Meu nome é Sally Holmes, tenho quatorze anos e moro com meu pai. Nunca conheci minha mãe, ela morreu quando nasci. Mas, meu pai, mesmo sozinho, consegue cuidar muito bem de mim. Ele é Diplomata, viaja muito, então eu passo muito tempo sozinha em casa. Não tenho irmãos, não vejo motivos para ter uma casa tão grande já que passo tanto tempo sozinha, mas enfim…

-Preparada para o dia de amanha? -Meu pai perguntou enquanto entrava em meu quarto

-Pai, é só um dia qualquer. Sabe que não gosto de comemorar meu aniversário -É verdade, eu ODEIO comemorar meu aniversário. Eu acho errado, já que é o mesmo dia em que minha mãe morreu.

-Tudo bem, não faremos festa, mas tenho uma surpresa -Ele disse sorrindo grande

-Não precisava ter comprado nada -Eu disse sem tirar os olhos do livro que lia

-Eu não comprei, eu… conquistei -Só eu que achei isso MUITO estranho?

-Como é? -Eu disse me levantando da cama

-Sally, surpresa é surpresa. Hora de dormir -Ele disse aparentemente nervoso

-Pai, são cinco horas da tarde. Quem dorme às cinco horas da tarde? –Perguntei verficando no relógio de pulso que ganhei de meu pai algum tempo atrás, era de minha mãe

-Voce deveria descansar, amanha será um longo dia –Ele disse fechando a porta do quarto

Ótimo, me deixou super curiosa. Ele sabe que odeio isso! Meu celular apitou, mensagem nova

“Passo para te buscar em vinte minutos. Jantar em familia, não posso aguentar isso sozinha Xx –Sabrina”

Sabrina é minha melhor amiga, ela tem uma familia um tanto… estranha. Por isso, ela sempre me mete em terriveis noites de jantar em familia. Odeio isso, mas faço por ela

“Tudo bem, vou me aprontar Xx –Sally”

Caminhei até o quarto de meu pai para avisar que jantaria fora. Ele estava tomando banho, então escrevi um bilhete dizendo que saí, mas estava com o celular, caso ele precisasse me encontrar. Tomei um banho rápido, mas relaxante. Hora de escolher a roupa, essa é a pior parte em sair de casa, escolher a roupa. Escolhi um jeans velho, um moletom GAP cor-de-rosa, e um All Star amarelo. Ouvi a campainha e desci, Sabrina mechia em seu celular

-Pronto, feia. Vamos? -Ela me puxou pelo braço para dentro de seu carro

-Ai amiga, o que seria de voce sem mim? -Perguntei fazendo-a rir –Juro, não sei como voce aguenta usar um salto desse tamanho -Eu disse apontando o pé de Sabrina

-Prática, um dia desses vou te ensinar -Eu sou um desastre quando se trata de sapato alto

-Não mesmo! Sou feliz assim –Eu disse apontando meu All Star

Chegamos na casa de Sabrina minutos depois. Eramos –quase- vizinhas. Descemos do carro e Sabrina abriu a porta da casa. Pelo que vejo, os pais de Sabrina não se contentam em chamar apenas as pessoas mais proximas da familia. Eles tem que chamar toda a familia. Primos, tios, tias, avôs, avós, vizinhos, mendigos, e até vendores de balinha dos cemaforos. Exagerei um pouquinho, só um pouquinho.

-Sally! Que bom que veio! -Disse a pequena Duda correndo em minha direção e abraçando minhas pernas. Ela é irmã de Sabrina, a única que salva naquela familia, com exeção de Sabrina, obvio.

-Ei gatinha! Voce está enorme! -Eu disse a segurando no colo. Ela tinha o cabelo liso e preto, olhos castanhos e pele branquinha, diferente de Sabrina, que tinha cabelos cacheados e castanhos, olhos pretos e tinha a pele morena, pouco mais escura que a de Duda.

-Mãe, eu e Sally vamos para meu quarto. Nos chame quando for servir o jantar. –Sabrina disse entregando Duda para a mãe e me puxando escada a cima. O quarto de Sabrina continuava igual a última vez que vi. Uma parede rosa e as outras brancas. Uma cama de solteiro ao lado de um guarda-roupas branco, uma mesinha com seu PC em cima e uma portinha que dava no banheiro.

-Voce tem uma familia grande -Eu disse mechendo em seus livros

-Voce diz isso todas as vezes que vem aqui –Ela disse se jogando na cama -Amiga, senta aqui, preciso falar com voce -Sabrina pediu batendo na cama para que eu me sentasse ao seu lado

-Ah não, Sabrina não me diga que… SABRINA, VOCE ESTÁ GRAVIDA?! -Gritei, ela assim como eu, tem só quinze anos (eu tenho quatorze, mas amanha faço quinze, então na minha mente eu tenho quinze)

-Ta louca, menina?! –Sabrina disse arregalando os olhos

-Tá viciada? -Eu estava preocupada com Sabrina, afinal ela é minha melhor amiga, e eu a amo

-Não, vou falar logo porque hoje sua imaginação tá fértil, hein?! –Ela deu uma pausa, o que me deixou mais nervosa –Eu estou namorando -Ela disse muito rápido

-Como é? -Eu havia entendido, mas queria que ela repetisse

-Eu-Estou-Namorando -Ela disse pausadamente

-Ai, amiga! Isso é tão bom! Não faz idéia de como estou feliz por voce, sério! -Eu disse a abraçando

-Ai, feia! Que bom que voce me apoia… Saiba que é a única -Me soltei do abraço quando ela disse isso

-Sua familia não apoia? -Perguntei incrédula

-Sei lá, eles não falam sobre isso –Ela disse triste

-Pois saiba que eu super-apoio. E eles são idiotas de não apoiarem -Eu disse a abraçando de novo

-Sabrina, Sally, venham jantar! -A mãe de Sabrna gritou. Descemos e sentamos todos na mesa. Quando eu digo todos, são todos mesmo, a mesa era um tanto gigante.

-Onde está o Lucca? -A mãe de Sabrina perguntou para uma de suas irmãs

-Ele está chegando -Ela respondeu

-O LUCCA VEM? -Sabrina cuspiu fora a água que estava bebendo

-Qual é o problema, feia? -Perguntei baixo para que o resto da familia não escutasse

-Se lembra do meu namorado? -Sabrina perguntou baixo, assim com eu

-Lembro –Respondi

-Ele é o melhor amigo do Lucca –Ela disse

-Legal! -Respondi

-Ele mora na mesma casa que o Lucca -Ela continuou

-Ainda não entendi –Eu realmente não tinha entendido

-Ôh anta! Se o Lucca vem… -Ela começou

-Ai minha nossa! Ele vem tambem! -Complentei sem acreditar que tinha demorada tanto tempo para entender o óbvio.

E quando fechei a boca, ELES chegaram.