Carla e os filhos ainda estavam na pracinha. Thiago e Angellina estavam brincando no escorrega quando Carla foi chamar eles para irem até a sorveteria.

Quando chegaram na sorveteria, Angellina e Thiago saíram correndo até o balcão de vidro, onde se podia ver os sorvetes dos mais diversos sabores.Carla foi fazer seus pedidos.

–Boa tarde, o que a senhor vai querer? – A atendente perguntava educadamente.

–Eu quero um de creme e um de morango no copinho. Também quero uma casquinha de... – Carla olhou pelo vidro, tentando escolher um sabor. -... flocos.

A mulher entregou os sorvetes para Carla e ela e os filhos foram se sentar em uma mesa. Eles estavam comendo e se divertindo. Thiago estava todo lambuzado.

–Mamãe, e o papai? – Angellina perguntava inocentemente enquanto comia um pouco do sorvete.

–O que tem ele filha?

–Por que ele não tá aqui?

–Porque ele tava dormindo, lembra? Você viu ele no sofá...

–Por que ele tá dormindo?

–Porque ele não dormiu de noite.

–E por que ele não dormiu de noite?

–Porque... – Carla não queria contar tudo pra filha, era nova demais para entender. – Chega de perguntas né meu amor? Vamos comer o sorvete se não derrete.

Carla e Angellina voltaram a comer, enquanto Thiago já estava quase acabando o seu. O celular de Carla tocou. Ela o pegou na bolsa e viu que a chamada era de Tomás. Suspirou e atendeu.

Alô. – Carla disse.

Até que enfim! Tava tentando te ligar á horas. Como é que você sai e me deixa aqui tran... – De repente, a voz de Tomás parou.

Alô? Tomás? – Carla olhou o celular e viu que a bateria tinha descarregado totalmente. “DROGA!”


–Mamãe, eu quero outro. Poooode? – Thiago perguntou manhoso.

–Seu estômago é um buraco sem fundo, hein? – Carla riu. – Okay, mas só mais um tá bom? Vamos lá... – Ela pegou na mão dele e eles foram até o balcão.

Thiago escolheu um sorvete de brigadeiro. Ele terminou de comer, Carla pagou e ela e os gêmeos foram pra casa.


***


Alice e Roberta já tinham chegado no prédio. Alice estacionou, pegou sua bolsa e saiu do carro. Roberta pegou Clarisse no colo e elas foram até a portaria e entraram no elevador. Elas foram para o apartamento de Alice. Chegando lá, elas viram que nem Pedro nem Matheus estavam em casa. Alice ligou para o celular de Pedro, mas ele tinha esquecido o celular no quarto deles. Roberta também ligou para Diego, mas o celular dele estava desligado. Alice estava interfonou para o porteiro e perguntou se ele tinha visto Pedro, Diego ou até mesmo Matheus e Rodrigo. O porteiro disse que viu eles irem para a piscina do prédio.

–E então, ele viu o Pedro ou o Diego? – Roberta estava vasculhando a geladeira da casa de Alice, procurando algum doce.

–Aham. Eles estão na piscina. - Alice se sentou no sofá e ligou a TV. – Eu não quero ir lá não. Você vai ir?

Roberta balançou a cabeça negativamente.

–Não to muito a fim de ir não. – Roberta se sentou ao lado ao lado de Alice e trouxe um pote com doce de leite e um pacote de biscoito. Ela melava o biscoito no doce e comia.

–Quer? – Roberta ofereceu.

–Não, obrigada. É muito doce junto. – Alice fez uma careta. – Prefiro um chocolate. – Alice deu uma risadinha e voltou a prestar atenção no filme que passava na TV.

–Eu gosto, principalmente do biscoito. – Roberta disse, rindo.


Clarisse estava brincando no quarto dela, vários brinquedos estavam espalhados pelo chão.

Alguém inseto voador pousou perto dela e ela viu. Clarisse deu um gritinho e saiu correndo para a sala onde estavam Alice e Roberta. Ela já fazia carinha de choro.

–Mamãe, o bicho. O bicho. – Ela dizia chorosa.

–Onde bebê? – Alice levantou e pegou Clarisse no colo. Ela envolveu os braços no pescoço de Alice.

–Quarto. – Clarisse apontava na direção do quarto dela.

Alice olhou para Roberta, que logo entendeu.

–Eu sabia que ia sobrar pra mim. Sabia. – Roberta levantou e foi para o quarto de Clarisse se livrar do tal “bicho”.


–Matou? – Alice perguntou assim que viu Roberta voltando pra sala.

–Aham. Aqui está o cadáver do coitadinho. – Roberta mostrou o pequeno inseto em sua mão. Alice deu um gritinho e Clarisse escondeu o rosto no pescoço da mãe, com medo.

–Roberta! Tira esse bicho daqui! – Roberta riu delas e foi jogar o bichinho fora.

–Sabe, eu até entendo a Clarisse ter medo desse bichinho, mas você Alice? Uma mulher adulta com medo de um bichinho inofensivo! – Roberta gargalhava.

–Não é medo, é nojo. – Roberta olhou pra ela e Alice suspirou. – Okay, um pouquinho de medo também... – Roberta agora ria mais.

–Qual a graça? – Diego falou enquanto entrou no apartamento de Pedro. Ele olhava para Alice e Roberta, confuso. Roberta cessou o riso, foi até Diego e lhe deu um selinho.

–A Alice, com medo de um mísero bichinho. – Roberta voltou a rir.

–Não tem graça Roberta. – Alice disse emburrada. Ela foi para o quarto dela e levou Clarisse.


–Você não tava na piscina com os garotos e o Pedro? Aconteceu alguma coisa? – Roberta perguntou.

–Não, na verdade, nós já estávamos saindo da piscina. Eu vim buscar roupões pro Rodrigo e pro Matheus.

–Ah, eu vou pegar os roupões pra você. – Roberta falou e foi pegar os roupões.

Ela voltou, entregou os roupões para Diego e deu um beijo rápido nele. Ele saiu e foi para a piscina, buscar os meninos. Roberta foi atrás de Alice, ver se ela tinha ficado chateada ou não.


–Alice. – Roberta chamava enquanto batia na porta do quarto dela.

–Entra. – Roberta abriu a porta e entrou.

Alice estava deitada na cama, mexendo no celular e Clarisse estava deitada ao seu lado, entretida vendo algum canal infantil na TV do quarto. Roberta sentou perto de Clarisse e do lado de Alice.

–Hey, você ficou chateada? – Roberta fazia carinho no cabelo dela, Alice fechou os olhos.

–Não. Só que é ruim ver uma pessoa rindo da sua cara, principalmente se for sua amiga.

–Desculpa neném. Prometo que vou tentar me controlar. – Alice riu e fez que ‘sim’ com a cabeça. Roberta deu um beijinho na testa dela e riu também.

–Tudo bem. Agora vamos levantar que os meninos já estão chegando.

***

Carla já havia chegado no prédio com os filhos. Foram para o elevador e pararam no andar de seu apartamento. Carla tentou abrir a porta, mas percebeu que estava trancada. Quando ela foi pegar sua chave na bolsa, percebeu que tinha trago a chave do Tomás e a chave dela, ou seja, ele ficou trancado a tarde toda. “Merda! Era por isso que ele tava nervoso no telefone...”

Carla abriu a porta e entrou com os filhos. Não viu Tomás.

Ela ouviu o barulho do chuveiro vindo do banheiro. Tomás estava tomando banho.

–Thiago, Angellina, vão brincar no quarto de vocês? Não sei, ver televisão... qualquer coisa. A mamãe vai conversar com o papai, ok? – Carla disse e deu um beijinho em cada um. Ele foram para o quarto deles.

Era inevitável, eles tinham que ter uma conversa, e não dava mais pra adiar.


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