Já estava no último dos horários e todos já estavam ficando inquietos. Menos eu.

Meu nome é Dani tenho 16 anos e vivo com minha mãe. Ela é estilista e vive viajando. Nestas férias ela vai para a França. Por isso eu não estou animada para o fim das aulas. Eu provavelmente vou ficar em casa sozinha e, quais as vantagens disso? Eu posso chegar depois do horário de sempre e, posso trazer mais pessoas do que de costume. Ela não vai querer me levar e, essa é minha vidinha fútil. Minha vida só não é pior porque tenho minhas super amigas: Isabella e Jennifer.

Neste exato momento eu estou implorando para que a professora dê um aviso de que as aulas foram estendidas até o fim do verão. Mas eu não tenho sorte e o sinal tocou.

Já estava saindo da sala quando a retardada da Julia veio me encher.

–O micróbio já está saindo de férias?

–Pode me dar licença? – disse me desviando.


Cheguei em casa e vi minha mãe arrumando as malas.

–Oi filha. Foi tudo bem na escola?

–Tirando o fato de eu ser um micróbio invisível, foi tudo bem sim!

–Nossa Dani! Pare de reclamar da sua vida. Vai ganhar uma viagem e só sabe reclamar.

–Que viagem?

–Achei que seria bom você sair de vez em quando!

–Tá dizendo que eu vou com você?

–Não. Uma coisa melhor.

–Diz logo mãe!

–Comprei um pacote de viagem para você e suas amigas para o Beach Park.

–Beach Park? Tá brincando, né?

–Não. Vai querer ou não?

–Claro!

–Então vai arrumar suas malas e ligar para suas amigas. E diga que já está tudo pago por duas semanas.

–Você é a melhor mãe do mundo!

–Já sei disso. Você me disse a mesma coisa quando te dei seu celular.

–Vou ter que te arrumar outro agrado então?

–Vai se preparando!

Já liguei para minhas amigas e os pais delas deixaram rapidinho. Elas já estão aqui e eu estou hiper feliz!

–Oi Bella. Oi Jen.

–Oi Dani! – Disseram as duas em coro.

–Vamos garotas já estamos muito atrasadas! – Disse minha mãe.

–Tudo bem mãe.

–Vamos dona Carla?

–Sim. Vamos!


Enfim, chegamos no aeroporto. Era grande e cheio de gente. Depois de um tempo o avião da minha mãe chegou, ela nos deu tchau e embarcou. Estávamos super felizes, ainda mais depois que a minha mãe foi embora. Não parávamos de conversar e trocar comentários sobre como a viagem ia ser legal. O tempo passava rápido e logo, logo o avião chegou. Embarcamos felizes da vida, ao saber que pela primeira vez estaríamos viajando sozinhas, e melhor ainda juntas e livres, para aproveitar, e também sair com alguns gatinhos.

Depois de entrarmos no avião eu localizei minha cadeira no meio de todas aquelas. Mas, aí nós percebemos que aquela viagem não era tão perfeita quanto pensávamos. Ao olhar nossos assentos, notamos que alguma coisa estava errada. Aí descobri o que era. Isabela e Jennifer sentavam bem perto uma da outra, mas com uma loira gatona no meio. Na mesma fileira que elas, haviam dois estrangeiros gatos que vieram conhecer o Brasil, em que as duas estavam de olho. Mas, se você acha que eles estavam de olho nelas, está totalmente e redondamente enganado. Os dois caras estavam a fim da mesma garota, a loira entre as minhas amigas. Mas, este não era meu maior problema, também por que não era meu. Mas, por que ao me sentar no lugar reservado e pago pela minha mãe tão querida, tive uma surpresa ao ver um casal de velhos indo em minha direção.

–Este é o assento 64?

–Sim, é sim por quê?

–E esse aqui é o 66?

–Sim.

–Entendo, é por que eu e meu marido vamos viajar para o ceará ver a minha cunhada, que está com hemorróidas.


Meu deus! Hemorróidas? Pra que um casal viaja, desde BH até o ceará para ver uma velha com dor na bunda?! Eu hein!


–E...

–Preciso sentar, com licença.

A velha nem deixo responder e foi passando em cima de mim. Como o que não faltava em mim era azar, ela era gorda e eu nem podia respirar. Além disso, meu azar agiu de novo, por que eu sentava no meio deles.

A imperfeição da minha viagem começou a vazar. Os dois tentaram se beijar! E eu estava no meio! Eca, eles nem sabiam beijar e ficavam babando. Quis saber, naquele momento, o que Bella e Jen estavam fazendo e vi que a situação delas não estava melhor que a minha. Um dos dois garotos gatos estava beijando, da outra fileira a loira. E depois percebi que eles estavam revezado. Tipo, “agora você, beijo, agora você, beijo.” E passando a vez quando um deles fazia algo errado. Pensei, que bom que eles não ficaram com as minhas amigas, eles eram uns tarados, sem ter o que fazer, jogando uma droga de jogo que segundo Jen se chamava “Beijo duplo”.

Não via a hora de o avião chegar ao nosso destino, e eu deixar aqueles velhos, lá se lambendo. Mas, tudo piorou, quando a velha caolha soltou um sonoro e fedido peido. Meu deus aquilo fedia muito.

–Que você comeu no almoço? Repolho com cola?

A velha me olhou com uma cara de “cala a boca, garota, você não viu nada.” Como se tivesse uma placa gigante na entrada dizendo: Proibido peidar no avião. Finalmente chegamos e depois de quase morrer no avião, ver dois velhos se lambendo, respirar ar com peido, e ver minhas amigas no meio de um jogo de “beijo duplo”, lá estamos nós, descendo do avião em um tubo muito pobrê.

De repente, os dois garotos estrangeiros foram se aproximando para paquerar Bella e Jen. Mas, as duas não eram idiotas. O mais loirinho se aproximou de Jen e lhe deu um abraço. Como ela era educada ela retribuiu o abraço, mas, ele não queria solta-la. E ela ficou o abraçando com cara de taxo.

Quase no mesmo momento, o outro estrangeiro foi abraçar Bella. Mas ela viu o que o outro garoto fez com Jen. Ela o deixou abraçá-la e quando encostou a cabeça no ombro do garoto viu uma frestinha de sua cueca e... Não resistiu. Fez um cuecão nele!

O garoto se contorceu de dor e ficou gemendo.

–Isso doeu!

–É que eu sou do mal!

–Argh!

–Chispa fora daqui garoto! Vai!

O garoto se virou ao encontro da loirona que lhe deu um verdadeiro “chupa-língua”.

–Vagabundo filho da puta!

–Um bando de tarados. Isso sim!

–Vamos. Já está ficando tarde.

–Tarde, são 4:00 da tarde!

–Vamos!


Saímos correndo, até chegarmos no balcão do gerente.

–Oi, eu quero pedir um táxi para o Beach Park...

Fui interrompida por perceber que tínhamos esquecido as nossas malas. Saímos correndo e ao chegar no “maleiro”, não encontramos nossas malas. Quando olhamos para o lado, vimos os dois tarados correndo com as nossas malas. Haviam uns policiais lá e eu gritei para eles enquanto corria atrás dos garotos.

–Peguem eles! Eles pegaram nossa bagagem!

Os policiais começaram a correr atrás deles, e finalmente os pegaram.

–Vocês estão detidos até seus pais virem buscar vocês!

Pegamos nossas malas, entramos em um táxi, e fomos para o Beach Park Suítes.

E nossas férias começaram neste momento.