Pirólise

Gabriel escolheu Luana para ser sua esposa porque ele sabe suas pretensões para o seu futuro. Lamentavelmente, sua mãe discorda. Está desacostumada a ver o filho caminhar com as próprias pernas. Não acha a noiva boa o suficiente para ele.

Sílvia foi ao jantar promovido por Luana toda janota. Mostrar superioridade no vestir é uma característica de sogras ciumentas com seus filhos para intimidar as noras. Nunca funciona, mas elas o fazem de qualquer forma.

Já posso dizer que o jantar não aconteceu. A azarada Luana deixou queimar o cozido de carne – receita adaptada da bisavó dela. O mau odor eliminado pelo tostamento do alimento invade as narinas de todos os presentes. Sílvia, que vem sendo desagradável a noite inteira, não perde a chance de alfinetar a nora.

– Chega, mãe! – Gabriel interfere. – Eu vou casar com Luana. Você pode não aprovar, mas eu a amo. Eu sei que é difícil para você acreditar que ela pode me amar tanto quanto você, mas isso é real.

É quando Sílvia entende que seu filho cresceu e não precisa mais dela para tomar decisões. É triste ver o filho criar asas, mas recompensador. Orgulhosa, finalmente enxerga a grandeza do futuro que Gabriel planeja.