Dentre seus colegas de classe do 1º Ano, Megumi se considerava o mais razoável. Essa “razão” a qual ele declarava possuir era o que o mantinha na linha, cauteloso e analítico de cada ação que ele viria a tomar. Megumi havia dito para si mesmo que havia abandonado sua impulsividade em seus anos do fundamental, gasto tudo antes de Tsumiki entrar em coma.

Quando aquele homem havia dado a entender que Sukuna havia retornado, depois de Megumi ter decidido se separar de Itadori, todo esse lado pseudo-calculista dele parou de responder.

Havia sido assim da última vez, também. Megumi correu, deixando Itadori para trás e por isso, Itadori morreu, enquanto Sukuna retornou. Quando ele ia aprender que não dava para deixar nem um dos dois sozinhos? Kugisaki estava sempre sendo sequestrada e parecia que era só tirar os olhos da Itadori para que Sukuna surgisse.

— Aí, moleque! – O homem chamou, facilmente alcançado o ritmo desesperado de Megumi. – O que tem lá na frente não é brincadeira de criança. Você não tem chance.

— Eu sei. Mas pelo menos posso tentar salvar as pessoas que encontrarem com ele.

— Colocar sua vida em risco para salvar uns quaisquer não vale a pena. Se é isso que você quer fazer, vou te levar embora.

— Não é que eu queira salvar desconhecidos. É que quem está sendo controlado pelo Sukuna não merece ser forçado a virar um assassino.

—... Uh. Que meloso da sua parte.

Estranhamente envergonhado, Megumi decidiu que era melhor ignorar o homem e continuar correndo. Logicamente, Megumi sabia que esse estranho quisesse o levar embora, sequestrá-lo ou seja lá o que ele pretendia, poderia fazer isso sem resistência alguma. Megumi não era capaz de ver quando ele se movia, e ele não tinha um pingo de energia amaldiçoada que pudesse ser rastreado. Se o homem quisesse sumir com Megumi, ele poderia.

Mas correndo para dentro da fogueira que havia virado aquela parte de Shibuya, o homem não tinha feito tentativa de parar Megumi, como havia feito ainda no prédio onde haviam enfrentado Dagon. Pelo contrário, quanto mais perto de Sukuna estavam, mais o homem parecia acelerar, ao ponto de que era Megumi quem estava tendo problemas para acompanhá-lo.

O homem desapareceu, quando eles viraram uma curva afiada em meio a escombros e restos do meteoro que havia ameaçado Shibuya. A curva virava uma cratera, entre os prédios, onde Ryomen Sukuna, Rei das Maldições, sacudia as roupas de Yuuji, esperando limpar o pó que os prédios destruídos haviam soltado. Ajoelho aos seus pés, havia uma mulher, ou talvez um homem, de cabelo de cuia e kimono.

— Megumi! – Sukuna o cumprimentou, de bom humor. – Mas que lugar infeliz para encontrar logo você. Uraume, aquele é o Megumi. Garanta que ele vai ficar vivo.

— Sim, Senhor Sukuna.

A pessoa de kimono reapareceu na frente de Megumi, o agarrando pelo uniforme. Antes que Megumi pudesse invocar algum de seus shikigamis para se defender, Uraume arregalou os olhos.

— SENHOR SUKUNA!

O homem girou a Nuvem Brincalhona, mirando a cabeça do Rei das Maldições. Sukuna deu um sorriso, desviando e contra-atacando com um soco no peito dele. O homem tomou o soco, aguentando o impacto que havia sido forte o suficiente para quebrar os escombros que estavam atrás dele. Ao invés disso, Toji caiu no chão, dando uma rasteira em Sukuna, que, surpreendido pela falta de efeito de seu golpe, foi derrubado.

A pessoa que estava agarrada à Megumi soltou uma rajada de gelo em direção ao homem, antes que ele pudesse usar a oportunidade para clavar a Nuvem Brincalhona na cabeça do Rei das Maldições. Rápido como um raio, o homem desviou da rajada, mas havia se afastado do Rei no processo.

Sukuna riu.

— Quem diria, tem mais alguém interessante aqui. Você não é pouca coisa, é?

O homem não respondeu. Seu rosto estava distorcido em um sorriso mais animalesco que humano, seus olhos completamente enegrecidos. Ele silenciosamente desapareceu.

— Cão Divino: Totalidade!

Das sombras, o cão divino saltou com as garras apontadas para Uraume. A maldição se defendeu com um escudo de gelo, entretanto largou Megumi para poder se proteger. De debaixo da terra, depois de cavar o caminho inteiro até Sukuna, a mão de Toji surgiu e agarrou o tornozelo de Sukuna, o puxando para debaixo da terra.

Desmantelar.

O chão rachou em diversos quadradinhos, explodindo para cima. O Cão Divino agarrou Megumi, o puxando para fora da zona de impacto. Uraume também não perdeu tempo para sair dali. No ar, Toji saiu voando, cheio de arranhões do ataque que deveria tê-lo reduzido a partículas. Na cratera ainda mais profunda, Sukuna estava o encarando, com uma de suas bochechas inchadas no soco que havia levado.

O homem se impulsionou novamente no ar, pousando no chão. Batendo uma ponta da Nuvem Brincalhona na outra, iluminando a cratera com as faíscas soltas pela Ferramenta Amaldiçoada que ele estava reforjando a base da força bruta. Com as pontas da Nuvem Brincalhona tornadas em estacas, o homem apontou uma das pontas para Sukuna.

— Seu corpo é bem resistente. Eu nunca tinha visto algo igual a você antes. Uma pena que você de verdade não esteja aqui.

Toji continuou mudo, tomando a fala para outro convite para outra rodada de seu embate com o Rei das Maldições. Em alta velocidade, o suficiente para levantar pedras no ar enquanto ele passava, Toji avançou para cima de Sukuna, que calmamente estendeu os dedos para Toji.

— Desmantelar.

Os cortes fizeram fissuras profundas no chão, tão rápidos que Megumi nem os viu sendo feitos. Toji desviou deles, tentando esfaquear Sukuna com diversos golpes da Nuvem Voadora. O Rei das Maldições parecia estar se divertindo bastante, trocando golpe por golpe.

Megumi engoliu seco. Os dois estavam em um nível completamente diferente. Era quase sufocante ficar onde ele estava, mas ele dificilmente poderia fugir depois de ter atraído o homem para Sukuna. Era impossível que aquele homem, não importa o quão poderoso, matasse Sukuna e por consequência, Itadori. Mas era perfeitamente possível que Itadori acabasse por matar aquele homem, que querendo ou não, havia salvo a vida de Megumi. Esse era o porquê de Megumi absolutamente ter que parar aquela briga.

— Droga, qual era o nome dele..? Do que o Zen’in-san havia chamado ele?! – Megumi se esforçou para lembrar do nome do homem, ganhando uma enxaqueca no processo.

Não brigue, pare quem está brigando. Mesmo se você só desmaiar alguém, ter que lidar com a polícia e os professores depois é um saco. Mas se você parar uma briga, as pessoas vão te elogiar. Mas se isso não funcionar também… É só espancar todo mundo que dá tudo certo no final!

De onde havia vindo aquele conselho? Megumi se esforçou, mas tudo que conseguia lembrar era o rosto exasperado de Tsumiki. Quem havia dado um conselho ruim daqueles?

— É Toji! – Megumi piscou, memória esquecida novamente. – Toji! Sukuna está no controle agora, mas temos que criar a oportunidade para o Itadori retomar o controle!

Toji continuou insanamente determinado a desafiar o Rei das Maldições. A cratera já não era o único marco da luta dos dois, prédios, ruas e passarelas estavam sofrendo danos consideráveis enquanto ambos se atiravam de um lado para o outro. Sukuna não estava usando sua Expansão de Domínio ainda, o que dizia a Megumi que matar Toji não era uma prioridade, o que certamente era um alívio.

A imagem de Itadori despertando sobre o corpo despedaçado de Toji, com sangue ainda em suas mãos, passou pela mente de Megumi. Foi o suficiente para lhe dar enjoo. Ele tinha que fazer algo, logo.

— De quem você acha que aquele corpo é, moleque? – A pessoa com cabelo de cuia voltou a se aproximar. – “Retomar o controle.” Não diga absurdos. Com a quantidade de poder que o Senhor Sukuna absorveu, esse amiguinho seu não vai ver a luz do sol por um tempo.

Da última vez, o que havia trazido Itadori de volta? Ele estava com Megumi, naquela vez também. Sukuna estava brincando com ele, como parecia brincar com Toji agora. Então, Megumi havia dito…

— Eu não me arrependo de te salvar, Itadori!

Os dois continuaram brigando, com o grito de Megumi tendo caído em ouvidos surdos. Ao lado dele, Uraume colocou a mão na frente da boca, mal contendo uma gargalhada.

— Que patético! Achou mesmo que um pouco de sentimentalismo era o suficiente para conter Ryomen Sukuna?

Se Megumi fosse forte o suficiente, como Gojo dizia que ele iria ser, ele poderia se intrometer naquela briga e ficar vivo. Impedir que ambos maldição e humano se matassem. Mas Megumi não era forte como todos insistiam que ele deveria ser, nem mesmo poderia usar a Expansão de Domínio para ajudar Toji a se defender. Ele só podia assistir.

Desde o começo, Megumi entendia que ele era apenas uma engrenagem num maquinário, que funcionaria com ou sem ele. No entanto, era em momentos como esses, quando ele tinha que confrontar sua falta de agência, que ele entendia o quão impotente era ser fraco.

— Aquele macaco mal é humano. Sem energia amaldiçoada, mas olhando de perto, tem um pouquinho sim dentro dele. Mas não é dele de fato… Que bizarrice.

Uraume se afastou de Megumi, indo em direção de onde Sukuna e Toji se digladiavam. Uraume era forte, Megumi sentia que ele não tinha visto nem um terço do que ela poderia fazer. Se Uraume se juntasse à Sukuna, contra Toji, não importa quão insano e quebrado aquele homem era, não tinha como ele sobreviver.

Tirando sua espada da curta dentre as sombras, Megumi avançou contra Uraume. O Cão Divino: Totalidade seguiu sua liderança, tentando derrubar Uraume para estraçalhá-la. O Cão Divino foi congelado e quebrado, porém Megumi foi rápido o suficiente para cortar os braços de Uraume. A feiticeira olhou para os seus braços, com uma expressão de desgosto.

— O Senhor Sukuna me ordenou garantir a sua vida.

O Cão Divino se esfarelou no ar. Megumi havia perdido outro. Ele tinha os cães desde criança, também. Tsumiki amava colocar as decorações mais estranhas neles. Gojo costumava os alimentar por debaixo da mesa. Itadori e Kugisaki também…

— Mas não disse que eu não poderia te machucar, se necessário.

A feiticeira rapidamente avançou contra Megumi, engajando em combate. Ela estendeu a mão na frente do rosto de Megumi e de repente, ele sentiu apenas o frio. Não tinha sons, cheiros ou imagens, além do frio toque de Uraume.

— Vai dormir, garoto.

O corpo de Megumi se despedaçou em coelhos, que se espalharam em volta de Uraume. A feiticeira arregalou os olhos.

— Coelhos?! De onde eles vieram?

— Com esse tesouro sagrado, eu invoco…

Os coelhos se mesclaram nas sombras de onde haviam surgido. Megumi, que havia usado sua sombra para escapar, surgiu da sombra de Uraume. Ele sorriu, bestial como Toji.

Mahoraga.

A roda girou.

A sombra mais forte de Megumi sumiu. O General Divino Mahoraga rugiu para sua oponente, que rapidamente estava se adaptando aos acontecimentos. Megumi não tinha controle de Mahoraga, ele iria morrer com Uraume.

Mas, com Mahoraga ali, a briga havia parado. Megumi sorriu, tendo previsto isso. Ele não era forte o suficiente para se meter no meio da briga, mas Mahoraga era. Megumi apostou que Mahoraga seria forte o suficiente para atrair a atenção de ambos maldição e humano e parecia que ele estava certo.

Não brigue, pare quem está brigando.

— Bom, eu vou na frente! – Megumi cambaleou até um escombro, se apoiando contra ele. – Mas te vejo logo no inferno, Uraume.

Mahoraga esmagou a usuária de gelo com seus punhos, que habilmente reuniu gelo para se defender. Acima de Shibuya, onde dois monstros lutavam, bêbados na adrenalina de encontrar alguém verdadeiramente forte, subitamente pararam.

— Megu.. mi… – Toji olhou para sua bênção, fraca e esvaindo.

— Tsc. Acho que vamos ter que adiar nossa briga. – Sukuna sorriu. – Tenho assuntos urgentes a resolver.

— Megumi! – Toji apareceu do lado de Megumi, o agarrando pelo ombro.

Os olhos do garoto já estavam desfocados. O que Toji estava pensando? Agora Toji estava todo machucado, o que limitava muito as chances de sobrevivência dele e do garoto, se ele fosse tentar escapar daquelas duas maldições. E tinha aquela coisa com a coroa girando também. Lutar com Sukuna havia sido contraprodutivo para o seu objetivo de manter Megumi vivo.

— Uraume, Eu disse para garantir que o Megumi ficasse vivo. – Sukuna apareceu na frente de Uraume, encarando Mahoraga.

— Perdão, Senhor Sukuna. Não achei que ele fosse invocar algo assim.

— Que estranhamente incompetente da sua parte, Uraume! – Sukuna riu.

Uraume fez um beicinho, porém não discutiu. Toji assistiu quando Sukuna começou a enfrentar Mahoraga. Ele examinou o que havia restado da Nuvem Brincalhona em suas mãos e concluiu que dificilmente seria algo efetivo contra o General Divino. Por sorte, Megumi tinha outra Ferramenta Amaldiçoada.

Pegando aquela espada curta, Toji se aproveitou de sua falta de energia amaldiçoada para se esgueirar e atacar Mahoraga por trás, enquanto Sukuna o clivava pela frente. O grande trunfo de Mahoraga era sua adaptabilidade contra técnicas amaldiçoadas, mas Toji, que não tinha nada do tipo nem dependia de energia amaldiçoada, dificilmente seria afetado.

— Voltou para o mundo dos vivos? – Sukuna provocou, graciosamente, desviando dos ataques de Mahoraga.

— Um fantasma, em vida e em morte. – Toji concordou.

— Que poético!

O Rei das Maldições disparou cortes na direção de Mahoraga, que eficientemente os defletiu. Toji usou o momento em que Mahoraga teve que se concentrar na deflexão para socá-lo pelo lado, mandando-o voando por diversos prédios, para bem longe de Megumi.

— A única forma de manter o Megumi vivo é exorcizar o Mahoraga antes que ele complete a ordem de matar Uraume. – Sukuna comentou.

— Estou ciente. O que não entendo é você, maldição, estar tão interessada em manter o Megumi vivo. Por quê?

— Hmm… Você até que foi bem naquela luta lá trás, então vou te contar. O Megumi vai fazer algo muito importante para mim, daqui um tempo. Para isso, ele precisa estar vivo.

— Tira o olho do meu moleque. – Toji lhe deu um olhar enojado.

— Ah, então é seu filho? Pela sua reação, ele deve ter sido uma criança muito desejada. Que sorte.

Mahoraga conseguiu se recolocar de pé, no entanto Toji e Sukuna já haviam chego nele. Mahoraga foi chutado de dois ângulos diferentes. Gritando, Mahoraga ergueu seu punho e socou Toji, que defendeu o ataque com a espada roubada de Megumi. Foi a abertura para Sukuna.

Clivar.

Os cortes vieram todos ao mesmo tempo, deveriam reduzir Mahoraga a cubinhos de carne. A roda girou e Mahoraga agarrou Toji, o atirando para longe. A pele de Mahoraga resistiu aos cortes de Sukuna.

— Que desagradável. – Sukuna murmurou.

— Sua técnica não está dando conta, maldição? – Toji riu, voltando do prédio para onde Mahoraga o havia atirado.

— Quanta arrogância vinda de alguém que está semi-morto por minha causa.

Mahoraga avançou, dando início a outra rodada de desvios, socos e contra-golpes.

— Quando a roda gira, ele se adapta a algum aspecto da minha técnica. – Sukuna explicou. – Meus cortes não fazem muito efeito. A única forma de matá-lo agora, seria dar um ataque mortal e súbito o suficiente para que ele não consiga se adaptar. Isso, se você for limitado a energia amaldiçoada… Diga, Fushiguro. Entre cada humano em um raio de 140km ser reduzido a pó e você ser queimado vivo, o que prefere?

A maldição deu um sorriso sádico. Toji revirou os olhos, como se essa questão precisasse de mais de meio segundo de consideração. Por que ele iria se sacrificar por um bando de desconhecidos?

Não é que eu queira salvar desconhecidos. É que quem está sendo controlado pelo Sukuna não merece ser forçado a virar um assassino.

— Inferno de moleque de coração mole… Eu vou ficar com as queimaduras.

Jogando a cabeça para trás, Sukuna riu.

— Que surpresa! Acho que você ainda é humano. – Sukuna passou a mão no cabelo. – Eu vou criar uma distração. Tente limitar os movimentos do Mahoraga.

— Hoje é dia de braço, parece.

Sukuna cercou Mahoraga de clivares. Toji habilmente desviou entre eles, os usando de distração para atacar os membros de Mahoraga. Primeiro o braço direito, então os tendões. Ele arrancou a perna esquerda, como garantia e clavou a espada de Megumi no braço restante, como garantia. Toji agarrou a cabeça de Mahoraga, que já começava a se regenerar e se debatia para se libertar.

De cima dos dois, Sukuna conjurou outra flecha de fogo. Toji virou a cabeça de Mahoraga para cima, encarando a flecha que vinha na direção dos dois.

— Isso vai doer para caralho.

E doeu. Mahoraga se debateu e derreteu, enquanto Sukuna pousava suavemente na frente do segundo inferno que ele havia criado em Shibuya naquela noite.

— E no final, eu não pude matar os humanos em Shibuya que prometi. – Encarando sua mão, que tremia com Itadori tentando voltar ao controle, Sukuna suspirou. – Foi mal, maldição de fogo. Tenho pouco tempo restando… – Sukuna encarou o fogo. – Pelo menos, pude te conhecer. Você foi um encontro interessante, Fushiguro.

Uma bola de chamas se atirou de dentro da fogueira e Toji rolou no chão, tentando apagar as chamas. Sukuna o encarou, surpreso. Então riu.

— Sério? Depois de me despedir? Agora estou com vergonha.

— Um foguinho fraco desses não vai me matar. – Toji se levantou, com as roupas quase totalmente destruídas e metade do torso derretido.

— Sim, sim… – Sukuna encarou o fogo, com um sorriso quase melancólico. – Até a próxima vez, Fushiguro.

Quando reabriu os olhos, quem encarou Toji foi Itadori Yuuji.

— Tio, você tá todo queimado! – Itadori correu até Toji, tentando agarrá-lo.

Toji desviou. Ele poderia estar mais morto que vivo, mas ainda não era o suficiente para ele precisar da ajudar de um pirralho para se mover.

— Se manca, moleque. – Toji endireitou a coluna, colocando as mãos no que havia restado de seus bolsos e começou a andar para onde havia deixado Megumi.

— Isso é seu. – Uraume apareceu, jogando Megumi desmaiado para Toji.

Tão rápida quanto veio, Uraume havia desaparecido.

— … Se vocês dois seguirem para lá. – O moleque de cabelo rosa apontou para uma direção. – Vão encontrar a Ieiri-san. Ela é médica do Colégio Jujutsu e vai conseguir ajudar vocês.

O rapaz de cabelo rosa fez uma expressão estranha e começou a caminhar para dentro de Shibuya. Toji o agarrou pelo ombro.

— Pivete, esse daqui quase morreu por você. – Toji apontou para Megumi, que havia sido colocado como saco de batatas em seu ombro. – Garanta que não vai morrer, ou matar alguém, ou algo assim.

Pareceu ter sido a coisa errada a dizer.

— Acho que já é tarde demais. Aquelas duas garotas… – Itadori balançou a cabeça. – Enquanto estiver vivo, eu preciso ajudar os outros. O pessoal vai precisar de ajuda para liberar o Gojo-sensei na estação. Por favor, diga pro Megumi que eu sinto muito.

Se soltando de Toji, o garoto correu para dentro de Shibuya. Toji encarou as costas dele, enquanto ele sumia.

Não havia nada que ele pudesse fazer em relação a isso. Agora era levar Megumi para essa tal Ieiri e cair fora de Shibuya. Toji desapareceu do campo de batalha, deixando nada além de destruição onde Sukuna, o Rei das Maldições, havia enfrentado alguém sem energia amaldiçoada.

~~ EXTRA ~~

Haruta estava se escondendo uma lixeira desde aquele homem grande e assustador havia começado a puxar briga com o Rei das Maldições.

Enquanto Haruta amava derramamento de sangue, ele tinha absoluta certeza que se pisasse um centímetro para fora daquela lixeira enquanto aqueles dois monstros estivessem brigando, ele estava morto.

Então ele se aquietou na lixeira, segurou forte a mão de sua espada para passar o nervosismo e esperou.

Depois de uma grande explosão, Shibuya havia ficado quieta de novo. Então, Haruta ousou colocar a cabeça para fora da lixeira, querendo vislumbrar o resultado da batalha.

A última que ele viu foi a mão de Fushiguro Toji esmagando sua cabeça contra a tampa da lixeira.

— Então você é o ratinho que eu tinha sentido antes… Eu vou ficar com a sua arma. – Toji tirou a arma do lixo, a pegando pela mão e a examinando. – Porra, que arma lixo. Vai ter que servir.

Toji se apressou para achar essa tal Ieiri. O corpo de Haruta caiu para dentro da lixeira quando Toji soltou, fazendo a lixeira tremer e a tampa cair, selando para sempre o corpo de Haruto dentro do lixo.