Eu estava caminhando pelas ruas, sem saber aonde ir. Uma garota chegou até mim.

– Qual é o seu problema? Você deixou o Spencer e o Brendon sozinhos. Você tem noção do quanto os fãs estão sofrendo? Alguns nem conseguem dormir mais. Você e o Jon só pensam em si mesmos.

E saiu. Aquilo me magoou profundamente. Até os fãs eu havia perdido.

Por sorte, eu conheci um homem que mudou minha vida. Meu melhor amigo. Ele me ajudou a seguir em frente e recuperar a confiança em mim mesmo. Mas nisso eu chego depois.


POV do Brendon:


Eu estava acabado. Havia perdido a pessoa que eu mais amava no mundo, e um dos meus melhores amigos. Eu me sentia só, e Sarah havia sido minha salvação. Você pode achar que não, mas foi.

Eu não amava ela daquele jeito, mas eu precisava de alguém. Ela sempre falava coisas reconfortantes e tentava me ajudar.

Era noite e eu estava em um bar. Estava bebendo uísque. A terceira garrafa. Eu estava bastante bêbado.

Sarah entrou no bar. Pagou o homem e me tirou da cadeira.

– Vamos, Brendon, vamos.

Me levou para casa e me posicionou em frente ao vaso sanitário; vomitei três vezes. Eu só me lembro disso.

No dia seguinte, acordei com uma forte dor de cabeça e febre.

– Brendon! Como você está?

– Mal.

– Era de se esperar, já que você bebeu excessivamente na noite passada.

– Me desculpe...

– Você não vai resolver seus problemas assim. Só vai se destruir. Não faça mais isso.

– Estou com febre - mudei de assunto.

– Vou trazer um cobertor.

Dito e feito.

– Eu sinto falta deles.

– Eu sei, querido, mas você tem que ser forte.

– Não dá. Eu passei minha vida toda ao lado deles. Eles fazem parte da minha história. Foi por causa deles que eu sou essa pessoa, eles me ajudaram a realizar o meu sonho. São como irmãos para mim. E agora... eles simplesmente se foram, sem explicação nenhuma.

– Eu sinto muito, Bden. Acho que eu já mencionei isso. E também sinto muito por ser a única coisa que eu posso dizer. Mas olha, talvez fizesse bem se você fosse visitá-los um dia desses. O que você acha?

– Não sei se seria uma boa ideia, acho que eles não gostariam de me ver.

– Claro que vão.

– Eu não sei, Sarah. Só se você for comigo.

– Oh, Brendon, são os seus amigos. Não seria legal se eu me metesse nessa história. Tenho certeza de que eles receberão você bem.

– Tenho minhas dúvidas sobre isso.

– Posso perguntar uma coisa?

– Pode.

– Quem era aquele garoto que veio aqui ontem e saiu correndo quando me viu?

– Você não vai querer saber.

– Se estou perguntando é porque eu quero.

– Vai magoar você, e eu não quero isso. Em outro momento, quando eu me sentir seguro para falar com você sobre isso.

– Tudo bem.

– Sarah?

– Sim?

– Me dá um abraço?

– É claro.

Colocou os braços em volta de mim. Depois, beijou minha testa.

– Vai ficar tudo bem, Bden, você vai ver.

Mas eu sabia que não ia.


Fim do POV do Brendon.


Continuei caminhando. Depois, um homem bateu em mim com força.


– Ai!

– Me desculpe.

– Cuidado por onde anda!

– Ei, você é...

– Ryan Ross, sim.

– Eu nem sei quem é esse. Eu ia dizer o cara do bar.

– Eu não sei do que diabos você está falando, e nem vou perder meu tempo.

– Não, espera!

– O que você quer, seu estrupício? Não tem nada melhor pra fazer do que ficar me enchendo o saco?

– Nossa, calma. Eu só estou tentando fazer amizade.

– Então faça amizade com outra pessoa. Tchau.

Saí da frente do estranho. Continuei caminhando, quando, de novo, um homem bateu em mim.

– Mas que droga!

– Desculpe - ele disse. - Tudo bem?

– Eu pareço bem?

– Não.

– Parabéns, você é muito esperto! - falei ironicamente.

– Será que eu posso perguntar o que aconteceu?

– Você acha que eu vou contar da minha vida para estranhos?

– Prazer, sou Shane Morris - estendeu a mão.

– Vá tomar no seu cu.

O homem riu.

– Ah, por favor!

– Espera! Desculpe. Agora falando sério, pode me contar, confie em mim.

– Eu não confio em mais ninguém.

Deixei o homem falando sozinho e continuei caminhando.

Cheguei no lugar desejado, e já sabia bem o caminho para chegar aonde eu realmente queria.

Comecei a chorar. Relembrei de tudo, desde o início da banda até a separação, alguns meses atrás.

Cheguei mais perto e fiz força para abrir o túmulo. Eu sabia que isso não aconteceria, mas continuei tentando.

– Volta, por favor - falei chorando desesperadamente. - Você é a única pessoa que eu ainda tenho. Por favor.

Senti alguém se aproximando. Olhei para o lado.

– Oi - disse.

– Você está me seguindo?

– Talvez. Ei, olha, não precisa...

– Não chegue perto de mim.

– Calma, eu não vou fazer nada.

– Eu nem sequer conheço você. Saia da minha frente, me deixe em paz!

– Por que você está chorando?

– Eu disse pra sair daqui, você é surdo? Vai embora!

– Me obrigue.

– Você quer que eu o faça?

– Eu só quero que você me diga o que está acontecendo. E o motivo de você estar chorando em frente a um túmulo de nome "George Ross".

– Vai embora, isso não te interessa seu babaca.

Sentou ao meu lado e ficou olhando para o túmulo.