Inverno
Capítulo 1
Estava frio...
Foi a primeira coisa que ele notou quando seus olhos se abriram...
Mas por quanto tempo estiveram fechados?
Dias? Semanas? Meses?
Estava em um belo quarto de hospital. Provavelmente o melhor que ele já vira.
Procurou em vão por qualquer lembrança que explicasse o motivo pelo qual ele fora parar ali.
Não havia ninguém no quarto, mas flores frescas recheavam um pequeno vaso de cristal que enfeitava o criado mudo, ao lado da cama.
-Alguém esteve aqui há pouco tempo. Mas quem? Pensou.
Sua memória era confusa, revelava pouca coisa sobre o acidente que sofrera e pequenos flashs de seu passado.
Via um carro em chamas e em seu interior uma mulher pedia socorro, mas ele não podia ver o rosto desta mulher, ouvia apenas sua voz gritando.
Era só.
Tentou levantar-se, mas uma dor enorme o fez desistir.
Retirou o lençol que o cobria e viu que suas pernas estavam enfaixadas, como se estivessem queimadas.
Apalpou o peito e sentiu uma cicatriz e depois outra. Ficou assustado quando levantou sua blusa e viu duas cicatrizes provocadas por projéteis de alguma arma de fogo.
-O que aconteceu comigo? Quem fez isso e por que? Pensou.
Começou a forçar sua memória para que se lembra-se de alguma coisa, mas algo o interrompeu. Era o som de passos vindo do corredor.
Sem saber como, ele podia detalhar algumas características daquela pessoa que se aproximava, somente pelo som de seus passos.
-Trata-se de uma mulher (pois usa salto alto, tipo "agulha");alta, talvez 1,75m(pelo intervalo entre cada passo); ela é leve e bastante elegante.
Antes que aquela pessoa entrasse em seu quarto ele pode sentir o perfume que ela usava e teve a primeira certeza desde que acordou.
- É ela. Foi ela quem tentou me matar.
A dor era lancinante e ele não teve forças para se levantar.
A medida em que ela ia se aproximando, o som dos passos ecoava dentro dele, fazendo com que seu coração batesse no mesmo ritmo.
Apoiava-se nos cotovelos, tentando ficar sentado quando ela apareceu.
Sem dizer uma palavra parou diante da porta e apoiou um braços na guarnição.
Era realmente magra e alta como ele previu e mais bonita do que imaginava. Seu rosto era fino, de traços retos; o cabelo liso e negro, assim como o vestido que ela usava; seus olhos, também negros, não revelavam nenhuma emoção, ate serem traídos por sua boca vermelha e carnuda, que começou a expressar um leve sorriso.
-Enfim você acordou. Disse ela.
Tudo que ele pode fazer foi tentar engolir o nó que lhe subia a garganta.
De repente aquela mulher poe-se a correr em direção a ele e lhe abraçou.
-Dexter, eu tive tanto medo de te perder.
-Dexter? Ele retrucou.
Sem perceber a pergunta ela, chorando, o beijou no rosto.
Ele nada sentiu.
-Há quanto tempo eu estou aqui? Perguntou ele.
-Hoje faz quatro semanas.
-E como vim parar aqui?
-Voce não se lembra de nada, não é? Disse ela, se levantando.-O médico me disse que você poderia ter amnésia por um tempo, devido ao trauma que sofreu na cabeça.
Levando a mão a cabeça, Dexter pode sentir uma cicatriz que ia to topo da cabeça até bem perto da nunca.
-Nossa. Tenho cicatrizes por todo o corpo. O que aconteceu comigo?
-Não vamos falar nisso agora, você ainda esta muito debilitado.
-Tudo bem. Mas uma coisa eu preciso saber. Quem é voce e por que tentou me matar?
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