Jornada aos Colossus

Capítulo XI - A Criatura Subterrânea


Seguindo o feixe de luz, que apontava para a direita da entrada do castelo, Wander chegou a um pequeno bosque repleto de árvores. Perdido por haver pouca iluminação, parou para descansar um pouco em um estranho monumento de pedra que lá havia.

Depois de certo tempo sentado, um lagarto negro apareceu subindo em sua perna. Surpreso, o jovem levantou para tirar o réptil de sua perna, sacudindo-a, e ao conseguir, atacou-o com sua espada. Wander acertou apenas o rabo do animal, o cortando fora. O lagarto fugiu de lá no mesmo instante.

Seu rabo era totalmente branco e brilhava na luz, chamando muito a atenção. Wander então prendeu a cauda em seu cinto, para caso fosse necessário mais tarde.

No topo do monumento batia um raio de luz do sol. Tendo em vista isso, Wander o escalou e usou sua espada para saber a localização exata de seu destino. Depois de descer do pequeno monumento, montado em seu cavalo, Wander achou a saída do bosque e chegou a um lugar desértico. À sua frente podia-se ver uma enorme montanha, que era onde sua espada apontava. Na parte da frente da montanha parecia ter uma construção semelhante a um templo grego, sendo que sua entrada era subterrânea.

Por haver grandes pedaços de pedra bloqueando o caminho, Wander teve que ingressar ao templo subterrâneo sem Agro, que foi deixado para trás em frente à entrada. Os corredores internos possuíam varias pedras que obstruíam um pouco o caminho, mas não foi uma grande dificuldade para Wander atravessá-los.

Ao fim do corredor, Wander se encontrou no segundo andar em uma enorme sala. Aquele lugar devia possuir uns 40 metros de altura.

Andando mais alguns passos, o garoto chegou à beira do segundo andar.

Estranho, não tem nenhum colosso aqui.

No primeiro andar havia três muros de pedra não muito altos e uma grande coluna no centro, que sustentava o local. Olhando diretamente para baixo, Wander viu que ele poderia descer até lá escalando para baixo a parede, que era cheia de detalhes onde poderia se segurar.

Chegando ao chão, a parede repentinamente começou a se abrir atrás de Wander, revelando ser uma enorme porta. Ouviu-se um berro monstruoso.

Esse colosso de novo?! — exclamou Wander, surpreso com a aparência do gigante.

Este é Barba, o Grande Monstro.

Barba era parecido com Valus, o primeiro colosso, mas era muito maior. Possuía a aparência de minotauro, mas a cor de seus pelos era clara e não tinha nenhuma arma de combate, diferente do primeiro que era de cor escura e tinha uma clava para atacar Wander. O colosso também tinha uma longa barba, o que diferenciava bastante dos outros colossos.

Saindo do lugar escuro onde estava, Barba sentiu um pouco de dor em seus olhos graças à iluminação do local, o que fez com que não percebesse Wander abaixo.

O jovem, sem ter nenhuma saída, correu para o muro que tinha à frente. Barba finalmente percebeu a presença do garoto e andou em direção a ele. Subindo no topo do pequeno muro, Wander olhou para trás e viu a enorme pata do colosso se aproximando, e antes que pudesse pular, ele e o muro foram atingidos pelo monstro.

Wander foi jogado na coluna de pedra que havia no centro do lugar. Antes que o jovem pudesse se recuperar, Barba já estava se aproximando novamente e estava prestes a esmagar Wander com seu enorme punho. Wander deu um pulo e, desviando do ataque, chegou ao segundo muro e o escalou.

Chegando ao outro lado, o jovem foi lançado com o impacto quando a criatura destruiu o muro que estava logo atrás dele. Levantando-se com certa dificuldade, Wander correu para a terceira e última mureta, e ao subi-la, percebeu desapontado que estava em um beco sem saída.

Droga, o que vou fazer agora? Esse será meu fim?

Então, antes que fosse atingido pelo colosso novamente, ele pulou e rolou para um pequeno esconderijo que havia na parede.

Barba se abaixou para procurar Wander, e tentou pegá-lo dentro do esconderijo, mas por possuir mãos muito grandes, não conseguia atravessar as pequenas pilastras que lá havia, impedindo que alcançasse o jovem. O colosso então começou a tentar quebrar as pilastras, tirando sua atenção central do jovem.

Wander saiu pelo outro lado do esconderijo e pulou na mão que o colosso estava usando para apoiar-se no chão. Percebendo isso, Barba levantou e sacudiu brutalmente sua mão e o jovem acabou a soltando. Ele correu de volta para o esconderijo e começou a flechar o colosso lá de dentro.

O colosso irritado abaixou novamente e bateu tão forte nas pilastras que sua mão conseguiu atravessá-las. Wander foi obrigado a desviar da mão de Barba para não ser pego.

Eu preciso fazer com que ele se distraia com algo, senão não vou conseguir subir nele. — disse Wander preocupado.

Logo se lembrou do rabo do lagarto que ele havia cortado enquanto estava no bosque. Tirou-o de seu cinto e lançou para fora do esconderijo, onde havia luz. Barba imediatamente parou e observou a cauda. Então em um piscar de olhos, Wander pulou em cima da mão do colosso e cravou-lhe a espada, imediatamente o monstro tirou a mão do esconderijo junto de Wander.

Com o colosso já de pé, o jovem pulou para sua barba e começou a escalá-la com dificuldade, pois o gigante não parava de sacudir sua cabeça. Ao perceber que Wander não cairia tão fácil assim, Barba tentou tirá-lo com sua o direita, mas mudou de ideia ao ter sido espetado pela espada do pequeno homem. Quando o jovem já estava alcançando o seu rosto, o gigante tentou bater nele com a mão aberta mas atingiu a si mesmo quando Wander desviou do ataque.

Aproveitando que o colosso estava atordoado, ele escalou até o topo de sua cabeça e deu-lhe a primeira estocada. Possuído pela dor, Barba sacudiu sua cabeça para trás e fez com que Wander se soltasse de sua espada presa no crânio do gigante e caísse em suas costas. Enquanto subia de volta à cabeça de Barba, Wander foi pego pela túnica pelo enorme gigante e levado até perto do rosto do mesmo. Antes de qualquer ação que Barba poderia ter feito, Wander pegou uma flecha e seu arco e atirou no meio da testa do colosso fazendo-o largar sua túnica.

Ao cair, Wander conseguiu se segurar na barba do colosso novamente e rapidamente voltou ao topo de sua cabeça e desprendeu sua espada apenas para cravá-la novamente. Antes que pudesse retirá-la mais uma vez, Wander viu a mão do gigante se aproximando para esmaga-lo em sua própria cabeça, e então saltou em direção ao chão. O impacto da mão de Barba na espada fez com que ela penetrasse mais profundamente em seu crânio, matando-o.

Wander viu a luz da vida do colosso fugir de seus olhos e transformarem-se nas sombras como aconteceu com os outros cinco colossos anteriores. Antes de cair, Barba estendeu sua mão para Wander, mas o que o alcançou foram as sombras, e então os dois ficaram imóveis no chão.

Ao chegar à aldeia, Lorde Emon sentiu os olhos de todos postos em si.

Onde está a feiticeira? — disse para ninguém em especial.

Um senhor parou de conversar com sua neta e se dirigiu a Emon.

Por que deseja falar com ela, senhor? — disse com um sorriso simpático.

É algo urgente, ajudaria muito se você me dissesse onde ela está.

Ela não vive mais na nossa aldeia, foi expulsa. Agora vive em uma cabana na floresta ao leste daqui.

A floresta é muito longe? — um dos guardas de Emon perguntou.

Não, no máximo duas horas a cavalo.

Teremos que ser mais rápidos que isso, pode ser tarde demais. — Emon exclamou.

Tarde para que? Eu poderia saber?

É algo além de sua compreensão, senhor. Obrigado pela informação. — e então o deixou ali e correu com seu cavalo em direção ao leste.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.