Blake South College

— Ai, eu estava linda e a música ficou incrível. — disse me gabando.

— E o vídeo teve muita repercussão. — concordou Jazmín sorrindo. — Fizemos um ótimo trabalho. — acrescenta.

— Não quero tirar seu mérito Jazmín, mas, quem cantou fui eu. — enfatizo, sem realmente me interessar com o foco daquela questão. — Quantos comentários teve? — pergunto, fazendo um maneio com a cabeça em direção ao tablet que a ruiva tinha em mãos.

— Eu não sei. aumentando toda hora, não param.

— O que teve zero comentários foi a apresentação da Luna e do Simón. — comentou Delfi rindo, no mesmo instante em que a encarei com o olhar mortal.

— Vocês postaram da Luna e do Simón? — indago enraivecida.

— Um pedacinho, mas, foi muito ridícula, né Jazmín? — se defendeu, puxando a ruiva para perto de si, como forma de escudo. Como se eu fosse atacá-la a qualquer momento.

— Ah, eu gostei demais. — Jazmín expressou. A mirei estupefata, não acreditando no que ela acabara de verbalizar. — Quer dizer, eu gostei de rir da cara dela porque foi um papelão. — consertou ao perceber o que dissera, então começou a rir para amenizar o clima.

— Pois é óbvio. Eu não entendo o que essa menina achava. Que podia subir no meu palco e me ofuscar com uma musiquinha. — desdenho com um gesto de mão.

— Imagina, eu achei horrível. — declara Delfi.

— É, o que eu achei lindo de verdade foi o garoto. Ele namora com a Luna? — a ruiva perguntou muito interessada para meu gosto.

— Não sei e nem me interessa. — finjo desinteresse.

— Bom, eu tô. Você pode descobrir se ele tá com ela? — questiona Jazmín toda sorridente.

— Que? — olhei-a surpresa. — Jazmín, você não tá falando sério, né?

— Não, claro que não.

Sorri aliviada com sua resposta. Já começava a me preocupar com os gostos de minha amiga — pois, era notável que se ela realmente estivesse interessada por aquele garoto, — era no mínimo questionável. Embora o mesmo de certa forma me intrigasse.

Mais tarde no Jam & Roller

Estava à espera de Matteo, pois, iríamos treinar juntos para competição. O Roller estava cheio naquele horário. Como Matteo estava atrasado resolvi tomar um suco, logo vi o Pedro e o chamei.

— Pedro, você poderia trazer para mim um suco de maçã. — assentiu, mas, mudei de ideia logo em seguida. — Não, não, acho melhor um de morango.

— Claro, um suco de morango. — anotou.

— Como de morango? Quero um de melancia.

— Ok. — sorriu confuso se virando.

Passou-se um tempo, já estava ficando impaciente pelo simples fato: Matteo ter me dado um cano e o Pedro não aparecer com meu maldito pedido. Será que era difícil demais, ser responsável? Cansada me levantei ao mesmo tempo que um ser aparecia na minha frente derramando todo o líquido rosa em mim. Se a falta de compromisso de Matteo me deixou irritada, aquele banho me deixou dez vezes mais. Com raiva, olhei da mancha para a pessoa dando de cara com nada mais nada menos que Simón, o que aquele garoto estava fazendo ali, afinal? E ainda por cima estragando minha blusa preferida. Lancei-lhe meu olhar mais ameaçador.

“Idiota”. O xinguei mentalmente.

— Qual é o seu problema garoto? — esbravejei no limite.

— Me desculpa, eu não fazia ideia que você iria levantar. — disse ele todo nervoso.

— O que? Agora você vai dizer que eu sou a culpada pela sua incompetência.

— Ei, ei, eu já pedi desculpas. Você não acha que tá nervosinha demais por uma simples blusa?

— Eu posso saber o que está acontecendo aqui. — Tamara apareceu antes que eu pudesse dá uma resposta a altura pro imbecil que estava a minha frente. — Qual o problema?

— O problema é esse garoto desastrado. Olha como ele me deixou. — apontei para a mancha horrenda, que eu tinha quase certeza não sairia de jeito nenhum.

— Tamara, eu juro que não foi de propósito. Foi tudo muito rápido, mas, isso eu já expliquei pra Ámbar e pedi desculpas.

— Eu só queria entender o que você tá fazendo aqui Simón. Pelo que sei isso é trabalho do Pedro e do Nico. — a mulher brigou, ele então abaixou o olhar sem graça. Quase que instantaneamente um pequeno sorriso se instalou em meus lábios. Ela se virou para mim e disse:

— Me desculpe Ámbar, eu prometo que não vai voltar a se repetir. O que posso fazer agora é lhe oferecer um suco por canta da casa.

— Não, não, eu prefiro ir embora. — neguei a oferta, dirigindo meu olhar uma última vez para Simón. Ao contrário do que pensei, agora ele encarava-me desafiadoramente. Seu olhar sobre mim era analisador, como se quisesse descobrir algo. Fiquei um pouco desconcertada, embora de fato não demonstrasse. Dei as costas indo embora dali.