Inveja

Memória dolorosa


Ino, assim como Lee, se apaixonou pelo menino assim que o viu. Ela o achava fofo e, mesmo já sabendo, ela ficou surpresa que ele era realmente um cópia de Sasuke quando menor; no fundo, ela ainda estava pensando que o moreno estava exagerando e ele só era extremamente parecido. Mas, ao vê-lo, ela não teve dúvidas. Ela o abraçou e o pequeno teve receio de abraçá-la de volta. Os olhos dele se moveram para a porta, aonde o Uchiha mais velho ainda estava parado.

“Ei. Você conseguiu trazê-la, isso é ótimo!” TenTen se aproximou do amigo, observando-o enquanto ele tirava seus sapatos e os deixava na entrada.

“Você estava duvidando?” Foi inevitável que ela desse um sorriso amarelo, confirmando a suspeita dele. Sasuke bufou, ofendido. Não que a Mitsashi não acreditasse no companheiro de equipe, mas ela imaginou que seria bem difícil convencer Ino. Vê-la ali, abraçando o menino, como se tivesse sido muito fácil trazê-la, não era exatamente o que estava esperando. A morena esperava que a outra viesse com a expressão mais fechada do mundo e só fizesse o necessário; ou nem isso. “Tudo bem por aqui?”

“Hã, mais ou menos…” A mestre das armas se calou por um momento, vendo quando a criança, que finalmente conseguiu se ver livre dos braços da loira, correu para abraçar as pernas do moreno. O mais alto pareceu envergonhado por um pequeno instante, ele com certeza não estava muito habituado a lidar com demonstrações de afeto no geral, mas se abaixou para envolver seu braço ao redor do corpo magro.

Eles ficaram daquele jeito por um tempo mais longo do que Sasuke estava esperando. Ele até tentou se soltar, mas o menino não pareceu querer largá-lo de forma alguma. Então, ele envolveu seu único braço em volta da cintura da criança e levantou-se, com ele no colo, os bracinhos em volta do seu pescoço. Não era uma sensação estranha, só era nova, diferente. Ele passou a maior parte de sua vida sozinho, evitando contatos como aquele, então só precisava de um tempo para se acostumar. Naquela idade, ele própria vivia no colo ou nas costas de Itachi.

“Ele é muito fofo.” Comentou Ino, sorridente. Ela cumprimentou a outra kunoichi com um aceno. “Ei, TenTen-san.”

“Ah, oi, Ino-san.” A morena deu um sorriso pequeno, se sentindo mais confortável do que achou que iria estar ao redor da loira.

“O Sasuke-kun disse que isso foi uma ideia sua.” Ino comentou, enquanto se acomodavam no sofá e então ela olhou ao redor. Ela nunca havia estado dentro da casa de um membro da família Uchiha. Na verdade, ela nem mesmo imaginou que aquilo poderia acontecer, que ela estaria naquela situação. Bem, tudo podia acontecer.

“Sim, nós meio que estamos sem outras opções. Achei que você pudesse ajudar.” Ela fez uma pausa em sua fala, enquanto via a loira assentir, com um sorriso gentil. “Mas antes… nós queríamos saber se isso pode ser perigoso.”

“Eu entendo.” Eles estavam certos, essa deveria ser a primeira preocupação, na mente da Yamanaka.

Assim que a guerra acabou, e muitas vidas foram perdidas, incluindo a de seu pai, algumas funções ficaram sem pessoal. No início, a loira até tentou ocupar a mesma função que Inoichi tinha na vila, no departamento de inteligência. Claro, com o final da guerra, já não havia mais necessidade da existência de tal divisão, porém vez ou outra eles lidavam com pessoas com más intenções e seria ótimo se tivessem alguém com tal habilidade.

As primeiras tentativas foram um desastre. Entrar na mente de outra pessoa era mais difícil do que ela tinha imaginado inicialmente. Depois de um tempo, que ficou claro que aquela função com certeza não era para ela, Ino desistiu. Então, por mais que ela quisesse realmente ajudar Sasuke, ela ainda se sentia meio insegura quanto ao que deveria fazer.

"Eu aprecio que vocês tenham pedido a minha ajuda e eu sinceramente quero muito ajudá-los. Meu pai podia fazer aquilo muito bem e eu infelizmente não tenho a mesma habilidade.” A Yamanaka começou, sob os olhares atentos dos outros dois; o pequeno só tinha olhos para Sasuke. Ela fez uma pausa e olhou para o colo, de forma que pudesse evitar aquelas expressões de expectativa que imaginou que eles estivessem fazendo. A loira sempre tivera muito medo de fracassar. Não que ela fosse boa em tudo, é claro, mas não gostava que os outros soubessem que ela não poderia fazer alguma coisa; era vergonhoso, principalmente se tratando de um dos jutsus do seu clã. Ela deveria ser capaz de executá-lo tão bem ou melhor que seu pai. O que havia de errado?

“Nós vamos entender se você não puder…” TenTen começou, tentando esconder a nota de decepção em sua voz. Sem sucesso, é claro, ela nunca conseguia ser muito discreta em sua emoções. Não queria pressionar a outra, mas aquela era a única opção viável para descobrir a fonte dos problemas da criança e, assim, tentar fazer algo para ajudá-lo. Eles não tinham um plano B.

“Não, eu… eu posso tentar. Eu quero tentar ajudá-lo. Eu só não posso prometer nada.” Ino voltou seus olhos para eles, escondendo sua insegurança no fundo do seu ser. “Não há perigo real, não que eu conheça, mas pode ser um pouco doloroso para ele e para mim reviver memórias ruins, se ele as possuir. Eu não tenho muita habilidade, então se ele tiver bloqueios na mente…” Ela estremeceu só de pensar o que faria se encontrasse o que seu pai encontrara ao investigar a mente de uma das pessoas que teve contato com Pain.

Ino olhou para Sasuke, buscando sua confirmação. Ele tinha uma expressão tranquila e assentiu em sua direção. Por mais que já tivesse superado seu crush nele há muito tempo, ela sentiu seu coração aquecer com a confiança que ele estava depositando nela. Nunca imaginou que eles dois estariam naquela situação e ela imaginou que a velha Ino teria adorado, por mais singelo que aquilo fosse.

A loira se aproximou do garoto, que ainda estava sentado no colo do moreno. Ela fez movimentos lentos, para não assustá-lo. A experiência de ter alguém em sua mente poderia ser muito estressante e queria fazer de tudo para suavizar aquilo. Fez o sinal de mãos, colocou sua mão na cabeça do pequeno e fechou os olhos.

No começo tudo era escuridão. Ela olhou ao redor, tentando vislumbrar qualquer coisa que fosse, uma mínima centelha de luz, mas não havia nada. Então foi como se alguém tivesse apertado o interruptor e tudo ficou claro. Claro, mas não exatamente nítido. Sua visão estava embaçada, como se ela possuísse um problema de visão e estivesse sem seus óculos. Essa foi sua primeira impressão, mas, conforme o tempo passou, pôde reparar em outras coisas. Em como não conseguia se mover e na movimentação estranha ao seu redor.

Ela olhou para baixo e viu que seus braços e pernas estavam atados; por isso ela não conseguia se mexer. Os cabos estavam presos ao chão. Olhou ao redor e só depois de um tempo ela percebeu que não havia nada de errado com sua visão. O que dificultava enxergar com clareza era que ela estava envolta em água. Ela estava em um tanque de água, presa dentro dele para ser mais específica. Perceber aquilo fez com que ela se debatesse, tendo a sensação de que estava se afogando. Tentou mover seus braços e pernas, mas era em vão, as cordas não tinham folga.

Ino disse a si mesma para se acalmar. Ela não estava se afogando, aquilo não estava acontecendo de verdade. Era só uma lembrança, ela estava na mente da criança, sentindo tudo o que ele havia sentido, como se estivesse dentro de seu corpo naquele momento. Era como se tudo aquilo estivesse acontecendo com ela, mas só precisava se lembrar de que nada daquilo era real, assim ficaria bem.

Depois que estava mais tranquila, ela finalmente percebeu que não estava realmente se afogando. Sentiu uma pressão em seu rosto, o que indicava que provavelmente usava um respirador ou algo do tipo. Se concentrou em olhar ao redor, para descobrir se havia algo que poderia identificar onde estava ou o que acontecia.

Algum tempo se passou. Ela não sabia dizer se eram horas, dias, meses… ou minutos. O tempo corria de forma diferente agora que ela estava presa ali, rodeada de água. Sua única companhia eram seus pensamentos. Ouviu vozes. A água deixava sua visão embaçada, mas mesmo assim ela forçou seus olhos para tentar enxergar. Foi inútil. Ouviu uma risada rouca e sádica e imaginou que aquele fosse Orochimaru. Ele conversava com alguém e ela não conseguia entender nenhuma das palavras que ele dizia. Até que reconheceu uma: Sasuke.

De repente, Ino se sentiu sufocar. Tentou dizer a si mesma que não era real, mas dessa vez era diferente. Aquilo estava acontecendo com ela e não com o menino. Não sabia que sensação era, mas era como se todo o ar tivesse escapado de seus pulmões. Ela tentou resistir, mas a dor era muito intensa e não tinha forças para lutar. Então ela fechou os olhos e a escuridão lhe abraçou.

TenTen não estava preparada para o fato de que aquilo poderia afetar Ino mais do que ela havia falado, então teve que agir rápido quando a mulher foi ao chão de repente. Segurou a loira nos braços, sacudindo-a para ver se ela despertava; talvez aquele desmaio fosse apenas um efeito colateral do jutsu? Não entendia muito bem e não sabia se isso devia ter acontecido. Ela olhou para Sasuke, buscando ajuda, mas ele parecia estar na mesma situação com a criança.

“É normal isso acontecer?” Suas palavras saíram apressadas, entregando o quão nervosa a morena estava. Ela viu o Uchiha comprimir os olhos, indicando que ele também estava preocupado. O pequeno estava inerte em seu colo, desacordado.

“Acho que não…” Ele levantou-se do sofá, acomodando melhor o menino no estofado. Foi até Ino, que estava no colo de TenTen no chão. Ele colocou a mão na testa da Yamanaka e depois checou seu pulso; não era muito bom naquele tipo de coisa, mas sabia o básico do que devia ser feito quando aquele tipo de situação acontecia. “Bom, as batidas estão normais.”

Sasuke aproximou seu rosto do da loira, mais especificamente sua orelha, a fim de ouvir se sua respiração estava normal. Tudo indicava que sim e ele já estava se afastando quando a mulher que estava desacordada arfou alto. O moreno se desequilibrou, mas, por sorte, conseguiu não cair sentado no chão de forma desajeitada. Sentou-se ao lado da Mitsashi, observando Ino voltar ao normal lentamente.

“O que aconteceu?” Ela perguntou, se sentando, enquanto passava a mão pela própria testa; sua cabeça parecia que iria explodir a qualquer minuto. Num momento estava no tanque de água e a última coisa que se lembrava era de não conseguir respirar.

“Vocês desmaiaram de repente.” Respondeu a morena, imaginando o que poderia ter causado aquilo. Talvez uma coisa muito muito ruim tivesse acontecido com aquele menino? Algo que era tão difícil que havia afetado Ino daquela forma, fazendo-a desmaiar? Ela tremia só de imaginar o que ele havia passado nas mãos do louco do Orochimaru. “Ino-san, o que você viu?”

Eles viram a loira estremecer. Ela balançou a cabeça, como se algo fosse tão absurdo que ela mal poderia acreditar. A Yamanaka procurou palavras para descrever as condições inumanas ao qual o menino havia sido submetido.

“Tinha água. Muita água. Foi como se eu estivesse literalmente dentro do corpo dele passando por aquela situação. Meus braços e pernas estavam presos por uma corda que estava muito apertada. Eu não conseguia me mover.” Ino pronunciou as palavras com cuidado, tentando descrever da melhor forma o que havia sentido. A sensação ainda era muito real. “Eu achei que estava me afogando, mas acho que estava usando algum aparelho que me ajudou a respirar. Eu estava presa em algum tipo de tanque cheio de água. Eu podia ouvir o Orochimaru conversando com alguém e rindo. Ele também disse o seu nome, Sasuke. Mas não consegui entender o que estava dizendo. Peço desculpas por não poder ajudar mais.”

Ela se sentia feliz de ter conseguido escapar daquela situação. Finalmente, sua falta de habilidade tinha vindo a calhar. Não poderia se imaginar por mais um segundo com aquela sensação horrível de não conseguir se mover, pensando que a única solução era desistir. Aquela com certeza entrava para a lista das piores experiências que já teve em sua vida.

“Que coisa horrível.” TenTen comentou, tentando livrar sua mente daquela imagem horrível que havia se formado do menino preso daquela forma. Não tinha palavras para descrever o horror que era aquela situação. Tinha que admitir que imaginou que ele havia sofrido o pior, mas ter aquele tipo de confirmação era totalmente diferente de só pensar a respeito.

“Você fez o que podia. Obrigado.” Por mais chocante que aquela informação era, Sasuke não estava surpreso. Ao lado do seu antigo mestre, ele viu todos os tipos de coisa; aquele cenário era bem parecido com como o ex-Akatsuki conservava seus experimentos. De repente tudo fazia sentido: porque ele tinha medo de água e tinha receio em tomar banho; como ele não sabia se alimentar, provavelmente porque devia haver uma sonda que fazia esse trabalho e porque ele tinha pesadelos, afinal, quão difícil deveria ser dormir em um ambiente como aquele, sem nem ao menos conseguir se mover?

“Ele também está desacordado… isso é normal?” TenTen perguntou, olhando para o pequeno que aparentava dormir tranquilamente.

“É sempre muito estressante para uma pessoa reviver um momento doloroso pelo qual passou. Para adultos já é difícil, imagine para uma criança. Ele só precisa descansar um pouco.” Eles ficaram em silêncio por um instante. “Acho que eu deveria ir.”

Ino tentou se levantar, mas quando estava quase em pé, ela se sentiu tonta, perdendo o controle sobre seu corpo. TenTen agiu rápido novamente, desta vez mais atenta. A morena ajudou-a a se sentar no sofá.

“Talvez você também devesse descansar um pouco. Eu vou preparar algo para comer.” Comentou Sasuke, indo em direção a cozinha. Ino não sorriu, mais pelo fato de que ela não tinha forças nem para fazer um movimento simples como aquele, mas ela teve vontade. Ela estava conhecendo um novo lado do Uchiha, um lado fofo e cuidadoso que ela nunca teve nem ao menos um vislumbre; devia admitir que ela acreditava que nem existisse. E de repente ela se sentiu mal por ter repreendido Kiba quando ele havia comentado coisas positivas sobre o ex-nukenin. O Inuzuka havia percebido aquela bondade antes dela.

Não poderia perdoar ele tão rápido por tudo que havia feito, claro (Ele até tentara matar Sakura!), mas já estava na hora de admitir que aquele Sasuke Uchiha que conhecera desde que entrou na academia havia morrido. E ela ficava feliz de fazer parte das pessoas que haviam tido a oportunidade de confirmar aquilo.

***

Sai estava se sentindo ansioso, muito ansioso. O dia seguinte finalmente havia chegado, o dia em que ele iria se encontrar com Sasuke. Na verdade, o Uchiha é que apareceria para encontrá-lo depois do treino. As horas passaram lentamente e ele se forçou a se concentrar no que estava fazendo; caso contrário, ele poderia se machucar seriamente, pois Sakura e Naruto estavam extremamente focados.

Quando, finalmente, eles terminaram, ele se despediu dos amigos. Os dois ficaram confusos quando ele disse que não iria embora com eles, mas, assim que disse que estava esperando uma pessoa (que aliás já estava atrasada), tudo mudou. Na verdade, preferia quando Naruto não sabia de nada sobre seu recente envolvimento porque, para o loiro, absolutamente tudo era motivo de piada. Sakura nunca falava nada, mas ele sentia os olhares que ela lançava em sua direção. Era desconfortável.

Depois de um tempo esperando sozinho, um tempo razoavelmente longo, Sai começou a se sentir irritado. Não acreditava que depois daquela conversa que tiveram na floricultura Sasuke ousava lhe dar o bolo. Para começo de conversa, fora ele mesmo que havia lhe chamado para conversar. Se sentia extremamente chateado, mas, desta vez, não deixaria aquilo simplesmente passar: ele o confrontaria.

Com esse pensamento em mente, o moreno saiu em direção a casa do Uchiha. O tempo de caminhada entre um espaço e outro foi médio e ele usou aquele tempo para tentar se acalmar. Precisava ser incisivo, deixando claro o quanto aquilo havia sido uma falta de respeito com ele, mas não necessariamente precisava ser grosso para passar a sua mensagem. Uma boa dose de paciência seria o seu trunfo. Porém, independente de qual fosse a desculpa, daquela vez, ele não poderia perdoá-lo nem deixar os sentimentos irem embora tão facilmente.

Chegando ao seu destino, ele foi direto para a porta. Bateu uma, duas, três, quatro vezes. Esperou cerca de cinco minutos, mas, para piorar a situação que já não estava nada agradável, aparentemente Sasuke não estava em casa. Aquele dia realmente poderia ficar pior? Sabia que não devia provocar o destino daquela forma, mas ele sentia que já havia alcançado o fundo do poço. Como o encontraria? Ou melhor, onde o procuraria?

De repente, quando já estava prestes a se virar e ir embora para sua casa, desistindo de vez de tudo aquilo, a porta se abriu. Sai estava pronto para atacar o dono da casa, mas assim que viu quem estava a sua frente, as palavras que ele estava pronto para dizer se entalaram em sua garganta.

“TenTen-san?” Sussurrou, confuso. A morena trancou a porta, só percebendo que ele estava lá quando ouviu seu nome. Ela se virou para encarar Sai, tão surpresa quanto ele por encontrar alguém ali. Carregava uma bolsa grande consigo.

“Sai-san? O que você tá fazendo aqui?” Por mais que não quisesse parecer mal educada, ela não tinha tempo para ser suave. Já tivera um pouco de dificuldade em encontrar as coisas na casa do companheiro de time e ele com certeza devia estar se perguntando onde ela estava devido a tanta demora.

“Onde está o Sasuke-kun?” O mestre dos desenhos a viu ficar pálida. TenTen abriu a boca várias vezes, para fechá-la logo em seguida, aparentando ter dificuldades para formular uma frase que fizesse sentido.

“O Sasuke-kun… bem, ele…” O que devia dizer a ele? Com certeza não a verdade, se não o Uchiha a mataria. De qualquer forma aquele não era seu segredo para contar. Como exatamente ela havia se metido naquele tipo de situação? Gaguejou mais algumas vezes. Nesses momentos, ela gostaria de ser uma melhor mentirosa. Porque estava mais do que claro que ela estava tentando inventar uma desculpa. “Não sei. Eu não sei onde ele está. Não é como se a gente ficasse grudado mesmo sendo um time né.”

Sai observou-a rir forçadamente. Não era muito próximo da Mitsashi, mas a forma como ela agia demonstrava que ela sabia sim onde ele estava, só não queria dizer. O que significava que, sim, ele estava fazendo uma outra coisa qualquer e havia deixado-o esperando de propósito.

“Ele combinou de me encontrar hoje depois do treino e, adivinha, ele não apareceu.” TenTen abriu a boca, provavelmente para defender o amigo, inventando qualquer coisa para tentar justificar o comportamento dele, mas o moreno não a deixou falar. “Vou para casa, chega disso.”

“Espera, Sai.” Ela se colocou na frente quando ele fez menção em ir embora. A mestre das armas suspirou. Sasuke que a perdoasse, mas estava na hora de Sai saber a verdade. Ela sabia que não devia se meter, mas ela entendia porque o amigo não havia aparecido na hora combinada. E não poderia deixar aquilo acabar daquela forma, não poderia deixar Sai ir embora achando que o Uchiha era tão sem noção daquele jeito. Ainda mais Sasuke, que nunca se esquecia de um compromisso e que era pontual. Ela era a madrinha daquele casal! Bom, ela mesma se deu aquele título, mas não importava.

“Eu não quero ouvir mentiras.” Declarou ele, suspirando.

“Desculpe ter mentido dizendo que não sabia. É só que… eu não devia estar falando disso, ele ainda não conversou com você, mas… a gente foi surpreendido ontem a noite, não era para ter acontecido. Acho que foi por isso que ele não foi te encontrar.” TenTen falou tão rápido, eufórica, que o moreno teve que se concentrar para entendê-la.

“Como assim? O que aconteceu? Onde ele está?” Sai observou a morena respirar fundo antes de dizer, desta vez mais lentamente.

“Ele está no hospital.”