Em um local longe dali, algumas outras pessoas vivam suas próprias aventuras. Sasesu, Ike e Lizzy haviam se juntado novamente para procurar Kurokawa. Mesmo que no fundo eles consideravam a hipótese de ele estar morto, ninguém ousava proferir isso. Suas vidas estavam muito mais calmas, já que Kurokawa era a pessoa que atraia problemas.

Não houve sequer um ataque de caçadores de recompensa ou até mesmo de Guilds. Mas aquela calmaria começava a perturbar Sasesu:

–Porque não vamos a vendedor de informações? -Sugeriu ele acariciando os cabelos de Lizzy.

–Pode ser uma boa ideia...mas acho que não temos dinheiro... -Comentou Lizzy deitada no colo de Sasesu.

–Podíamos vender a Eclipse. -Disse Ike segurando vela.

–Primeiro, duvido que vocês vão encontrar alguém consiga me usar. Segundo, se vocês encontrarem uma pessoa que possa me usar, ela vai simplesmente matar vocês e me roubar. -Relatou Hikari.

–E terceiro, até essa pessoa aparecer, o Kurokawa já vai ter voltado. -Complementou Yami.

–Calma...foi só uma brincadeira... -Respondeu Ike.

–Agora que penso nisso...como você consegue utilizar a Eclipse, Ike? -Perguntou Sasesu.

–É uma questão de compatibilidade, mas mesmo sendo compatível com ela, foi bem difícil no começo. -Respondeu Ike. -Ela absorvia muita energia minha e acabava ficando muito pesada, demorou para eu poder conseguir controlar.

–Mas deixando esse assunto de lado, eu acho que consigo encontrar um vendedor de informação que pode ser de utilidade. -Interferiu Lizzy.

Após prepararem-se, eles dirigiram-se para o local. Um prédio com alguns andares aparentemente normal. Ela tocou a campainha e duas figuras conhecidas projetaram-se. Um deles era alto, esguio e possuía um longo cabelo prateado. O outro tinha uma altura mediana, olhos cinzentos e uma cabeça careca. Respectivamente, Rum e Lum (N/A: Devo confessar que tive de reler para saber quem era quem):
–E se não é a pequena Lizzy, o que te trás aqui?

–Perguntou Rum.

Sasesu e Ike suspeitaram as relações que esses três possuíam:

–O Takeda me apresentou eles, são os vendedores de informações do Kurokawa. -Disse ela.

–Isso foi rude, vendemos informações para muitas pessoas além daquela...personificação da depressão. -Brincou Lum aparentando estar nervoso.

–Nós queríamos saber a localização dele, teria como? -Continuou Lizzy.

–Sinceramente, nós somos vendedores de informações, não Chearchers que procuram pessoas desaparecidas. -Respondeu Lum.

–Mas podemos te indicar uma ótima Chearcher, ela provavelmente pode achar seu pequeno amigo! -Complementou Rum.

–Já não é mau. -Disse Sasesu.

Após pegarem o endereço onde a supostamente a tal Chearcher morava, eles foram para lá. Em algum tempo eles conseguiram atingir seu objetivo. Era uma construção abandonada em um estado decadente, rodeada de várias árvores e até mesmo alguns animais. Eles adentraram-na silenciosamente e lá encontraram uma velha, magra e coberta de rugas senhora que exibindo seu longo e grisalho cabelo:

–Ho...ho...ho...parece que eu acertei mais uma vez. -Sorria ela. -Sentem-se, meus pequenos!

Eles consideravam estranho sua forma de reagir perante pessoas nunca antes vistas, mas desde o inicio eles não possuem intenções maliciosas, portanto, não havia motivo para recusar. Apesar da tal senhora ter realmente usado o verbo "sentar", não havia nada realmente assentável. Ike sem pensar muito nisso apenas sentou-se no chão.

A idosa olhou em seus olhos e estampou um triste sorriso em sua face. Ela rapidamente desviou seu olhar e prosseguiu com sua apresentação:

–Irei ser bem direta! Eu sei quem são vocês e o que vocês querem!

Todos surpreenderam-se:
–Não, espera...isso pode ser apenas um blefe para revelarmos nosso objetivo. -Pensou Sasesu.

–Sério? Como? -Perguntou Ike inocentemente.

–Isso é porque eu...

Todos esperavam alguma revelação emocionante:
–Posso ver o futuro! -Continuou ela.

No mesmo instante em que os olhos de Ike brilharam de curiosidade, Sasesu levantou-se e foi arrastando Lizzy e Ike junto dele para a saída:
–Essa velha é louca...isso é perda de tempo... -Comentou ele.

–Não diga isso dessa pobre velha...mas bem, mesmo que tentassem sair, não iriam conseguir... -Respondeu ela.

Sasesu ignorou seus avisos e seguiu em frente. Ao atravessar a porta da saída, ele esperava contemplar a biodiversidade daquela floresta. Mas isso não aconteceu, a único imagem que pode contemplar, era um branco hipnotizando que representava o completo vazio.

–Sugiro que vocês não pisem nisso...não me responsabilizo por futuras consequências... -Comentou ela.

Ele teve de engolir seu orgulho, sentar-se no chão e escutar as palavras daquela "velha louca":

–Como eu disse antes...eu sei de algumas coisas, por exemplo, eu sei que vocês querem achar um amigo vosso. -Continuou ela. -Sei também de algumas informações sobre ele...

Eles deixaram a alegria contaminar os corações deles mas foi apenas por um breve momento:

–Mas, antes disso, vocês terão que fazer algo por mim. Não se preocupe, não será nada muito difícil...pelo contrário, isso será de grande utilidade para vocês no futuro.

–Apenas fale logo... -Interrompeu Sasesu ainda irritado.

–Sim...Eu quero que vocês tirem de circulação uma droga que tem gerado vários problemas ultimamente. -Declarou ela.

–Uma droga, como assim? -Perguntou Lizzy.

–Bem, apenas vão para este local e...se virem!!! -Riu ela.

Sasesu decidiu que agressão física seria o necessário para parar com as brincadeiras daquela graciosa senhora. Mas nesse momento, ela já havia desaparecido, deixando apenas um bilhete para trás:
–Acho que é para irmos nesse lugar... -Comentou Ike.

–Aquela velha... -Murmurou Sasesu.

–Mas o que faremos? -Perguntou Lizzy. -Mesmo se fizermos o que ela mandou, não temos certeza se ela vai nos contar o que sabe.

–É...mas mesmo assim, isso é a única coisa que podemos fazer. -Lamentou Sasesu.

Num clima não muito amigável, eles seguiram para o local do bilhete. Depois de caminharem por alguns minutos, eles encontraram uma espécie de fábrica:
–Vamos investigar e depois... -Dizia Ike.

Sasesu levantou-se e foi andando em direção a fábrica:

–Ei!!! Sasesu! E o plano? -Perguntava Ike.

Ele adentrou a fábrica e rapidamente perguntou:
–Aqui é produzido algum tipo de droga?

Todas pessoas lá dentro permaneceram quietas por alguns poucos segundos e rapidamente começaram a atacá-lo:

–Parece que sim... -Murmurou ele.

Ele respondeu na mesma moeda, arremessou todos que ousavam se aproximar com grandes socos e chutes. Não demorou muito para eles perceberem a diferença de poder:

–Quando a velha disse que era uma missão, eu esperava algo difícil... -Provocou ele. -Mas vamos ao importante.

Ele levantou a primeira pessoa que encontrou por seu pescoço e perguntou num tom assustador:
–Se eu quebrar essas máquinas, vocês não vão mais conseguir produzir essa droga, certo?

O homem não respondeu, mas Sasesu sabia apenas por observar sua expressão que não estava errado. Ele jogou-o no chão e dirigiu para as máquinas, fechou um de seus punhos e socou-a com toda a sua força. O metal contorceu-se e foi transformado em sucata. Após repetir esse processo em todas as máquinas, ele retirou-se:

–Pronto, serviço completo. -Relatava ele aproximando-se de seus companheiros. -Agora só precisamos encontrar aquela velha.

–Acho que isso foi fácil demais... -Disse Lizzy.

Enquanto distanciavam da fábrica, uma figura silenciosa apareceu e foi reduzindo a distância. Sasesu percebeu sua presença e logo lembrou-se de seu rosto:
–Oh...você é uns dos caras que eu acabei de bater, não me diga que quer apanhar de novo? -Brincou ele.

O jovem, silenciosamente, retirou um pequeno comprimido de seu bolso e ingeriu-o. Rapidamente sua íris assumiu um tom esverdeado e ele avançou brutalmente em direção a Sasesu. Num impulso, Sasesu bloqueou seu ataque e afastou-o com alguns socos:

–O que está acontecendo aqui? -Pensava ele. -De um momento para o outro, sua força e velocidade ficaram muito maiores.

O jovem voltou a atacar com muita força:

–Mas mesmo ele sendo forte, ele não tem experiência nenhuma. Seus ataques são muito simples.

Sasesu decidiu parar de analisar e começar seu ataque. Parou seu corpo e esperou mais um ataque despreparado de seu inimigo. Seu adversário avançou inocentemente, Sasesu apenas moveu seu corpo alguns centímetros para o lado e desferiu uma cotovelada na coluna de seu oponente. Um ataque e uma queda, o jovem caiu no chão sem mover.

Antes de poder relaxar, ele sentiu um corte em seu peito:

–Mesmo eu tendo desviado, eu ainda levei alguns danos...que força monstruosa. -Pensava ele.

Ele abriu o bolso de seu oponente e viu mais daqueles comprimidos de antes:

–Esses devem ser a droga que a velha falou...Deve ser por causa disso que ele ficou tão forte exponencialmente.

–Tudo bem, Sasesu? -Perguntou Lizzy. -Ele parecia bem forte!

–Não se preocupe, ele não tinha experiência nenhuma, é provável que essa tenha sido sua primeira luta. -Respondeu ele.

–Isso na sua mão, é aquilo que ele comeu antes de lutar? -Perguntou Ike. -Entendo, essa droga deve estimular a força de quem usa.

–Isso só vamos descobrir depois de falarmos com aquela velha.

No momento em que estavam preparando para ir embora, algo teve início:

–Ei...sério? -Perguntou Sasesu.

–Acho que damos conta? -Perguntou Lizzy.

–Temos que dar! -Exclamou Ike.

Um grande número de pessoas que estavam dentro da fábrica estavam aproximando-se. Cada uma delas carregando um comprimido em mão...