It's All About Timing

Aquele do dia dos namorados.


Era um daqueles dias amenos de inverno, em que não era preciso correr para dentro de casa para fugir do frio. Enquanto a Ford Edge fazia seu caminho pelas ruas de Crowley Cornes, Regina observava o movimento daquele fim de tarde, desviando sua atenção uma vez ou outra para a menina sentada na cadeirinha, perdida e interessada demais nas paisagens do lado de fora.

Olívia tinha duas chiquinhas, uma em cada lado da cabeça. As duas estavam desmaiadas, resultado de um dia todo de escola. As bochechas coradas da menina evidenciavam que ela tinha corrido bastante, e o cheirinho de suor que Regina sentiu quando a filha correu para os seus braços apenas confirmava aquilo.

Na rádio do carro começou a tocar Achy Breaky Heart e os olhinhos de Olívia se arregalaram de animação.

"Mamãe, aumenta o volume!" pediu animada e bateu as mãozinhas, fazendo Regina sorrir. A morena levou uma das mãos ao aparelho e aumentou o som, sorrindo da alma caipira que sua menininha tinha.

O resto do caminho foi um verdadeiro show de talentos, estrelado por Olívia. Regina não conseguia entender de onde a filha tirava tanta energia.

Com a chegada do dia dos namorados, Regina teve dificuldade para encontrar uma vaga para o carro no estacionamento do Wildflowers. Robin passara as últimas semanas chegando em casa mais tarde, porque a procura de hospedagem e pacotes de viagem haviam aumentado de forma considerável.

O homem sempre chegava esgotado em casa, e o fato de muitas vezes encontrar Olívia dormindo e a esposa sonolenta não contribuíam para que ele relaxasse. Robin odiava perder tempo com elas, e foi por saber disso que Regina havia decidido fazer uma surpresa para ele naquele dia.

Assim que estacionou o carro e ajudou a filha a desembarcar, não demorou para que Olívia saísse correndo a sua frente seguindo para os jardins de flores selvagens, que sobreviviam ao pior clima do ano. Enquanto seguia devagar até a filha, Regina suspirou de contentamento. Olívia sempre seguia aquele caminho, sempre corria até aqueles jardins quando ia visitar o pai no trabalho. A menininha corria no meio das flores, as cheirava, apalpava a terra para ver se estava tudo certo e muitas vezes ajudava Beth e Belle a plantar e regar as mudinhas. Ela sempre se perdia naquela diversão, e Regina não via o tempo passar observando a filha. Se encontrava flores caídas no chão, Olívia às juntava com delicadeza e colocava junto as outras, como se aquilo pudesse deixá-las felizes. Regina riu quando a menininha colocou uma delas na própria orelha.

A arquiteta soltou um gritinho quando sentiu braços fortes rodearem sua cintura, aquele cheiro que ela reconheceria em qualquer lugar juntando-se com os das flores. Robin beijou o pescoço da esposa e sorriu ao senti-la derreter em seus braços.

"Meu Deus! Que saudade, caipira." traçou a bochecha dela com a ponta do nariz, fazendo-a fechar os olhos.

"Meu turrão…" apertou as mãos dele em sua cintura, entrelaçando-as e virando a cabeça até que deixasse um beijo no canto dos lábios dele.

"Vocês estão bem?" Ele perguntou, observando a filha a brincar com as flores.

"Estamos bem e por favor, que essa correria no meio das flores faça com que ela durma assim que deitar na cama mais tarde." Regina deu mais uma olhada em Olívia antes de virar-se para Robin. Seu coração palpitou forte e aquele sorriso que fazia ele suspirar abriu nos lábios da morena. Regina traçou o contorno dos lábios dele, percebendo as olheiras embaixo dos olhos azuis. "Não vejo a hora do fim de semana chegar e você descansar um pouco, meu amor. Não aguento ver você assim. Fico com saudade, Olívia fica com saudade. Quem foi que inventou o dia dos namorados mesmo?" fez um biquinho e Robin riu antes de beijá-la. Um leve roçar de lábios num primeiro momento, que foi aprofundado pelo homem, cheio de carinho e vontade.

"Não vejo a hora de curtir o fim de semana com você, caipira. E depois claro, fazer todas as vontades de Olívia." ele beijou a testa dela, virando-a em seus braços para que os dois observassem a filha brincar.

"Você vai me dizer aonde vai me levar?" ela perguntou baixinho, levando uma das mãos dele até os lábios. Robin havia planejado uma pequena viagem para que os dois curtissem o dia dos namorados e a morena já não se aguentava de curiosidade e ansiedade. Já haviam combinado que Olívia ficaria com Henry durante a sexta a noite e sábado, visto que no domingo o casal planejava já estar de volta em casa.

"Eu não consigo acreditar que você ainda não aprendeu o que é uma surpresa, Regina." beijou um ponto abaixo da orelha dela, fazendo a morena suspirar e apertar-se a ele. Robin sorriu.

"Eu sou curiosa, não acredito que você ainda não conseguiu aceitar esse fato sobre mim." falou baixinho, semicerrando os olhos quando viu a filha limpar a mão suja de terra na calça jeans clara.

Mamães, não comprem roupas claras para seus filhos, pensou.

"Eu aceito, mas não quer dizer que vou matar sua curiosidade na primeira oportunidade. Além do mais, amo a expectativa nos seus olhos." Beijou-lhe o pescoço e depois a bochecha. "Nunca mais vamos comprar calças claras?" ele perguntou baixinho, ouvindo ela suspirar.

"Nunca mais!"

***

"Turrão, acorda… você está atrasado." Robin ouviu ao longe, sentindo um leve carinho em seu peito. Ele soltou um suspiro dolorido, sentia tanta dor no corpo que parecia ter sido atropelado por um ônibus. Sentiu os doces lábios de Regina em sua bochecha e com um pouquinho de esforço abriu os olhos azuis. A mulher o encarava preocupada, os olhos castanhos observando cada traço do rosto dele. Robin forçou um sorriso para ela, deixando um beijo em seu queixo, para logo depois afundar o rosto no pescoço da esposa. "Robin…"

"Só mais 5 minutinhos, caipira…" apertou a mulher contra seu corpo, fechando os olhos novamente. Regina estranhou. Normalmente, quando voltava das cavalgadas com Stone, Robin sempre estava desperto e até mesmo já arrumando Olívia para o dia. Entretanto, naquela sexta, a arquiteta encontrou apenas seu pai na cozinha, e quando entrou no quarto e viu Robin ainda dormindo a preocupação tomou conta dela.

"Você nunca pede mais 5 minutinhos…" ela beijou o topo da cabeça dele, deixando os lábios cair sob a testa do homem. Estava quente, mas não era febre. Talvez fosse cansaço, e do jeito que estava trabalhando, Regina sabia que Robin pulava algumas refeições e isso tudo poderia baixar a imunidade dele.

"Uhum… estou cansado." suspirou contra o pescoço dela e Regina apenas ficou ali, acariciando as costas largas enquanto a respiração dele batia em seu pescoço. Uns minutinhos depois, vendo que ele não dava indícios de que iria levantar, a morena se afastou, saindo dos braços do loiro e sentando-se na cama. Depois de beijar mais uma vez o topo da cabeça dele, Regina começou a acariciar a barba por fazer, na esperança que aquilo o acordasse.

"Turrão, você está realmente muito atrasado. Será que está doente?" perguntou baixinho para si mesma a última frase.

Robin parecia começar a despertar, mesmo que lentamente, e sabia que sua caipira tinha razão. Ele queria organizar tudo na parte da manhã, para que pudesse sair com Regina na primeira hora da tarde. Então sim, sabia que estava atrasado. Ele abriu os olhos azuis, forçando seu corpo a levantar até que estivesse sentado na cama, lado a lado com a arquiteta. "Hey!" ela beijou o ombro dele, avaliando-o.

"Meu corpo está tão pesado, caipira." reclamou, esfregando os olhos. "Feliz dia dos namorados!" beijou-lhe a ponta do nariz e depois o canto dos lábios dela. Regina pegou a mão dele, levando até os lábios e depositou um beijo, enquanto os olhos azuis caiam sobre ela.

"Feliz dia dos namorados, meu turrão." pegou o rosto dele entre as mãos e depois de depositar a testa na dele, Regina tomou os lábios finos em um beijo calmo e casto. "Será que você está ficando gripado, Robin?" perguntou baixinho, e o homem balançou a cabeça, rindo pela primeira vez no dia. Ele depositou mais uma série de selinhos e beijos pelos lábios e queixo dela.

"Eu não pego gripe, Regina." pontuou, fazendo ela revirar os olhos.

"Você não pega gripe com frequência, senhor saúde. E do jeito que anda sobrecarregado, pode ser que sua imunidade tenha baixado." avaliou, recebendo um olhar descrente dele. Como que para contrariá-la, o homem levantou-se. Robin tentou disfarçar o quanto aquilo lhe custou. Que dor muscular era aquela, por Deus?

"Eu estou bem. Não vou pegar uma gripe no nosso final de semana especial." puxou-a até que estivesse com os corpos pertinho. "Viu? Já estou de pé e querendo mais um beijo de bom dia." traçou o rosto dela com a ponta do dedo. Regina negou com a cabeça, um sorriso apontando em seus lábios.

"Você vai me dizer aonde vai me levar?" ela perguntou, os lábios quase roçando nos dele. Robin riu, acariciando o nariz dela com a ponta do seu.

"Ainda não." respondeu por fim.

"Então nada de beijos por enquanto." Regina se afastou de repente, pegando ele de surpresa. "Vá tomar banho que eu vou acordar a nossa espoleta. Não se atrase mais!" fez seu caminho para a porta do quarto, rindo da cara descontente do marido.

"É dia dos namorados! Eu só queria um beijo." suspirou, coçando a cabeça e tirando a blusa que vestia. Regina deu uma olhada nada discreta no peitoral do marido.

"E eu queria saber aonde vamos." mostrou a língua pra ele, que em troca mandou um beijo no ar pra ela.

O homem tinha certeza que ela iria adorar o lugar em que passariam a data tão romântica.

***

“Você pegou uma gripe, né meu filho?” Beth falou delicadamente, ao depositar a xícara de chá de limão com mel na mesa do escritório de Robin. O homem levantou o olhar pra ela, cansado e abatido. Eram quase 11h da manhã e o loiro não havia conseguido resolver nem a metade das coisas que precisava. Apertou os lábios finos tentando dar um sorriso fraco para a mulher que apenas fez um sinal de cabeça para o chá.

“Justo hoje, Beth. Desde a inauguração deste hotel eu nunca peguei uma gripe, mas hoje, que finalmente ia dar um tempo e sair com a Regina, acordei nesse estado.” suspirou, agradecendo mentalmente quando tomou o primeiro gole do chá. Tudo que Beth preparava era uma delícia e Robin sentia-se sortudo por tê-la contratado, a mulher se tornara uma amiga, quase uma mãe, tanto para ele quanto para Regina.

“Então já sabemos onde o senhor vai passar o dia dos namorados.” riu baixinho, mas com uma dose de pena. Realmente, nas últimas semanas, Robin trabalhava bastante, se desdobrando entre o escritório e alguns serviços gerais quando era preciso. “Regina não vai se importar, Robin. Pelo contrário, você sabe que ela vai fazer tudo para ver você bem. Termine seu chá e vá para casa." falou, sorrindo para o chefe antes de sair da sala. Robin suspirou, sustentando a cabeça com uma das mãos.

Por Deus, uma gripe não poderia deixar ele assim, poderia?

***

Olívia tinha as duas perninhas agarradas na cintura de Regina, enquanto a morena atacava o rostinho da filha com beijos. A pequena havia ajudado a mãe a colocar algumas roupas na pequena mala, e agora estava aproveitando um pouco de carinho.

"Te amo muito, mamãe!" beijou a ponta do nariz de Regina. A morena sorriu.

"Eu te amo mais, Via." beijou a testinha da menina. "Não pode esquecer de obedecer o vovô, não fazer folia, comer o jantar todinho e ir dormir na hora certa, tá bem filha?" lembrou novamente, começando a sair do quarto com Olivia em seu colo. A menina riu sapeca, concordando com a cabeça.

"E cuidar da Lola, mamãe!" acariciou o rosto de Regina, se agarrando ao pescoço da mulher quando começaram a descer as escadas.

"Acho que é mais provável que a Lola vai cuidar de você, espoleta." sorriu ao ouvir a risada da filha. Adentraram a cozinha e encontraram Henry a terminar o almoço. Mesmo que Regina tivesse insistido horrores pra cozinhar, o senhor não deixou que ela chegasse perto da cozinha para aquilo.

Não querendo deixar o colo da mãe, Olívia se apertou ainda mais em Regina. A morena suspirou contra os cabelos levemente ondulados da filha. Os fios estavam grandes e talvez fosse hora de cortá-los. Regina se sentia ansiosa pela noite e o próximo dia com Robin, mas pensar em ficar longe de Olívia a deixava apreensiva.

A menininha levantou a cabeça no mesmo momento em que Regina identificou o barulho do carro de Robin estacionando na frente da casa. Ambas saberiam distinguir o som dentre qualquer um. Lola correu feito um risco para a porta da frente, ansiosa por receber o homem. A morena encarou o relógio, estranhando que não marcavam nem 12h. Robin falou que só voltaria depois do almoço.

"Achei que você tivesse dito que Robin só viria mais tarde." Henry comentou, enquanto picava o tomate para a salada. Regina inclinou a cabeça levemente para o lado.

"Foi o que ele tinha me dito." respondeu antes de fazer o caminho para o hall da entrada. Olívia riu faceira ao ver o pai, alheia a forma como ele saiu de dentro do carro. Mas Regina percebeu, assim como viu que ele fazia um grande esforço até mesmo para caminhar.

Ela sabia. No momento em que Robin se enrolou para levantar mais cedo, Regina sabia que ele tinha pegado uma gripe. Mas ele era teimoso demais para admitir.

O seu marido era o homem mais turrão desse mundo.

Os olhos se encontraram assim que ele passou pela porta, se inclinando ligeiramente e fazendo um carinho na cabeça de Lola, sem conseguir segurar o suspiro dolorido que saiu por seus lábios. Olívia se remexeu no colo de Regina, mas Robin levantou uma mão e pediu para que Regina não a soltasse.

"Acho que estou gripado, Via, não quero passar para você." forçou um sorriso para a filha, que percebeu que tinha algo errado. Fez um biquinho com os lábios, fazendo o coração de Robin apertar.

" dodói, papai?" tombou a cabecinha.

"Um pouquinho, querida. Não quero passar o dodói nem para você, nem para sua mãe. Por isso não vou te encher de beijinhos." justificou.

"Mas eu sou forte, papai." rebateu, parecendo preocupada.

"A menininha mais forte que eu conheço." sorriu orgulhoso, mandando um beijo no ar pra ela. Olívia fingiu que pegou o beijo e levou até o coração.

"Filha, por que você não vai lá na cozinha e fala pro vovô que vamos precisar de uma sopa que nem a da vovó?" Regina pediu, beijando a testa da filha, mas sem desviar os olhos de Robin. "A mamãe vai cuidar do papai."

"Mamãe, eu quero ajudar a cuidar do papai." reclamou assim que tocou os pés no chão. O casal sorriu.

"Se você ajudar o vovô a fazer a sopa, também vai estar cuidando do papai, huh?" Regina bateu o dedo no nariz de Olívia e ela pareceu refletir.

"Te amo muito, papai!" falou para Robin, mandando outro beijo pra ele. O homem quase pensou em ignorar a gripe e pegar a filha no colo, mas realmente não queria prejudicar suas caipiras.

"Te amo o triplo disso, espoleta." Sorriu para ela e a menina correu pra cozinha, levando Lola junto.

Regina não demorou um segundo para estar perto de Robin, que tentou se afastar. Mas Regina era teimosa, e se ele quisesse que ela fosse mais turrona que ele, ela seria.

"Nem tente achar que vai me afastar e me impedir de cuidar de você, Robin. Turrão, você está com febre." falou a última frase baixinho, preocupada.

"Caipira, eu só preciso dormir um pouco. Tirar um cochilo… aí podemos sair." se inclinou para o toque dela. Regina jurou que ele estava delirando.

"Não existe um universo em que eu vá pra qualquer lugar com você doente assim, Robin. Eu vou te dar um banho frio, um remédio, chá e uma sopa. Não pense que você vai sair de casa, porque não vai!" olhou determinada para ele.

"Mas amor, os nossos planos…"

"Nossos planos podem esperar." beijou a ponta do nariz dele, vendo o quanto ele estava chateado. "Seu bem estar e saúde não. Vem, vamos. Vou te ajudar no banho."

***

"Não era assim que eu imaginava." suspirou baixinho, enquanto observava Regina desabotoar os botões de sua camisa social. A mulher sorriu, sabendo muito bem de onde ele tirou aquela fala.

"Não era assim que você imaginava o que?" perguntou, terminando o trabalho com os botões e finalmente tirando a roupa dele. Robin tremeu de frio.

"Não era assim que imaginava você tirando a minha roupa hoje." observou a mulher levantar-se a sua frente, fazendo o mesmo. Regina abriu o botão e o zíper da calça jeans que ele usava e a mesma caiu em um montante sobre os pés dele.

"Eu sinto muito, meu turrão. Tudo que eu quero agora é que você melhore…" beijou o queixo dele, massageando os fios loiros.

"Um chá iria resolver…" disse chateado. Regina suspirou, sentindo a mesma frustração que ele.

"Você sabe que não. Quer que eu entre com você?" empurrou ele delicadamente em direção ao box, entrando primeiro e ligando a água morna. Não iria colocá-lo na água fria de jeito nenhum.

"Não precisa, amor meu. Vou rapidinho." Esperou que ela saísse do box e se enfiou embaixo da água, soltando suspiros pelo frio que sentia. Regina ficou o observando, preparada caso ele precisasse dela. Uns minutinhos depois Robin desligou o chuveiro e a morena o acolheu em uma toalha grossa e macia. "Obrigado." agradeceu assim que terminou de secar-se e recebeu uma muda de roupa.

Quando Robin estava vestido, Regina o levou até a cama e o ajeitou confortável. Com a caixinha de remédios a sua disposição, a morena arrumou o termômetro para que conseguisse medir a febre do marido. Enquanto esperava, ela fazia delicados carinhos pelos fios loiros, e Robin se encontrava cada vez mais sonolento. Quando tirou o termômetro e viu que ele estava com muita febre, a preocupação apenas aumentou.

"Caipira?" ouviu ele perguntar baixinho e voltou os castanhos para os azuis. Ele estava tão cansado e Regina apenas arrumou a coberta sobre ele, as mãos encontrando a barba por fazer que amava. "Você pode desmarcar com o pessoal da surpresa? São os dois contatos que estão nas minhas conversas." suspirou, sem graça, fechando os olhos. A voz estava rouca. "Me desculpa?" perguntou, buscando os castanhos.

"Eu te amo tanto, turrão, não há motivos para pedir desculpas. E sim, assim que você pegar no sono e sua febre baixar, eu vou cuidar das nossas reservas." beijou o topo da cabeça dele e antes que ele dormisse se apressou em lhe dar um remédio para a febre.

Logo Robin pegou no sono e Regina suspirou ao observar a mala que ela e Olívia haviam preparado. Dando mais um beijo, agora nos lábios dele, Regina colocou a caixinha sobre o bidê e pegou o celular do marido.

Não foi difícil achar a empresa de aluguel de um lindo chalé e o restaurante fornecedor de fondue nos contatos de Robin.

Ele havia pensado em tudo.

Depois que mandou uma mensagem explicando a situação para os dois responsáveis, Regina deixou que Robin descansasse e ficou a velar seu sono, atenta a cada suspiro dele.

***

Olívia pisava no chão com o maior cuidado do mundo. Regina vinha atrás segurando uma bandeja com a sopa quentinha. Não teve jeito de fazer Olívia dormir, a menina estava completamente disposta para poder cuidar do pai, que ela dizia estar com dodói.

"Se ele tiver dormindo, não pode acordar ele, mamãe." parou na frente do quarto do casal, com as mãozinhas na cintura. Regina levantou as sobrancelhas, segurando o riso. "Tem que deixar ele descansar bastante pra ficar bem forte, tá bom?" olhou séria para a mãe.

"Tá bem, doutora Olívia." concordou recebendo um aceno da filha, que abriu a porta e adentrou o quarto. Regina o fez em seguida, percebendo que de fato Robin continuava a dormir. O peito subia e descia em um ritmo calmo, mas ela percebeu assim que largou a bandeja no bidê ao lado da cama que o homem tinha suado bastante.

Olívia pareceu se amuar quando viu o pai deitado na cama, preocupada. Regina foi rapidamente até o roupeiro pegando uma nova blusa para por no marido e pegou uma toalha de rosto voltando para o lado dele, secando o suor de sua testa delicadamente.

"Mamãe, ele vai melhorar?" Olívia perguntou baixinho, ajoelhada na ponta da cama, os olhinhos preocupados. Regina esticou a mão para a filha, chamando-a para seu colo.

"Vai sim. É só uma gripe, querida. Temos que cuidar dele com muito amor e carinho e logo ele vai estar novinho em folha." explicou, arrumando os fios de cabelos desgrenhados de Olivia. A menina fez um biquinho, tão igual ao seu, e Regina não evitou sorrir. "Por que não acordamos ele com beijos?"

"Mas o papai não queria que eu chegasse perto dele." disse, observando o pai com os olhinhos marejados. Regina escorou a testa na lateral da cabeça da filha.

"O seu pai é um..."

"Turrão!" Olívia completou rápido, soltando uma risadinha. Regina riu junto.

"Você tem vacina contra a gripe, filha. Não precisa ficar receosa de chegar perto do seu pai." Regina explicou. "Pode acordar ele, porque ele precisa comer a sopinha que fizemos." encorajou e a menininha não demorou para engatinhar sobre a cama até o pai, parando pertinho e observando seus detalhes.

Uma das mãozinhas alcançou o rosto dele e Olívia traçou com cuidado, dando duas batidinhas na ponta do nariz. Robin o enrugou, fazendo as duas sorrirem.

"Papai, acorda! Sua sopinha pronta." falou baixinho. Robin foi abrindo os olhos devagar, sentindo-se um pouquinho melhor que antes. "Oi papai turrão!"

"Oi minha espoleta!" Robin levou uma das mãos até o rostinho dela, também batendo no seu nariz duas vezes. "Eu sempre amo acordar com vocês duas." sorriu fraco, pigarreando para tirar a sensação ruim da garganta.

"Nós fizemos uma sopinha, papai. Tem cenourinha, massinha, franguinho e aquelas outras coisas que eu não gosto." Colocou a língua pra fora de modo dramático, arrancando um riso de Robin, que se ajeitou melhor na cama.

"Deve estar uma delícia!" Ele lambeu os lábios, subitamente com sede. Regina percebeu.

"Turrão, vamos tirar essa blusa que está molhada de suor, mais tarde tomamos outro banho." piscou para ele, ajudando a se livrar da blusa e colocando outra, deixando um beijo na bochecha dele antes de se afastar. Regina percebeu que ele já não estava tão quente e suspirou de alívio Depois entregou a ele uma garrafinha de água que havia trago junto a sopa, e o ajudou a tomar. Robin olhava para ela com um olhar que dizia eu consigo tomar água sozinho, mas ela ignorou.

"Papai, posso te ajudar a comer sua sopinha?" Olivia perguntou quando Regina colocou a bandeja sobre as pernas de Robin. O loiro piscou pra ela, concordando com a cabeça. "O vovô disse que eu vou dar uma ótima erfenmeira." sorriu orgulhosa, se aproximando do pai para que pudesse ajudá-lo.

"É enfermeira que se diz, Via." Regina a corrigiu e a menininha levou a mão a testa, soltando uma risadinha.

"Isso mesmo, mamãe! Que difícil!" pegou a colher e mexeu a sopa no prato, pegando um pouco e assoprando. Regina deixou que ela fizesse, enquanto trocava olhares com Robin e os dois seguravam o riso. "Abra a boca papai, lá vai o aviãozinho." Robin fez o que ela pediu e suspirou ao sentir o delicioso sabor da sopa. " gostosa, papai?"

"Uma delícia, filha!" ele concordou, recebendo mais uma colherada.

"Será que eu posso comer uma colheradinha?" Perguntou de repente, assoprando mais um pouco da sopa. Robin riu e Regina escondeu a cabeça nas mãos.

"Olívia! Você almoçou a pouco, filha." a voz de Regina saiu abafada.

"Mas é que essa cenourinha tá parecendo tão boa, mamãe…" Olhou para Regina com olhos pidões.

"Pode comer, minha espoleta. Eu divido com você." Robin respondeu e a menininha sorriu para ele, levando a colher a boca.

"Uma delícia!" exclamou e nesse clima descontraído continuou a dar a sopa para Robin.

Regina os observava admirada, apaixonada.

Quando Olívia terminou de dar a sopa (e comer também) Regina levantou-se e deixou os dois sozinhos, levando o prato para a cozinha. Seu pai estava na sala, assistindo o jornal esportivo e a avisou que havia preparado um chá para Robin.

Assim que voltou ao quarto Regina percebeu que Olívia tinha ligado a TV e agora ela e Robin assistiam o filme Viva - A vida é uma festa.

Olívia simplesmente amava as músicas daquela animação e sempre ficava muito tocada com os acontecimentos do filme.

Robin se encontrava sonolento novamente, respirando calmamente enquanto fazia cafuné nos fios da filha. Olívia estava deitada com a cabeça no travesseiro de Regina e Lola se encontrava nos pés da menina.

"Vem mamãe!" Bateu com a mãozinha ao seu lado da cama, mas sem tirar os olhos da TV. Regina não exitou. Quando estavam os três muito bem aconchegados, a menina olhou do pai para a mãe e perguntou: "Vocês não vão mais viajar?"

"Hoje nós não vamos mais." Regina respondeu baixinho, vendo um pouco de decepção passar pelos olhos de Robin e a testa da filha enrugar.

"Mas… eu não entendo" a menininha disse, claramente triste.

"O que você não entende, filha?" Foi a vez de Robin perguntar.

"Se vocês não vão viajar, como vão encomendar o meu irmãozinho para a cegonha?" perguntou séria, fazendo os olhos dos pais se arregalarem.

"Filha, de onde você tirou isso?" Regina riu nervosa, vendo que Robin segurava o riso. Ela quis socá-lo.

"A mãe da Sabrina encomendou um bebê pra cegonha mamãe…" referiu-se a mãe grávida de uma coleguinha. "E eu e a Lola queríamos muito um bebezinho pra ser nosso irmão. É muito caro?" perguntou pensativa. "Custa mais de 10 dinheirinhos, papai?" Voltou-se para Robin, que ainda estava sem saber o que falar.

"Encomendar bebês não custa nada, filha, nem mesmo 10 dinheirinhos." Robin começou a explicar. Ele buscou a mão de Regina e a apertou.

"Não custa?" Olívia perguntou intrigada.

"Não. Quando duas pessoas se gostam muito, muito mesmo..." foi interrompido.

"Como você e a mamãe!" Olívia exclamou, levantou-se e sentou-se no meio dos pais, para olhá-los.

"Isso, espoleta. Como eu e sua mamãe… quando duas pessoas se gostam assim, se amam muito e querem construir uma família, a cegonha aparece com uma sementinha e planta na barriga da mamãe." Robin tentou explicar o melhor que podia. Regina observava Olívia prestar atenção, torcendo que ela continuasse a acreditar na história da cegonha por muito tempo.

"Por que ela demorando tanto, papai?" bufou, inconformada. "A cegonha já me trouxe faz tempo, eu tenho todos esses anos!" abriu a mãozinha com os 5 dedinhos.

"O papai não sabe o motivo da demora, filha… pergunta pra sua mãe." riu baixinho quando Regina lhe lançou um olhar nada bom.

"Você não sabe, mamãe?" a menininha perguntou, indo se aconchegar no peito da mãe. Regina a recebeu de bom grado.

"Não sei, meu amor. Mas a cegonha atende muitos papais e mamães, ela é muito ocupada. Talvez se a gente acreditar muito, logo ela traga um irmãozinho pra você, huh?" beijou a testa da filha, recebendo um sorriso lindo de Robin. Ele parecia muito melhor e isso era um alívio pra Regina.

A sopa de Cora, mais o chá da Beth eram mesmo milagrosos.

"Eu vou pedir todas as noites!" Olívia disse convicta. Regina riu baixinho, a apertando mais em seus braços.

"Nós te amamos muito, espoleta!" Regina disse no ouvido da filha.

"Eu sei, mamãe!" fez os pais rirem.

***

"Na minha cabeça a gente ia ficar bem assim, só que sem todas essas roupas." Robin falou baixinho, beijando o pescoço de Regina, fazendo a mulher suspirar. Apenas a luz do abajur iluminava o quarto e passavam-se das 21h da noite. A febre de Robin voltara a subir no fim da tarde e Regina discutiu com ele porque achava que era melhor eles irem ao hospital, mas o homem era teimoso demais e negou até o fim.

Agora eles estavam ali, as pernas entrelaçadas, as costas de Regina escoradas na cabeceira da cama enquanto o rosto de Robin estava enterrado em seu pescoço. Felizmente a temperatura dele havia diminuído, mas Regina percebia o quanto ele estava congestionado para respirar. A mão dela fazia delicados círculos no peito dele, querendo aliviar toda aquela dificuldade.

"Então na sua cabeça a gente iria estar encomendando filhos para a cegonha?" Regina se afastou dele, buscando os azuis. Os dois riram, e Robin negou com a cabeça, ainda surpreso pela conversa com Olívia.

"Seriam várias tentativas de encomenda." beijou novamente o pescoço dela, arrastando a barba por fazer no local. Regina se apertou mais a ele, inclinando a cabeça para que Robin tivesse mais espaço. "De onde ela tirou isso, Regina? Você não está se perguntando?" se afastou, sentindo as mãos dela saírem de seu peito para arrumar seus cabelos desgrenhados. Regina passou as mãos pelos fios, observando que eles ainda estavam úmidos do último banho que o homem havia tomado a pouco.

"Ela foi na festinha de Sabrina na quarta, algumas coleguinhas devem ter comentado… curiosidade de criança." Regina pensou, e lembrou-se de que Olívia comentara mais cedo que a titia Zelena também queria muito que a cegonha trouxesse um irmãozinho pra ela e pra Lola. "E provavelmente Zelena… aquela ruiva sabe incomodar." a mulher puxou Robin para seu peito de novo.

"Não foi o dia dos namorados que eu planejei, de longe não foi o mais romântico que já tivemos. Mas sou grato por ter passado ao seu lado e ao lado da nossa filha." beijou a mão dela que estava agora em seu rosto. "Vocês são a minha vida, Regina."

"Assim como vocês são a minha." buscou os lábios dele, iniciando um beijo calmo e cheio de amor. Robin se inclinou para cima dela, uma das mãos fazendo uma trilha da cintura de Regina até o rosto delicado. Ele aprofundou o beijo, mas Regina situou-se e lembrou de que era melhor eles não passarem dos limites naquela noite. Ela sorriu e depositou um selinho nos lábios finos, findando o contato. Robin suspirou, os olhos ainda fechados.

"Eu posso beijar você do jeito que você quer, é só deixar que eu o faça." Robin disse, abrindo os olhos e encarando o castanho que amava. Ele sabia que Regina iria se controlar naquela noite porque, afinal, a mulher sempre entendeu que o amor deles ia muito além do carnal. Em primeiro lugar eles se respeitavam, se preocupavam com o bem estar um do outro, sabiam seus limites.

"Hoje você precisa descansar, meu turrão. Eu adiei as nossas reservas para daqui duas semanas, porque hoje eu só quero cuidar de você." selou os lábios com cuidado, a mão acariciando o rosto dele. "Como você está se sentindo?" ela perguntou.

"Um tanto molengo, ranhento e decepcionado. Mas estou bem." fez uma careta, se deitando no travesseiro, uma das mãos ainda na cintura da esposa. Regina riu. "Por que?" ficou intrigado.

"Eu tenho uma surpresa. Mas não quero cansar você." ela confessou e os olhos de Robin brilharam, curiosos.

"Eu passei a tarde deitado, a maioria do tempo dormindo, Regina. Você jamais me cansaria." pegou a mão dela e levou até os lábios, beijando os nós dos dedos. "O que é?"

"Eu vou buscar e já venho." Beijou a testa dele. "Qualquer coisa você chama, não é?" Parou na porta, preocupada em deixá-lo. Robin revirou os olhos.

"Sim, caipira." Regina não levou um segundo para sumir pela porta, um sorriso faceiro no rosto.

Robin ficou encarando o teto, ansioso. Ele não sabia que a morena iria aprontar alguma coisa, e agora parava para pensar o que poderia ser. O empresário não podia deixar de ficar triste por não ter conseguido concretizar seus planos com Regina. Fazia mais de 5 semanas que havia reservado o chalé e recebera inúmeras indicações do restaurante de fondue que havia reservado para o jantar deles. Uma gripe ter atrapalhado tudo lhe causava um pouco de revolta.

Entretanto, tirando os momentos em que realmente se sentiu ruim, fora reconfortante receber tanto cuidado e carinho de sua esposa, filha e sogro. Regina sempre seria a mais espetacular das mulheres e o amor de sua vida. Simplesmente sentir o cheiro da mulher já fazia com que Robin se acalmasse, fazia o sentir-se afortunado. E Olívia… Bem, Olívia era a melhor coisa que eles poderiam ter feito juntos.

Quando Regina voltou pro quarto, segurava uma bandeja com vários recipientes em cima. Ela sorriu para ele e Robin devolveu o sorriso na mesma intensidade. Ele sentou-se contra a cabeceira da cama, sorrindo ao ver o que a morena tinha aprontado.

Se eles não iriam até o fondue, então o fondue iria até eles.

"Apenas para adoçar nossa noite." Regina piscou, sentando-se ao lado dele. Robin observou os recipientes contendo diversas frutas e também chocolate derretido.

"Você não existe, caipira." disse surpreso e apaixonado.

"Eu existo sim." Ela constatou, pegando a mão dele para provar.

"Eu acho que preciso fazer uma coisa para ter certeza…" puxou-a delicadamente para seus braços.

"Então faça." brincou com a ponta do nariz dele, desejando tanto que ele a beijasse.

Robin não exitou em tomar os lábios dela em um beijo delicado e ao mesmo tempo apaixonado. Eles se encaixavam um no outro e sabiam que era porque se pertenciam de uma forma única. O homem a beijou com todo o amor e carinho que tinha e depois passou os beijos para o rosto e pescoço dela, fazendo Regina suspirar e se esquecer por um momento de tudo.

Amava todos os toques de Robin. Não importava o lugar que estivessem, desde que ele continuasse a lhe tocar sempre com todo o amor do mundo, ela não precisaria de mais nada. Não precisaria de presentes e surpresas, não precisaria de jantares elaborados. Tudo o que importava para ela era como Robin a segurava e a acariciava como se ela fosse o mundo todo dele. Como se ele precisasse dela para sobreviver.

E ela sabia que ele o fazia.

"É muito real. E é minha." ele sussurrou ofegante contra os lábios dela. Regina sorriu, também recuperando o ar.

"Sua como você é meu." bicou-lhe os lábios mais uma vez. "Vamos comer? Eu estou com água na boca!" exclamou. Robin riu.

"Eu estou com água na boca de outra coisa…" disse suspirando. Regina bateu no ombro dele.

"Robin!" repreendeu.

"Caipira eu estou gripado, não morto." disse o óbvio. Regina revirou os olhos e Robin acolheu-a em seus braços quando ela se arrumou entre as suas pernas, de costas para ele. A morena pegou um morango e molhou-o no chocolate, levando até a boca do loiro e ouvindo-o suspirar em contentamento.

Comeram entre provocações, beijos e sorrisos. Regina também estava sempre atenta a temperatura e respiração de Robin. Mas mesmo que estivesse cansado e um pouquinho abatido, ele estava muito melhor do que pela tarde e sempre a distraia com beijos e carícias no pescoço e também algumas mãos provocativas aqui e ali.

"Eu tenho um presente." Regina disse quando tirou a bandeja da cama. Ela foi até sua bolsa, tirando de lá uma caixinha preta e retangular.

"Eu também tenho um." Robin sorriu.

"Quer que eu pegue?" Os olhos da mulher brilharam e Robin riu, concordando.

"Está escondido na gaveta das meias." escutou a risada gostosa de Regina.

"Não estava aqui hoje de manhã…" ela disse curiosa, encarando o envelope que encontrou na gaveta.

"Eu coloquei na hora que você saiu do quarto e foi arrumar a Olívia." piscou e a morena correu para a cama, se aconchegando nos braços de Robin novamente. "Eu vou abrir o meu primeiro." Robin disse e viu que ela ia contestar. "Eu estou doente, eu mereço abrir primeiro."

"Isso não é justo, turrão." Quando Regina ficava curiosa, bem, ela ficava difícil também. Robin beijou a bochecha dela e a morena entregou para ele a caixinha preta. Os olhos azuis estavam cheios de expectativas. "Espero que goste." disse baixinho.

Robin abriu a caixinha preta com cuidado, deparando-se com um lindo relógio de pulso, com a pulseira na cor preta. Era uma peça bonita e elegante e ele tirou com cuidado de dentro da caixinha.

"É lindo, amor meu." suspirou contente.

"Vira ela." Regina pediu. Robin beijou-a na bochecha e fez o que foi pedido, as íris azuis marejando ao ver os dizeres gravados na parte de trás.

Para nos manter perto mesmo quando estamos longe.

Com amor, RML.

"Caipira… vou usá-lo sempre." sorriu, buscando os lábios dela. Regina riu também entre o beijo. "Muito obrigado. Eu sempre conto as horas pra ver você, agora toda vez que olhar pro meu pulso vai ser muito mais especial."

"Amo você." Regina disse, buscando os lábios dele mais uma vez. "Agora posso abrir o meu?" perguntou ansiosa, alisando o envelope que já estava em suas mãos. Robin sorriu, também parecia ansioso.

"Pode, meu amor." beijou o ombro dela, observando enquanto ela abria o envelope, os olhos castanhos atentos e sérios até que visualizaram o conteúdo do papel que tirara do envelope. Ela buscou os olhos dele, como se precisasse de uma confirmação.

"Robin…" sussurrou baixinho "Amor… é uma passagem para Atenas?"

"Sim, meu amor. Sei que já foi a alguns lugares da Europa, e sei que é apaixonada pela arquitetura deles. Pensei que fosse gostar de conhecer o Acrópole Atenas, o Ágora de Atenas e, quem sabe, algumas praias também?" sugeriu. "Tem o templo de Zeus e-" Regina se virou rapidamente nos braços de Robin e lhe tomou os lábios, em uma felicidade plena. Robin riu, circulando a cintura dela com as mãos enquanto a morena sentava-se em seu colo de modo que cada perna ficasse de um lado.

"Robin… Meu Deus!" Ela riu alto, completamente realizada. Os olhos castanhos brilhavam de emoção e dividiam a atenção entre Robin e a passagem.

"Pensei que poderíamos ir no início de Julho, pois Olívia vai estar de férias… mas se você quiser ir em outra data, eu posso trocar as passagens." Regina negou com a cabeça, ainda encantada demais para falar qualquer coisa. Ela contornou os lábios de Robin com a ponta dos dedos, sorrindo feito boba, e depois tombou a testa contra a dele.

"Eu acho perfeito, meu turrão. Você sempre pensa em tudo, nos detalhes que me fazem mais feliz. Eu te amo tanto!" falou baixinho, deixando alguns selinhos seguidos nos lábios finos. "Obrigada por ser o melhor marido que eu poderia ter."

"Você é a melhor esposa que eu poderia ter. Mesmo que me obrigue a ficar na cama por causa de uma simples gripe." fez um careta, fazendo Regina sorrir. "Obrigado, meu amor." beijou-a.

E daquela forma, rodeados de muito amor, carinho e cuidado, eles passaram mais um dia dos namorados. Não fora como Robin imaginara, mas ao lado de Regina e Olívia, não tinha como ser ruim.

***

Robin cobriu os olhos com as mãos. O clima no mediterrâneo era diferente.

Eles estavam visitando o Partenon naquele dia e o homem se encontrava extasiado ao ver a felicidade que exalava de sua esposa. Regina segurava Olívia pela mão, enquanto explicava sobre a história daquele templo tão antigo. A menininha se encontrava interessada, e prestava muita atenção na mãe.

Quando Regina percebeu que Robin não estava ao lado delas, cessou os passos e virou-se, dando a ele a melhor das visões. A cada dia que passava Robin acompanhava Regina ficar ainda mais linda. Os castanhos encontraram os azuis e ele piscou para ela.

Olívia saiu correndo na direção de Robin, jogando-se em seus braços assim que estava perto o bastante. Como de praxe em passeios, o homem ajeitou ela em seus ombros, e a menininha sorriu, tendo uma visão privilegiada de tudo. As mãozinhas massageavam os fios loiros que começavam a ficar grisalhos.

Regina começou a seguir até eles devagar. Em uma das mãos segurava o celular enquanto a outra acariciava devagar a barriga de quase 18 semanas de gestação. Robin sentiu medo dela se cansar muito com o passeio, mas não dava para negar o quanto ela estava iluminada.

Assim que ela chegou pertinho dele, envolveu-o pela cintura com os braços e mandou um beijo para Olívia. Depois, depositou alguns selinhos nos lábios do marido, acariciando a barba por fazer.

"Não está cansada? Quer uma água?" ele perguntou preocupado. Regina apenas negou com a cabeça, deixando um beijo em sua bochecha.

"Você sabia que Atena foi quem amansou os cavalos, para que os homens pudessem domá-los?" perguntou, sorrindo ao ver que ele levou a mão até seu ventre e a deixou lá, fazendo um leve carinho. Robin negou com a cabeça e Regina continuou. "Ela era muito sábia."

"Anna sempre me disse que ela é a deusa protetora dos arquitetos." Robin beijou a mão dela que parou sobre a sua barba por fazer. Olívia nesse momento se escorou na cabeça do pai, parecendo cansada.

"Ela é sim." voltou a andar e Robin a acompanhou. "Por isso estou tão realizada por estar aqui."

"Caipira.. " chamou, fazendo com que ela parasse e olhasse novamente para ele. "Como é mesmo o nome da deusa da beleza?"

"Essa é fácil, papai." Olívia foi quem respondeu, chamando a atenção dos adultos para ela. "O nome dela é Regina Mills!"