InFamous: A Tirania de Rowe

Prólogo: Audiolog de Yasmine


Diário de Yasmine. Trinta de Novembro/ 2046

{É meu primeiro audiolog, não sei por onde começar... Não, vou começar pelo começo... Como assim o começo de que?! Meu Deus, cale a boca e deixa rolar!}

Todos os olhos estavam voltados para Seattle. E foi em uma noite, trinta e dois anos atrás, que se deu início à Tirania de Rowe.

Todos viram quando o condutor marginal Delsin Rowe e seus dois amigos condutores, Abigail Walker e Eugene Sims derrotaram a líder das tropas do Departamento de Proteção Unificada (D.U.P.), Brooke Augustine.

Todos viram quando Rowe a lançou do topo do edifício sede do D.U.P., totalmente envolvida em concreto.

E todos viram quando Rowe e seus amigos abriram os portões de Curdun Cay, libertando os condutores. Rowe se tornou um salvador para os de sua espécie, por mais que a “humanidade” o visse como um bioterrorista brutal, violento e impiedoso. Delsin “apertou a mão” de todos os ex-prisioneiros da mega-prisão, tornando-se o condutor mais poderoso da história, mais até que Cole Macgrath. Rowe não era mais um condutor, não, ele era um deus e tinha um exército de condutores sob suas ordens. Mas nem isso saciou sua fome.

Depois de tomar Seattle e Salmon Bay (lugar onde exterminou sua tribo, os Akomish) ele e seu exército de condutores tomaram, destruíram e conquistaram tudo em seu caminho. Em sete anos, sete anos depois da queda de Augustine, Rowe e seu exército haviam dominado completamente o país quase que não encontrando resistência. Rowe havia se tornado um rei, um tirano cruel e insaciável.

Entretanto, seu braço direito, Eugene Sims, recusava-se a continuar seguindo as ordens de Rowe e o confrontou diretamente, onde não foi morto apenas por intervenção de Abigail Walker. Os dois fugiram e formaram um exército rebelde para confrontar o tirano, a facção Rebelde, composto em sua grande parte por condutores. O exército de Rowe, conhecido como os Infames, não conseguiu conter os rebeldes.

Dez anos depois de formação dos Rebeldes, o país estava dividido. De um lado, os Infames, do outro, os rebeldes que avançavam de forma inexorável e incontida.

Nós íamos lançar um ataque a Washington D.C, uma das sedes mais importantes de Rowe, mas alguém vazou a informação e os Infames acompanhados pelo próprio tirano os atacaram uma noite antes, quando ocorreu a chamada Batalha Dos Três, onde é dito que Rowe matou seus ex-amigos com as próprias mãos. Desde a Batalha, fomos foram escorraçados e os Infames detém controle de praticamente todo o território atualmente, dez anos depois.

{Suspiro}

Mês passado fomos atacados por um pelotão de Infames. Eu estava lá e, acredite, eles estavam em nossa mão. Me lembro como se tivesse sido hoje, foi em um shopping center em que eles nos atacaram. Eu derrubei um condutor de concreto aqui, um condutor de gelo ali, me desvio de um raio acolá. Eu não mato, eu só neutralizo. {Pare de rir, Hugo, tinta não é tão mortífera quanto gás! É muito mais prático eu só incapacitar!} Esqueci de falar, eu sou uma condutora de tinta, a única que se tem notícia. {Calado, eu não estou me achando!}

Como estava dizendo, estávamos indo muito bem até que, do nada, todo o som desapareceu, sendo substituído por um ruído agudo que feria meus ouvidos e, depois disso todos os vidros do shopping estouraram e eu não conseguia mais me mover. Via que alguns dos nossos tentavam tapar os ouvidos e caíam em agonia, outros simplesmente apagaram.

Foi quando eu me dei conta. Um condutor de som.

Com muito esforço, consegui rastejar para trás de uma bancada onde me escondi.

Eu sabia que estávamos todos mortos, os Infames não tem piedade.

Fui descoberta algum tempo depois por ninguém menos que o próprio condutor de som e me lembro de cada detalhe daquele rosto maldito. Era uma garota baixa e pálida com piercings no nariz e nas orelhas, estes vibravam com o som; tinha sardas no rosto e os olhos mais azuis que já vi na vida em contraste com o cabelo muito ruivo, possuía lábios finos e sobrancelhas delicadas {Não sei como lembro disso, Hugo, eu só lembro!} além de um quadril largo e seios fartos {Calado, eu não estou com inveja}. Estava vestida da cabeça aos pés com as cores Infames (preto e vermelho) e trazia naquele rosto descorado um sorriso presunçoso e odiável. Ela era a causa daquilo tudo e agora iria me matar, ou era o que eu pensei.

Aquela puta ruiva simplesmente acariciou meu rosto e disse algo que foi abafado pela frequência que me paralisava. Depois disso a única coisa que me lembro foi de ver um grande crânio de pássaro estampado nas costas de sua jaqueta, e então o vazio...

Acordei só depois de uma semana completamente surda e sem nenhum senso de equilíbrio, os dois eu fui recuperando com o tempo, mas ainda hoje sinto os efeitos que creio que ainda vão me atormentar mais um pouco.

{Suspiro}

Eu vou pegar aquela vadia, nem que tenha que matar uns Infames...

Yasmine saindo...

{Fim do registro}