Lizzy e Ike carregavam Sasesu apoiando os braços dele em suas costas:
–Obrigado...eu realmente não consigo mover minhas pernas... -Comentou Sasesu.

–Não se preocupe! -Alertou Ike. -Amigos são para isso!
–Aquele poder de antes era tão forte, mas parece que também possui seus riscos... -Disse Lizzy.

Eles moviam seus corpos na intenção de retornar a casa quando aquela figura posicionou-se em seu caminho:
–Ho...ho...ho, vejo que terminaram de fazer o que eu pedi... -Comentou aquela enrugada idosa.

–Sim, isso mesmo! -Exclamou Sasesu. -Agora nos diga onde o Kurokawa está!

A velha sorriu:

–Acho que isso não será necessário... -Disse ela.

Eles ficaram confusos por alguns segundos até ouvirem alguns leves passos no horizonte. Seus olhos miraram aquela direção e logo identificaram aquela figura. (N/A: Isso pode ficar um pouco confuso, mais eu prefiro fazer assim :P) Alguns minutos atrás em outro lugar:

–Então você finalmente voltou... -Comentou Marwoleath.

–Mesmo assim, minhas lembranças ainda estão um pouco embaralhadas... -Respondeu Kurokawa.

Ele observou a paisagem a sua volta e continuou:

–Mas tem uma coisa que eu não esqueci... -Sussurrou ele.

–O quê? -Perguntou ela virando-se para ele.

Ele rapidamente avançou em sua direção e tocou seus lábios nos dela num leve e ofegante beijo:

–Isso...

Mas sua reação foi inesperada. Um soco pesado e direto chacoalhou seu crânio:

–Mas que merda foi essa? -Gritou ela sem se arrepender do soco dado.

–Eu que pergunto isso! -Respondeu ele ainda meio tonto pelo golpe.

Ela segurou-o pela gola de sua cabeça e puxou-o até si com força, sem nem tempo de reagir ele foi atingido por um forte beijo seu:

–Eu mando nesse relacionamento! -Afirmou ela.

Ele recuperou seu fôlego e foi imediatamente devolver seu beijo quando foi interrompido:

–Vocês realmente pretendem continuar fazendo coisas tão vergonhosas na frente de uma idosa e inocente senhora? -Perguntou ironicamente a mesma senhora que havia se encontrado com Sasesu e seu grupo.

Kurokawa normalmente não daria muita atenção àquela pessoa e apenas aproveitaria seu momento, mas a situação era diferente:

–Quem é essa? -Pensou ele. -Mesmo que eu esteja meio enferrujado, ela se aproximou sem eu nem ver...ela não é qualquer uma...

Ele afastou-se dos braços da ruiva e fitou aquela senhora:

–Quem é você? -Perguntou ele.

–Eu não preciso te dar motivos para você confiar em mim, afinal de contas você já percebeu que eu poderia ter te matado se quisesse! -Ela sorria inocentemente contrariando suas macabras palavras. -Apenas me sigam...

Sem muitas opções eles seguiram-na um pouco receosos. De um segundo para o outro, a realidade a sua volta começou a distorcer-se e num momento eles já estavam num lugar totalmente diferente:
–Teleporte...e bem poderoso... -Pensou Marwoleath. (N/A: Ás vezes eu escrevo teletransporte até porque não sei qual é o certo :/)

–Pronto chegamos a parada final... -Brincou a velha.

Ao longe eles viram alguns rostos que conforme se aproximavam tornavam-se mais familiares. Aquelas figuras imponentes desmancharam-se em lágrimas quando viram seu rosto. Até mesmo o forte Sasesu não pode se conter. Kurokawa havia perdido a noção de tempo, por isso aquelas semanas eram apenas míseros minutos para ele.

Mas seus colegas que sentiram muito sua falta e que algum ponto disso começaram a considerar sua morte, não podiam conter sua felicidade. Eles abraçavam-no com muita força enquanto molhavam-no com suas lágrimas, Kurokawa apenas não sabia como reagir e acabava apenas por ficar estático. Marwoleath observava ao longe um tanto confusa.

Alguns minutos se passaram e eles finalmente se acalmaram:

–Você só nos dá trabalho...eu não senti sua falta... -Mentia Sasesu.

–Limpe suas lágrimas primeiro...seu bebé chorão... -Ria Kurokawa.

–Eu estava preocupado com você e você ainda brinca comigo? -Gritou ele. -Tire para fora sua espada, nós vamos lutar aqui mesmo!!!
–Calma, calma...mas ainda bem que você está bem. -Falou Ike. -Foi tão difícil aqui sem você...

–Verdade! -Afirmou Lizzy. -Nós tivemos vários problemas por sua culpa!

Sasesu desviou sua atenção para um vermelho não longe dali e logo percebeu do que se tratava:

–Ei!!!! -Gritou ele. -Aquela não é a Rainha Vermelha???

A atenção de todos foi captada:

–É verdade!! -Falou Lizzy. -Droga, que péssima hora para aparecer, mas acho que se nos juntarmos talvez consigamos derrotá-la!

Todos já sacavam suas armas e preparavam-se para batalhar até que Kurokawa colocou-se em suas frentes:

–Calma...-Disse ele aproximando-se dela. -Ela é minha amiga.

Ele foi imediatamente levantado por seu pescoço:

–Amiga? -Sussurrou ela num tom assustador.

–Bem...digamos mais que amiga? -Brincou ele.

A presença dela deixava todos eles de certa forma incomodado e em hipótese alguma conseguiam relaxar. Após conversarem, Kurokawa convidou todos ali presentes para jantar em sua casa. Obviamente Marwoleath estava incluída. Eles dirigiram-se para sua casa com aquele clima estranho no ar.

Lizzy começou a preparar o jantar enquanto Ike ajudava e Kurokawa, Marwoleath e Sasesu assistiam televisão na sala. Algum tempo se passou e comida foi servida. Lizzy chegou perto de Kurokawa e sussurrou em seu ouvido:

–Eu entendi o seu plano!

–Plano? -Perguntou Kurokawa.

–Sim, isso tudo é uma armadilha, nós vamos colocar veneno na comida dela e acabar logo com isso! -Sussurrou ela. -Não se preocupe, os preparativos já foram feitos, só falta o veneno...

–Não...vocês meio que entenderam errado...

Ele levantou-se e discursou para toda a mesa:

–A presença dela aqui até pode ser estranho para vocês, até porque nós lutamos até a morte não há muito tempo atrás. -Disse Kurokawa. -Mas algumas coisas aconteceram e eu devo muito a ela! Por isso eu apreciaria se vocês respeitassem-na!

Eles finalmente conseguiram compreender a situação e mesmo que forçadamente, tentaram interagir:

–Então, como vocês se conheceram? -Perguntou Lizzy.

–Eu foi mandada pela cidade de Kepler para investigar uns acontecimentos bizarros. -Respondeu Marwoleath.

–Mais especificamente, que acontecimentos? -Perguntou Ike.

–Uma espécie de besta havia destruído diversos prédios e matado centenas de pessoas. Eu fui enviada para exterminar essa besta mas infelizmente não consegui encontra-la. -Continuou ela.

–Então o nosso encontro não foi uma coincidência... -Pensou Kurokawa.

A noite prolongou-se. Eles conversaram sobre diversas coisas e mais tarde adormeceram sem preocupações