PDV SAM.

Sinceramente, pela primeira vez estava ficando impaciente com a demora de Freddie em chegar logo na casa da Carly, mas depois do seu telefonema no qual fingir ser minha mãe e depois que eu o vi entrar por aquela porta, meu coração disparou e acalmou ao mesmo tempo.

─ Oi meninas. Disse Freddie se aproximando de mim e de Carly.

─ Oi Freddie. Eu o respondi de imediato, fiquei até com medo de a Carly ter achado estranho, mas depois que vi a singela piscadinha dele pra mim, parei de me preocupar.

─ Oi, você sumiu ontem rapazinho. Disse Carly se levantando, eu voltei a me preocupar com o que ela havia acabado de falar, fiquei séria fitando o chão.

─ É eu fui embora, minha mãe estava me ligando toda hora, achei que você não se importaria, depois eu explicaria. Freddie terminou de dar sua desculpa esfarrapada, porém continuei séria, mas voltei meu olhar para ele.

─ Não, é que achei estranhos vocês sumirem, sem dizer nada, ainda mais no dia em que Sam voltou. Carly terminou de dizer começando a fitar os amendoins que pegava colocando em sua boca, enquanto que eu permaneci calada observando os dois.

─ Foi pura coincidência. Foi o que Freddie disse, pareceu convicente, mas com certeza Carly ainda ficaria desconfiada dessa história.

─ É, acho que foi, ah meu celular ta tocando. Carly entregou uma tigela para o Freddie e pegou seu celular. Gente é meu pai. Sua fisionomia mudou de desconfiada para animada, saiu direto para a cozinha já com o celular na escuta, e mal ela saiu da sala Freddie senta-se bem ao meu lado, quase no meu colo.

─ E ai lindeza? Ele falou oferecendo amendoins.

─ Amendoins, hum, é bom mesmo que tenha me oferecido baby. Terminei de dizer soltando finalmente um sorriso.

Peguei alguns amendoins, e comecei a comer porem sentia a atenção dele em mim, resolvi o olhar e ele me olhava tão sereno, seus olhos pequenos e castanhos, que vontade eu tinha de abraçá-lo, de beijá lo, naquele momento parecia que nada mais existia, apenas nós dois, era o que bastava, parecia que estávamos nos aproximando, só que eu estava feito boba, eu sorria e ele sorria junto comigo, realmente as coisas tinham mudado bastante, nunca em toda minha vida achei que estaríamos assim, tão envolvidos e isso era só o começo, pois se deve certo entre nós, creio que lutaríamos por isso.

Logo percebo a presença da Carly, ainda com o seu celular na orelha, ela se aproximava, eu cutuquei o Freddie para que ele se afastasse um pouco de mim e assim o fez, tomei a tigela da mão dele e fingi estar séria.

─ Spencer, Spencer? Carly chamou pelo irmão se aproximando
da porta do quarto dele.

─ Oiii... Gritou Spencer.

─ Estou entrando, o papai quer falar com você. Pelo modo que ela disse, parecia estar entrando no quarto de Spencer, não olhei para ter certeza. Depois o silêncio reinou.

─ Queria passar mais tempo aqui com você, mas assim está impossível, não quero só te olhar. Freddie disse do nada aquelas palavras me fazendo olhar pra ele.

─ É, concordo com você, mas acho que ainda não é hora de falar para as pessoas. Eu disse tentando fazer cara de paciente.

─ E o pior que não vou poder ficar muito tempo aqui hoje. Ele terminou de falar com cara te entediado.

─ Por quê? O que você vai fazer? Perguntei sem delongas, franzindo o cenho.

─ É que, minha mãe, é, vai preparar um jantar especial. Freddie se levantou ficando de costas pra mim, indo até o computador se sentando na cadeira, virando-se novamente pra mim. ─ É isso, um jantar e ela quer a minha presença.

─ Por quê? Era estranho eu ficar questionando ele, mas não engoli o que ele havia respondido.

─ Minha mãe, é ela ficou feliz por eu ter conseguido a vaga na faculdade, vai entender ela. Ele parecia nervoso, e eu me levantei, verificando se Carly ou Spencer estavam vindos, mas nem sinal deles, segui até o Freddie, elevando minha mão até seu rosto, fazendo um leve carinho.

─ Tem certeza que é isso Freddie? Perguntei ainda com a mão alisando seu rosto.

─ Não, na verdade minha mãe convidou uma colega do trabalho para jantar na minha casa juntamente com sua filha. Ele disse rapidamente, fechando os olhos, como se não quisesse ver o que poderia acontecer depois de dito, eu processei suas palavras tirando calmamente minha mão do seu rosto.

─ Então é por isso que você tem que ir embora logo? Isso é uma obrigação, ou você vai por vontade própria? Perguntei dando alguns passos pra trás levantando uma sobrancelha.

─ Não, não, por mim eu ficaria aqui a noite inteira, mas se eu não for minha mãe virá me buscar, por favor, acredite em mim? Ele terminou de dizer se levantando, se aproximando de mim.

─ Claro que eu acredito baby, mas preciso fazer uma coisa. Terminei de dizer virando-me, caminhando até a porta e abrindo-a, fui até a porta do apartamento da frente e quando me virei novamente, Freddie já estava perto de mim. ─ Pode entrar Freddie.

─ Sam, para com isso, você, você está com ciúmes? Ele parecia surpreso com o que ele mesmo havia dito.

─ Eu não estou com ciúmes, eu só não quero que sua mãe lhe faça passar vergonha. Disse desviando meu olhar para o chão.

─ A qual é Sam? Você está morrendo de ciúmes. Ele disse se aproximando mais ainda de mim, colocando suas mãos a minha volta, me prendendo contra a porta da casa dele, era loucura.

─ O que você pensa que está fazendo? Se sua mãe abrir essa porta, já era. Eu disse baixo, mas agora eu o encarava, não conseguia sair dali, nem se eu quisesse.

─ Sam, sinceramente, eu não ligo se alguém vir, eu não ligo se minha mãe fizer um barraco. Ele sorriu. ─ Você não vê que é inevitável?

Eu gelei, o Freddie me impressionava com suas palavras, mas tinha medo de ficar só nas palavras, tinha medo de não ser como queremos. Eu
sentia sua respiração contra a minha, eu não sabia, mas o que fazer admitir dentro de mim, que havia ficado com ciúmes, nunca tinha me visto naquela situação, e se fosse a Sam de antigamente, provavelmente teria feito um barraco talvez. Sua boca começava a pousar na minha, tão apaixonadamente se formou um doce beijo, minhas mãos foram de encontro em seu peitoral, alisando até sua nuca, o beijo era tão bom, me acalmava e me fazia esquecer tudo, sentia suas mãos se envolvendo em meu corpo, dando-me um forte abraço, que fazia meus pés saírem um pouco do chão, mas depois voltarem, aquilo era perfeito, e eu precisava daquele carinho no qual só deixaria Freddie fazer.

─ O que? O que vocês estão fazendo?