, nós decidimos ir dar uma volta no parque e conversar. Lógico que a essa altura a última coisa que eu queria era conversar, mas essa parte a gente ignora...

Chegamos a um lugar um pouco afastado da multidão de gente e nos sentamos em um banquinho embaixo de uma árvore.

-É tão bonito isso – Niall disse observando os diversos casais espalhados pelo parque, alguns sentados na grama, outros abraçados perto do palco.

-Isso o quê?

-O amor – ele respondeu e voltou seus olhos para mim – Sabe, como as pessoas são capazes de sentir algo tão puro e forte por outra muitas vezes totalmente diferente dela.

-É, é algo realmente impressionante – disse tentando evitar olhar em seus olhos que me fitavam persistentemente – Mas não sei se eu teria coragem de, sabe, me entregar desse jeito a alguém...

-Então você nunca se apaixonou?

-Bem, eu acho que... não – respondi meio insegura, porque eu realmente nunca tinha me apaixonado antes, mas isso não queria dizer que eu não estava agora.

-Pois eu já – ele disse se inclinando no banco e colocando os cotovelos na coxa, ainda me fitando – Na verdade eu temo ainda estar apaixonado...

-Ah é?! – disse com tom de surpresa – E eu poderia saber quem é a sortuda?

-É sério que você não sabe Demi? – ele falou como se fosse muito óbvio.

-Não, eu não sei Nini – respondi porque eu realmente não sabia.

-Eu gosto do jeito que você me chama de Nini – ele disse soltando um riso que me arrepiou toda.

-E por acaso tem outro jeito de dizer Nini?

-Não sei, é só que quando você diz fica melhor – ele falou e o olhar que ele me lançou me fez entender tudo. Nossa, como eu era lerda.

-Então, você vai ou não me dizer quem é a menina? – disse após me recuperar da sensação que tive ao descobrir que eu era a garota.

-Bem, eu acho que você já sabe – ele disse se aproximando mais de mim e me deixando arrepiada de novo.

-Eu não tenho certeza... – disse um pouco nervosa, mas decidida sobre o que fazer – Quem sabe se você mostrar pra mim?

Eu acho que nunca me senti mais nervosa, constrangida, nervosa, alegre e nervosa como naquele momento.

Quando Niall aproximou seu rosto do meu pude sentir cada parte do meu corpo sendo reavivada e fiquei totalmente fora de mim. Quando ele finalmente encontrou meus lábios com os seus, sério, senti como se meu coração fosse explodir. À medida que ele me aproximava mais de seu corpo eu ia sentindo o mundo ao meu redor se afastar e quando seus braços me envolveram eu não sabia mais em que universo estava, só sabia que ele estava ali, e isso era o suficiente.

Confesso que o beijo não durou muito tempo, mas pra mim pareceu uma eternidade. Quando nos separamos, Niall estava sorrindo mais do que o normal e eu provavelmente estava com a cara mais idiota do mundo. Mas nada disso importava.

Ficamos ali parados como bobos por um tempo, e se não fosse um alto-falante anunciar que os show iriam começar em meia hora.

-Bem... – Niall começou a falar e agradeci porque eu realmente não estava em condições de dizer nada. – Eu acho melhor... a gente ir pra frente do palco.

-É-é, vamos – respondi tentando acordar e prestar atenção no mundo ao meu redor.

-Então vamos – ele disse e nos levantamos para ir até lá.

Antes que eu pudesse afastar os pensamentos sobre ele que invadiam minha mente, Niall me puxou pra perto dele e me beijou novamente, dessa vez por mais tempo e com mais intensidade. Eu parecia estar voando, e com certeza era a melhor sensação que já tinha tido.

Quando ele enfim me soltou, começamos a caminhar em direção ao palco. Ele me segurava pela cintura e vinha andando atrás de mim. Eu não era a pessoa mais coordenada do mundo e, se não fosse pelo equilíbrio dele com certeza nós dois já teríamos ido para o chão.

Chegamos perto do palco, que já começava a lotar, e avistamos Harry, Taylor, Liam e Demi estavam parados esperando pelos shows que iriam começar. De início senti um pouco de vergonha por chegar daquele jeito com Niall, mas depois acabei deixando pra lá, já que de qualquer forma, parecia que era óbvio pra todo mundo sobre nós dois. Menos pra mim é claro.

-E aí casal fofura! Onde estavam?! – Harry gritou enquanto nos aproximávamos, o que não colaborou muito com o meu constrangimento e nervosismo.

-A gente... – Nial começou a responder mas foi interrompido por outro grito.

-AI MEU DEUS QUE COISA LINDA! – nós nos viramos e vimos Zayn e Anna caminhando em nossa direção, sendo que a segunda havia dado o grito – Nossa, vocês são muito fofos, me deu até vontade de chorar agora...

-Ei Anna, dá uma segurada por favor? Você está deixando a coitada constrangida – Dani disse e eu tinha certeza de que estava mais vermelha que um pimentão, porque, sei lá né, tinha um menino abraçado comigo na frente de todos os amigos dele que eu nem conhecia direito, sei lá, parece levemente constrangedor.

-Ah, desculpa Demi, eu... – ela tentou dizer meio constrangida – Mas quer saber?! Eu não to nem aí! Eu não tenho culpa se vocês ficam todos fofos aí me fazendo ter vontade de morder vocês!

-Érh... – tentei dizer, mas digamos que não deu muito certo – O-obrigado... eu acho.

-De nada minha linda, saiba que você arrumou um ótimo partido!

-ANNA! – Harry disse tentando repreender Anna.

-O que você quer também? – ele disse como se não tivesse feito nada de mais – E falar em morder, agora eu to com vontade de morder alguém... cadê o Lou?!

Nesse momento vimos Lou e Nia se aproximando de nós, e um pouco à direita de onde eles estavam Hayley seguia também ao nosso encontro. Lou e Nia pareciam bem animados, mas não pareciam um casal, eram mais como irmãos.

-LOOOOOOOOU!!! – Anna gritou e foi correndo em direção a ele.

-AHHHHHH – ele gritou quando ela praticamente o atropelou e mordeu seu ombro.

-Zayn, por acaso você deu chocolate pra essa menina?! – Lou perguntou ainda no chão enquanto Anna se levantava.

-Não que eu me lembre – ele respondeu dando os ombros e rindo da cena.

-Eu não comi chocolate ok! Só estava com vontade de morder alguém – ela se defendeu enquanto ajudava Lou a se levantar.

-E tinha que ME morder?!

-Ahh Lou, é que você é tão... fofinho – ela disse com uma cara de criança extremamente fofa.

-FOFINHO?! EU SOU GORDO, É ISSO?! – Lou disse inconformado num tom muito engraçado.

-Nãooo Lou, não foi isso... – ela tentou se desculpar.

-Esquece Anna, você feriu meus sentimentos, não quero papo – ele virou o rosto num movimento muito gay, que fez todos rirem.

-Tudo bem então, você que sabe – ela disse virando de costas pra ele – Mas pode esquecer aquela história da menina que eu ia arranjar pra você...

-Não não Aninha, por favor, eu te perdoo – ele disse correndo até ela e implorando quase de joelhos.

-Tudo bem, eu te aceito de volta seu viado.

Hayley já tinha se aproximado da gente e eu tinha quase certeza de que algo tinha acontecido, porque ela parecia realmente diferente, como quando... como quando ela e o Josh ainda estavam juntos.