— Então, voce é o meu irmão que detesta café. - falei, debruçando-me por cima da mesa. Ele olhou para mim de um jeito fraco, e sorriu. Ele parecia estar feliz. Parecia relaxado, escorado na cadeira. - Tem certeza que é meu irmão?

Escutamos alguns murmúrios dos outros pacientes, médicos na cafeteria e mais alguns sons do alto falante. Por sorte ninguém me chamou ou disse algo sobre emergência. Então, aproveitei mais um pouco com ele.

O menino parecia cansado. Talvez fosse de tentar me achar, ou algo estivesse acontecendo. Também não ia perguntar. Eu era sua irmã, mas apenas no sangue.

— Sabe, Rose... - começou. Ajeitando-se à cadeira. - Eu tenho um convite sobrando para um baile da empresa do nosso pai. Talvez, você fosse ficar feliz de comparecer.

— Talvez fosse melhor nós dois consultarmos o nosso progenitor, antes... - terminei, sorrindo forçada.

Ethan respirou fundo.

— Ele foi visitar alguns de nossos amigos em Londres, não virá até esse baile. Fiquei encubido de achá-la Rose. Não deixarei você partir tão fácil.

Eu mordi a boca.

— Já bastou a fuga do parto, certo? - brinquei. Ethan sorriu.

— Por favor. - disse ele. - Será importante.

— Eu ainda não sei...

— Rose! - interrompeu-me ele. - É só um baile. Pode levar alguém se quiser.

— Talvez eu possa levar uma amiga. - falei, finalmente.

— Ótimo. - disse ele, voltando a parecer relaxado. - Será daqui à dois meses.

— Dois meses?

— Sim.

— Não. - falei, parecendo assustada.

— Algo errado? - perguntou.

— A minha amiga estará na lua de mel. - falei.

— Oh… - começou ele. - Podemos dar um jeito nisso.

— É… - murmurei comigo mesma, mas ele pareceu ouvir. - Eu posso.

Ethan sorriu, entusiasmado. Ele levantou-se e sorriu ainda mais.

— Será que tem suco aqui? - perguntou. Eu sorri

—Claro. - falei. - Fica por minha conta.

Ethan sorriu. Ele se distanciou da mesa e foi até o balcão. Eu respirei fundo.

Não sabia se ele era a minha solução, mas foi a primeira pessoa que eu pensei para solucionar o problema. Puxei o telefone do jaleco e deixei que a ligação chamasse, até Dimitri Atender. Ele parecia estar dormindo.

— Olá, camarada. - falei, tentando parecer misteriosa. Ele gargalhou.

— Olá, Roza. - eu sorri, boba.

— Tenho uma missão para você.

Ele gargalhou novamente.

Qual missão? Estou de folga, Hathaway.

Eu sorri. Animada.

— Dois meses, um terno e dois casamentos. - falei. - E aí? Topa?