Invisible Play - Game Over

O Herói Que Expurga o Mal


Naquele momento o silêncio se tornou a entidade absoluta naquela sala, todos tentavam entender o significada das palavras ditas por Ike, até que Takeda se pronunciou:

–Ei, você tem noção do você acabou de dizer? Isso não faz o mínimo sentido? Você pode não saber mas eu e o Kurokawa investigamos muito sobre aquele caminhão! –Disse Takeda se exaltando. –Depois de vários dias de procura nós conseguimos achar o caminhão, nós levamos ele até um NPC e perguntamos o que era. Você sabe o que ela disse?

Ike apenas continuou quieto e Takeda falou:

–Um objeto modificado por um GM! Você acha que o Daten era um GM? Claro que não, GMs são insanamente fortes.

–Calma Takeda. –Disse eu. -Mesmo se o Daten dirigisse o caminhão, isso não signifique que ele tivesse modificado ele. Ele pode muito bem ter achado...ou recebido.

Naquele momento a existência de GMs se tornou clara para todos:
–Daten conseguiu o caminhão vermelho através de um GM, mas porque ele estava atropelando pessoas com ele? Porque ele estava distribuindo esses poderes? –Pergunte eu para o vazio.

–Primeiro não deveríamos perguntar como o caminhão vermelho gerava poderes? –Perguntou Ike.

–Isso é fácil de responder. –Disse Takeda. –GMs podem fazer o que quiserem nesse mundo, eles são uma espécie de deus. Não seria assim tão difícil fazer essa pequena modificação num caminhão. Sobre sua pergunta Kurokawa, eu acho que ele estava formando um exército.

–Então Daten atropelava as pessoas com o caminhão para formar um exército de pessoas com poderes estranhos, mas um exército para fazer o que? –Perguntei eu novamente.

–Um exército para te matar. –Respondeu Ike. –Eu me lembro de escutar perfeitamente o Daten dizendo que iria levar sua cabeça para o chefe dele.

–É, parece que assim respondemos algumas perguntas. Mas criamos mais algumas. –Disse Takeda se sentando.

Em seguida disso nós continuamos conversando sobre coisas aleatórias até que Ike disse que tinha que ir embora porque hoje os pais deles voltavam para a casa dele. Em seguida o Takeda decidiu ir na casa dele porque senão a família dele acabaria ficando preocupada. Agora que penso nunca vi nenhum membro da família dele.

Eu fiquei em casa assistindo televisão e conversando sobre coisas aleatórias com a Eclipse enquanto comia caramelos. Nossa, faz realmente um bom tempo desde que isso aconteceu. Já estamos em outubro ou seja, já fazem quatro meses que eu conheci a Lizzy. Que tem estado ausente ultimamente em minha vida.

Ela e o Sasu andam muito ausente ultimamente, nada contra mas não poder lutar contra o Sasu faz alguma falta. Nesse momento um pensamento me veio à cabeça:
–É isso. Vou me encontrar com eles.

Eu me levantei, liguei para Sasu e disse que queria falar com ele, nós marcamos de nos encontrar num lugar perto de onde eu comprava caramelos. Eu coloquei algumas roupas um pouco melhores e corri para o lugar. O lugar era deserto por isso não íamos ter nenhuma interrupção.

Mas o que era apenas para ser um passatempo acabou por se tornar um lugar onde meu sangue iria escorrer. Ao longe eu avistei uma pessoa se aproximando, pensando que era Sasu, eu me levantei e fui me aproximando. Mas eu tinha me enganado.

Com cabelos preto espetado e olhos verdes cintilantes ele foi se aproximando. Quando perguntei quem ele era, ele respondeu “Sou um herói e estou aqui para expurgar o mal”. Eu considerando isso como ação hostil saquei minha espada e me preparei para lutar.

Ele sacou suas duas e espadas e começou a atacar, suas espadas estavam envolvidas numa espada feita de energia no mínimo dez vezes maiores que as reais. Essas espadas de energia eram realmente grandes e longas, ele também não era nenhum pouco fraco.

Seus movimentos eram letais e buscavam tomar minha vida, eu defendia e me esquivava mas mesmo assim eu estava em uma grande desvantagem. De um momento para outro ele disse:

–Você é realmente forte. Mas porque usa essa força para o mal? Eu não te entendo. Me entristece ter que te matar mas se quiser culpar alguém culpe a si mesmo!

–Desculpe mas eu acho que perdi em alguma parte do seu discurso. –Disse eu. –Eu não entendi nada.

Ele apenas sorriu e começou a espalhar sua energia em todas as direções, ele colocou sua energia em tudo em nossa volta. A quantidade de energia que ele tinha para poder conseguir fazer isso era incrível.

Mas apenas energia não iria mudar nada, eu parti para o ataque antes que ele tivesse tempo de fazer alguma coisa. Eu olhei para suas mãos e vi algum pequeno movimento no mesmo instante minha vista se escureceu.

Meu corpo parou e se negava a se mover novamente, eu não entendia o que estava acontecendo e antes que conseguisse pensar. Meus pensamentos foram escapando e eu me tornei vazio. Mas isso durou apenas alguns segundos quando retornei minha consciência já era tarde demais.

A sua lamina já estava tocando meu corpo, sentia o frio metal dilacerar minha pele e me empurrar para trás. Antes que tivesse tempo de reagir, minha vista ficava novamente turva e outro corte era feito em meu corpo.

Eu via o meu sangue pintar o chão, minha pele sendo dilacerada e a dor corria todo o meu corpo. Uma dor quase insuportável de ser ferido e não poder sequer reagir. Eu tentava me manter em pé mas meu corpo não obedecia, eu ia lentamente me aproximando do chão.

Eu bati meu rosto no chão e apenas tive força para virar meus pescoço para ele, ele segurou com força em suas duas espadas e cravou-as em meu peito. Senti meus pulmões sendo dilacerados e o meu sangue a escorrer por todo o meu corpo:

–O mal foi punido. –Disse ele se retirando.

Droga, mova-se corpo. Ele está ali, ainda podemos lutar. Eu me recuso a perder! Eu me recuso a perder! Eu me recuso a perder! Se levante corpo! Mesmo que você tenha que se quebrar em pedaços para isso! Apenas se levante! –Repetia eu mentalmente. –Eu não sou fraco. Eu não irei perder! Eu não irei perder! Essa luta ainda pode ser ganha! Por isso…se levante!

Eu pousei minhas mãos no chão e fui me levantando mas aquele não era mais eu. Era apenas um corpo sem vida que se recusava a morrer, aquele ser se levantou e segurou a Eclipse firmemente enquanto caminhava em direção a o outro jovem:

–Você é persistente. –Disse o outro jovem.

Eu…não...vou…perder…eu…não…vou…perder…–Repetia o ser inconscientemente.

Esse corpo correu em direção ao seu oponente mas sofreu apenas mais um corte em seu peito e caiu ao chão. Uma poça de sangue se formou mais ele levantou novamente e atacou:

–Eu…não…vou…

Antes de terminar essa frase ele foi atingido por dezenas de corte seguidos vindo pelo o outro jovem e caiu ao chão sem se mover:
–Você me dá medo. Mas o mal necessita perecer.

Aquele corpo simplesmente continuou parado no chão, a quantidade de sangue perdida era insana. Não havia uma superfície em seu corpo que não estava ferida. Mas aquele corpo não era um corpo normal, suas habilidades regenerativas eram gigantes.

Sasu que vinha ao longe quase vomitou quando encontrou aquele corpo, a grama daquela área tinha se tornado vermelha. E o corpo daquele pobre coitado já não tinha mais salvação:

–Ei! Kurokawa! Responde porra! –Gritava Sasu. –Nem tente morrer! Nem pense em morrer! Responde merda!

–Kuro! Kuro, o que aconteceu? –Chorava Lizzy.

–Cure ele! –Disse Sasu.

Lizzy usou a primeira magia de cura que viu pela frente e gastou toda a sua energia tentando curar ele. Sasu ligou para Takeda:
–Takeda? Você conhece alguém especializado em cura?

–Conheço, porque? –Perguntou ele.

–O Kurokawa, ele está num estado péssimo.

–Espere só um pouco então!

Demorou uns quinze minutos para Takeda chegar com uma mulher especializada em cura. Quando a mulher olhou para o estado da situação a volta de Kurokawa ela disse:

–Já vou avisando, não consigo fazer milagres.

Mas isso foi o suficiente para vários olhares nervosos se voltarem para ela. Ela usou vários feitiços de curas, feitiços de aceleração de regeneração, feitiços de restauração. A cura levou três horas para terminar:

–Eu estou totalmente exausta. –Disse ela se deitando. –Ele sobreviveu.

Todos se sentiram aliviados mas ela continuou falando:
–Mas ainda corre perigo de vida e não vai acordar por pelo menos um mês.

–Um mês? Isso não é muito tempo? –Perguntou Takeda.

–É impressionante que ele tenha sobrevivido. Um mês é o tempo mínimo! –Exclamou ela.

Todos se sentiam aliviados mas uma pergunta permanecia em suas mentes:
–Quem ou o que fez isso com ele?

Eu fui levado para a minha casa e lá eu fiquei sobrevivendo apenas com soro na veia. Takeda disse que iria cuidar de mim naquela noite e disse que iria inventar uma desculpa na escola.