Após chegarem na escola, Spencer e Ryan avistaram Brendon e Brent conversando
- Oi

- Oi

- Vocês chegaram tarde, falta pouco tempo para bater o sinal

- Quanto mais rápido o tempo passar, melhor para mim

- Você vai vir para a escola amanhã?

- Vou, claro. Para me despedir, já que ficaremos um tempo sem nos vermos

- Você volta para o seu aniversário?

- Volto

- Ok. Vamos indo?

- Vamos

Ryan, impacientemente, olhava para o relógio de cinco em cinco minutos.

Brent e Spencer riam do professor, enquanto Brendon olhava fixamente para Ryan. Era um olhar triste, de alguém que estava prestes a chorar

A quinta-feira havia finalmente chegado. Ryan levantou rapidamente da cama, fez sua higiene pessoal e subiu para o café.

- Ansioso?

- Para que? - O pai de Ryan interrompeu

- Arrumei um emprego - Mentiu

- Onde?

- Em uma loja

- É bom mesmo, assim você pode ser alguém na vida e não um músico de merda.

- É. Eu já vou indo, tchau

- Tchau, Ryan, boa escola

Ryan não ligou para o que o pai disse. Sabia muito bem o que queria, e não era trabalhar em uma loja. Saiu de casa e logo encontrou Spencer

- Oi

- Fala, Ryro

- Você está bem?

- Estou, e você?

- Estou muito bem. É hoje!

- É. Passaram rápido esses dias

- Eu achei que passaram devagar

- Bem, o importante é que você vai hoje

- É

- Eu ligo para você para combinarmos a hora que passamos em sua casa para te levar

- Ok

- Chegamos. Ah, e antes que eu me esqueça, acho melhor você conversar mais com o Brendon. Ele anda meio triste com a sua partida

- Ok. Oi

Brendon estava de cabeça baixa, e quando escutou a voz de Ryan, levantou-a

- Oi - Brendon esboçou um osrriso triste em seu rosto

- Está tudo bem?

- Sim

Mas não estava.

- Vem cá - Ryan segurou a mão de Brendon e levou-o para um canto

- O que foi?

- Que tal se hoje à tarde fizermos alguma coisa juntos?

- Só nós dois?

- Só nós dois.

- Claro, seria ótimo - Brendon sorriu, ainda triste

- Você não parece muito animado. Tem certeza de que está tudo bem? Pode falar para mim

- Está...

- Não me convenceu

- Esqueça isso. Vem, vamos voltar

- Não, nem pensar. Volte aqui, Urie

- O que foi?

- O que houve com você? Está estranho.

- Estou normal

- Não está, não

- Eu estou, é sério

- Não insista, você não me engana. Fale o que está te incomodando, talvez eu possa te ajudar

- Ryan, esqueça isso. Vamos

Brendon convenceu o amigo. Não completamente. Mas, como Brendon iria continuar insistindo que estava bem, Ryan desistiu e resolveu fingir que acreditou.

O sinal tocou. O sinal da felicidade, como todos o chamavam. Alunos de todas as séries se amontoavam perto da saída para conseguirem passar pelo portão e regressarem às suas casas.

A hora de partida estava chegando. Apenas seis horas e Ryan não respiraria o ar de Los Angeles durante dois meses

- Você vai na minha casa, então?

- Vou. Às catorze horas está bom para você?

- Está ótimo

- Nos vemos daqui a duas horas, então.

- Tchau

- Tchau

Em duas horas, Brendon batia na porta da casa verde-azulada de Ryan.

- Pronto?

- Óbvio

- Tão óbvio assim?

- Claro. Eunão sou uma noiva para ficar enrolando por duas horas

- Melhor assim. Vamos logo, então

- Se acalme, senhor apressado.

- Pare de amolar. Venha logo, Ross

- Está bem

No meio do caminho, Ryan e Brendon se encontraram com Gabe e William

- Que coincidência! Olá

- Oi

- Hey

- O que fazem por aqui?

- Aproveitando minhas últimas horas aqui

- Como assim?

- Eu não te contei?

- Contar o que?

- Vou morar em Seattle por dois meses. Me desculpe por não ter lhe avisado antes

- Mas que droga, Ryan, o que diabos você vai fazer lá?

- Um "boa viagem" seria melhor - William interrompeu

- Vou morar com um amigo. Me perdoe, eu deveria ter dito, mas tudo ocorreu tão rápido que nem tive tempo de avisar ninguém

- Não, tudo bem - Gabe falou com um leve tom de ironia - Vem, Bill. Boa viagem, se divirta com seu amiguinho.

- Espera, Gabe...

E antes que Ryan pudesse terminar, Gabe e Bill desapareceram por entre as ruas frias e o tempo nublado de Los Angeles

- Não precisava ter sido assim com ele, Gabe

- Assim como? Eu falei normal

- Não falou, não

- Falei sim

- Ouça, você tem que entender que o Ryan não teve a intenção de te avisar no último minuto

- Ah, Bill, cala a boca e me beija!

- Como é?

- Sei lá, eu sempre quis dizer isso - Gabe disse, rindo, também provocando risadas em seu amigo

- Você é um idiota, Saporta

- Também te amo, ta?

- Quem disse que eu te amo?

- Você não me ama?

- Não

- Mentiroso

- Eu nunca falei tão sério em minha vida

- Então por que está rindo?

- Não estou rindo - Bill tentou ficar sério, mas fracassou

- Não, só está mexendo a boca e quase se mijando

- Merda, Gabriel - Bill ria ainda mais

- Cuidado, você pode bater o rosto em uma árvore e deformá-lo. Você está com problemas?

William foi o resto do caminho rindo, e Gabe o provocava cada vez mais.

Enquanto isso, Ryan e Brendon conversavam sobre diversos assuntos, mas o principal, e o que eles mais gostavam, era a música.

- Nós nem ensaiamos nesses últimos dias, né?

- É...

- Como vai ficar a escola?

- Minha mãe já falou com a diretora. Vou ficar dois meses em uma escola de lá e depois volto. De acordo com as notas que eu conseguir lá, eles farão minha média aqui.

- Legal

- Onde estamos indo?

- Eu é que pergunto

- Que droga, somos muito mal organizados. Saímos por aí e não sabemos nem para onde vamos

- Assim é melhor. Sabe, sem planejar nada

- Talvez, mas não podemos ir longe pois eu posso perder o vôo

- Ok

E assim foi. Brendon e Ryan caminharam sem saber aonde iam. Não foram longe, nem perto de casa.

Às dezessete horas, Ryan estava em casa. Pouco tempo antes, se despediu dos amigos

# Flashback

- Bom, vemo-nos daqui a dois meses, então

- É

- Tchau, Ryan

Brendon me deu um abraço apertado. Um abraço de alguém que sentiria minha falta. Percebi isso pelo modo que ele me abraçava: um abraço longo e firme. E, antes de se paroximar, Brendon sorriu. Mas não foi um sorriso feliz.

- Tchau, Brenny

- Sentirei sua falta

- Também sentirei a sua

- Adeus

Brendon desfez o abraço. Parecia que ele não queria mais me soltar, mas foi obrigado a fazê-lo. Diante de meus olhos, o vi desaparecer pelas ruas escuras e pouco movimentadas.

# Fim do Flashback

Dei uma última olhada em meu quarto. Peguei minhas malas e subi calmamente as escadas. Entrei no carro no qual minha mãe também estava. Deixe-me explicar: Spencer não pôde me levar ao aeroporto. Tinha que visitar um parente doente no hospital, me parece. Sendo assim, Brent não foi também. Me despedi mais cedo deles, e é claro, de Brendon.

Dei uma última olhada nas ruas de Los Angeles e finalmente entrei no aeroporto. Um homem de voz grossa anunciou pelos auto-falantes que o avião no qual eu iria decolaria em pouco tempo. Abracei minha mãe e desapareci em meio a uma multidão. Em pouco tempo estaria junto de Brad.