Era um fim de tarde calmo, poucas pessoas caminhando pelas roupas e ainda estava claro. Eu estava caminhando sozinha sem saber aonde ir, pensei em falar com minha talvez ex-amiga, Kyoko, mas há muito não a via e ninguém disse nada sobre isso. Como aquela idiota se atrevia a sumir sem dizer nada, sem dar notícias e ainda diz ser minha melhor amiga. Não sei por que, mas acho que isso tem alguma coisa a ver com o Tsuruga Ren, há muito tempo também não vejo esse outro idiota.

Essa vida monótona e chata. Faz um tempo que não estou trabalhando em um novo papel, e não tenho nada pra fazer. Ultimamente tem sido sempre a mesma coisa, vou à LME, volto pra casa assistir tv, nunca muda, já estou cansada disso. Vou voltar pra casa, não tenho outro lugar pra ir mesmo.

Peguei um taxi, e a viagem pra casa foi bem rápida. Não moro mais com meus irmãos e seus filhos, agora moro sozinha, já faz um tempo. Entrei em casa, fiz algumas coisas, comi e tomei um banho, decidi dormir um pouco. Quando acordei já estava escuro.

Eu ia de caminho à casa do Tsuruga Ren, saber se a Kyoko tinha passado por lá ou se tinha pelo menos dito aonde ia e com quem ia, quando avisto um homem que já ouvi a Kyoko falar mal, ela estava sempre dizendo que ele é um demônio e outras coisas, não acredito muito nisso já que às vezes ela exagera demais. Parece que ele me conhece de algum lugar, porque ele está vindo em minha direção como se fossemos amigos de longa data.

– Você é a amiga da Kyoko, certo? - Falou como se fosse a coisa mais natural do mundo parar uma pessoa que você nem conhece pra perguntar se ela é amiga de outra.

Talvez eu devesse ignorar, esse cara parece ser um grande idiota, esse sorriso na cara dele não me parece nada bom. Ele tem alguma coisa estranha, acho que seria melhor eu sair correndo, mas eu sou corajosa demais, ou idiota demais.

– Talvez, por quê?

Hoho, parece que agora ele enlouqueceu de vez, ou a idiotice dele é maior do que eu imaginava, porque ele está sorrindo mais. Oh, droga, ele está me analisando como um louco. Acho que sair correndo seria uma boa ideia agora, mas por alguma razão acho que não vou conseguir.

– Você é bonita. – Ele é idiota? Aah, é sim.

– Que bom, não é?

Vamos lá, não estou com paciência pra conversar com pessoas idiotas, muito menos com esse cara que parece ser o rei da idiotice. Esse foi o pior gracejo que já ouvi em toda minha vida. Ele acha que não sei que sou linda?

– Ótimo. – Parece que ele está pensando em alguma coisa. – Qual é o seu nome mesmo?

Não acredito, essa demora toda só pra perguntar uma coisa tão simples, ele deveria pelo menos saber meu nome. Tá, não sou tão famosa ao ponto de todas as pessoas saberem meu nome, mas ele deveria saber. Não vou responder, o melhor que tenho a fazer é ir embora, esse tipo de idiota não merece atenção.

Fui andando rápido, correndo mesmo, ele é muito estranho, e percebi agora que não tem absolutamente ninguém na rua. Merda, merda, merda, mil vezes merda! Esse cara é perigoso, agora tenho certeza disso, porque porra ele tá me segurando?

– Porra, me solta!

~

E isso é só o que me lembro. Estou deitada numa cama que com certeza não é minha, me levanto e vou caminhando procurando por uma porta pra ir embora, mas agora que eu percebi que estou só usando minhas roupas intimas. Nada bom, nada bom. Pensei que talvez ele não fosse um cara tão mal assim, talvez eu tivesse apenas desmaiado e ele como boa pessoa que ir me trouxe até sua casa, mas não, eu não desmaiei e ele não é uma boa pessoa.

O filho da puta tá vindo pra cá, e esse sorriso malicioso dele não me deixa muito feliz, nem um pouco. Talvez fosse agora que eu devesse correr, mas não tem pra onde ir, isso com certeza não é bom. Agora ele está tirando as roupas, Santo Cristo, alguém, por favor, me ajude!

– Vou confessar que não achei que fosse virgem, mas eu chequei e – Pausa dramática, lindo, ele quer foder com minha vida mesmo e pelo jeito LITERALMENTE. – você me deixou bem feliz com isso, assim eu sinto mais prazer. Saber que vou ser o seu primeiro me deixa bastante excitado.

Fodeu, fodeu, fodeu, fodeu, fodeu, fodeu, fodeu, fodeu!

Não tem como eu fugir daqui, não tem ninguém pra me ajudar, e agora esse maluco tá falando sobre ser o meu primeiro. Eu não fui tão má assim, faz tempo que não faço nada ruim e nem maltratei alguém esses dias. Não entendo por que tinha que ser eu, não entendo mesmo. Cadê aquela idiota da Kyoko quando eu preciso dela?

Ele está apenas com uma cueca box e - meu Deus - eu não deveria está pensando nisso, mas ele é muito gostoso. Não importa, isso não importa, ele vai me estuprar. Ele quer minha virgindade, eu queria mantê-la um pouco mais, mas parece que não dá, tenho que ser forte.

– Cheirosa. – Ele disse enquanto cheirava e lambia meu pescoço.

Não preciso dizer que estou chorando, por que não tinha como não está. Eu não posso fazer nada, não sou tão forte quanto achei que fosse.


~


Cá estou eu falando com minha amiga Kyoko, que agora está grávida do Tsuruga Ren, eu sabia que o sumiço dela tinha alguma coisa relacionada a ele. Depois de três horas de uma longa conversa vou pra casa, não estou me sentindo muito bem.


Eu estou grávida de quatro meses, um mês depois que aquele cara me estuprou eu fiquei sabendo da gravidez, e como se isso já não fosse o bastante, eu ainda descubro que a minha gravidez é de risco. Não contei a ninguém sobre o que houve, por que esse tipo de coisa não iria pegar bem para uma atriz iniciante, tenho que aguentar sozinha. Eu não contei a ele sobre a gravidez, não quero aquilo perto de mim, ou do meu filho.

Demorou um bom tempo pra eu decidir se teria o bebê ou não, mas eu não poderia tirar uma vida, não tenho esse direito. Por enquanto não vou contar a ninguém sobre a gravidez, vou tentar aguentar tempo suficiente sozinha, vou dar um jeito.