— É, gostei desta sua ideia, Rick. Mas antes de eu trazer qualquer coisa minha, você tem que reservar no seu closet um local para eu pôr as minhas roupas... Também preciso de gavetas.

— Excelente! Não vejo problema. Que tal a gente fazer isso amanhã, eihm, Kate? Amanhã é domingo, estaremos de folga e ficaremos sozinhos para fazer isso.

— Verdade! Eu tinha esquecido que a Alexis vai passar o domingo com os filhos da Lanie lá na casa deles... – Kate comentou, animada, ao lembrar de tal fato — E a Martha vai sair com as amigas.

Ágil, Caste deu um abraço em Kate e girou com ela pela cama, aprisionando-a de modo erótico — Quer dizer, então, que a senhora vem morar aqui comigo para o resto das nossas vidas. – ele deu um beijo apaixonado em Kate.

— Exatamente! E vou amar isso... – Kate gostou daquela brincadeira sensual e ficou excitada com os movimentos do corpo dele sobre o dela — E isto também e o Castle, obviamente, percebeu isso e continuou.

— Adoro quando você entra na mesma sintonia dos jogos eróticos, Kate. – Castle retirou a camisola curtinha que sua noiva usava e, muito rapidamente abocanhou um dos seios dela, apalpado o outro quase com ansiedade. Enquanto ele passava a língua, sugava e mordiscava um dos seios, ao mesmo tempo ele acariciava o mamilo do outro, friccionando o bico eriçado de um jeito que ela amava.

— Adoro isto, Amor. – Kate gemia de prazer enquanto acariciava e puxava os cabelos dele.

Deitado sobre o corpo de Kate, Castle alternava as carícias eróticas de um seio para o outro.

Kate adorava aquela sensação de quentura provocada pelas carícias e segurava a cabeça dele, apertando-a contra si.

Passados alguns minutos ela já não suportava mais a ansiedade de ser possuída por ele. – Eu te quero tanto, Rick. – Ela estava muito excitada e, com habilidade, conseguiu tirar sua calcinha e a cueca dele e passou a manipular o membro ereto dele, o direcionou para a entrada da sua região íntima — Eu te quero, Rick.

— Ainda não, amor... – ele a provocou, mesmo sabendo que a queria intensamente.

— Agora sim... – ela implorou — Eu preciso que você dentro de mim agora, Rick.

Sem parar de sugar os seios de sua noiva, Castle levou sua mão para a região íntima de Kate e a encontrou úmida, sinal de que estava mais excitada do que ele supunha e rapidamente a acariciou com os dedos, introduzindo inicialmente um e depois mais dois, movimentando-os com rapidez em investidas firmes e profundas. Ele amava proporcionar o máximo prazer em Kate.

Ela vibrava com as carícias eróticas recebidas e também com o que o seu próprio corpo e sua mente sentiam e pediam.

Kate gemia de prazer e fazia movimentos involuntários com suas ancas e com suas pernas de modo a facilitar o acesso do Castle.

O orgasmo dela aconteceu como uma corrente elétrica que atravessavam seu corpo. Suas partes íntimas pulsavam, sua carne tremia e sua boca estava seca.

Apesar do pouco tempo de convivência, Castle já sabia quando ela estava gozando, então substituiu os dedos por seu membro e, sem aviso prévio, a penetrou de uma só investida e esse movimento causou um frisson maravilhoso nos dois. Um forte tremor e um arrepio de prazer percorreu a alma deles devido a emoção ardente que sentiam.

Com o objetivo de potencializar o ato do amor, Castle aumentou o ritmo das suas investidas, tornando-as mais profundas, passando a atritar com mais intensidade a região externa do sexo dela a fim de dar-lhe mais prazer.

Além das palavras eróticas e sensuais que ambos diziam e dos gemidos que davam, as respirações altas e aceleradas deles faziam parte da trilha sonora natural da vida sexual deles.

O orgasmo chegou para premiá-los e ao sentir a intensidade do seu próprio gozo, Castle desabou sobre o corpo de Kate, que, ao invés de se queixar com o peso, adorou, pois, sentir o peso do corpo dele sobre o seu naquele momento era a prova de que não estava sonhando.

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Na manhã seguinte, após levar a Alexis até a casa da Lanie, Castle e Kate retornaram ao loft para começarem a tarefa de arrumação no closet.

O closet era imenso e havia armários, sob medida, nas três paredes, exceto na parede onde ficava a porta de acesso.

Na parede do fundo, com três metros de largura, havia uma imensa bancada de madeira com altura de um metro e, abaixo dela, ficava um gaveteiro com quinze gavetas idênticas. Acima da bancada, ficava uma estante com prateleiras.

Nas duas paredes laterais, os armários eram idênticos. No canto havia um espaço reservado para vestidos compridos. Depois, havia duas divisões horizontais. Na parte alta havia varão de uma ponta a outra, próprios para pendurar roupas. Um pouco mais abaixo, idem, e finalizava com duas carreiras de prateleiras altas, próprias para acondicionar botas e sapatos, pois estavam quase coladas ao chão.

— Sabe, Kate, nem todas as gavetas e prateleiras estão ocupadas e, da mesma forma, os varões, ou seja, temos espaço de sobra para você, mas vou aproveitar para descartar muitas peças de roupa que não uso há bastante tempo. Se estão sem uso é porque não estou precisando delas.

— Se você está dizendo... – Kate preferiu não opinar.

Muito rapidamente Castle foi selecionando as roupas, conservando as que ele realmente fazia uso e retirando aquelas que ele nunca mais tinha usado, dentre elas estavam calças, camisas e blusas.

As peças descartadas eram colocadas sob um grande pufe preto que ficava no centro do closet.

Quando a pilha de peças a descartar já estava grande, Kate sentiu como se estivesse forçando a barra e só aí decidiu dar sua opinião.

— Rick, será que você não iria preferir fazer isso sozinho? – Acanhada, Kate usava um tom de voz quase tímido — Acho que a minha presença está fazendo que você descarte mais roupas do que realmente queria... Além do que estou com a sensação de que estou invadindo a sua privacidade...

— Hey, mocinha! – Castle deixou de lado uma calça que analisava e foi até sua noiva e a abraçou — Lógico que eu não quero fazer isso sozinho. Eu preciso de você aqui comigo e não tem motivo nenhum para você sentir que está invadindo minha privacidade, até porque, quem gosta de invadir sou eu... – ele a imprensou contra a parede de modo erótico, pressionando seu quadris nos quadris dela — Eu adoro invadir..., mas, principalmente, a sua intimidade... E eu gosto muito de fazer isso, viu? – ele deu um beijo apaixonado na sua noiva e ela correspondeu.

— E eu adoro ser invadida por você, garanhão! – as carícias e os beijos continuavam até que Kate, com esforço, deu outra opinião — Mas se a gente interromper toda hora para fazer amor, acho que tão cedo terminamos essa arrumação, Rick.

— E quem está com pressa? – Castle sussurrou enquanto aumentava a pressão sobre o corpo de Kate.

— Quanto antes você liberar espaço no closet, mais rápido eu me mudarei para cá... – Kate murmurou, correspondendo às carícias eróticas.

— Você sempre com a razão... – Castle fingiu-se aborrecido, mas sorriu o fazer aquele comentário.

Beijaram-se mais uma vez, mas depois eles se afastaram e retornaram para a arrumação do armário.

— Mas será que você queria mesmo se desfazer de tanta roupa assim, Rick? – Kate foi até a pilha de roupas descartadas pelo noivo, tocando em algumas que tinha quase certeza que ele ainda usava.

— Ah, Kate, acho que não vale a pena você ficar tensa por conta disso, meu amor. – Castle chegou perto dela e, também tocou em algumas peças que estavam ali — São roupas que realmente eu não uso mais, no entanto, você está vendo, são todas boas e vão ser mais úteis para outras pessoas.

— Jura, amor?

— Acho que não preciso jurar, né, Kate, mas já que você insiste... Eu juro! – ele afirmou em um tom mais formal do que necessário, como se para dar ênfase ao juramento, e ela sorriu do jeito exagerado dele. Ela o achava maravilhoso!

— Você é um amor, Rick! – Kate foi até ele e deu um selinho, mas logo se concentrou na arrumação.

— Kate, óbvio que você já notou que estes dois armários são idênticos... – ele apontou para os dois armários laterais.

— Sim, eu notei.

— Então, eu quero deixar um somente para você e isso não vai ser difícil, pois eles não estavam cheios.

— Entendo... – Kate aquiesceu.

Sempre que Castle encontrava uma peça que lhe lembrava de alguma viagem ou de algo especial, ele parava para conversar sobre o assunto, desta forma, a arrumação não foi monótona, tampouco cansativa.

E assim, em menos de duas horas o armário onde seriam colocadas as roupas de Kate já estava completamente vazio e as roupas do Castle ficaram acondicionadas no outro em frente, com espaço suficiente para todas elas, sem que ficassem apertadas.

Castle pegou uma mala bem grande, onde dispôs todas as roupas que ele descartou, pois, como estavam em perfeito estado de uso e conservação, seriam doadas para pessoas menos favorecidas financeiramente. Em seguida, retirou a mala do closet e o local ficou impecável.

O casal se retirou do closet e, da porta, olhou o trabalho feito por eles.

— Perfeito! Realmente, você estava com razão, Rick.

— Bom saber... – ele brincou

— E quanto àquele gaveteiro imenso lá na parede do fundo do closet?

— E quanto ao gaveteiro... – Castle foi até o gaveteiro que ficava na parede do fundo do closet e abriu algumas das gavetas e constatou que não estavam em uso e a cada uma que abria, ele ia fazendo comentários — Vazia! Vazia! Vazia! Esta tem algumas coisas... Tem muitas vazias, mesmo assim vou examinar uma a uma para poder deixar a maior parte delas para você. Vou ocupar as gavetas apenas deste lado. – ele indicou o lado que ficava próximo ao seu armário. — Mas que tal pararmos agora para almoçar, eihm, Kate, e depois voltamos aqui para arrumar e organizar o gaveteiro, igual como fizemos com os armários.

— Não amor, ainda é cedo e acho melhor a gente continuar esta arrumação, aproveitando que estamos animados.

E assim foi feito.

Começaram, então, a organização das gavetas.

As gavetas eram abertas e esvaziadas uma a uma e as conversas seguiam no mesmo rumo. Ora eles riam, ora somente conversavam, até que algo chamou a atenção de Rick.

— Veja, Kate, deixa eu te mostrar uma coisa que até hoje faz parte de uma história muito bonita da minha juventude.

Ele segurava uma caixinha de joias.

Mesmo com a caixa fechada, Castle ficou a refletir sobre as cenas vivenciadas por ele e passou a falar com sua noiva sobre o objeto, como se fosse cenas de um filme.

— Acho que nunca vou me esquecer da fibra e do caráter daquela menina e também da doçura da voz e do olhar que aquela criança tinha. Pena que não consigo me recordar do nome dela, mas mesmo assim, não consigo me desfazer desta peça. – Castle parou um pouco e demonstrou que estava forçando a memória — Lembrei! O nome da menina era Kate! – ele ergueu as sobrancelhas — Hey, amor, a garotinha tinha seu nome, quer dizer, o nome eu não me lembro, mas você tem o mesmo apelido dela. – ele sorriu com a coincidência.

Kate devolveu-lhe o sorriso — Pelo visto esta arrumação vai demorar mais do que pensamos, mas estou adorando, principalmente quando você me conta os detalhes das coisas que você encontra. – Kate sorriu para o noivo — O que você encontrou agora, amor? E conte para mim sobre esta minha xará. – Kate estava curiosa.

— Veja, amor. Vou te contar tudo.

Castle abriu a caixinha e dentro dela estava uma corrente em ouro amarelo, estilo Piastrine, com um lindo e vistoso pendente.

Castle mostrou o conteúdo da caixinha para Kate.

Ao retirar a correntinha de dentro da caixa, Castle a segurou com todo cuidado, como se fosse uma peça rara e o pingente chamou a atenção de Kate. Era uma medalhinha, também em ouro, com a figura do Divino Espírito Santo em alto relevo.

— Não acredito! – Boquiaberta, Kate ficou pálida ao ver aquela joia. Muito lentamente e com muito cuidado, Kate a tirou das mãos do seu noivo, como se ao invés de ouro, aquela peça fosse de cristal.

Aquela reação de Kate chamou a atenção do Castle que ficou atento à expressão do rosto dela e só então percebeu como ela estava pálida.

— Kate, você está bem? – ele a segurou pelos ombros, como se quisesse ampará-la caso ela fosse desmaiar.

Ao invés de responder acerca do seu estado de saúde, Kate olhou fixamente para o rosto do seu noivo e falou algo que ele nunca imaginara ouvir dos lábios dela — Saint Anthony of Padua Educational Institute.

— Ãããnnhh!? – Castle não sabia o que pensar.

— Saint Anthony of Padua Educational Institute. – Kate repetiu com o mesmo tom de voz perplexo de antes.

Apesar da coincidência dela ter acertado o nome do seu colégio, Castle continuava sem entender o que acontecia e, amoroso, ele procurava explicações — Isso eu escutei, Kate, só não entendi o porquê de você ter falado o nome deste colégio, até porque nunca coment...

Ela o interrompeu para largar outra bomba — Eu estudei neste colégio, Rick! – Kate ainda segurava a corrente com a medalhinha e, naquele momento, a olhava alternadamente da peça para o seu noivo.

Ainda atônito, Castle buscava respostas — Você estudou no Saint Anthony of Pad...

— Sim, Rick, eu estudei no Saint Anthony of Padua Educational Institute a minha vida toda. Só saí de lá para a Faculdade de Medicina.

Vendo que Kate continuava pálida e agora estava trêmula, ele a carregou até o sofá da sala, onde também se sentou.

Castle também estava perplexo com aquela notícia. Muita coincidência e já estavam juntos há aproximadamente um ano e meio e nunca conversaram sobre assuntos de colégio.

Após acomodá-la no sofá, ele rapidamente pegou dois copos de água, um para ela e outro para ele, pois também estava tenso.

— Rick, toda a minha vida escolar foi no Saint Anthony of Padua Educational Institute. Eu frequentei os três pavilhões... – Kate falava pausadamente como se nem ela mesma estivesse acreditando no que estava acontecendo — O primeiro pavilhão era o de educação infantil, o segundo pavilhão era o do Ensino fundamental e o terceiro pavilhão era o do Ensino Médio. – Kate mordeu os lábios muito assustada com aquilo tudo. Ela olhava emocionada a medalhinha na sua mão e depois ergueu o rosto para encarar seu noivo e para sua surpresa, Kate fez uma revelação ainda mais bombástica — Rick, essa medalhinha é minha...

— Isso eu já percebi, amor... Meu Deus! Eu estou pasmo! Não tinha como você fazer referência ao colégio se você não conhecesse essa medalhinha. – carinhoso, ele acariciava os cabelos da noiva.

— Essa medalhinha é minha e eu a perdi quando eu tinha onze anos... Acho que ela caiu do meu pescoço por causa de uma discussão com um garoto insuportável bem mais velho do que eu. Ele me tirou do chão e me sacudiu muito... Ele não gostou porque eu desacatei a namorada dele, uma tal de Brenda Não Sei do Que... Nem me lembro mais do sobrenome dela... Ela era uma bobona e eu, apesar de ser bem mais nova, era muito mais esperta que ela... Então, como ele era grandão, se achou no direito de me agredir porque queria defender a namorada dele.

— Kate, eu...

Ele tentou interromper, mas ela não permitiu— Minha mãe me deu esta medalha, Rick, para me proteger contra todos os males. É uma medalha do Divino Espírito Santo. Ela se abre em duas partes, e dentro dela minha mãe colocou duas fotos, uma dela e outra do meu pai. – como que para comprovar o que acabara de falar, Kate abriu a medalhinha e lá estavam as fotos do Jim e da Johanna Beckett.

Não dava para saber quem estava mais embasbacado com a situação que se apresentava, se era Kate ou o Castle.

— Como esta minha joia de família foi parar nas suas mãos, Rick?

Ao invés de responder, ele fez uma pergunta para sua noiva — Então, você é aquela linda menininha de expressivos olhos verdes, com dois laços de fitas azuis que ornavam as duas lindas tranças?

Kate não falava nada, apenas assentia, calada e emocionada.

Castle continuou— Você era a menina linda e doce, ao mesmo tempo forte, destemida e independente que me disse que fazia Jus-Jitsu? E que mesmo em tão pouco tempo que eu a vi, deixou claro que não se intimidava caso algum colega do colégio a provocasse, mesmo que a criança fosse mais velha? Essa menina era você, Kate?

Ao ouvir aquela descrição de si mesma, Kate arregalou os olhos — Sim... Mas como você sabe de tudo isso? – Kate olhava atentamente para Rick e, como se tivesse feito uma regressão momentânea, ela tocou na face do noivo até que lhe vieram à mente o olhar do moço que a salvou — Meu Deus! O mesmo olhar... Os mesmos olhos azuis... Não pode ser... Ah, não... Seria muita coincidência... Você é... – Kate tentou falar, mas não conseguiu. Sua voz falhou e um nó na garganta se formou. Estava muito emocionada.

Eles se entreolharam e o brilho de emoção dos olhos de ambos era algo formidável.

Vendo-a pálida e trêmula, Castle a colocou no seu colo e a abraçou apertado até que ela se acalmasse. Ele também estava emocionado, mas tentava, ao máximo se controlar, pois, precisavam conversar sobre aquela grande coincidência.

Depois de um tempo, ele a afastou um pouco, apenas para que pudesse olhá-la nos olhos — Meu Deus! Kate, não é à toa que nós dois tínhamos a impressão de que nos conhecíamos... Quanto eu te vi pela primeira vez, Kate, você era uma criança com apenas onze aninhos e eu a reencontrei doze anos depois no consultório médico, já uma mulher. Agora eu vejo que o olhar e os traços são os mesmos, só que as feições infantis se transformaram nas feições de uma belíssima mulher. Os mesmos olhos...

Castle passava as pontas dos seus dedos no rosto de Kate, como se para memorizar os traços da face dela e ela fazia o mesmo com o rosto dele.

Ele interrompeu o que faziam e voltou a abraça-la e, mais uma vez, voltou a mirar os olhos verdes — Pois é, Kate, eu sou aquele rapaz que te libertou daquele baderneiro que te sacudia... Ele te provocou e te maltratou e eu o odiei por ter feito isso com uma criança.

— Agora eu me lembro de tudo, Rick... Está tudo voltando aos poucos... Está tudo fazendo sentido e é por isso que eu também tinha certeza que te conhecia, mas, claro, não me lembrava de onde, pois, apesar de naquela época você não ser mais uma criança como eu era, suas feições também mudaram, mas os traços marcantes continuam os mesmos, inclusive o seu olhar que não mudou nada... Sempre tão doce e amável. Ah, Rick, como eu te amo... Aliás... – ela que estava pálida, ficou rubra — Eu te amo desde aquela época.

— Ah, quer dizer, então, que...

— Sim, você foi o garoto por quem fui apaixonada...

— Deus! Eu fui o garoto por quem você era apaixonada... Uma paixão platônica... E por conta disso nunca quis um relacionamento sério com mais ninguém?

— Sim. Minha paixão platônica era pelo rapaz que me salvou. – Kate se afastou um pouco apenas para fazer uma ressalva importante — Mas não havia maldade... Era uma paixão infantil... Ainda não consigo acreditar que você era a minha paixão platônica, Rick. Meu Deus! Muita coincidência...

O beijo que se seguiu foi de amor e paixão.

— Quem diria que eu estaria aqui, no colo do meu herói... Minha paixão platônica... E que estamos apaixonados e noivos mesmo sem lembrar que já nos conhecíamos, eihm?

— Eu nunca esqueci aquela criança linda e doce, Kate. Eu fiquei encantado por ela. Só que ela agora é uma mulher... A mulher por quem eu sou completamente apaixonado. Minha mulher. Que coisa louca, né?

Beijaram-se novamente e a paixão e o amor estava sempre presente entre eles.

— E se nós não tivéssemos nos encontrado no hospital naquele dia, eihm, Kate? Será que iríamos nos encontrar depois? – Castle ficou curioso.

— Nem sei... E acho que nunca vamos saber, Rick.

— Tem razão, Kate.

Castle abriu novamente a medalhinha e apreciava as fotos dos sogros — As fotos do Jim e da Johanna aqui na medalhinha... Por isso que quando eu os vi lá na cabana, eu tive a impressão de já tê-los visto também... Acho que esse assunto vai render, viu... – ele comentou.

Ainda no colo do Castle, mas menos tensa, ela começou a falar — Por falar em casamento, Rick, você se lembra que naquele dia, quando eu era apenas uma menininha de onze anos, você me disse que eu era linda, forte, inteligente e corajosa e que se eu fosse oito, nove ou dez anos mais velha, você iria pedir aos seus pais para casar comigo?

— Eu já fiz isso, mocinha! – ele brincou e ergueu a mão dela onde um lindo anel de noivado ornava o dedo anelar dela — Mesmo sem saber que você era a menina das tranças, eu já cumpri a promessa.

— Coisas do destino. – ela deu um selinho nele.

— Não sei se eu fico assustado, satisfeito ou preocupado por você ter se apaixonado por mim desde aquela época.

— Você não teve culpa nenhuma, amor... Eu que fantasiei a situação. Se fosse com outra menina, talvez ela nem desse tanta importância assim ao fato... Eu que sou assim...

— E eu sou completamente apaixonado por você, mocinha, assim como você é.

— E eu sou louca por você, Rick... completamente apaixonada.

— Mas só para deixar claro, Kate, naquele dia eu não te importunei ou mesmo te toquei de modo impróprio. Você se lembra disso, não é? Nem falei nada inconveniente... Não sou nem nunca fui pedófilo... Aliás, abomino isso!

— Ah, Rick, claro que você não me importunou. – Ela o achava o homem mais correto que conhecera e deu-lhe um sorriso — Não existiu assédio, meu amor. – ela deu um selinho no noivo — Você se comportou como um cavalheiro e até hoje você é assim... Acho que foi por isso que eu me apaixonei naquela época e me apaixonei depois, com vinte e três anos.

— E naquele dia eu te falei sobre o pedido de casamento somente com a intenção de lhe devolver a sua autoestima. Apesar de não ter me lembrado de você lá no hospital, eu nunca me esqueci dos conselhos que eu dei àquela linda menininha. Sabe, Kate, meu coração ficou apertado quando, naquele dia no colégio, eu te vi triste e chateada por causa daquele garoto bagunceiro e da garota que era namorada dele. Eu me lembro que eu te falei que não queria te ver desanimada nem com tristeza naquele rostinho lindo... – Castle a olhou com amor — Até hoje é lindo!

— Eu me lembro disso... Você me chamou de “bonequinha” e disse que, como eu era uma criança, eu tinha que correr, brincar e sorrir e que eu não tinha que dar importância às provocações dos meninos chatos. Você disse que eu tinha que continuar estudando para um dia ir para a faculdade e até me perguntou o que eu queria ser quando crescesse.

— Eu lembro disso! – ele arqueou as sobrancelhas — Você falou que queria ser médica.

— Isso mesmo! Então você me disse que para eu ser uma boa médica eu teria que estudar muito. E no final você disse que algum dia nos encontraríamos em um hospital e até me chamou de Dra. Kate. Eu achei o máximo você ter me chamado de doutora. Nunca me esqueci disso...

— Está vendo como são as coisas, Dra. Katerine Beckett? Nossa história estava escrita, só faltava a gente arrumar um jeito de se reencontrar. Quando duas pessoas estão destinadas um ao outro, mesmo que seus caminhos se separem, a vida sempre dá um jeito de uni-las novamente.

— Pena que a Alexis teve de se machucar e sentir tanta dor para a gente se reencontrar, amor. – Kate comentou, lamentando que sua ruivinha sofreu.

— Uma pena mesmo, Kate.

— Ah, Rick, por falar na Alexis, no dia em que ela chegou lá na Emergência, acompanhada da Enfermeira do colégio, ela estava chorando muito por conta da dor no braço. Antes de encaminhá-la ao Raio-X eu a examinei. Eu logo descartei fratura, mas mesmo assim eu vi necessidade de fazer a radiografia. Ela chorava muito por vários motivos... Era dor, susto, medo e também porque estava em ambiente estranho com pessoas desconhecidas e por isso eu tinha que pensar em algo que fosse familiar a ela para que ela se acalmasse. E foi aí que eu vi o uniforme do colégio que ela usava e, na tentativa de fazê-la parar de chorar, pelo menos um pouquinho, eu comentei com ela que eu também havia estudado no Saint Anthony of Padua Educational Institute. Bingo! Acertei em cheio! Apesar de ela continuar com dor, assustada e com medo, ela se sentia mais confiante como se eu fosse da turminha dela, já que encontrara uma pessoa que estudara na mesma escola que ela. A gente conversou bastante sobre o colégio, sobre o pátio de recreação, sobre a biblioteca e outras coisas relacionadas ao colégio até ela se acalmar para que eu pudesse encaminhá-la para o setor de radiografia.

— Você nasceu mesmo para ser Médica Pediatra, Kate. Você tem muita paciência com as crianças.

— Sempre foi o meu sonho.

— A Alexis nunca me falou que você foi aluna do Saint Anthony of Padua Educational Institute...

— Acho que foram muitas emoções naquele dia para ela... Ela deve ter se esquecido, mas à noite vamos comentar sobre isso.

— Será que ela ainda se recordar?

— Vamos saber à noite. Mas ainda estou pasma com tudo isso... Eu e você nos reencontramos doze anos depois... Até parece enredo de história de amor... Acho que somente em livros ou em filme que isso acontece, porque na vida real, creio que seria impossível.

— Vou perguntar mais uma vez, Dra. Katherine Beckett... E se nós não tivéssemos nos encontrado no hospital há um ano e meio, eihm? E se tivéssemos nos encontrado em outra situação... Como, por exemplo, um elevador... Ou pior ainda, numa escada rolante... Enquanto você subia, eu descia e apenas trocássemos olhares... E se não tivesse acontecido a atração mútua?

— Ah, Rick, prefiro nem pensar nesta hipótese... Prefiro a nossa história, assim mesmo como está sendo escrita, onde a menina e o rapaz se reencontram doze anos depois, se apaixonam, se casam e têm lindos filhos e são felizes para sempre.

— Eu também prefiro esta nossa história, Kate.

— Com certeza! Essa nossa história, seguramente, nos levará para aquela parte “E eles viveram felizes para sempre”.

— Hey, mas e a parte dos “lindos filhos”? Olha, eu acho melhor a gente agilizar essa parte dos filhos agora, viu, Kate? – ele deu um selinho na sua noiva e começou a desabotoar o vestido que ela usava.

— Não, senhor! – ela o repreendeu de modo muito leve e divertido, dando tapinhas nas mãos dele e abotoou o botão — Nada de pular etapas... Ainda falta o casamento.

Espirituoso, ele simulou uma chateação que não sentia, fazendo birra — Então, mocinha, acho melhor marcarmos logo a data e o local do casamento.

— Concordo! Só que antes disso tudo, ainda temos que dispor minhas roupas no closet que, por sinal, ainda está uma bagunça por conta da arrumação do gaveteiro.

— Lá vem você com esse seu senso de organização, estragar a distração! – ele a abraçou apertado e sorriu ao caçoar da noiva e depois depositou um selinho nos lábios dela.

Após alguns segundos de risadas de felicidade, ele deu mais um selinho nela — Minha linda menininha de traças!

— Meu herói! Minha paixão platônica! – Kate era só sorrisos.

— Eu já te disse que meus sonhos se transformam em realidade...

Sorridentes e felizes com a nova descoberta, Kate e Castle se levantaram e, depois de um beijo rápido, foram finalizar a arrumação do gaveteiro no closet.

ೋ ✿ • ♡ •✿ ೋ

Continua...