Inusitado

killing time


Kevin odiava com todas as células possíveis e impossíveis de seu corpo aquele trio de amigos que tanto gostava de infernizar todos que moravam no bairro de Peach Creek.

Ele era capaz de odiá-los com toda a força que era capaz de gerar dentro de seu corpo atlético, e sinceramente? Ele não fazia a menor das menores questões de esconder isso.

Ele simplesmente não gostava deles.

O ruivo podia afirmar, com toda a certeza que lhe era permitida recolher, que não tinha a menor das afinidades com pelo menos dois dos três amigos de mesmo nome.

Ele achava repugnante as ações sempre tão egocêntricas do Edu, e apesar de não parecer uma pessoa ruim ao todo, Kevin não conseguia olhar mais do que cinco segundos para a pele de Du. — esta que sempre parece estar mal lavada e em uma coloração perto do amarelo.

Mas e Dudu? Kevin, em geral, não tinha o que reclamar do menor.

Lógico que, sua inteligência acima do normal, e sua mania de querer deixar sempre as coisas tão bem arrumadas, o tiravam do sério algumas vezes.

Kevin poderia dizer que Dudu era... Uma exceção.

Não eram muitas as pessoas que sabiam sobre essa sua afinidade com o mais inteligente do trio. — tanto que ele podia contar no dedo — E eram menores ainda as que tinham conhecimento de que sua "afinidade", com o tempo se tornou algo maior.

Eles não... Propriamente escondiam o que tinham por trás das cortinas.

Apenas, não saíam por aí contando que às vezes, eles gostavam de se aconchegar em um sofá e trocar alguns beijos.

Estavam satisfeitos com o número de pessoas que sabiam sobre.

E Kevin sinceramente não poderia achar melhor.

— Você está acordado, Kev?

O ruivo estava tão afundo em sua mente que por um momento, se esqueceu do peso a mais que estava apoiado em sua lateral e confortavelmente aconchegado abaixo do seu braço. Até mesmo nem percebeu a hora em que fechou os olhos.

Kevin obviamente não estava dormindo. Mas ao invés de se pronunciar e avisar ao garoto menor que, estava sim acordado, o ruivo apenas se manteve na mesma posição.

Ele queria ver o que Dudu fazia quando não mantinha seus olhos nele.

Um barulho de folhas e de um livro se fechando ressoou levemente pelo o cômodo, fazendo com que Kevin atiçasse ainda mais sua audição. E subitamente o peso ao lado de seu corpo desapareceu, apenas para reaparecer logo depois em outro lugar. Dessa vez em cima de suas pernas.

Kevin podia sentir o traseiro redondinho em cima de suas coxas, e teve que se controlar ao máximo para não mover suas mãos até ele.

O ruivo ainda queria ver até onde isso iria chegar.

Logo depois Kevin sentiu lufadas de ar bater contra seu rosto e os lábios secos e rachados que tanto gostava pressionados contra os seus.

Ele não estava impressionado. Dudu já o havia dito sobre sua estranha obsessão sobre os seus lábios. Então, ele poderia ter previsto que algo assim poderia acontecer.

Kevin abriu lentamente seus olhos e observou bem de perto o rosto do garoto em seu colo.

Ele pôde ver a touca preta esportiva que estava sempre em sua cabeça, pôde olhar com atenção suas sobrancelhas ralinhas, e apreciar o modo em que os cílios do garoto formavam uma pequena cortina esfumaçada sobre suas maças do rosto bem marcadas.

O ruivo sorriu ladino entre o beijo e deslizou lentamente a ponta da sua língua sobre os lábios do outro. Tirou, finalmente, o braço de cima do sofá e levou sua mão até a bunda do outro, enchendo seus dedos com a carne macia.

Aparentemente isto foi como uma dose de realidade para Dudu.

O menor rapidamente partiu o beijo e escondeu o rosto provavelmente rubro no vão do pescoço do maior. — Kevin!

Este apenas riu alto e enlaçou a cintura fina do menor—colando o corpo alheio mais ao seu— e descansando sua bochecha sobre sua cabeça coberta.

— Olá. — Kevin sussurrou carinhosamente.

E sim, Kevin não se importava nem um pouco de ter Dudu como sua exceção.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.