Ao passar pela porta, Castle girou o corpo e ficou frente a frente com Kate e os olhares de ambos se cruzaram e não se desviaram.

Havia naqueles olhares uma corrente de paixão e desejo muito forte e a vontade dos dois era esquecer todos os medos e receios e ainda toda aquela história de ciúmes, dúvidas, mal-entendido. Queriam se jogar um nos braços do outro.

— Vou esperar ansioso o dia em que você vai me dizer que confia em mim. Sabe, Kate, espero que não seja muito tarde para te dizer que confio em você e me arrependo amargamente de não ter te procurado no dia em que te vi na cafeteria do hospital. – Castle anunciou com voz firme e, lentamente, ergueu sua mão direita até ela e faz um suave carinho no rosto dela. Kate espalmou sua própria mão sobre a mão que a acariciava.

Neste momento, Kate sentiu seu coração bater forte e fechou os olhos, dando um longo suspiro, como se estivesse se controlando para não cair em tentação e se jogar nos braços dele.

Apaixonado e morrendo de vontade de ficar com Kate, Castle notou que ela apreciava aquela carícia. Ele não perdeu um só detalhe da expressão do rosto dela e, aproveitando que ela estava receptiva, soltou o nó frouxo do cabelo dela e as madeixas caíram soltas pelos ombros da moça. Castle pegou uma mexa e a enrolou nos dedos de modo suave. Ele percebeu que aqueles carinhos fizeram os pelos dos braços de Kate se arrepiarem, sinal de que estava gostando. Desviou seus olhos para os seios dela e os encontrou igualmente eriçados sobre a fina malha da camiseta e esse detalhe muito importante era a certeza que ela o queria e que em breve ela iria telefonar para ele.

Castle não queria forçar a situação, pois queria que Kate agisse pela razão e não apenas pela emoção, então decidiu parar e retirou a mão dos cabelos dela.

— Kate... ele murmurou bem baixinho.

Kate abriu os olhos e o olhou de modo sonhador — Hããmm... – ela ficou sem saber o que falar, pois estava se deliciando com o toque dele.

Vendo-a tão vulnerável com os lábios entreabertos, com o jeito de quem queria ser beijada, Castle a segurou pelos ombros e, com carinho, mas sem a mesma suavidade de antes, a imprensou contra a soleira da porta e aproximou seu rosto ao dela e o hálito quente excitava a ambos.

Sem apresentar nenhuma resistência, Kate fechou os olhos e amoleceu o corpo, demonstrando gostar do jeito quente que Castle a tocava.

Castle roçou seus lábios no pescoço de Kate, fazendo trilhas eletrizantes com a ponta da língua, espalhando pequenos beijos e mordiscadas no lóbulo da orelha esquerda dela, deixando-a trêmula.

Estavam excitados e ansiosos por mais contato físico.

A mente dela mandava afastá-lo, mas o corpo e a paixão não permitiam.

Castle passou a afagar muito lentamente o pescoço, o rosto, os ombros, a clavícula e os cabelos de Kate, até que ela levantou os braços, espalmando suas mãos no peito dele, não com a intenção de afastá-lo, mas com a necessidade de tocá-lo e sentir o calor que emanava do corpo dele.

Esse gesto dela, o encorajou a continuar as carícias, tanto que arrastava os lábios molhados na face e no queixo dela até que com o seu próprio nariz tocou no nariz dela, fazendo com que ela enchesse o peito de ar. A ansiedade e a necessidade do toque dele era algo maravilhoso e esquentava seu peito.

A respiração deles estava pesada por conta da ansiedade.

Suaves gemidos que escaparam dos lábios dela confirmavam sua excitação. Neste momento, Castle pode perceber que Kate estava pronta para render-se, então, muito lentamente, afastou um pouquinho o seu rosto do dela e a viu entreabrir levemente os lábios, esperando o beijo. O beijo que, com certeza, era esperado por ambos há muito tempo.

Satisfeito com a reação da mente e do corpo de Kate, Castle retornou à orelha dela, deu mordiscadas e, com uma voz carregada de emoção, ele sussurrou — Vou esperar ansioso por sua ligação, moça. Mas não demore.

Dito isso, com o coração carregado de desejo e paixão reprimidos, ele se afastou.

Ao ouvir aquele aviso e sentir que ele se afastara, Kate abriu os olhos e tentou corrigir sua postura, dando um passo para trás, encabulada. Ela não conseguiu falar nada.

Castle piscou o olho direito na direção dela, como se estivesse dando um recado, enviou um sorriso discreto e sedutor e foi embora.

Parada sobre a soleira da porta do seu apartamento, mas ainda em estado de choque, Kate observou o corpo másculo caminhar na direção do elevador. Impossível não reparar que ele tinha um porte belíssimo e isso a deixou mais excitada, então fechou a porta e ao fazê-lo, encostou as costas nela e ficou a recordar a sensação maravilhosa de receber as carícias do Castle.

Kate cerrou os olhos ao repassar cada segundo daquela cena terna e ao mesmo tempo eletrizante que compartilharam. Ele tinha mãos másculas e grandes, uma língua quente, lábios macios e famintos...

Ao perceber que sua respiração ainda estava acelerada, seu coração querendo sair pela boca e seu corpo ansioso pelo toque dele, ela sabia que estava numa enrascada.

— Meu Deus! Que homem é esse? O que foi isso? – ela pensou alto. Ainda com o coração acelerado, o corpo todo arrepiado e as pernas trêmulas, ela respirou fundo para controlar a emoção e sorriu — Como é que você vai se sair dessa, eihm, Dra. Katherine Beckett?

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Continua...