Capítulo 18

Perdida em pensamentos cheguei na casa da Amy, ela já estava acordada e com o som ligado, ouvindo One Direction, já entrei cantando What Makes You Beautiful, era incrível como essa musica me fazia feliz. Tomamos café dançando e cantando loucamente. Era praticamente uma missão impossível ficar triste perto da Amy, sabe aquela amiga palhaça que sempre te faz rir? Era ela, mas apesar de ser assim ela sabia a hora de só ficar ali e me abraçar. Porque as vezes você não precisa rir o de palavras bonitas, só precisa de um abraço pra se sentir segura de novo. Sai de La e fui direto pra casa do Bruno, assim que cheguei liguei pra Mary que veio abrir a porta pra mim.

- Você vai embora mesmo? – Ela perguntou triste enquanto atravessávamos o quintal. – Por que Ash?

- Mary, eu tenho que ir. Não aguento mais viver assim, nós brigamos o tempo todo, isso não é bom pra mim e nem pro Bebê. Cadê o Bruno?

- Trancado no quarto.

- Dormindo?

- Não, desde que cheguei o ouvi tocando violão. Deve estar compondo, sei lá. – Ela fez uma pausa enquanto subíamos as escadas e entravamos no meu quarto, ou melhor, ex quarto, assim que passei pelo do Bruno ouvi o violão. – Ash, eu sei que o Bruno não é perfeito, ninguém é, mas eu vejo que apesar das brigas e de tudo vocês dois são perfeitos, perfeitos um para o outro, são perfeitos juntos.

- Perfeitos? Não mesmo.

- São perfeitos sim, apesar de tudo. – Ela me olhou nos olhos. – Eu vejo como você se olham, como falam um do outro, como brigam. Você gosta dele e ele gosta de você. – Eu ri negando. – Não adianta negar, você pode mentir o quanto quiser mas seus olhos não mentem e eu vejo neles que você gosta dele.

Todo mundo falando que eu gostava do Bruno, mas fala sério, eu gostando daquele idiota? Acho que não. Mas uma vozinha no fundo da minha cabeça disse “ Não pode mentir pra sim mesma”, talvez minha consciência mas acho que não, provavelmente era eu ficando louca. Passei um longo tempo olhando um painel de fotos na parede, tinha fotos com a Amy, Bryan, minha mãe, minhas amigas da época de colégio, Kyla, Jake, Phil, Urbana, Kenji, Kameron, Eric, como uma garotinha chamada Alice que era paciente do hospital, ela tinha 9 anos e estava com câncer na medula, eu amava aquela pirralha era minha paciente favorita. Mais abaixo havia uma foto minha com o Bruno. Parecia aqueles casais perfei... – me interrompi no meio do pensamento – Valeu Mary ¬¬.

- Mary, eu to com fome. – Disse o Bruno entrando no quarto, quando ele me olhou deu um meio sorriso. – Ash :] – Foi nessa hora que ele olhou pra cama e viu as caixas com minhas coisas. – Ash, você não vai embora, não é?

- Vou. – Respondi friamente. – Agora se você me der licença, preciso terminar de arrumar tudo. – Passei por ele indo pegar uma bolsa que estava pendurada perto da porta.

- Não vai, por favor. – Ele disse segurando meu braço me fazendo parar. – Eu não queria dizer aquilo, eu tava bêbado.

- Você nunca quer dizer nada, não é? Mas sempre diz.

- Ash, fica, por favor, me perdoa. Tá certo que eu nunca quis ter um filho, mas eu vou ter e com você. – Ele fez uma pausa me olhando nos olhos. Senti meu coração acelerar. – Me fala o que eu faço pra você não me deixar. – Vi lagrimas se formarem em seus olhos.

- Você não pode se transformar em outra pessoa. – Com os olhos marejados. – Sinto muito Bruno, mas eu não aguento mais. – Disse me soltando dele e indo até a cama pegar uma caixa, mas a deixei lá. – Quer saber? Depois eu peço pra Amy pegar. – Fui andando em direção a porta do quarto, quando passei ele me segurou pelo braço de novo.

- Ash, não vai. Me dá só mais uma chance, não vou aguentar te perder. Eu posso mudar, prometo que vou ser uma pessoa melhor, faço qualquer coisa pra você ficar. – Vê-lo chorar me dilacerava por dentro.

- Por que mudaria dessa vez? Você já me prometeu isso a 6 meses, lembra? Mas você não cumpriu. Por que cumpriria dessa vez?

- Porque eu to apaixonado por você, Ashley. – Aquilo me pegou de surpresa. – Completamente apaixonado por você.

- Que pena que tenha demorado tanto pra perceber. – Falei olhando no fundo dos seus olhos, com os meus embaçados pelas lagrimas. Não queria magoa-lo mas se eu não fizesse aquilo, seria bem pior.

- Nunca é tarde para se apaixonar. – Ele foi se aproximando e me beijou. Um beijo calmo, mas cheio de significado, cheio de sentimento. Senti todas aquelas sensações que havia sentido na primeira vez que tínhamos nos beijado, como, coração acelerado, borboletas no estomago, bloqueio do mundo ao redor, como da primeira vez, pra mim só ele existia. Acho que aquele idiota esqueceu que eu estava grávida e que na minha barriga parecia ter uma melancia inteira, mas era só o filho dele ¬¬ kkk, ele me apertou e não deu certo. – Desculpa, me esqueci do Little Peter. – Ele falou e sorriu com a boca ainda encostada na minha, também sorri. Ele voltou a me beijar.