It's All About Timing

Coelho da Páscoa


A gente nunca espera o que o futuro nos reserva. Ás vezes tentamos adivinhar, por mera curiosidade, mas nunca, nunca estamos realmente preparados para o que vamos encontrar lá na frente. Por muitas vezes Robin lembra de pensar no futuro, lembra de deduzir como ele seria e traçar planos. Por anos achou que seria feliz com Marian, mas o destino mostrou que não era esse o caminho que o tão famoso ladrão deveria trilhar. Então veio os anos de tristeza, onde a única luz e alegria que ele tinha estava naquele serzinho que veio ao mundo para fazê-lo seguir em frente. Roland era o motivo pelo qual ele acordava todos os dias. E quando achou que o amor nunca mais daria as caras para ele, seu caminho traçou o de uma Rainha, e então, Robin não conseguia imaginar um futuro em que ela e o seu filho não faziam parte.

Sentado no sofá, com a mulher em seus braços, o loiro pensava no quanto o destino brincara com eles. Nas idas e vindas. Encontros e desencontros. Nas vezes em que eles se perderam um do outro, mas nenhuma distância foi realmente grande para separá-los. Foi preciso passar por inúmeros obstáculos para poderem estar onde estavam agora, vivendo um momento baseado na mais simples tranquilidade e felicidade.

Regina acariciava com a ponta dos dedos a nuca do marido, num gesto simples, que já era rotineiro para ela. Um costume bobo, mas significativo. Os olhos castanhos tinham total atenção para o filme que passava na TV, enquanto os azuis tinham a atenção exclusivamente nela. Robin tinha total certeza de que jamais se cansaria de admirá-la.

Era um domingo a tarde, um dia chuvoso na pequena Storybrooke. Enquanto Roland acabou por se entregar a um cochilo logo depois do almoço, o casal decidiu por assistirem um filme. Na verdade o filme seria assistido por Regina, já que Robin passava a maior parte do tempo a admirando, encantando-se com as reações e expressões que o belo rosto da mulher transpareciam.

— Você está fazendo isso de novo. – Regina disse baixinho, fazendo o loiro sair de seus pensamentos e as íris azuis encontrarem-se com as castanhas.

— Fazendo o que? – Robin perguntou, fazendo ela revirar os olhos. Ele sabia exatamente ao que ela estava se referindo.

— Você não está prestando atenção em nada do filme, Robin. – respondeu a mulher, com uma falsa indignação.

— Isso é porque eu tenho uma visão muito melhor, meu amor.- Robin disse, fazendo ela desviar o olhar do dele, envergonhada. Robin achou graça, tocando delicadamente no queixo dela, fazendo novamente os olhares se encontrarem. – Você não pode me julgar, não tenho culpa se não consigo parar de admirar você.

— Você é impossível, ladrão. – Regina sussurrou, próxima aos lábios dele. Robin abriu um sorriso, tomando-lhe os lábios em um beijo casto. Separaram-se quando os pulmões reclamaram por ar, e Robin depositou diversos selinhos nos lábios de Regina. O momento se findou quando ouviram o barulho da porta da frente abrir, e logo Henry se encontrava no campo de visão do casal.

— Oi, mãe. Oi Robin. – o garoto cumprimentou, seguindo até Regina e lhe dando um beijo na bochecha.

— Oi querido, não sabia que vinha para cá hoje. – ela disse, saindo dos braços de Robin e se ajeitando no sofá, para que o garoto sentasse a seu lado. O envolveu em um abraço, aceito de bom grado pelo garoto. – Fiz torta de maçã, quer um pedaço? – perguntou, e sentiu Henry abrir um sorriso.

— Deixa que eu arrumo para ele. – Robin se ofereceu, beijando a testa de Regina e seguindo até a cozinha.

— O que houve, que resolveu voltar mais cedo? – perguntou.

— Neal estava chorando muito... e eu tenho lição para fazer... queria sua ajuda hoje, mãe. Tem problema? – Henry perguntou, e Regina sorriu, negando com a cabeça.

— Nem um pouco, vou adorar ajudar você. – ela disse, e ele depositou um beijo na bochecha dela. Logo Robin estava de volta com um pedaço da torta pra Henry e um copo de suco.

— Roland está aonde? – Henry perguntou, a boca já cheia com um pedaço da torta. Regina levantou a sobrancelha pra ele. – Desculpe. – disse, depois que terminou de engolir o alimento. Regina balançou a cabeça, deixando um sorriso escapar-lhe pelos lábios.

— Tirando um cochilo... – Robin respondeu, sentando-se perto dos dois.

— Temos que acordá-lo daqui a pouco... vi que vai passar Zootopia hoje. – Henry falou. Entretanto, antes que qualquer um dos adultos pudesse falar algo, o som de pés na escada pode ser ouvido... logo Roland adentrava a sala, a carinha amassada e as mãozinhas coçando os olhinhos.

— Henry! – ele exclamou feliz, assim que viu o garoto mais velho. – A Gina tinha me dito que você não vinha hoje...ufa!! Que bom que você veio. – disse, após dar um abraço apertado em Henry. Robin sorriu pra Regina, que encarava a cena encantada. Logo o canal da TV fora trocado para o que passaria Zootopia, e eles se arrumavam para o começo do filme.

— Posso sentar mais na frente, papa? – Roland perguntou e Robin concordou, entregando uma almofada que o garoto colocou no chão, mais próximo a TV. Henry fez o mesmo, enquanto o casal se arrumava no sofá. – Eu adoro esse filme!

— Mãe, você podia fazer pipoca né? – Henry pediu.

— Sim, Gina! Por favorzinho. – Roland pediu também, fazendo Regina sorrir.

— E tem algo que eu não faça por vocês dois? – Regina brincou – Doce ou salgada?

***

Regina se encontrava ajoelhada ao lado da banheira, ensaboando os cachos castanhos de Roland. O garoto tinha um dinossauro na mão, um olho semi-aberto e o outro fechado para evitar a entrada de shampoo nos olhos. Mesmo assim, aquele dinossauro não perdia sua atenção.

— Gina… – ele chamou a mulher, que agora tinha a ducha na mão, tirando delicadamente a espuma do cabelo do garoto.

— Feche os olhos bem forte, se não vai entrar espuma. – Regina disse, mas mesmo assim alguns segundos depois Roland começou a reclamar da ardência nos olhos.

— A toalha Gina, rápido! – pediu, apressado. Regina se permitiu soltar um riso, fazendo o garotinho ficar bravo. – Não ri de mim. – resmungou, fazendo um beicinho e esfregou o pano nos olhos assim que Regina o entregou.

— Passou, meu amor? – ela perguntou, quando mesmo depois de lhe devolver o pano o garoto continuar a esfregar os olhos.

— Arde um pouquinho ainda… mas vai passar, Gina. Obrigado! – Roland disse, sorrindo para a morena e voltando atenção para o seu dinossauro. A morena então pegou e recipiente de condicionador e colocou uma quantidade pequena na mão, logo depois espalhando pelas duas mãos e esfregando na cabeça de Roland.

— Gina, hoje a professora e meus colegas falaram sobre a Páscoa, e um coelhinho. Mas eu fiquei um pouco chateado, porque eu não sabia do que eles estavam falando. – o menino falou, e Regina sentiu a tristeza na voz dele. Ela rapidamente se sentiu mal por ter esquecido de comentar sobre isso tanto com Roland quanto com Robin. Mesmo que eles já estivessem a bastante tempo em Storybrooke, somente agora as coisas começaram a ficar normais. E ela esquecia que antes, na Floresta Encantada, seus dois garotos não tinham contato com essas datas festivas. Dando um sorriso pro menino, Regina falou.

— É mesmo meu amor, daqui a algumas semanas têm a Páscoa. A Gina vai explicar tudinho, mas primeiro vamos tirar esse condicionador e ensaboar esse corpinho? Se não você vai ficar com frio. – Roland concordou com a cabeça, fechando os olhos para que Regina lhe passasse a ducha pelos cabelos. Regina deixou um sorriso escapar quando o garoto inclinou a cabeça, para que nada caísse em seus olhos.

Roland havia conquistado uma parte enorme do coração de Regina, e ela o amava. Como se fosse seu. Ele estava sempre fazendo-a sorrir, sendo quando chegava em casa e vinha correndo para os seus braços, ou quando chegava o horário de dormir e ele implorava para ela colocá-lo na cama. Quando ela ia buscar ele na escola e o garoto implorava por uma bola de sorvete, enquanto contava exatamente cada detalhe do seu dia... E depois, quando deixava Regina ciente de tudo que havia aprontado na escola, ele olhava docemente para ela e perguntava sobre o dia dela também. Além do mais, o fato de o menino ser tão apegado a ela mostrava que, assim como Robin e Henry, Roland conhecia sua verdadeira essência, e a amava por ser exatamente quem ela era.

Quando Roland terminara o banho, Regina havia dado um tempo para que ele se divertisse um pouco mais com o dino, enquanto ela buscava o pijama e o perfume dele no quarto. Encontrou Robin no corredor, que enlaçou sua cintura e lhe roubou um beijo, o qual foi terminado apenas quando o ar se fez necessário.

— Isso tudo é saudade? - Regina perguntou, e aquele sorriso que Robin amava já se fazia presente nos lábios dela.

— É saudade, com um pinguinho de amor. – ele sussurrou contra os lábios dela, para depois distribuir inúmeros selinhos em sua boca. Regina esqueceu-se, momentaneamente, que Roland esperava por ela, e enlaçou os braços no pescoço de Robin, juntando sua testa na dele.

— Só um pinguinho? - fez um beicinho, que fez o loiro sorrir, inconformado com a forma que, mesmo depois de todos esse tempo, aquela mulher mexia com ele.

— Somente um pinguinho, porque o resto eu deixo pra depois que nosso filho estiver dormindo. – ele disse, fazendo Regina buscar seus olhos, os castanhos marejados. – O que foi?

— Você disse nosso filho. — ela sussurrou, emocionada. Era a primeira vez que Robin se referia a Roland como sendo deles. Embora a mulher soubesse que agora tinha um papel materno na vida do garoto, ouvir isso sair da boca do homem que amava a fez realmente ter certeza disso. Era tão importante para aquele menino quanto ele era pra ela.

— É porque ele é um pouquinho meu e um pouquinho seu. Acho que mais seu do que meu, já que ele ama a "Gina" e não troca um colo dela por nada. – ele disse, fazendo a mulher sorrir. – Você cuida dele com tanto amor, Regina. Carinho, dedicação. Em todos esses meses você tem me ajudado tanto com Roland, seria injusto achar que ele não é seu também. Eu amo e sou grato a você por ter acolhido meu filho como seu. Desde o começo.

— Ah Robin… – Regina ia começar, mas um sonoro "Gina! Você esqueceu de mim!" pode ser ouvido pelo casal, que sorriu e trocou um último beijo. – Depois conversamos, hm? Tenho outra coisa para te falar, também.

Saindo dos braços do loiro, Regina seguiu até o quarto de Roland, pegando o pijama em cima da cama e também o vidrinho de perfume.

Quando chegou no banheiro, o garotinho encarava as mãozinhas murchas.

— Gina, por que você demorou? Eu tô ficando murcho, de tanto banho. – Roland disse, fazendo biquinho. Regina gargalhou, pegando a toalha do menino e enrolando nele. Ajudou-o a sair da banheira e secou-lhe os cabelos, deixando para que o menino secasse seu próprio corpo. Depois, ajudou-o a vestir o pijama e passou-lhe o perfume na nuca. Roland abriu um largo sorriso.

— Tô cheiroso, não tô, mamãe? – disse, colocando a mão na boca assim que aquelas palavras saíram. As bochechas do menino ficaram vermelhas e se Roland não tivesse apenas cinco anos Regina acharia que ele e Robin estavam de complô contra ela. – Desculpa, Gina. Acho que estou acostumado com o Henry lhe chamando assim. Saiu sem querer querendo. – ele disse, abaixando os olhos, fazendo a mulher sorrir, os olhos marejados.

— Não tem problema, querido. Você pode me chamar assim sempre que quiser. Eu vou adorar. – ela disse, erguendo o rostinho do menino para que ele a olhasse.

— De verdade, Gina? Vai ficar felizona? – ele perguntou, sorrindo timidamente. – Minha mamãe no céu não vai ficar brava comigo? – perguntou, o sorriso sumindo de repente.

— Oh, meu amor. – Regina puxou Roland para os seus braços, levantando com ele e seguindo até o quarto. – Marian jamais vai ficar brava com você. Tenho certeza que ela te ama muito, e se é assim que você quer me chamar de agora em diante, ela vai entender, hm? Ela sabe que eu amo você como se fosse meu. – Regina explicou, mas o menino a olhou de cenho franzido.

— Mas eu sou seu, Gina! – ele falou convicto, fazendo a mais bela gargalhada sair da boca de Regina.

— Eu amo você, Roland. E se você quiser me chamar de mãe, e isso te deixar feliz, então não vai ter nenhum problema pra mim, e tenho certeza que nem pra Marian, ok?

— Ok. – respondeu, ainda pensativo. – Você vai ficar feliz se eu te chamar assim?

— Tão feliz que a cada vez que você falar isso pra mim eu sou capaz de te encher de beijos. – Regina falou e Roland riu.

— Então agora você é a minha mamãe. Mamãe Gina. – disse, e como prometido Regina o encheu de beijos, fazendo as gargalhadas do menino soarem pelo quarto.

Robin, que havia testemunhado a parte final da conversa se encontrava emocionado na porta do quarto, mas saiu furtivamente, para não atrapalhar aquele momento.

Depois que o ataque de beijos passou, Roland se aconchegou no colo de Regina.

— Você vai me falar sobre o coelhinho da Páscoa agora, mamãe? – perguntou.

Regina concordou com a cabeça, ainda sentindo-se emocionada com o pronome saindo da boca de Roland. Ela respirou fundo e explicou para Roland sobre como ali, diferente da Floresta Encantada, as pessoas tinham crenças e comemorações.

Explicou que assim como havia o Natal e o Papai Noel, havia também a Páscoa e seu coelhinho. Falou de como o coelho trazia para as crianças que se comportavam doces e mais doces, e que o domingo de Páscoa era um dia para se passar em família, para sentir o coração se encher de amor e esperança. O menino a ouviu atentamente, sorrindo na parte dos doces. Eles conversaram um pouquinho mais, Regina respondendo a todas as dúvidas de Roland. Quando Robin enfim lhes chamou para jantar, os dois desceram as escadas de mãos dadas, um Roland saltitante e realizado. Assim que viu Henry sentado com o pai na mesa, Roland correu até o menino.

— Henry! O coelhinho da Páscoa vai vir nos dar doces! E a Gina agora é minha mamãe também!

Algumas semanas depois...

Descendo as escadas, Robin se dirigiu até o escritório de Regina. Encontrou a mulher em cima de uma cadeira, mexendo em um dos armários.

— Cuidado para não cair, Regina. – ele disse, com calma, para a mulher não se assustar.

— Se eu cair você me segura, ué. – ela respondeu irônica. Robin foi mais pra perto dela, realmente preocupado com a ideia de seu amor levar um tombo.

Quando ela enfim conseguiu alcançar as sacolas no fundo do armário, entregou-as para Robin, que as colocou em cima da mesa e voltou-se para a mulher. Colocando as mãos na cintura dela, Robin ajudou-a a descer.

— Obrigado meu amor. – ela respondeu, depositando um selinho nos lábios dele. – Eles dormiram? – perguntou, se referindo a Henry e Roland.

— Roland sim… depois de conseguir acalmar um pouco a ansiedade daquele corpinho. Henry está lendo no quarto, duvido que vá levantar.

— Ótimo! – sorriu. – Temos duas cestas pra montar e pegadas para espalhar.

Na mesma noite em que Regina contou a Roland o que era a Páscoa, ela também explicou para Robin. Disse que queria que Roland tivesse uma primeira Páscoa perfeita, afinal, o garoto era um doce com todos e muito obediente. Regina deu a ideia de comprar os chocolates e doces e montar uma cesta para cada um dos filhos, e Robin imaginou que seria perfeito se eles conseguissem recriar as pegadas do Coelhinho da Páscoa. Embora Henry já fosse grande e soubesse que não existia necessariamente um coelho, Roland ia começar a ter essa crença agora e ambos os pais queriam que tudo saísse perfeito.

Agora o casal estava ali, distribuindo os doces nas cestas e recortando os adesivos das patas do coelho. Assim que terminou de montar as duas cestas, Robin seguiu até Regina que fazia os recortes concentrada. Os óculos de grau enfeitavam o belo rosto da morena, e Robin só soube amá-la mais.

— Eu já disse o quão encantadora você fica com esse óculos? – ele perguntou, no pé do ouvido dela, fazendo a morena suspirar com a aproximação.

— Em todos os momentos que me vê com ele. – sorriu, fazendo Robin sorrir também. O homem depositou inúmeros beijos no pescoço de Regina, e a morena se escorou no corpo forte, aproveitando o carinho. As patas do coelho e a tesoura agora já largadas sobre a mesa. – Temos que terminar isso meu amor. – arrumou forças pra dizer, mas mesmo assim virou-se para Robin.

— Posso namorar você só um pouquinho? – o ladrão perguntou, próximo aos lábios dela.

— Só um pouquinho. – ela respondeu, porque não sabia onde arrumar forças para negar isso ao seu amor. Robin puxou ela para si, tomando-lhe os lábios. Eles trocaram inúmeros beijos, e Robin alternou diversas vezes entre os lábios da esposa e seu pescoço. Entretanto, Regina sabia que eles deviam aproveitar que Roland estava dormindo e arrumar as pegadas logo, antes que o menino acordasse ansioso para ver se o coelho havia passado na casa dele.

— Robin, temos realmente que fazer isso logo. – a morena falou, separando os lábios dos de Robin, as mãos delicadas sobre a barba por fazer. O loiro assentiu, roubando-lhe mais um beijo e colocando um bom espaço entre seus corpos. Regina sorriu, virando-se para a mesa e pegando a tesoura, Robin se dirigiu até a gaveta pegando uma tesoura também. Sentou-se na cadeira e não resistindo chamou Regina para o seu colo, que depois de confirmar que eles realmente iriam se concentrar, seguiu até o loiro.

— Eu costumava fazer isso para Henry antes de ele ir atrás da Emma... – Regina confessou, e Robin olhou para ela, esperando que ela continuasse. – Eu adorava ver os olhinhos dele brilhando sempre que essa época do ano começava... ele é um garoto tão esperto, sempre que eu estava distraída tentava encontrar o lugar onde eu deixava os doces... – ela riu, os olhos brilhando. Robin depositou um carinhoso beijo na bochecha da mulher. – Por tanto tempo achei que não teria isso de novo, sabe? Ele só sabia pensar na Emma e eu quase perdi as esperanças que ele enxergasse algo bom em mim de novo. – confessou.

— Meu coração fica apertado por saber tudo que você passou depois da maldição ser quebrada. Queria poder ter estado com você. – Robin disse, e Regina encarou os olhos azuis. – Henry ficou perdido com tudo que estava acontecendo, ele ama você tanto, Regina. Tem orgulho de você.

— Você não existe, sabia Robin? – ela confessou, virando-se totalmente para ele, deixando a tesoura em cima da mesa ela pegou o rosto do ladrão nas mãos. – Como pode sempre ver um lado bom em mim?

— Ora, eu vejo porque ele existe. Está nos teus olhos. Esse brilho e carinho sempre que fala de Henry e Roland. Você é a mulher mais incrível do mundo, Regina. Nada vai me fazer pensar ao contrário. – ele falou, limpando a lágrima que fez caminho pelo rosto de Regina. – Não chora, meu amor. O passado fica no passado, eu e os meninos vamos fazer de tudo para te apagar essas memórias...

— Eu amo você. – ela disse, porque sentia que nada mais poderia expressar o quanto era grata pelo homem que tinha ao seu lado todos os dias. Regina beijou-lhe a ponta do nariz, e logo depois depositou um delicado beijo em seus lábios. Robin puxou-a para mais perto, e embora quisessem realmente terminar a surpresa para os meninos, sabiam que com tudo que estavam sentindo, a tarefa ficaria para outro momento da madrugada. Pois naquele instante, a única coisa que Robin queria era amar Regina e mostrar tudo o que ele sentia em meio a gestos.

***

Na manha seguinte, por incrível que pareça, o casal acordou primeiro que Roland e Henry, e depois de levantarem e trocarem de roupa, cada um seguiu para um quarto, a fim de acordar os meninos.

Regina foi para o quarto de Henry, e não foi tão difícil tirar o menino da cama.

— Bom dia, meu príncipe. – Regina falou, acariciando os cabelos do filho. – Feliz Páscoa!

— Feliz Páscoa, mamãe. – Henry desejou também, e Regina beijou-lhe a testa.

— Levante que acho que o coelhinho passou por aqui. – ela brincou, fazendo o adolescente rir e revirar os olhos.

— Roland já viu que ele passou aqui? Não quero perder esse momento. – falou e Regina riu.

— Robin foi acordá-lo, então sugiro que o senhor se levante para irmos ver o que os dois estão aprontando. – sugeriu, e o jovem concordou.

Assim que saíram do quarto, Henry sorriu com as pegadas de coelho que lotavam o corredor e iam em direção a escada.

— Você sabia que é uma mãe sensacional? – ele perguntou baixinho, no ouvido de Regina, fazendo os olhos da mulher marejarem.

— Somente porque tenho filhos sensacionais. – Regina respondeu, e o jovem depositou um carinhoso beijo na bochecha dela.

Logo a porta do quarto de Roland abriu, e o garotinho saiu pela mesma ainda de pijama, as mãozinhas na frente da boca. Ele não sabia se ria ou pulava, e numa animação sem tamanho fez os dois, olhando para Regina e correndo até ela.

— Gina! O coelhinho esteve aqui! – ele disse, pulando nos braços da mulher.

— Parece que sim, Roland. Será que ele deixou algo? – ela perguntou, encarando os olhos castanhos que brilhavam em expectativa. – Vamos ver? Acho que temos que seguir essas pegadas.

— Sim! – Roland exclamou, descendo do colo dela e seguindo as pegadas no chão.

— Você também, querido. – Regina disse para Henry, que sorriu pra ela e desceu as escadas atrás do irmão. Robin sorriu para Regina, depositando um selinho em seus lábios e enlaçando a mão na dela, os dois seguindo os filhos até o andar de baixo.

As pegadas levaram até a sala e quando os olhos de Roland avistaram a mesa de centro contendo duas cestas enormes de chocolate e outra cesta menor, ele não conseguiu mais controlar a empolgação. Henry estava logo atrás dele e sorriu também, lembrando-se de seus tempos de criança.

— Henry! Um montão de chocolate! – o mais novo exclamou, e olhou para os pais na porta. – Ele veio mesmo, mamãe! – falou, e Regina confirmou com a cabeça.

— É porque você é uma criança incrível, querido. Uma ele deve ter deixado para você e a outra para Henry. – a morena disse, se aproximando dos filhos. Henry se ajoelhara do lado de Roland, e o menino encarava o presente de Páscoa maravilhado.

— E parece que o coelhinho deixou uma cesta para a melhor mãe do mundo, também. – Henry falou alto, apontado para a terceira cesta, que havia passado despercebida para Regina. A morena arqueou a sobrancelha, virando-se para trás e encarando o ladrão que agora se aproximava dos três.

— Feliz Páscoa! – ele desejou, depositando um delicado beijo em sua boca. Regina sorriu, emocionada.

— Feliz Páscoa, meu amor! – desejou de volta, voltando o olhar para os filhos.

— Já posso comer um chocolate, mamãe? – Roland perguntou, fazendo os adultos rirem.

— Só um, porque nem tomamos café ainda. – Regina disse, apertando o nariz do pequeno que sorriu. Afinal era Páscoa, e ela não iria negar esse pedido ao garoto. Ajudando-o a abrir a cesta, ela deixou que ele escolhesse um ovo de chocolate pequeno, e logo o menino estava lambuzado de chocolate por todo o rosto. Roland pulou no colo de Regina, depositando um beijo melado em seu rosto e sussurrou:

— Feliz Páscoa, mamãe. Eu amo você.