Jessica Drew: A Mulher-Aranha

Monstros de outra dimensão


Dentro de um dos Quinjets da SHIELD estávamos eu, aquela mulher advogada, Capitão América e Gavião Arqueiro. Não sabia ao certo qual caminho seguiríamos, mas não deve ser muito longe, ainda mais dentro do moderno Quinjet da SHIELD.

—Capitão - a voz eletrônica do Homem de Ferro soou no Quinjet em que estávamos - alguma coisa surgiu em Manhattan e no Queens. A polícia já está lá para conter a população.

—São Acéfalos - disse outra voz eletrônica, desta vez a do doutor Strange - seres da mesma dimensão que Dormammu. Ele libertou-os também e os portais estão concentrados nestes lugares.

—Strange, você e sua equipe vão para o Queens. Nós iremos para Manhattan. Feche o portal no Queens o mais rápido possível e depois venha até nós. Stark, diga ao Fury para que mande alguns agentes da SHIELD aos outros bairros. Duvido muito que tenham apenas dois portais abertos. - disse Capitão América cheio de liderança - Já conseguiu contato com o Quarteto Fantástico e os X-men?

—Sim, Capitão. Os X-men estão... - o Homem de Ferro não concluiu a mensagem, alguma coisa o interrompeu.

—Tony? Tony?! Responda! A ligação foi cortada! - disse a advogada - Sem comunicação com o Strange e os outros também.

—Deve haver interferência pelos portais. - eu sugeri. Ficou um silêncio constrangedor.

—Não importa. Logo teremos as comunicações normalizadas.

Durante o caminho, eu finalmente reconheci a advogada. É a Mulher-Hulk! É estranho pensar que uma mulher verde e forte seja uma advogada nos tempos livres, isto é, se ela tiver tempos livres. É interessante pensar também que ela possa voltar à sua forma humana, habilidade que o Ben não possui - já percebi isto.

No final do caminho, o Quinjet pareceu perder altitude. Depois fui entender que não perdíamos altitude, mas o Capitão estava apenas diminuindo a velocidade. Ele iria estacionar o transporte provavelmente em um dos imensos prédios daqui. Alguns minutos se passaram e ele desligou o motor.

—Muito bem, este é o plano: Mulher-Hulk e eu ficaremos no solo com os civis. Gavião, você dá cobertura cobertura de cima. Fique em outro prédio, este é muito perigoso., mas é importante você ficar de olho em tudo. E que tenha flechas o suficiente. - explicou o Capitão América enquanto vestia sua máscara e segurava seu escudo redondo.

Enquanto todos saíam, eu não sabia minha instrução. Ele não falou e eu não quis atrapalhar o raciocínio dele. A Mulher-Hulk, de repente, ficou verde e estava com seu maiô colorido. Porém, a roupa de advogada já era.

—Vamos, não podemos perder tempo.

—Ei, espera. E eu? O que faço? - os três olharam para mim com dúvida.

—Mulher-Aranha, você salvará os civis de fora do nosso perímetro. Ajude o máximo possível. Avante, Vingadores! - gritou Capitão América quando saltou do prédio com a Mulher-Hulk.

O Gavião Arqueiro se posicionou na beira do prédio para observar tudo. Eu? Saltei do prédio e comecei a me balançar pelos prédios. As ruas estavam um caos. Os carros estavam virados de cabeça para baixo e alguns até pegavam fogo. Haviam barreiras policiais e nenhum civil chegava perto da barreira. Menos mal.

Depois de um certo tempo balançando por aí, decidi descansar em um prédio. É cansativo balançar em círculos pelas ruas. Ainda mais quando não se encontra nada de interessante. Parece que a polícia está sabendo conter tudo.

Ou não.

Meu sentido-aranha disparou e eu ouvi uma explosão de longe. Vinha de alguns quarteirões à direita de onde eu estava. Fui pulando de prédio em prédio até lá.

Finalmente um pouco de ação. Saltei do último prédio e caí perto de onde saía fumaça. As pessoas estavam correndo desesperadas para longe da fumaça - óbvio. Puxei o braço e uma moça.

—O que está acontecendo?

—Um monstro de pedra! - ela gritou em meu ouvido e saiu correndo. Quase fiquei surda.

Acho que ela estava exagerando. Deve ser apenas o Ben querendo ajudar, mas está sofrendo preconceito. Eu passei pela fumaça, mas não via nada. Confiava em meu sentido-aranha, como sempre. A fumaça se dispersou e não via este tal monstro de pedra. Estava certa novamente. Pensei erradamente. Neste exato momento, meu sentido-aranha vibrou com força. Diferentemente de antes, nada ficou lento. Pelo contrário, senti um soco em minhas costas. Eu caí perto de um hidrante.

—Ai! - resmunguei. Eu abri os olhos e vi aquele monstro de pedra.

Era roxo, mais ou menos 2,50 metros de altura, não tinha olho, apenas um sinal vermelho no meio da cabeça. E agora entendi que não era mesmo o Ben. Arranquei o hidrante do chão e acertei-o, mas nada aconteceu. Atirei teias nos pés dele para atrasá-lo. Funcionou, mas não sei por quanto tempo.

Enquanto olhava para os lados e procurava algo para derrubá-lo permanentemente, meu sentido-aranha vibrou mais ainda. Do sinal da cabeça dele saiu um raio óptico vermelho. Veio em minha direção, mas saltei a tempo. Parei atrás dele e chutei-o. Ele ficou de joelhos e meu pé começou a doer. Pulei em cima dele e dei alguns socos em suas costas. Minhas mãos doíam e aquilo parecia não fazer efeito nele.

Meu sentido-aranha disparou novamente e ele começou a tremer. Eu continuei me segurando em suas costas e uma coisa bizarra aconteceu: aquele sinal que estava na frente foi parar na parte de trás da cabeça! E começou a ficar vermelho, ou seja, ele me atacaria. Saí de cima dele assim que o raio quase me acertou. Caí na calçada, ele ergueu um dos pés e ficou livre de minhas teias.

—Caramba! - exclamei.

O sinal sumiu de suas costas e voltou para a frente da cabeça. Já havia tentado de tudo possível por perto: hidrante, prendê-lo, bater em suas costas. Nada funcionava.

—Jéssica! - gritou uma voz do céu e aquilo me aliviou. Era o Johnny.

Ele voou em minha direção e ergueu o braço para me puxar. Segurei sua mão, mas não entendi sua intenção. Ele me levou até um prédio e tudo ficou claro: uma espécie de carro voador apareceu acima do monstro de pedra e atirou lasers nele. Ele foi destruído.

—Johnny! - exclamei ao seu lado. Abracei-o e o beijei. Ele retribuiu. Depois daquele momento, dei um leve soco no ombro dele. - Por que você não responde minhas ligações? Estava preocupada.

—Desculpa, em Subterrânea não pega celular. - eu sorri e o beijei novamente.

—Casal de pombinhos - disse uma voz grossa próxima a nós. Era o Ben - Namorem depois, o mundo tá cabando. Reed mandou cê entrar, oh fósforo.

Johnny olhou para mim com um pouco de desapontamento com aquela ordem.

—Ben, eu e Jéssica vamos ficar por essas áreas.

—Tá legal, cê que sabe.

Ben entrou no carro voador e decolou para o outro lado da cidade. Eu e Johnny descemos daquele prédio procuramos por mais daqueles monstros de pedra.