O dia da audiência da Ana tinha sido corrido e puxado, no final da tarde fomos para hospital buscar o Rapha. Não via a hora de te – ló em casa novamente. Ele podia esta da maneira que fosse andado, de cadeira de rodas e até mesmo invalido em uma cama. Eu o amava!

Chegamos ao hospital por volta das 18:00 horas. Entremos no quarto e o Rapha estava sentado em uma cadeira de rodas tentado se movimentar na mesma pra frente e pra trás. Quando ele viu a mim e a Eva sorriu, eu retribui o sorriso.

Eva o abraçou e eu também me aproximei e depositei um beijo na bochecha dele. Peguei as coisas do Rapha, enquanto Eva empurrava a cadeira de rodas do mesmo. Andamos de vagar pelo corredor e saímos do hospital.

Vicente sorri para nos. Papai o tinha o contratado novamente para que ele podesse levar o Rapha onde ela quisesse ir. O motorista coloca o Rapha no banco de trás com a ajuda de um enfermeiro e em seguida coloca a cadeira de rodas no porta malas.

Entro no carro e me sento ao lado de Rapha, ele sorri e aperta minha mão. Eva entre no carro e senta no banco do carona ao lado de Vicente, e ele dá a partida. Em poucos minutos chegamos em casa. Entramos com Rapha em casa e o sentamos no sofá.

Verinha vem toda feliz recebe – ló e ele a abraça com carinho. Sorrio com a cena. Me sento ao lado de Rapha.

— E o bebê? – Ele pergunta sorrindo.

— Está bem! – Sorrio e passo minha mão pela barriga que já estava volumosa.

— Queria poder andar de ovo. Para poder correr e brincar com ele, ou ela. – Ele sorri mas vejo que os olhos dele sem enchem de lágrimas.

— E você vai. É só uma questão de tempo até você se recuperar. Logo você irá ser operado e depois de suas sessões de fisioterapia você vai voltar a ser o mesmo de antes! – Sorrio confiante.

— Eu tenho medo Fernanda! Fico com medo de me operarem e não adiantar nada. E também quem sabe se eu voltar a andar você me ame igual antes! – Ele abaixa a cabeça.

— Ei! Eu te amo do mesmo jeito não importa a maneira como você esteja. Pra mim você sempre será o Raphael que eu amo! – Levanto a cabeça dele e o olho no fundo dos olhos.

— Fernanda, mas eu não sou o mesmo. Eu não posso mais andar e nem te levar pra passear! – Os olhos dele transbordam de água.

— Já disse que isso não importa. Você continua sendo o mesmo Rapha incrível pelo qual eu me apaixonei e vou ter um filho fruto desse amor! – Acaricio seu rosto.

Ele me olha no fundo dos olhos e eu o abraço com carinho. Ele retribui o abraço e sorri. Ficamos assim por um tempo, e depois eu o ajudo a se sentar na cadeira de rodas e eu o levo pro quarto, ele precisava descansar. O ajudo a se deitar na cama e fico acariciando os cabelos dele até que o mesmo pegue no sono.

***

POV Raphael

Minha chegada em casa foi algo que eu não esperava. Todos me trataram muito bem, digo que bem até demais. Fernanda estava me ajudando em quase tudo que ela podia e conseguia por causa da barriga enorme que estava. Até minha comida preferida Verinha tinha feito.

Faltava poucas semanas para minha operação e também para a Fe dar á luz. E isso me preocupava muito! Tinha medo de acontecer alguma coisa e eu não poder fazer nada por conta de não conseguir andar. Isso me magoava!

Acordei pela manhã e vi que a Fe já tinha se levantado. Pra mim ter que ficar naquela cama sem ninguém por perto era horrível precisava de alguém pra tudo aquilo me deixava mais mal ainda.

Mas bem nesse momento para minha sorte seu Augusto passou em meu quarto e me deu uma ajuda. Com a ajuda dele me sentei na cadeira de rodas e eu mesmo guie a cadeira de rodas até chegar a sala de estar.

Cheguei a sala de estar e me peguei observando Fernanda acariciando sua barriga volumosa enquanto olhava pela janela. Meus olhos se encheram de lágrimas. Eu mal pude acompanhar a gravidez da mulher que eu amava, o crescimento e desenvolvimento do meu filho no ventre dela.

— Raphael! – Ela se vira em minha direção. – Caramba você me assustou! Porque não disse que estava aqui?

— Porque estava te observando! – Sorrio.

— Porque estava me observando? – Ela sorri.

— Porque você é linda e ficou mais linda ainda com esse barrigão!

Ela sorri e se aproxima de mim. Fernanda se curva com aquele barrigão e me da um selinho.

— Te amo amor!

— Eu também te amo! – Sorrio e vejo ela se sentar no sofá.

— Como você está? – Ela pergunta sorridente.

— Do mesmo jeito. Me sentindo um incapaz!

— Rapha não diz essas coisas por favor! – Diz Fernanda me reprovando.

— Só estou dizendo a verdade. E você como está?

— Um pouco indisposta e cansada. Mas estou bem! – Fernanda diz sorrindo.

Continuamos um conversa boa e agradável. Ela estava cada dia mais linda, e a cada um desses dias eu me apaixonava mais. Quase perto da hora do almoço Fernanda se levanta e diz que vai ao banheiro. Eu concordo e fico a esperando na sala.

— Minha bolsa rompeu! – Ela diz sorridente e na maior calma possível.

Eu fico imediatamente louco e começo a gritar e dizer várias coisas ao mesmo tempo. Mesmo que ela me pedisse calma eu não conseguia, ficava cada vez mais afobado. Escutando nossas vozes alteradas nosso pais chegam a sala junto de Verinha.

— O que houve? – Pergunta minha mãe.

— A bolsa da Fe rompeu. – Digo ainda um pouco nervoso.

— É. Minha bolsa rompeu. – Diz ela bem contende.

E naquele momento todo mundo pirou e começaram a falar e andar pra lá e pra cá me deixando mais desorientado do que eu já estava. Do nada todos saem da sala e me deixam sozinho. E logo depois voltam juntos com Fernanda e algumas malas, talvez dela e do bebê. Mas eles passam direto por mim e me deixam sem reação alguma. Vejo Fernanda se virar pra mim com cara de piedade mais continua a andar com os outros.

Eles saem de casa e me deixam lá sozinhos e sem poder ir atrás deles e nem dizer nada. Aquilo além de causa um mal profundo me deixou com uma raiva absurda. Nem quando meu filho iria nasceu eu poderia estar presente por ser um merda, um invalido.

— Ei senhor Raphael. Vim te buscar porque o outro carro estava cheio. – Diz Vicente sorrido.

Pelo jeito não haviam me esquecido...