POV’s Brenda


– AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHH!!!!!



Eu estava olhando para o papel chocada e um pouco rouca por causa do grito que eu havia acabado de dar, mas isso era o de menos, comparado ao barulho que veio da sala naquele momento.



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– MAIS QUE DROGA FOI ESSA? – eu ouvi a Bruna resmungando com a Katrinny, que provalvelmente tinha batido a cabeça no chão.



– Sei lá, deve ser a Brendoca tendo mais um de seus ataques matinais! – Katrinny estava esfregando sua cabeça com um saco de gelo. ( Obs.: Eu não faço a menor ideia de onde ela tirou isso tão rápido, muito menos de onde.)



Eu cheguei na sala desconfiada e percebi os olhares assassinos e maléficos que as duas lançavam para mim.



– O que foi que aconteceu? – eu ainda matinha meu olhar desconfiado.



– Não sei... VOCÊ SIMPLESMENTE GRITOU HISTÉRICA NOS DANDO UM SENHOR SUSTO!! – Katrinny estava completamente descabelada e com um fio de sangue saindo pelo nariz – Olha o que você fez!



– Hm? – olhei para o saco de gelo – Você bate a cabeça e a culpa é minha?



– Isso mesmo!! VEM PRA BRIGA! – ela preparou os punhos infantilmente.



– Ei, o que é isso na sua mão? – Bruna arrancou o papel das minhas mãos quase o partindo em pedaços – EU NÃO CREIO!!! TU VAI PRA CORÉIAAAAA???? QUANDO VOCÊ PLANEJAVA DIZER ISSO PRA GENTE?? – ela pulou em cima de mim.



– WWWWWWHHHHAAAAAAT???!!!! – Katrinny começou a ler o papel.



Para completar o meu dia “maravilhoso”, as duas me derrubaram. Não sei se elas estavam me espancando ou me abraçando. Dúvida eterna.



– Não é pra tanto! – eu me levantei do chão – Eu vou para lá porque eu ganhei uma bolsa para estudar numa escola de artes.



– Isso não muda o fato de que...........VOCÊ VAI PRA CORÉIAAAAAA!!!!!!! – as duas começaram a gritar mais uma vez. Agora é oficial, os vizinhos ouviram tudo. Eles devem estar achando que tem alguns gatos brigando, ou algo do tipo.



– É. Se for olhar por esse lado é muito bom mesmo, mas vocês ainda não sabem de nada! Se preparem para uma parada cardíaca! Eu vou estragar o subconsciente de vocês com isso!



Os olhos das minhas dongsaengs começaram a brilhar como eu nunca havia visto.



– Essa bolsa que eu ganhei... – olhos brilhando - ...vem com um bônus... – eu estava parecendo um anime de olhos grandes, fofos e brilhantes - ...eu posso levar duas pessoas comigo para estudar no colegial que tem uma parceria com a faculdade artes!!!



Nesse momento, a Katrinny e a Bruna nem se mexeram, então eu peguei dois tampões de ouvido calmamente para não assustar as feras.



– Quando vocês quiserem! – eu pulei atrás do sofá como último recurso de proteção pessoal.



E como elas estivessem visto um fantasma, começaram a gritar e se debater quebrando tudo o que viam pela frente. Aquilo não eram seres humanos, eram máquinas de demolição insanas. Medo eterno.



– EU.VOU.MORRER! – na rua só se pôde ouvir um grito grupal entre nós três.



– Espera aí, nossos pais vão deixar? – a Katrinny perguntou com um olhar triste – Eu e a Bruna ainda temos 16 aninhos!! Nós somos bebês!!!



– Como eu já tenho 18... – me sentindo a adulta da coisa toda - ... É mais que óbvio que os nossos pais vão deixar a Bruna ir comigo. Não é a toa que nós somos irmãs, não é?



– É NÓIS NA FITA!! – a Bruna comemorou fazendo uma dancinha ridícula que ela aprendeu não sei onde diabos – Nós vamos pedir pros seus avós, Katrinny! É muito simples! PELA CORÉÉÉÉÉIAAA!!!!!! E por Esparta também...



– Então tudo bem!! Vamos lá agora? – Katrinny abriu seu sorriso gengival imitando o EunHyuk.



Eu e a Bruna não resistimos e demos uma bela gargalhada daquela cena ridícula.



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Nós fomos direto para casa dos avós da Katrinny implorar para que eles deixassem ela ir conosco pro local sonhado por bilhões de pessoas, a Coréia.



– Oi DE CASA!! ANA BRUNA CHEGOU NESTA RESIDÊNCIA!! – Bruna meio que quase arrombou a porta.



– Menina! VOCÊ NÃO TEM VERGONHA NA CARA NÃO? – eu dei um tapa na cabeça dela que quase a derrubou e levou a Katrinny junto.



– Foi mal, é que eu me animei um pouco!



– Um pouco? Para mim isso foi muito! – Katrinny nem havia notado que sua avó estava presenciando aquela conversa com uma cara de “que-porra-é-essa?” – Ah, oi vó! Nós viemos pedir uma coisa pra você... – ela me empurrou pra frente, dando sinal para que eu falasse com ela.



– Err... Nós queríamos saber se a senhora deixaria a Katrinny morar conosco? – eu tinha um sorriso torto e estranho no rosto.



– Claro, porque não? – ela sorriu em resposta.



– Morar conosco lá na Coréia? – a Bruna disse isso na lata. Nem havíamos notado que não dissemos onde iríamos morar. Eu dei outro tapa nela – Ai!! Essa doeu! Não sou eu que fico omitindo informação não, meu povo!



– PRA CORÉIA? DE JEITO NENHUM!! – a avó da Katrinny tinha uma expressão de surpresa e negação.



– Nossa Bruna, muito obrigada por estragar tudo! VEM PRA BRIGA!! – nem vou mencionar o jeito infantil da Katrinny para chamar os outros para a briga.



– A senhora deve ter entendido mal. É que eu ganhei uma bolsa para fazer intercâmbio e estudar em uma faculdade de lá, e duas pessoas podem ir comigo para estudar em uma escola afiliada de lá. – eu tentei de todas as formas para fazer ela esquecer o fato de que ela ia embora para outro país, e o fato da Katrinny e a Bruna estarem correndo no meio da rua parecendo duas loucas que querem se matar.



– Entendo. Mas eu não tenho tanto confiança em deixar aquela criatura viajar pra tão longe... Mas tudo bem! Vocês podem ir! – a avó da Katrinny era muito TROLL. Chamar a própria neta de “criatura” não é para muitos.



Katrinny, que naquele momento estava pegando um facão para matar Bruna parou imediatamente de afiar o instrumento e pulou de alegria parecendo uma criança que havia acabado de receber seu doce favorito.



– Ah, agora você não quer me matar é? – Bruna chegou perto dela e lhe deu um peteleco.



Nós saímos dali felizes da vida e fomos para nossas respectivas casas com um sorriso bem grande no rosto.



Nós realmente fizemos vários planos naquela noite...



CONTINUA...