Quando Marie acordou, o sol estava para se pôr. Estava sentada no chão e apoiada em uma parede. Sua visão desfocada registrou duas pessoas sentadas no chão a sua frente e de costas para ela, um homem e uma mulher, o homem estava sem camisa e a mulher cuidava com esmero de suas feridas. As costas magras do homem estavam cobertas por cortes que sua amiga tentava limpar com lenços.

— ... uns cortes bem fundos. — Ouviu-a dizer. — Estou preocupada com você.

— Vou ficar bem, não se preocupe. — Os músculos dos ombros dele se retesaram quando a mulher tocou seu rosto com um lenço. — Só preciso de alguns minutos.

Talvez a mente de Marie estivesse confusa, mas ela tinha a impressão de ver as feridas dele se fechando muito lentamente diante de seus olhos.

— Eu sei, mas me deixa cuidar de você, pelo menos. — Ela pediu. — Nunca vi cortes como esses antes, parece que foram feitos por uma faca serrilhada.

Ele pareceu consentir e ela começou a enfaixá-lo.

— Ela não estava de brincadeira. — A mulher murmurou.

— Não. — O companheiro discordou. — Ela estava sim, e geralmente é aí que o jogo vira.

Marie sentiu uma onda de tontura e começou a cair para a esquerda, mas apoiou-se com a mão.

Seu grito fez com que ambos virassem para olhá-la, ela sentia como se a mão houvesse sido frita em óleo, a confusão em sua mente foi varrida pela dor e ela se lembrou de tudo o que havia acontecido.

— Veja só quem acordou. — A mulher falou com desdém, se aproximando de Marie que agarrava a própria mão. — O que foi, machucou a patinha? — Apertou a mão de Marie como se a cumprimentasse, o que fez com que um grito absurdamente alto escapasse da garganta da Infame, machucando-a ainda mais.

— Pare com isso, Angela. — Hugo Caimán lhe ordenou.

Angela soltou a mão de Marie e se voltou para o parceiro, a ruiva não conseguia distinguir a expressão no rosto dela, pois as lágrimas turvavam sua visão.

— Acha que ela teria dó de você? — A Rebelde perguntou ao parceiro. — Ela faria muito pior.

— Eu estou cagando para o que ela faria ou deixaria de fazer comigo. — Ele retrucou. — Mas eu não quero que ela sofra mais do que o necessário.

Angela riu de escárnio. — E quanto sofrimento você acha que uma filha de Delsin Rowe merece? — Pisou na mão de Marie sem força, fazendo a garota morder o lábio. — Deveríamos matá-la como o pai dela faria conosco, bem devagar.

—Primeiramente: Eu não preciso achar nada. — Hugo continuava sentado e de costas para elas. — E mais: Não foi você que disse hoje mesmo que preferia se matar a morrer nas mãos dos Infames? Então por que você quer fazer o mesmo com outra pessoa?

— Cada um precisa desempenhar seu papel! — Marie sentia a raiva crescente na voz de Angela. — Não somos heróis, somos soldados!

— Nós somos heróis. — Hugo retrucou.

Marie respirou fundo e conseguiu ver Angela cruzar os braços. — Você sabe que o mundo não precisa de heróis.

— Muito menos de vilões.

— Diga isso para o Rowe.

— Não somos o Rowe! — O Rebelde parecia ter perdido a calma, ficando em pé e encarando a parceira nos olhos. — Se quer machucá-la, vai precisar me machucar primeiro.

O silêncio só era quebrado pelos soluços da ruiva.

— Ótimo, quer defendê-la, vá em frente. — Angela deu um passo para o lado e Hugo caminhou até a garota caída. — Vamos ver como ela vai retribuir o favor.

O condutor se ajoelhou ao lado de Marie. — Você acredita em karma, Angela?

A condutora olhou para cima, para o céu tingido pelo crepúsculo. — Tento acreditar.

Marie não tinha certeza, mas acreditou ver um sorriso passando pelo rosto de Hugo. — Então não pense nisso como uma boa ação, e sim como uma troca.

Angela riu com descrença. — Tudo bem, se você está dizendo.

A garota Infame continuava caída no chão. — Você está bem? — Hugo perguntou quase que carinhosamente.

— Minha mão, dói demais. — Respondeu fraca. — E minha cabeça também, não consigo pensar.

— E deveriam doer, seus dedos estão todos quebrados ou deslocados. — Pegou a mão da garota com delicadeza e fez com que ela visse seus dedos retorcidos, errados e inchados, isso teria a feito vomitar caso tivesse comida no estômago. — Já sua cabeça, você deu um belo de um encontrão com uma parede.

— Eu me lembro. — De forma confusa e incompleta, mas lembrava-se.

— Quanto a isso não posso fazer nada, mas posso colocar seus dedos de volta no lugar. — Disse ele, voltando o olhar para a companheira, esperando que ela objetasse.

— Tá, pode consertá-la, não é como se eu fosse sentir ciúmes, Hugo, por favor! — Ela desviou o olhar. — Não chegamos nesse ponto ainda.

Hugo pegou a mão da garota com cuidado e entrelaçou seus dedos nos dos dela, que trincou os dentes. — Isso vai doer. — Ele lhe confidenciou. — Pra valer. — Lembrou-se de algo. — Suas mãos estão dentro de bolhas de vácuo como garantia.

Marie assentiu e fechou os olhos, sentindo as pontas dos dedos de Hugo em suas articulações.

A dor que ela sentiu foi o mais próximo que se podia ficar o inferno e do paraíso ao mesmo tempo.

Ele apertou e puxou, obrigando os dedos a voltarem para seus respectivos lugares, fazendo a garota soltar um grito que terminou em uma risada.

Era como ter a mão mergulhada em chumbo derretido e depois, em água fria.

Hugo ainda consertou seu polegar, indicador e médio, cujas falanges estavam tortas, todos tiveram seus gritos seguidos de gargalhada.

— Obrigado. — Ela agradeceu tremendo da cabeça aos pés, sentando. Os pensamentos estavam mais claros agora, ela até sentiu a parede fria e áspera contra as costas nuas. — Onde está minha roupa? — Viu que estava com sua roupa íntima e suas calças, mas não com suas botas ou camisa. — E minhas botas?

Foi Angela quem respondeu. — Tivemos de queimar a sua camisa, você não podia andar por aí com o símbolo dos Infames nas costas.

— E suas botas — Hugo continuou. — eram uma forma fácil para você escapar. — Ele sorriu discretamente. — Eu percebi isso também.

Ela assentiu. — É justo, mas não vejo porque tirarem minha camisa, eu não vou ser levada como prisioneira?

— Não exatamente. — A Rebelde estalou os dedos. — Você sabe como condutores são impulsivos, se te levássemos como outra prisioneira, acabariam te estuprando meia centena de vezes antes de voltarmos, como estão fazendo com as garotas que tiveram o azar de sobreviver. — Marie engoliu seco. — Isto é, se não cortassem sua garganta no caminho.

— Imagino que a filha de Delsin Rowe deva ser muito disputada. — Comentou divertida, vendo Angela mostrar um sorrisinho para ela.

— De qualquer forma. — O condutor tirou a jaqueta e entregou para Marie. — Vamos te levar conosco, mas vai ser no sapatinho. — Ele ajudou-a a levantar, esticando os braços enfaixados. — Você vai vir com a gente pelos prédios, quanto mais distância deles, melhor.

— E não tente fazer nenhuma gracinha. — Angela falou e segurou no braço do amigo, seguindo na frente com ele.

Marie vestiu a jaqueta e deu um passo e, de repente, tudo congelou. As árvores, os pássaros, o casal que seguia a sua frente.

Sentia como se um vento fortíssimo a atingisse, gelando cada fibra do seu ser.

Ela conhecia a sensação.

— Ryan? — Chamou, a voz ecoando. Viu-o em cima de uma casa próxima, a postura era assombrosamente séria, com as mãos pendendo ao lado do corpo e os olhos brilhando como estrelas cor de cobre sob o capuz que o cobria.

— Gostou dos seus novos amigos, irmã? — Ele perguntou.

— Eles? — Apontou para o casal congelado. — Eles não são meus amigos.

O irmão balançou a cabeça.

— Ainda — Murmurou, mas ela ouviu com clareza. — Lembre-se, irmã, não importa o aconteça, continue leal.

— Leal a quem? — Indagou.

— Você vai descobrir. — Ele respondeu misterioso, desaparecendo.

O mundo voltou a girar e aquela sensação esquisita desapareceu por completo. Hugo e Angela continuavam a andar e Marie os acompanhou a alguma distância.

Dentre todas as coisas que conhecia, Ryan era a mais confusa, misteriosa e poderosa.

Como poderia ser diferente com alguém que conduzia o tempo?

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Quando Yasmine acordou, o sol estava a se por, e essa foi a primeira coisa que reparou, o farrapo de luz alaranjada que entrava pela janela do quarto; a segunda coisa que reparou era que não estava em seu quarto, e muito menos em sua cama; a terceira coisa que reparou era que a cabeça doía levemente; a quarta, sem dúvida a mais esquisita, era que não estava sozinha na cama.

Mariana estava fortemente abraçada a ela, os olhos fechados e o sorriso sereno decoravam o rosto que repousava contra o peito da condutora de tinta.

“É, acontece” Pensou consigo mesma, sorrindo, mas a próxima coisa que reparou era que, infelizmente, as coisas não eram tão simples.

Mary mão era a única que ocupava a cama de solteiro com Yasmine. Loup, Jullie e Nick também estavam lá, marcando presença. Yas e Mary estavam deitadas como amantes, juntas no centro da cama, Nikola estava deitado na horizontal, perpendicular a elas e com a cabeça caindo para fora da cama, Jullie estava virada para o outro lado, suas pernas se entrelaçavam com as da condutora de tinta sobre o corpo inconsciente de Nick, e por fim, Loup estava largado ali da forma que provavelmente havia caído, sobre todos e sem distinção e com a cabeça pendendo para fora, muito próxima da de Nick

Yasmine ficou encantada com a trivialidade da situação como um todo, não conseguindo fazer nada que não fosse sorrir e mover-se da cintura para cima. “Hugo estava certo, coisas estranhas acontecem com quem bebe.”

Depois de longos minutos não ouvindo nada que a respiração de seus amigos, sentiu Mariana se mover contra seu lado. A condutora de água respirou profundamente e se movimentou como uma gata que acordava sob a luz, chegando até a arranhar o lado de Yasmine e ronronar.

A condutora de tinta riu baixinho. — Acordou, gatinha?

Mary sorriu para ela. — Miau... — Passou as unhas curtas pelo rosto da amiga, que sentiu cócegas.

— Dormiu bem? — Indagou, rindo ainda mais.

Mary concordou e começou a lamber a própria mão entre os dedos.

— O dia está meio esquisito. – Tentou mexer os dedos do pé sem sucesso. — O que houve, afinal?

Mary voltou a abraçá-la. — Fomos ao Forrest’s, ficamos bêbados e voltamos pra dormir antes da nossa ronda começar. — A condutora estalou o pescoço e Yasmine lembrou que não tinham sono fazia dois dias. — Mas ninguém sequer pensou em ocupar o outro beliche. — Liberou o braço com esforço e apontou para o beliche desocupado do outro lado do quarto.

— Será que as duas poderiam calar a boca? — A voz abafada de Nick reclamou, cuspindo as cobertas da boca cheia de estática. — Já foi bem difícil de dormir com vocês duas se engraçando, — Yasmine corou. — se vocês possuírem algum tipo de amor para com a minha pessoa, não me submetam a isso de novo. — O condutor elétrico bufou. — Diferente de vocês, eu não consigo acordar todo cheio de amor pra dar com esse lobisomem em cima de mim!

Hassan se revirou. —É Loup-Garou pra você, Nick. — Dito isso, o condutor mimético voltou a fechar os olhos para voltar a seu sono. — Ninguém merece acordar do lado dessa sua cara de bunda.

Yasmine sentiu a parte baixa de suas costas esquentarem com a mão de Nick, que se energizava.

— Loup o que? — Arqueou as costas.

— É uma lenda da Louisiana, o Loup-Garou é como um lobisomem, só que mais esperto. – Loup explicou. — Esse apelido veio do fato do meu mimetismo, não achou que meu nome fosse esse, né Rainbow?

A garota realmente nunca achou isso. — Eu sei que seu nome é Hassan. — Retrucou na defensiva.

Mariana sorriu. – Mas acontece que o nome dele não é Hassan.

Yasmine franziu o cenho. ­— Como é então?

— Isso você jamais saberá, já que eu proibi todos aqui de falarem meu nome. — Respondeu com satisfação.

­— É Romain Roblé Hassan-Roux. — Nick revelou. — Só que esse é um nome muito gay que não faz jus à masculinidade latente de seu dono.

— Jesus, alguém cale a boca do Nick pelo amor de Santo Cristo. —A súplica partiu de Juliet, que se contorcia na tentativa de se libertar.

— Você foi mulher o suficiente pra dormir na mesma cama que eu, agora seja mulher o suficiente para aguentar as consequências. — A coberta voltou a tentar entrar na boca de Nick. — Pare de encantar a coberta, sua cobra!

Juliet riu. — Você é homem o suficiente pra dormir na mesma cama que eu, agora seja homem o bastante pra aguentar as consequências.

Wae vi vuer, Wuwiet. — Xingou com a manta na boca, com esforço conseguiu se livrar do tecido, que avançava sobre ele como um cachorro feliz ao ver seu dono. — Quero ver você rir quando eu te frisar todinha. — A coberta deu um bote e Nick caiu da cama, se engalfinhando com ela. A condutora de fios sorria, enquanto movia a mão livre, fazendo a coberta lutar de volta.

— Porra, Nick. — Loup gritou, incentivando, ainda largado sobre as amigas. — Acerte ela na cabeça!

— É uma porra de uma coberta, seu imbecil! Ela não tem cabeça! — A coberta aproveitou a oportunidade e se enrolou no pescoço do condutor e começou a enforcá-lo.

— Renda-se, ou ela vai te sufocar! — Julie ameaçou.

— Se você perder uma luta para uma coberta, eu nunca mais vou te respeitar. — Mary falou, em reprovação.

Yasmine ria como uma criança. — Puxe os fios soltos, Nick!

A condutora de tinta percebeu que todos agiam com muita naturalidade, não deveria ter sido a primeira vez.

— Ro... Loup. — Mary se corrigiu. —Eu sei que a vista daí deve estar boa, mas poderia sair de cima da gente antes que minhas pernas necrosem?

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Uma tarde dormindo em uma cama naquela base dos Rebeldes foi como o paraíso para Hunter. Mesmo que uma cama no sétimo círculo do inferno já seria melhor do que aquilo que ele se acostumara.

Hunter havia encontrado uma chave nos bolsos da jaqueta do falecido Lemitz, e a chave tinha a numeração do quarto, ele nunca havia dado tanta sorte antes.

Outro ponto em que se considerou sortudo foi com o colega de quarto de Lemitz, Lee. Ele fora o mais próximo que o simpático poderia ser do indiferente, o que Hunter gostou muito, nunca foi muito de papo, e o condutor de fumaça não o fuzilava com suas dúvidas e desconfianças.

Hunter estava gostando dele.

Espreguiçou-se com satisfação, voltando a dormir.

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Lee estava sentado entre as poltronas de um antigo teatro na Broadway, as pernas apoiadas na poltrona à frente. Havia encontrado o lugar, que estava destruído e com vários assentos faltando, mas ele não ligava, ia lá para ficar sozinho.

Viu Reginald entrar pela porta da frente e caminhar na direção dele com as mãos nos bolsos.

— As pessoas costumavam se reunir em locais como esse para assistirem encenações ali. — Apontou para o palco. — As peças, como eram chamadas, faziam bastante sucesso, ainda mais as com romance ou guerra. — Parou de andar. — Por alguma razão, gostamos de guerra, drama e traição se forem de mentira.

Antes que Lee pudesse comentar, ele continuou. — Sabe, as vezes eu penso que nós, condutores, sejamos feitos para a guerra, para matar e destruir. Só ligamos para nós mesmos e para aqueles que possam alimentar nosso ego e saciar nosso apetite por destruição. — Seus olhos estavam fixos no palco, como se vissem uma cena se desenrolar ali. — Nós deveríamos ser a evolução da raça humana, adaptados para sobreviver ao mundo hostil, mas não fazemos nada que não seja matar uns aos outros. — Olhou para um grande rombo no teto, por onde a luz entrava, criando uma cortina de pó dourada. — Não somos melhores que os normais.

Lee acendeu um cigarro, esforçando-se para que as palavras de Reggie não entrassem em sua cabeça.

— Gostou do Hunter? — Perguntou de repente ao seu lado, sentando com as costas curvadas.

— Ele me parece bastante equilibrado, — Respondeu, tirando o cigarro da boca e exalando uma nuvem de fumaça. — Mas parece perigoso, também.

— Bom que você reparou nisso. —Ajeitou a postura. — Preciso que faça algo para mim, Leander.

O condutor de fumaça suspirou. — Já está me dando ordens?

— Estou jogando uma proposta no ar, aceitar ou não está a critério. — Defendeu-se com certo desdém.

Lee tragou com força. — Essa proposta é perigosa?

Reginald riu. — Potencialmente.

Olhou incrédulo para o insurgente. — E por acaso seria letal?

Reggie apoiou os pés na poltrona a frente imitando Lee e cruzou os braços, ainda sorrindo. ­ — Potencialmente.

— E eu tenho capacidade para lidar com isso? — Se a resposta fosse potencialmente, Lee declinaria.

— Muito provavelmente. — Respondeu lentamente, sabendo que Lee gostaria da resposta, e acertou.

Um sorriso contido no rosto do condutor de fumaça deu lugar a um semblante de indecisão, que no fundo, ele já havia decidido.

— O que você quer que eu faça?

— Consiga algumas informações relacionadas à recente movimentação de tropas. — Reginald fazia-se soar como um profissional.

— Você não poderia fazer isso sozinho?

Reggie balançou a cabeça. — Vou estar muito ocupado para fazer isso, preciso ir para a Filadélfia confirmar umas suspeitas.

Não fez perguntas quanto isso, pois sabia que ele não as responderia, então voltou a sua própria missão.

— Aonde eu devo pegar essas informações, porque assim, ninguém sabe a razão dessa confusão toda. — Tirou os pés da poltrona na frente e sentou-se reto.

O insurgente sorriu como se fosse uma piada interna. — Vai ter uma reunião daqui um mês lá no Empire State, os líderes Rebeldes da costa leste vão estar lá para discutir sobre isso. — Olhou de forma incentivadora para Lee. — É aí que você entra, Leander.

O condutor de fumaça bufou em frustração. ­— E como você espera que eu faça isso?

Reggie se levantou. — Infelizmente, não posso fazer tudo por você, Leander. — Não disse com malícia, mas em um tom que fez Lee sorrir, desafiado. — Então, como vai ser?

Lee ficou em silêncio por bastante tempo. — Estou dentro.

— Excelente. — O insurgente passou a mão pelo cabelo. — Eu volto daqui umas semanas. — Quando Lee foi olhar para ele, já havia ido.

Fazer os condutores mais poderosos da costa leste de estúpidos? Soava como suicídio.

— Vai ser divertido. — Disse para si mesmo, fechando os olhos.