Kassiopi não deixava nada a desejar. Nem Corfu. E muito menos a Grécia. As praias com areias brancas e o mar com águas cristalinas, além da cultura encantadora e os belos lugares pra visitar. Robin tinha certeza que não poderia ter escolhido lugar melhor para passar a lua de mel. Observando o sol se por o loiro pensava no simples, porém adorável, restaurante que tinha reservado para aquela noite. Regina estava voltando da piscina, e o loiro viera na frente com o objetivo de entrar no banho, mas ainda não o havia feito, visto que estava concentrado na paisagem a sua frente.

Quando a porta do quarto bateu, o loiro se virou para encontrar a bela morena tirando os óculos de sol, levantando uma sobrancelha logo depois.

— Você ainda não foi tomar banho? – ela perguntou, fingindo indignação. – Por acaso, você está me trocando por essa paisagem, Robin?

— De onde você tirou essa idéia maluca? – ele perguntou, se fazendo de desentendido. Regina revirou os olhos, seguindo até o marido e circulando o pescoço dele com os braços, aproximando os lábios. – Eu jamais trocaria você por nada nesse mundo. – confessou, fazendo a morena sorrir. E com toda certeza, Robin não trocaria aquela mulher por nada. Apenas aquele sorriso, elusivo e gratificante, dava de dez a zero em toda aquela paisagem.

— É bom mesmo. – ela disse, selando os lábios nos dele. – Agora, por Deus, vá se arrumar! Já está escurecendo e eu nem estou pronta, e não agüento mais de curiosidade para ver em que lugar irá me levar hoje. – se afastou dele, dando um leve tapa na bunda do loiro e indicando a suíte.

— Não podemos tomar banho juntos? – Robin tentou.

— Na volta. – Regina respondeu e piscou para ele.

***

Robin não tinha duvidas de que Regina gostara do restaurante em que ele havia a levado. O brilho nos olhos dela com a decoração do lugar, com a mesa estratégica que o loiro havia conseguido, com a luz da lua iluminando o mar, e com certeza, com o vinho, que Regina havia bebido inúmeras taças. E era por esse motivo que o loiro segurava a esposa pela mão, e a mesma ria e o puxava em direção a praia, caminhando na beira do mar. Ela parecia uma criança feliz, e ele se sentia feliz também por vê-la assim. Por saber que ele a fazia se sentir assim.

Regina estava bêbada. Muito bêbada. E embora uma parte do loiro estivesse em alerta, uma outra parte se divertia em vê-la daquele jeito. Leve e descontraída. Falando coisas que ela nem se lembraria no outro dia.

Enquanto se afastavam cada vez mais das luzes do pequeno vilarejo, Regina saltitava, chutando a água e dando gritinhos e gargalhadas felizes, por vezes voltando-se para Robin e lhe roubando beijos.

Em uma parada súbita, a morena se virou para o marido, os olhos se estreitando em divertimento.

— Eu tive uma idéia... – ela começou, se aproximando dele, sensualmente. – Vamos nadar? – perguntou. – Sem roupa! – concluiu, já tentando se livrar do macacão que vestia, sendo impedida por Robin.

— Nem pensar, alguém pode nos ver. – ele disse, pegando-a pela cintura, puxando-a contra ele.

— Não tem ninguém aqui, seu chato!

— Regina, confia em mim. – ele pediu, e ela bufou.

— Mas eu quero nadar... – ela reclamou, fazendo beicinho.

— Com roupa. – ele completou a frase dela, sorrindo da cara emburrada que ela fez.

— Sem. – ela retrucou, erguendo as sobrancelhas maliciosamente.

— Deuses, mulher, você vai me enlouquecer. – ele disse, passando uma das mãos pelos cabelos. Regina aproveitou isso para escapar dos seus braços, correndo mar a dentro, pulando as ondas e jogando as mãos contra elas, fazendo voar água para todos os lados. O loiro correu atrás, preocupado que ela caísse.

Quando a alcançou, a mulher se agarrou a ele, rindo. Robin não a reprimiu, pelo contrário, aproveitando que o mar estava calmo, ele jogava água nela, e a mesma revidava. Quando as ondas vinham, a morena corria para perto do loiro, e eles trocavam calorosos beijos, que não passavam disso.

Cansada, Regina puxou Robin pela mão, e se sentou bem na beirinha da areia, fazendo com que a água ainda os alcançasse. O loiro sentou-se atrás dela, e a morena se ajeitou entre as pernas dele, se escorando no mesmo.

— Eu amo esse lugar. – ela falou.

— É lindo. – ele respondeu.

— E ótimo para se passar a lua de mel. Com um marido muito quente. – disse, erguendo as sobrancelhas e dando um gritinho quando uma onda quebrou e veio até eles. Robin sorriu contra o pescoço dela, passando a pontinha do nariz do ombro até a orelha de Regina.

— Um marido quente, é? – ele perguntou para ela. A morena se virou, encarando-o nos olhos.

— Sim. Você é quente. E eu sou fria. E você me derrete as vezes. Como o fogo que derrete o gelo. – ela explicou. – Faz sentido? – perguntou, rindo.

— Faz, Regina. Faz muito sentido. – ele respondeu, beijando-a.

Eles faziam muito sentido juntos. Essa era a verdade.

Brincando com as mãos da morena, o loiro ficou enchendo-a de beijos, até que ele sentiu a cabeça dela tombar contra o seu ombro, e então ele soube que era hora de levá-la para o hotel. Chamando-a com cuidado, o loiro observou a morena abrir os olhos novamente, e levantando-se Robin a pegou no colo, Regina escorando a cabeça no vão do pescoço dele.

— Não durma, eu tenho que dar banho em você quando chegarmos. – ele disse, depositando um beijo na bochecha dela enquanto caminhava.

— Não precisa. – ela respondeu, sonolenta.

— Se a Regina sóbria acordar cheia de areia grudada no corpo e no cabelo, ela vai ficar viúva, porque vai me matar. – ele brincou e sentiu o sorriso dela contra o seu pescoço.

— Eu vou avisar ela para mantê-lo vivo. – sussurrou, e Robin sabia que ela acabaria dormindo. Por isso ele apenas a carregou, logo chegando a parte iluminada da praia, e seguiu para o hotel.

— Robin? – a morena perguntou, quando o loiro a depositou na cama, já tomada banho.

— Sim, meu amor? – ele perguntou, deitando-se ao lado dela também.

— Você vai me amar mesmo depois com a ressaca? – indagou, olhando nos olhos azuis, as íris castanhas se enchendo de lágrimas.

— Eu vou amá-la para todo sempre, Regina. – ele respondeu, beijando a pontinha do nariz dela.

— Promete? – perguntou.

— Prometo. – respondeu ele, enchendo o rosto dela de beijos e a puxando mais para si.

— Nós podemos voltar para Kassiopi um dia? – Regina perguntou mais uma vez, a voz sonolenta e baixinha.

— Podemos voltar sempre que você quiser. – Robin respondeu, e a morena assentiu, fechando os olhos e expirando o cheiro do loiro, que só pregou os olhos quando teve certeza que ela estava dormindo e que estava bem.