Jessica Drew: A Mulher-Aranha
Uma nova vida
Chicago. Um belo lugar para se viver, apesar de a criminalidade ser bem alta. Estou aqui há 8 meses e quase fui assaltada 4 vezes. Por sorte, sei me defender. Aliás, sofri muitas modificações nos últimos 8 meses. A Mulher-Aranha 'morreu' após ser capturada pela HIDRA. Ainda possuo meus poderes, mas não costumo usá-los.
Pouquíssimas coisas sobreviveram da antiga Jessica Drew. Para começar, eu pintei meu cabelo - agora estou loira. Estou usando óculos de armação e sempre ando de cabelo amarrado. A mudança mais significativa, porém, é em meu nome. Por questões de segurança - e pedido feito pessoalmente por Nick Fury - não assumo mais o nome de Jessica Drew. Ou identifico-me como J. Drew, ou sou chamada de Miriam, meu segundo nome e o nome de minha mãe. A última opção é mais comum entre meus companheiros de estudo.
Eu estudo na Universidade de Chicago, em Hyde Park. Estudo economia, mas passo a maior parte do tempo estudando ciências biológicas. Entre números e dissecar animais, prefiro a segunda opção.
No momento, estou no campus lendo um livro de economia. Quer dizer, folheando. Às vezes me pergunto como Fury me convenceu a fazer este curso.
–Miriam! - Grita uma de minhas colegas de turma, Cassie, uma garota loira que possui a mesma idade que eu, 18 anos. - Você está estudando economia outra vez?
–Não, só folheando. - Digo sincera.
Sempre que a vejo, eu me lembro do arquivo da SHIELD sobre seu pai, Scott. Ele era um engenheiro muito competente, mas foi enganado por uns caras e acabou sendo preso. Fez um serviço para o Fury e ganhou uma nova chance. Eu e ela tornamo-nos muito próximas nos últimos meses e isso quase me faz contar todo meu passado, mas eu sempre evito. Eu sei que algum dia ela descobrirá.
–Que livro chato! - Reclamo, fechando-o - E aí, como você está?
–Estou bem. O professor, enfim, aceitou meu trabalho e elogiou bastante, mas vou ficar com 7 por conta do atraso.
–Não estava falando sobre isso. - Falei séria. Por conta dos acontecimentos recentes de Nova York, o pai de Cassie esteve gravemente ferido.
–Melhorando, Miriam. Meu pai ainda está em coma. Viver longe dele, após ele me prometer que jamais iria embora outra vez, é estranho.
–Desculpa, Cassie. Torço pela recuperação de seu pai.
–Tudo bem. - Ficamos em silêncio, mas não demorou muito até que Cassie volte a sorrir - Quer sorvete? Você paga.
–O quê? Você ofereceu, você paga! - Eu digo, sorrindo.
–Você estuda duas disciplinas ao mesmo tempo. Merece pagar um sorvete a mim.
–Não me convenceu, mas eu aceito o sorvete. - Pego meu livro e caminhamos até a sorveteria do campus. Ela me convenceu a pagar o sorvete.
Como não tenho mais aula hoje e está quase de noite, despeço-me dela e vou ao dormitório. Esta tem sido minha rotina nos últimos meses. Sem combate ao crime, sem ser sequestrada, sem desmaiar e, o mais importante, sem sonho maluco com o Alto Evolucionário. Melhor não pensar muito nele, senão os pesadelos retornarão.
Entro em meu quarto e pego algumas roupas. Em seguida, vou ao banheiro e tomo um banho. Infelizmente, apesar de existir milhões de coisas interessantes em meu quarto, não tenho um banheiro pessoal. Tenho que dividir com as outras mulheres da Universidade. E não há tempo ou espaço para trocar de roupa, pois outras 'centenas' estudantes querem usar o banheiro ao mesmo tempo. A solução que sempre faço é retornar ao meu quarto apenas de toalha e chinelo.
No entanto, hoje o banheiro está vazio. Não sei se é por causa da chegada da primavera ou se já está muito tarde para o banho, mas estou sozinha. Eu troco de roupa no banheiro e volto ao corredor rumo ao meu quarto.
Quando reentro em meu quarto, encontro uma coisa diferente em cima de minha cama. E isto causa um arrepio dentro de minha cabeça chamado sentido-aranha.
–Minha máscara? - Sussurro para mim mesma, pegando em cima de minha cama a minha antiga máscara dos tempos que eu era Mulher-Aranha.
–Você mudou muito nos últimos meses, Jessica. Quase não a reconheci.
–O que você quer aqui?
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