Jornada aos Colossus
Capitulo lll - O Altar
Algumas horas depois de ter desmaiado, Wander acordou com Agro do seu lado, que o estava empurrando, preocupado com o dono. Já era madrugada, e ele não sabia quanto tempo passou enquanto estava desacordado, então ele rapidamente subiu em Agro e cavalgou de volta para Helaryn. A vila estava quieta, geralmente ela é calma à noite, mas dessa vez não havia ruído algum.
Wander chegou próximo ao santuário, que estava bem iluminado àquela hora da noite, e desceu de seu cavalo. Ele tentou entrar, mas os guardas o impediram e mandaram-no ir para casa, e nessa fração de segundos ele viu que havia uma garota vestida de branco deitada no altar. Quando viu, a primeira coisa que veio em sua mente foi “Mataram a Mono”.
Abalado, Wander sentou-se no chão, e não conseguia acreditar que Mono tinha sido morta.
— O que você está fazendo aí no chão, garoto? Vá para casa. — disse um dos guardas, incomodado com Wander.
Wander se levanta e caminha de volta para onde estava Agro, até que se recorda de sua conversa com a família no jantar do dia anterior. Mono poderia ser ressuscitada. Então ele vai até sua casa pegar equipamentos e comida, e se depara com seu pai sentado fora de casa, preocupado com o filho, ele só pôde esperá-lo chegar por causa de sua doença. Wander chega até seu pai, que disse:
— Eu a vi sendo levada até o santuário, eu impediria se não fosse essa maldita doença. Eu sinto muito, filho...
Wander, mudando de assunto, falou:
— Pai, lembra-se daquela conversa que nós tivemos sobre um “Lugar Encantado” que Darine tinha comentado?
Yvrain olhou preocupado para o filho.
— Sim, eu lembro... — de repente entende o que Wander pretende fazer — Não seja tolo, meu filho! Se você for para aquele lugar, o amaldiçoado será você!
— Mono não estava amaldiçoada! Ela foi sacrificada injustamente! Eu trarei honra para a nossa família, não era isso que você queria? — disse irritado com o pai.
Yvrain, sem saber o que dizer e preocupado com o filho, levantou-se e foi para sua cama.
— Só espero que você saiba o que está fazendo. — sussurrou.
Wander entrou em casa, pegou suprimentos e um cobertor e voltou para o santuário.
Chegando lá, ele escalou a parede e entrou por uma das janelas. Ao entrar, ele olhou em volta para ver se tinha algum guarda perto, mas o santuário não era muito grande e só havia dois guardas do lado de fora a essa hora. Então Wander se aproximou do altar e olhou para a jovem garota sem vida.
— Me perdoe Mono, eu não consegui te salvar, mas eu vou ajeitar tudo, eu prometo. — disse segurando a mão da garota.
E então, Wander foi enrolá-la no cobertor que ele tinha pegado em casa, mas acidentalmente esbarrou no altar, derrubando uma espada que estava escondida atrás dele.
— Que barulho foi esse? — disse um dos guardas.
— Vou verificar.
O guarda entrou no santuário, procurando a fonte do barulho. Cansado e por não ter visto nada de estranho, ele voltou para fora.
— O que era?
— Não sei, não achei nada.
— Hmm. — murmurou suspeito.
Wander saiu de trás do altar, onde estava escondido, e ao pegar a espada, lembrou-se de quando Darine disse que era preciso de uma espada que Emon guardava no santuário. Seria essa a espada, ou era apenas uma espada qualquer usada para sacrifícios? Na dúvida ele a guardou. Após isso, ele enrolou Mono no cobertor e saiu pela janela, tomando cuidado com o corpo da garota.
Quando montou em seu cavalo com Mono, imediatamente saiu de Helaryn e seguiu seu caminho para a Terra Proibida. Mesmo sem saber ao certo aonde iria parar, Wander foi confiante para o seu destino.
Era madrugada, estava bem escuro, e Wander chegou a um lugar montanhoso, o qual só havia um caminho estreito que atravessava o abismo. Com isso, o jovem ficou apreensivo, mas animado, pois provavelmente esse deveria ser o caminho para o tal lugar proibido.
Amanhecendo, Lorde Emon foi para o santuário retirar o corpo de Mono do altar, mas ao entrar viu que o corpo não estava mais lá.
— Onde está o corpo?! — exclamou irritado.
— Não sabemos senhor, nada passou por nós à noite... — disse um dos guardas.
— Como assim não sabem? Vocês estão vendo algum corpo ali? Vão me dizer que desapareceu sem motivo?
— Quando ouvimos um barulho lá dentro o corpo ainda estava lá... E se o corpo desapareceu por ter quebrado a maldição?
— Que barulho? Isso é uma boa suposição, mas caso não seja esse o motivo, eu quero que achem esse corpo até o fim do dia!
— Um barulho estranho, mas não era nada. Sim senhor, procuraremos o corpo pela vila.
Lorde Emon, irritado, foi rezar no santuário para acalmar-se.
Depois de ter passado pelas montanhas, já com o céu clareado, Wander chegou em um campo aberto enorme e não sabia mais para que direção seguir.
Ele olhou em direção a uma floresta distante que havia no fim do campo e viu que existia um monumento gigante ao fundo e resolveu ir até lá, com suas últimas esperanças.
Umas horas depois, ele chega ao monumento. Era uma enorme muralha, nada poderia ultrapassá-la, a não ser por um estreito caminho que havia entre duas pilastras.
Wander resolve passar por lá e de repente surge um clarão forte que o cega por alguns segundos. Ao abrir os olhos novamente, ele olha em volta e diz surpreso:
— Finalmente... A Terra Proibida!
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