Innocence
Capítulo 18 - Plano
POV Nico
Nos despedimos das meninas e saímos do aeroporto.
– E aí? Quer fazer o quê? Ir pra casa e chocar um ovo? – Perguntei. Luke riu e negou com a cabeça.
– Não. Eu vou à casa do Percy, preciso falar com ele sobre um assunto. Você vem?
– Claro. Que assunto?
– Perguntar o motivo dele beijar a Rachel.
– Ele beijou a Rachel? – Perguntei, surtado. – Ca...mbada, a Annabeth sabe disso?
– Sabe. Na verdade, ela viu.
Arregalei os olhos.
– Do tipo, viu mesmo?
Ele assentiu.
– E...?
– Eles terminaram. Thalia me contou.
Estreitei os olhos tentando me lembrar se Silena havia comentado qualquer coisa, mesmo sabendo que não. Luke pegou a chave do carro e o abriu. Entrei no mesmo e fitei o além. Mesmo tendo DDA me assustei quando paramos em frente à casa de Percy.
- Chegamos. – Ele anunciou.
- Eu sei. Dãar. Conheço a casa do meu melhor amigo. – Falei, sarcástico.
Ele revirou os olhos e saiu do carro. Fiz o mesmo. Não parei para olhar Luke fechando o carro, mas ouvi o barulho do alarme. Ouvi seus passos se aproximando. Me encostei na porta.
- Toca você.
- Eu? Por que eu? – Ele perguntou.
- Porque a ideia foi sua. – Dei de ombros.
- Tá bom. Você ganhou dessa vez. DESSA vez. – Deu ênfase e tocou a campainha.
A pessoa que atendeu a campainha foi a mãe de Percy.
- Ah, Sra. Jackson. – Luke foi educado. Não falei uma palavra.
- Oi, meninos. Vieram ver o Percy?
Assenti com a cabeça e vi, pelo canto do olho, que meu amigo fez o mesmo. Jéssica suspirou, abriu caminho e disse:
- Ele está lá em cima. Só... Tentem ser... Esqueça. Ele está arrasado. Vejam se conseguem reanimá-lo; talvez até apresentá-lo a uma menina. Eu sinceramente não sei o que fazer. Ele não saí de lá faz dias. Desde que... – Ela engoliu em seco – Desde que a Annabeth terminou com ele. E, acreditem, Percy não faz nada. Só fica deitado na cama o dia inteiro, fitando o teto. Ao menos come.
Assenti com a cabeça, crispando os lábios. Subi as escadas, com Luke atrás de mim, e procurei a porta de Percy. Achei e abri. Melhor dizendo, tentei abrir, porque a infeliz estava trancada.
- Quem é? – Alguém perguntou lá de dentro. Reconheci o dono da voz como Percy.
- Luke e Nico. – Meu amigo respondeu por nós dois.
- Ah... Vão embora.
Respirei fundo e me agachei.
- Vamos lá. A gente não vai embora daqui até você abrir essa bendita porta. – Avisei.
- Não. Eu não vou abrir até ser feliz de novo. Ou morrer. Ou o que vier primeiro. Ou os dois. Não faz diferença mesmo. – Quase o ouvi dando de ombros.
- Percy... – Luke olhou para mim, pedindo ajuda. Dei de ombros, sem saber o que fazer. Fiz a melhor coisa que se poderia fazer naquele momento: Uma careta.
Me levantei e mordi o lábio inferior. Fechei os olhos tentando pensar em algo que fizesse o abrir aquela porta. Os abri quase imediatamente.
- Eu sou um gênio... – Murmurei a primeira parte. Elevei a voz. – Se você abrir essa porta, nós ajudamos você a recuperar a Annie.
Quase que eu caí, porque estava encostado na porta.
- Ai. Você não sabe fazer nenhum ruído não? – Perguntei, esfregando minha cabeça.
- Entrem. – Foi aí que eu percebi seu estado. Ele estava pálido, mais do que o de costume, os olhos verdes estão sem o brilho rotineiro, também estava mais magro e tinha profundas olheiras.
- Cara... – Comecei, mas fui interrompido por um gesto de Luke. Entrei no quarto e estava completamente bagunçado. Botei as mãos no bolso da calça jeans.
Coitada da empregada. Pensei, mas achei melhor ficar de boca calada.
- Então... Escuta... – Luke se sentou na cama. – Olha, eu sei o quanto você gostava...
- Eu não gostava. Eu gosto.
- Ok, olha... Eu sei o quanto você gosta dela, mas não pode culpá-la. Pelo que Thalia me disse, ela chorou. Muito.
- Claro...
- Percy, se você não percebeu que ela te ama, você é um completo tapado, porque tava na cara. – Falei, indo direto ao assunto e sendo sarcástico.
Ele suspirou e sentou na cadeira do computador.
- Eu sei. Mas... Eu a magoei, e me odeio por isso. Você não tem ideia... De como doeu ver ela chorando. Não tem a menor ideia.
- Eu sei. Percy, não viemos aqui pra isso. O que queremos saber é por que você beijou a Rachel. Melhor, se você ama a Annabeth tanto assim, porque fez isso? – Luke perguntou, também, sendo direto.
- Eu não beijei ela. Ela me beijou.
- Acho que é a mesma coisa. – Ironizei. – Quer dizer, se você me visse beijando ela, o que iria pensar?
Suspirou.
- Que vocês se beijaram por querer? – Perguntou, estreitando os olhos.
- Isso não interessa. Quero dizer, você quer mesmo recuperá-la? – Luke interveio.
Juro que vi os brilhos dos olhos verdes de Percy se acenderem.
- Claro. Na verdade... – Ele abaixou a cabeça. – Prefiro fazer antes que qualquer cara faça.
POV Percy
- Acho que é a mesma coisa. – Nico ironizou. – Quer dizer, se você me visse beijando ela, o que iria pensar?
Suspirei de tristeza. Nico e Annabeth falaram a mesma coisa. Decidi não demonstrar tal vulnerabilidade.
- Que vocês se beijaram por querer? – Estreitei os olhos.
- Isso não interessa. Quero dizer, você quer mesmo recuperá-la? – Meu amigo de cabelo cor de areia perguntou.
Uma pontada de esperança surgiu em mim.
- Claro. Na verdade... – Abaixei a cabeça, pensando no pior. – Prefiro fazer antes que qualquer cara faça.
- O.k, então temos só que ligar para Silena. Acredite, se tem alguém que sabe sobre isso, é ela. – Nico supôs.
- Acho que você está andando muito com ela. – Falei, tentando recuperar o ânimo que não sentia umas 2 semanas e pouca.
Luke concordou. Respirei fundo.
- Então... Como começamos? – Perguntei.
- Bom... – Nico começou, pegando o Blackberry – Esperamos umas três horas, ligamos pra minha namorada e ela nos dá conselhos.
- Silena? O.k. – Luke assentiu. – Só preciso falar com o meu pai, e o Nico com o dele. Com certeza, se for pra recuperar sua vida, seus pais deixariam você viajar.
- Merda. Eu? Viajar pra Europa? Nem matando. – Disse Nico.
- Agora virou claustrofóbico? – Luke rebateu.
- Não.
POV Thalia
Ok, acho que meus pés vão cair. Eles estão doendo. Muito. Meudeus, a Silena não sente dor não? Cara, meus braços vão cair de tantas bolsas.
- Silena, eu já falei que meu corpo está desmoronando de dor? – Perguntei, passando entre as pessoas. Acredite em mim, se você quer ter tranqüilidade e paz, não vá à Europa. Repetindo, NÃO VÁ à Europa. Tem tanta adolescente que se você for homem, vai namorar cinco de uma vez.
- Já. Na verdade, é a 84º vez que você fala isso. Não importa, eu PRECISO de roupas. Se eu não tiver roupas, vou morrer. Ah, a Annie vai adorar isso aqui. – Ela disse, entrando em uma loja. Revirei os olhos, bufei e a segui. Vi uma garota alta de olhos azuis e cabelos cacheados castanhos. Ela olhava roupas. Também tinha várias bolsas, só que parecia um pouco mais humilde que Silena.
Ri baixinho com meu pensamento e fiquei olhando as roupas, enquanto minha amiga, sem juízo, pegava uma pirâmide de calças jeans. A garota de olhos azuis se aproximou de mim e sussurrou:
- Sua amiga parece bem... – Deu de ombros, incapaz de terminar a frase.
- Doidinha? Ah, não se preocupe. Ela é muito pior. A propósito, sou Thalia Grace.
- Raíssa Régis. – Disse, rindo.
A observei. Ela tinha várias bolsas, entre elas, uma com vários livros.
- Gosta de ler? – Adivinhei.
- É. Adoro, pra falar a verdade, acho que prefiro livros do que homens.
- Tenho uma amiga que se daria super bem com você... – Murmurei, pensando em Annabeth.
- A maioria das pessoas não têm paciência. Mais eu... Sou paciente. – Brincou. - Sabe, mais acho que meus pais não morreriam se me dessem um cartão. Mesmo que eu seja menor de idade.
- Ah, bem vinda ao clube. Se eu consigo sobreviver sem um cartão, você também. Tenho 15 anos.
- 13.
Minhas pernas doeram ainda mais.
- Peloamordemeunamorado, será que essa garota não sente dor? – Perguntei, mudando o peso de uma perna para a outra.
- Não ligue. Minha amiga, Melanie Strike, é doida da cabeça, também.
Ri e ela fez coro.
- Quer carona? – Perguntei de repente.
- Você dirige um Lamborghini?
- Não... Por quê? Deveria?
- Não. É que minha família tem um e não é legal. Quer dizer, eu agüento esse tipo de carro desde os 5 anos. É bizarro. – Estremeceu. – Então... Se você não dirige um Lamborghini, claro. Mas... – Raíssa corou. – Er... Bem, eu ia passar na casa dela depois.
- Dela quem?
- Da Melanie. Se não tem problema pra vocês...
Neguei com a cabeça.
- Claro que não. Na verdade, agora, eu vou obrigar vocês duas a conhecerem a minha casa...
- Sua casa? – Ergueu uma sobrancelha.
- É. Estamos de férias. Por isso, aquele ser ali – Apontei para Silena que digitava a senha do cartão – alugou uma casa. Ei, posso te chamar de R.?
- Claro.
A observei, de novo. Deus, eu preciso parar de olhar as pessoas. Raíssa usava uma roupa simples, mas fofa e criativa. Se parecia com Silena: Qualquer roupa que usasse, estava boa. Estava com uma saia xadrez; estilo Avril Lavigne, vermelha e preta, uma camisa branca com detalhes vermelhos. Um All Star preto com detalhes brilhantes, na verdade, era uma caveira. E um cinto, estilo corrente sobre a saia.
Silena chegou, saltitante, e olhou Raíssa.
- Aimeudeus, eu amei a sua saia. Que fofa. – E inclinou um pouco a cabeça para o lado. Com os lábios no formato de um biquinho. – É muito fofa. EU PRECISO DE UMA! E... – Ela olhou um lugar atrás de mim. – Aimeudeus, que cachorrinho fofo.
- Eu não disse? – Perguntei, gargalhando. Aí, eu me dei conta e arregalei os olhos. – NÃO! Se você quiser andar mais, pode ir. Eu estou prestes a morrer.
Segui seu olhar. Derreti completamente.
Sabe, depois de comprarmos o cachorrinho e a Silena ficar perto da gente, foi isso que aconteceu:
- EU QUERO UMA SAIA QUE NEM A DA RAÍSSA!
- NÃO! Nem morta, quando minhas pernas estiverem boas de novo.
Ela deu de ombros.
- Tá bom. Amanhã a gente vem.
E saiu saltitando. Estreitei os olhos. Sabia que ela estava escondendo alguma coisa. Disse a única coisa necessária:
- Vamos.
POV Raíssa
Eu ria muito com a Silena. Sério. Mesmo sendo reservada. Era impossível não rir com ela. Thalia era outra. Paramos em frente à casa de minha amiga. Suspirei e disse:
- Alguém vai lá, por favor.
- Ah, tá. Se eu for lá, a garota vai pensar que sou uma maluca que bebeu e vai me dar uma paulada. – Thalia brincou. Ri junto de Silena. Saí do carro e caminhei até chegar à porta. Respirei fundo e toquei a campainha. E adivinha? A última pessoa que eu quero ver no mundo abriu a porta.
- Caitlin.
- Raíssa. – Ela disse, com desgosto. – Já vou chamar ela.
E entrou. Droga, como eu odeio essa menina. Às vezes eu não entendo como ela pode ser irmã de minha amiga. Mel apareceu em um instante.
- Desculpe. – Mexeu os lábios. Apenas assenti com a cabeça e andei até o carro. Ela me seguiu. Abri a porta, tímida e entrei. Aí eu me toquei que minha amiga devia estar pensando: Aimeupaidocéu, que cachorrinho fofo.
Mentira, ela deve estar pensando: Epa, que carro é esse? E que meninas são essas? Me apressei em responder antes que desse alguma coisa na cabeça dela e ela saísse do carro.
- Mel, essas são Silena Beauregard e Thalia Grace. Silena, Thalia, essa é Melanie Strike. Minha melhor amiga. – Dei meu melhor sorriso.
POV Annabeth
Anna estava tentando me ensinar a tocar violão, até que vi uma guitarra vermelha, preta com detalhes brancos e uma caveira.
- Você também toca guitarra?
Ela negou com a cabeça.
- Não. Eu comprei por que... Sei lá. Achava que era fácil. Acredite, não é. Também tenho aulas de piano.
- Aimeudeus. Você ama mesmo música, né?
Deu de ombros.
- Sempre gostei. Comecei a compor quando tinha 10 anos.
- 10 ANOS? – Elevei a voz.
- É.
Fale com o autor