Jane ainda está um pouco atordoado, entretanto consegue notar que está em uma cama de hospital.
– O-o que eu estou fazendo aqui? Cadê a Lisbon? Ela está bem?
Jane tenta se levantar
– Calma, você ainda não pode se levantar. - diz Kim
– Para que deitar? O que aconteceu? Alguém pode me dizer onde está a Lisbon?!
– Quer ficar deitado ai?! Você e Lisbon estão de observação, foram encontrados no navio frigorífico desmaiados. Não vão sair daqui até o médico liberar. Lisbon está dormindo em outro quarto, então fique deitado ai ou eu vou te algemar - Ordenou Cho
Jane simplesmente calou-se. Cho parecia muito irritado para Fisher. Porém para Jane ele parecia preocupado, o que deixou ele, Jane, quase em desespero. Se ele estava acordado era porque estava bem, então por que Cho estava preocupado? A resposta desesperadora só podia ser: Lisbon.
– Tudo bem, eu vou ficar aqui. Eu... eu estou um pouco cansado, queria dormir mais um pouco, posso? - perguntou ele simulando cansaço
– Não queríamos te acordar, mas parecia estar tendo um pesadelo e você começou a suar. Ficamos preocupados que piorasse alguma coisa. - Desculpou-se Fisher
– Tudo bem... eu só queria voltar a dormir... me sinto cansado - Respondeu ele se aninhando na cama.
– Pode dormir, eu vou ficar aqui até o médico aparecer - Afirmou secamente Cho
Nessa hora Jane olhou para Cho, queria expulsá-lo dali para que não atrapalhasse seu plano. Contudo reuniu todas as forças para se acalmar.
– Tudo bem, não precisa mas se quiser ficar... - Jane se virou de lado - Só não andem nem falem alto, estou com dor de cabeça. Só quero... - Ele fingiu um bocejo - dor...mir.
– Vamos, Cho. Ele não vai sair daí - disse Fisher guiando Cho para fora do quarto.
Em menos de um minuto, Jane se levantou o mais rápido que pode, tirou os eletrodos e vestiu suas roupas que estavam próximo ao seu leito. Assim que se viu pronto, saiu discretamente do quarto certificando-se que Cho nem Fisher estivessem por perto.
– Olá, me desculpe - disse uma enfermeira que esbarrou em Jane. - É visitante? Onde está seu crachá?
– Ah, meus amigos está tirando para mim, eu queria saber onde é o quarto da Teresa Lisbon.
– Sr.ª Lisbon? Eu acabei de vir de lá, estava checando se ela já acordou. Seus amigos é um oriental e uma meio metida? Ah, me desculpe, eu não...
– Sim são eles - respondeu Jane rindo - Não se preocupe, Fisher as vezes é meio metida. - sussurou ele
– Ah... tudo bem... virando no corredor o terceiro quarto a esquerda - indicou a moça rubra de vergonha
– Obrigado
Jane correu até o quarto de Lisbon. Chegando lá a encontrou dormindo, parecia exausta e seus lábios ainda estavam roxos, mesmo com os esforços da manta termica o frio teimava em habitar o corpo de Lisbon. Ele a olhou com candura, lembrou-se do sonho, não seria aquilo real? Ou ele teria fantasiado cada toque, o cheiro dela e até mesmo o calor que ele sentia emanar dela?
Lisbon deu um leve suspiro de frio. Jane se aproximou dela e tocou seu rosto o qual, com a pele morna, entrava em contraste com os lábios que afirmavam o frio. Ele voltou ao devaneio e lembrou dos instantes do sono.
– Lisbon... acorde, me diga que você está bem. Cho está preocupado... isso não é bom. Vamos... vamos, acorde e me diga que está bem - Jane suplicava vagarosamente acariciando a pele de Lisbon e seus cabelos.
Ela se mexeu.
– Isso, vamos. Acorde, Lisbon. Lisbon? Por favor, me diga que está bem. Não me deixe angústiado. Vamos, por favor. Você está me matando, aposto que iria adorar rir de mim agora. Lisbon? Por favor, eu tenho uma coisa para te contar. Se você não acordar logo eu vou perder a coragem - disse ele a si mesmo - Lisbon? Por favor, eu preciso dizer que te amo antes que me arrependa, - ele agora falava baixinho muito próximo a ela.
– Precisa dizer o quê? - perguntou ela com a voz arrastada
– Lisbon! Ainda bem.
– Não tente desviar minha atenção. Fala logo - Ordenou ela cerrando os olhos
Jane sorriu da autoridade dela
– Eu disse que preciso dizer, sua ranzinza, que eu te amo. - completou ele se aproximando dela.
– Que bom - disse ela sorrindo
– Só isso? Eu me declarei, Lisbon. Você quase me matou de susto, me fez perceber que te amo, e me diz que bom?
Jane estava preocupado, todas as duvidas voltaram e agora ele temia perder até a amizade de Lisbon
– Sim, que bom. Porque eu também te amo. - continuou ela
Jane sorriu contente e a beijou eufórico.
– Agora me deixa dormir, porque eu to com muito frio e cansaço - pediu Lisbon após o beijo.
– Não se preocupe ele vai - disse Cho entrando no quarto de Lisbon
– Oi, Cho.
Jane abraçou Cho
– Eu sabia. Por isso não queria que te acordasse, sabia que viria atrás da Lisbon.
– Era com isso que estava preocupado? Que eu viesse ver a Lisbon? - perguntou Jane surpreso
– Sim, você irritante quando quer.
– Ele é sempre irritante - corrigiu Lisbon se sentando na cama
– Você não estava com frio? Fica deitada - pediu Jane a apoiando
– Não se preocupem, eu já estou melhor. Eu preciso de um copo de café para aquecer.
– Não pode - disse Cho cruzando os braços.
– Quando vou ter alta?
– Amanhã. - respondeu Cho
– Por que? Jane já teve alta.
– Ele não teve alta, só fugiu da cama. - informou o médico entrando no quarto.
– Eu avisei, devia tê-lo sedado - Disse Cho para o médico
Lisbon olhou para Jane e sorriu
– Como sempre sendo você
– Meh, eu precisava ver você - afirmou Jane a beijando novamente
– Isso é novo para mim. - Falou Cho surpreso
Os dois o olham
– Não quer dizer que não apoie. Voltamos em 20 minutos - continuou Cho levando o médico para fora.
Quando Cho volta para a sala de espera encontra Sond.
– Como vai? Jane e Lisbon estão bem? - pergunta Sond
– Sim, os dois já acordaram. E ai, conseguiram o que queriam?
– Sim, com essa prisão conseguimos as provas que precisávamos, além da prisão dos principais subalternos, três deles confessaram que Solon Gram é quem comanda toda a rede e tem também o depoimento das vítimas que vai nós ajudar a prender os aliciadores. Dentro de duas semanas as crianças vão estar de volta com os seus pais. - Confirmou Sond feliz e aliviado.
– Isso é ótimo
– É. - Sond respirou o ar do alívio, poderia dormir tranquilo essa noite - Posso falar com os dois?
– Ahn... - Cho olhou no relógio - Ainda não
– Por quê? Você disse que eles já estavam acordados.
– Sim, mas eles tão aproveitando.
Sond fez uma careta de dúvida, porém a comunicação visual com Cho o fez perceber que não era a hora de atrapalhar os dois.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.