PDV SAM.

Carly insistia em saber sobre mim e o visinho da minha tia, o que eu poderia dizer? Que ele fazia faculdade de Ed. Física, tinha 19 anos, alto, olhos verdes, cabelo castanho arrepiado, se eu dissesse todas essas coisas, provavelmente iriam achar que eu estaria apaixonada por ele, e o Freddie acabaria sabendo que fiquei uma vez com Bruce. Sei que o Freddie não tem nada a ver com minha vida, mas não queria, mas falar desse assunto, pelo menos não na frente dele. Tentei cortar o assunto indo até a cozinha para tomar um chá gelado, aparentemente deu certo, segundos depois Carly sai da sala dizendo que ia ao banheiro, enquanto eu se quer olhava para onde o Freddie estava, porem, ele venho até a mim, com cara de nervoso e impaciente, era de se desconfiar.

─ Que foi? Perguntei sem evitar.

─ Nada, eu só queria saber se, se tem mais chá. Freddie parecia querer dizer outra coisa e eu também estava esperando ele dizer algo mais sério, mas não foi como pensei.

─ Hum, tem na geladeira. Dei a mesma resposta de Carly quando perguntei se tinha chá gelado, ele provavelmente ouviu naquela hora, mesmo assim perguntou se tinha, achei mais estranho ainda.

─ Okay. Ele passou por mim, mas permaneci do mesmo jeito que eu estava, fiquei com a mão que outrora segurava o copo, encostada na pia juntamente com o meu corpo, quando escutei, ele dizer.

─ Me diz Sam, gostou de Nova York? Sua voz parecia mais firme que na pergunta anterior.

─ Uhum, mas prefiro Seattle. Falei me virando de frente para ele.

Ficamos próximos e no fundo me arrependi de ter me virado e ao mesmo tempo sentia uma sensação boa, Freddie me olhava como nunca, aquilo me deixava constrangida, mas estava gostando, eu de fato estaria mesmo gostando de Freddie? Para mim era tão impossível como desperdiçar comida, claro que ele não era nenhum tipo de alimento, mas era como eu poderia definir o que estava acontecendo, já que isso foi uns dos motivos para eu ter ido embora. Ele parecia tão sereno retirando uma mecha do meu cabelo dos meus olhos, depois me tocando pelo braço e pegando na minha mão, aquilo fez meu coração pulsar mais forte, como ele poderia ter esse poder sobre mim? Eu não conseguia me mover, não conseguia fugir, ou eu não quisesse fugir talvez, sentia sua respiração contra a minha e sua mão ainda segurava a minha. Fechei os olhos, me sentia rendida, sabia bem o que ia acontecer e eu não iria resistir. E sem evitar senti nossos lábios de tocarem lentamente, minha mente se esvaziou, sentia um frio na barriga, ele era meu amigo, isso não podia estar acontecendo, e antes que o beijo se intensificasse me afastei colocando minhas mãos em seu peitoral.

─ Não Freddie. Disse com um tom meio fraco sem o olhar.



Ele porem não disse uma palavra, foi quando eu resolvi olhá-lo, ele respirava fundo e aparentava tristeza na hora, eu tirei aos poucos minhas mãos do peitoral dele, jogando meus cabelos para trás, aquela cena estava ridícula, ficamos calados apenas por alguns segundos, assim que ele quebrou o silencio.

─ Sam... Ele apenas disse meu nome ainda me fitando.

Ele era meu amigo, mas eu não o via assim naquela hora, eu não conseguia mais controlar meus sentidos, respirei fundo e sem mais o puxei pela argola da sua camisa, tocando meus lábios nos dele, sem demora, mas também sem pressa, ele logo retribuiu e pude sentir suas mãos tocando minha cintura, alisando até minhas costas, o beijo foi se intensificando, nossas línguas foram de encontro uma com a outra e minhas mãos iam deslizando até sua nuca, era um beijo calmo, mas cheio de desejo. O beijo foi se acabando aos poucos, com leves selinhos no final, ele sorrio pra mim, era tão lindo que sorri de volta, logo escutamos passos vindos das escadas.

─ Vamos sair daqui? Perguntou Freddie pegando novamente na minha mão. Olhei para os lados, isso era errado, mas quem disse que eu era certa?

─ Vamos... Respondi sorrindo de canto.

Saímos pela porta da cozinha, ele abriu pra mim e eu fui primeiro, logo ele, fechando a porta, descemos aquelas escadas dos fundos, e saímos pela porta de emergência, parecíamos dois fugitivos, afinal, eu pelo menos não queria que ninguém soubesse desse ocorrido. Era estranho por um lado sair assim com o Freddie, mas necessitava passar aquele tempo com ele, mesmo que ele quisesse talvez apenas ficar comigo e pronto, eu sentia muita falta dele e ficar a sós com ele não tinha preço. Saímos de mãos dadas pelas ruas, parecíamos agora um casal.

─ Isso é impossível. Disse soltando um riso de incrédula.

─ Isso o que? Perguntou Freddie sem entender.

─ Nós dois agora, quer dizer, era pra ser impossível. Falei e Freddie parou de andar ficando na minha frente.

─ Algum minuto atrás estava pensando o mesmo. Ele me fitou sério, senti um frio na barriga de novo. ─ Eu... Ele parou de falar.

─ Fala Freddie. Falei impaciente.

─ Eu não sei como explicar, mas estou te amando. Que lindo mas eu congelei. Quer dizer, eu nunca senti tanta falta de alguém, como tive de você, eu de certa forma precisava das suas piadinhas, do seu sorriso, do seu jeito, eu não queria pensar nessas coisas, fugia dessa realidade, mas quando eu te vi hoje, eu tremi. Ele riu baixo ao disser “eu tremi”. ─ Eu queria te abraçar o mais forte possível e dizer que eu era a pessoa mais feliz por vê-la novamente.

Minha cabeça processava tudo aquilo rápido demais, eu não conseguia dizer nada, só conseguia olhá-lo nos olhos, aqueles olhos castanhos brilhantes que eu me perdia cada vez que eu olhava. Como depois de um ano, tudo isso ia acontecer de uma maneira tão forte? Isso seria um exemplo que o impossível pode se tornar possível?

─ Sam, eu não quero te impressiona a nada, eu só precisava dizer o que meu coração estava cheio.

Eu ainda continuava imóvel, porem, consegui soltar um sorriso tímido, senti minhas bochechas corarem, e Freddie pareceu menos tenso ao ver como havia agido, aquilo da minha parte era um bom sinal. Depois sem delongas o Benson se aproximou de mim me envolvendo em seus braças fortes, deixando assim eu provar novamente de seus lábios quentes.