Todos felizes que tinham uma nova criança na família, menos Bella, que mantinha seu humor normal não demonstrando nem felicidade, nem tristeza... ponto morto.

- Bem vinda a família minhoquinha – Emmet junto a Rosalie bagunçaram meu cabelo e subiram as escadas

- Sempre sonhei em ter uma irmã mais nova – Alice me abraçou – Agora vou ter quem paparicar – Alice é parecida com Lucy, vou ser a nova bonequinha de alguém

Ainda bem que Carlisle me deixou livre da escola esse ano, ele achou melhor me acostumar primeiro e me recuperar bem

Como hoje era segunda-feira, os demais teriam ocupações a tarde, até Esme sairia para fazer compras

Para não me sentir tão solitária, resolvi fazer uma visitinha para meus pais. No caminho passei em uma floricultura e comprei dois botões de rosas brancas e segui em direção ao cemitério.

Sem brincadeira agora, como uma cidade tão pequena podia ter tanta gente morta? Fazem horas que estou perdida aqui nesse cemitério e ainda não encontrei a sepultura de meus pais, daqui a pouco alguém me vê e saí correndo traumatizado gritando a todos que viu a loira do banheiro... Ou seria a noiva cadáver? Vou descrever minha situação, eu sai toda arrumadinha de casa, com um lindo vestido branco acima dos joelhos, enquanto eu procuro pelos meus pais um chuvisco rápido passou me deixando ensopada, e para piorar... Minha maquiagem está toda borrada! O que é isso? Filme de terror!

Ainda bem que vi não muito longe dali minha salvação, um senhor de idade, ele tem que me ajudar.

- Senhor! – Gritei e corri em sua direção feito fugitiva, mas para minha enorme felicidade o azar não podia ficar fora desta, tropecei em meus próprios pés e dei de cara com o chão.

Depois duma bitoca no chão do cemitério ugh! Levantei-me e peguei as flores que já não estavam mais inteiras, e me assustei ao me ver, meu lindo vestido branco como as nuvens, que ficou ensopado, agora está uma merda! Todo sujo de lama, eu parecia uma mendiga, me deu vontade de estrangular meus próprios pés!

Depois voltei correr para pedir informação ao senhor. O homem parecia estar vendo um fantasma, com os olhos esbugalhados e os dois dedos indicadores juntos formando uma cruz entre nós

- Sai satanás! – Disse assim que dei mais um passo a frente, depois ficou pronunciando algumas palavras que deveria ser em outra língua, e seu corpo todo começou tremer, meu Deus o homem vai ter um ataque epilético aqui na minha frente!

- Está tudo bem com o senhor?

- Não dirija a palavra a mim coisa do capeta! – Nossa agora magoou – Você saiu das profundezas à toa! – Esse cara não está falando coisa com coisa – Você não...

- Chega vovô, está na hora do remédio

- Salve-se meu filho – O homem agarrou o colarinho do rapaz que chegara – Já sou um caso perdido – Soltou o colarinho do rapaz e tapou seu rosto com a mão, nossa, estou vendo uma ótima atuação aqui na minha frente, vou indicar esse senhor para fazer novela mexicana – As forças do mal desta vez venceram – Uma mão fechada em punho ergueu para o céu enquanto a outra deixou bem firme no peito

- Ok vovô, o senhor está vendo a luz no final do túnel, vamos voltar se não o senhor vai perder a final do campeonato de xadrez

- Uh é verdade, quase que me esqueci – O idoso pegou sua bengala e correu, no que eu diria velocidade máxima para fora do cemitério

- Desculpe por meu avô, ele é supersticioso demais e anda assistindo muito star wars – O rapaz estendeu a mão –Sou Mike Newton – Apertei sua mão – Você deve ser a nova Cullen... Clarissa certo?

- É sou sim – Sorri de lado, as notícias correm rápido por aqui – Por favor, poderia me dizer onde está a lápide dos Dowichs, recentemente sofreram um acidente na estrada...

- Se você seguir reto aqui – Esticou seu braço direito para a direção contraria de onde estava indo – Encontrará o túmulo de seus pais, sinto muito

- Obrigado

- Aliás, o halloween é apenas em outubro, adorei sua fantasia de noiva cadáver – Ri baixinho, ainda bem que ele não atuou como seu avô – Brincadeira... Bom até mais Clarissa – Acenei para ele enquanto ele corria em direção ao carro estacionado bem na porta do cemitério. Simpático esse rapaz.

Fui na direção que Mike indicou e enfim encontrei o túmulo de meus pais. Aqui jaz Eric e Alyssa Dowich, como era difícil de acreditar que eram meus pais citados ali, o destino foi tão cruel assim de ter levado eles de mim, apesar de não ter vivido muito com eles os amava, apesar de tudo.

- O que vocês não querem que eu faça? – Coloquei as duas rosas meio que, despedaçadas encostadas nas lápides - Me dêem uma pista pelo menos...

Depois de alguns minutos ali refletindo, tentando descobrir alguma coisa que meus pais não gostariam que eu fizesse. Nada produtivo... Mas para que tanto drama, tudo bem que o ambiente e a situação não estão nas melhores, mas não é por isso que devemos deixar de ser felizes

- Vocês devem estar rindo da minha cara agora – Ri baixinho – Olhem meu estado, aqui falando sozinha... quer dizer, com espíritos. Não duvido que alguém apareça com uma camisa de força na mão e me pergunte se eu sou doida – Eu não sei de onde surge isso da minha cabeça, mas enfim – Desculpem pelas flores, mês que vem prometo trazer algumas inteiras - Me ajoelhei entre as duas lápides e me despedi.

- Vamos para casa agora? – Uma voz feminina veio atrás de mim

- Que susto Esme – Coloquei a mão em meu peito, coração a mil – Como me encontrou aqui?

- Fácil, apenas segui seu rastro – Ela passou o braço por meu ombro

- Ah..Er..Vampiros.. – Teria que me acostumar ainda com isso

Voltamos para casa de carro, estava prestes a virar picolé ambulante se ficasse mais um pouquinho andando por ai encharcada, outra coisa que tenho que me acostumar, ao frio.

Alice a louquinha assim que chegou em casa, como sempre com exesso de alegria mas desta vez um motivo... Meu aniversário, seria em vinte dias, mas ela já foi me perguntando se eu queria convidar alguém em especial de preferência menino, e se queria a festa chic, muito chic, chiquerrima ou de abalar o estado Washington. Deixei por conta dela, mas pedi que convidasse minha amiga Lucy para a festa

VINTE DIAS DEPOIS...

Acordei super empolgada... por que? Hoje é meu aniversário!! Ah que emoção, quinze anos finalmente! Tomará que eu receba muitos presentes

Desci as escadas ainda de pijama, estranho, ninguém no segundo andar muito menos no primeiro, não posso acreditar... eles esqueceram meu aniversário

Achei que nunca mais teria desapontamentos desse jeito, principalmente com os Cullens que parecem ser tão legais, todos os anos meus pais apenas deixavam escrita uma mensagem para mim e flores, agora minha nova família também? Como eu poderia ter nascido tão errado assim, não tenho sorte com família mesmo

Subi para meu quarto angustiada e prestes a chorar, família é a mesma coisa, apenas muda de endereço... Deitada em minha cama, abraçada a meus joelhos feito uma bola fiquei ali quieta derramando minhas lágrimas, Alice que ficou quase um mês preparando a festa nem deu as caras, Esme que sempre me acompanhava tomar café não está em casa também, Emmet com suas idiotices, Rose com sua licha de unha, Jasper misterioso no canto da sala, Carlisle e seu jornal... mas e Edward? Fica na casa da Bella.

Que droga! Se nem a minha família me ama, quem vai me amar?! Bela merda de vida que eu levo! Vou me juntar a minha mãe e a Felícia isso sim, pelo menos não vou ter tanto desgosto

- Droga! Droga! Droga! Me odeio! – Comecei a bater minha cabeça na parede – Ai.. – Passei a mão no na testa onde tinha um galo agora

Minha barriga roncou, hora da comida miam miam... Bom, Esme não gosta que ninguém mexa na cozinha... mas isso é um caso de extrema emergencia

A escada devia estar com probleminha, pois toda vez em que eu subia ou descia ela rangia feito casa mal assombrada, fazem dias, isso me dá calafrios.

Fiz uma bandeja de sanduíches, minha fome não é tanta, mas não quero sair de novo tão cedo do meu quarto. O Nhec Nhec da escada estava me irritando, e hoje eu posso dizer que meu estado emocional não está muito bom

- Escada ruim! – Comecei a pular, precisava descontrair-me, tentar descontar em alguma coisa o que estava sentindo – Ruim, ruim, ruim! – Os rangidos ainda insistiam mais agora escutava mais um Cleck – AAAAAAAH!

Com um som de madeira sendo quebrada abafando meu grito, caí no buraco no qual acabará de abrir na escada

BELLA – POV

Ótimo, vou ter que passar a tarde com aquela patricinha para distraí-la. A festa dela está sendo organizada tudo por suas costas, e estou aqui a caminho da casa dela pra não deixar que ela perceba nada.

Estacionei minha camionete na frente da casa, e fui lentamente até a porta, não estava com a mínima vontade de ficar longe de meu Edward, sabe que eu não suporto essa garota? Tudo bem vou dar um desconto que hoje é aniversário dela mas, não sei o que aconteceu comigo, assim que ela chegou eu me senti substituída, o centro das atenções passou a ser ela, tudo bem que odiava isso, mas percebemos as coisas assim que a perdemos.

Alice ainda insiste em tentar mudar minha cabeça, tentar colocar nela o conceito MODA, mas tenho meu jeitinho de ser, e antes eles gostavam assim de mim. Clarissa chegou na casa e logo já queriam a transformar! O que é isso?! Edward já foi logo concordando em transforma-la, quer dizer que a alma dela que se foda! A anos eu peço isso a ele, mas não, nem ninguém aqui nessa casa.

Isso me dá nos nervos, e olha nem vou apresentar mais Jacob a ela, por que ela é tão melhor do que eu que capaz dele ter um imprinting por ela, pronto, perdi minha família e agora meu melhor amigo, isso seria o fim da picada! Toquei várias vezes a campainha só de raiva, quem sabe ela está dormindo, adoraria fazer as honras de acorda-la com um monte de ding-dong a atormentando

Mas nada, Alice disse que ela não sairia de casa hoje. Toquei ainda mais rápido a campainha, vou atormentar essa garota até... ela optar por suicídio. Nossa, acordei com instinto assassino hoje

Vou arrombar essa porta, vai que ela está morrendo lá dentro e estou perdendo esse momento? Peguei impulso e corri até a porta... que estava aberta, resultado me estatelei no chão

Ótimo, essa garota me deve mais uma. Me recompus arrumei minha roupa, e chamei a Clarissa.. Sem resposta

- Clarissa! Sou eu Bella – Sempre subindo as escadas olhando para cima caso aquela peste queira me assustar, isso é outra coisa que não suporto – Uia!

Cai num buraco no meio da escada, mas consegui me segurar na borda. Olhei para baixo, Clarissa esborrachada em umas caixas de madeira mais embaixo, ela parecia desmaiada. Mas assim que reparei na altura em que estava pendurada fiquei com tontura. Caramba a garota morreu! É muito alto isso daqui, a próxima a morrer sou eu

Me balancei um pouco para não cair em cima da defunta, e minhas mão se soltaram da borda. Por minha enorme sorte, cai em algo macio, parecia uma cama

- Eu não morri! – Festejei elevando as mão para o alto, jamais estive tão feliz de sair de uma encrenca sem um arranhão

Me levantei e hesitei ao ver a menina, toda coberta de sangue e farpas de madeira, coitada... Acho que ela tem mais azar do que eu em pessoa.

- Hmm... Sanduiche – Peguei um que estava no chão e dei uma grande mordida, um tira gosto apenas. Uma delicia.

Bella o que você está fazendo?! Vai deixar a menina morrendo ai enquanto você enche sua barriga? Perguntei a mim mesma, olhei para o sanduíche em minhas mãos e para a Clarissa em estado digamos crítico

Clarissa, Sanduíche

Sanduíche, Clarissa

No fim minha bondade falou mais alto e continuei comendo o sanduíche.

Mas e se a garota ter uma hemorragia? Olhei de volta para ela, Edward irá me culpar e vai embora com sua família sem me levar de novo por eu ser uma assassina.

A ferida que nunca sarou totalmente em meu peito gritou para que eu ajudasse a menina, para não perder meu amor que sempre foi e será Edward. Não posso arriscar perder o amor de minha vida por causa de uma birra infantil

Deixei o sanduíche de lado e corri ajudar a garota inconsciente. Com dificuldade consegui enfim colocá-la em minhas costas, ela é muito pesada!

- Nossa garota, você está me devendo a vida! – Com muito esforço andei dois passos

Na terceira passada minhas pernas fraquejaram e caímos no chão, tentando evitar estragos em meu rosto o protegi com as mãos agora esfoladas por conta do tombo, nesse ritmo nunca conseguiria chegar até a escada do outro lado do quarto

A arrastei pelos braços para não machucar ainda mais sua cabeça, até chegar a escada

- Por que não pode ter um elevador aqui não?! – Agora como eu iria levar essa criatura escada a cima, só se for por meio de teletransporte

A portinhola do porão abriu, fazendo me sobressaltar, me assustando com a pessoa que a abrira, a pessoa que desejei que nunca mais me visse ferida, agora não só eu estava ferida como trazia comigo sua irmã

- E-Edward - Gaguejei