Jully acordou algum tempo depois e estava deitada na cama que tinha conhecido naquela manhã. Abriu os olhos lentamente e descobriu Scott ao seu lado. Ela levou a mão na cabeça onde ainda latejava de dor e indagou:

- O que aconteceu?

- Você desmaiou e eu te trouxe até seu quarto. – Ele desviou o olhar por um momento enquanto ela esfregava os olhos – Você ficou estranha de repente e começou a falar coisas sem sentido...

- O que eu falei? – Jully tentava se lembrar, mas nada vinha à sua mente.

- Alguma coisa sem sentido sobre alguém cujo nome não deveria ser citado, cujo nome causa arrepio e ódio e traz as dores do passado. Você falou que ele retornaria e que na batalha apenas um sobreviveria. O Professor ficou interessado em saber quem voltaria.

- Eu... Eu não sei. – Ela estava muito confusa. O Professor já sabe da história?

- Informei a ele e ele acredita que você possa estar sentindo algo, do tipo de uma profecia. Ele me contou que você passou por uma viagem no tempo muito nebulosa.

- Sim, de alguma forma não pertenço a esse lugar ou tempo. É estranho ficar deslocada o tempo todo.

- Entendo você. – Scott sorriu triste – Fizemos algumas pesquisas e houve registros de outros viajantes do tempo que tiveram capacidade de visitar o futuro em sonhos.

- Será que esse é meu dom? – Scott viu os olhos curiosos de Jully brilharem.

- Ainda não temos certeza. Vamos proceder com maiores estudos sobre você. Há muito para aprendermos. - Jully corou e deixou o olhar desviar para o luar em sua janela. Scott não deixou de notar. – Quer que eu feche as cortinas?

- Por favor. – Ele consentiu e andou até as cortinas, fechando-as. O ambiente ficou iluminado apenas pela luz dos dois abajures ao lado da cama dela.

- Você parece cansada. Talvez seja melhor dormir mais um pouco. - Scott sorriu para ela, deixando-a desconsertada – Vou deixar você descansar.

- Obrigada. – Ela sorriu de volta – Por tudo.

Ele sustentou o sorriso e saiu do quarto. Jully acomodou-se novamente na cama e pouco tempo depois do clique da porta, voltou a dormir. Sua cabeça estava pesada demais para que ela pudesse pensar em qualquer coisa naquele momento.