P: Qual o seu problema?

T: Não confio no Rick.

P: Por que não?— Tony cruzou os braços, com um frio no olhar. – Antony você vai falar ou...— Ela foi interrompida pelo moreno, que saiu marchando pro andar de cima. — Inacreditável. Quando você acha que não dá pra ele ser mais criança, ele fica quietinho. Num momento importante, ele abre o bico e interroga meu namorado. — ela cruzou os braços.

W: Pepper, você está resmungando.

P: Eu não resmungo!— ela saiu, fazendo a mesma coisa que Tony.

C: Eles complicam demais.

W: Eu acho fofo. Eles estão prestes a descobrir que se amam.. Steve? O que foi?

S: Natasha saiu faz duas horas.

C: E... Qual o problema?

S: O irmão dela quer matar todos nós.

C: E se... Ela souber de algo que não saibamos? Digo... O vídeo. Ela enrolou a gente até não contar o que tinha no terceiro vídeo. E não contou.

S: Talvez ela não esteja pronta. Vamos esperar ela... Sabe... Lidar melhor com isso?

Meia hora depois

S: Okay, vamos assistir a esse vídeo. – Steve disse subindo as escadas, acompanhado de Clint e Wanda. – Não posso fazer isso.

W: Nós podemos. Vamos Clint. – eles entraram no quarto de Natasha. – Aliás, eu acho o pen drive, e vocês dois assistem comigo.— ela fechou a porta deixando os dois do lado de fora.

(...)

Vídeo On

Oi, sou Sharon Carter, e estou na Alemanha! Provavelmente não mostrarei esse vídeo a ninguém. Porém... Oh meu Deus. Tem um homem... Nos trilhos do trem!— a câmera balançava de um jeito que dava dor de cabeça aos que estavam assistindo, acompanhando os passos apressados da loira correndo. – Oi! Está me ouvindo?— A pessoa gemeu. A câmera filmou o braço completamente massagado. A pessoa urrou de dor. – Vou chamar uma ambulância... Espera... Bucky? É você? — O terror era explicito em sua face. – Thor! Thor ele está aqui!

Logo, a filmagem é cortada.

Vídeo Off

Todos estavam de olhos arregalados, principalmente Steve.

C: Então, quem é Thor?— Steve olhou pra ele incrédulo. – O que?

W: Ela conhecia Bucky. E ele disse que o homem que o levou aos trilhos tinha cabelo azul... Maxwell tem cabelo azul e namorava Sharon. Talvez ele e Sharon tenham tido algo, fazendo Max ter raiva dele.

S: Nós namoramos Sharon. Por que não teve raiva de nós?

C: Por que talvez, ele tenha percebido que a culpa é de Sharon. E não das vítimas do encanto dela. Ele eliminou o problema.

S: O assassino é mulher.

W: Talvez... Ele não trabalhe sozinho.

(...)

Natasha piscou devagar, tentando se acostumar com a claridade do feixe de luz que vinha da janela no teto. Tentou levantar de onde estava sentada, mas foi impedida por cordas que a prendiam na cadeira.

N: Merda. Olá? Tem alguém aí? Bem, tem sim né. A menos que tenha saído pra caçar! Bom saber que eu não levei um tiro e nem vou sangrar até a morte.

— Foi um tranquilizante. – a voz surpreendeu Natasha. Era mais grave que no vídeo. – Não vou te machucar.

N: Você me amarrou!

— Você parece instável.

N: Certo, eu sou nervosa. Mas, saia dessa sombra. Você é o Maxwell?— ela disse esperançosa. A pessoa deu passos a frente, ficando na frente dela. Ela o analisou da cabeça aos pés.

M: Quantas pessoas você conhece de cabelo azul?

N: Sete. Só na escola.— ela disse, ainda o olhando. - Você...— ela abaixou a cabeça,tentando conter as lágrimas. – Você é...

M: Sou eu Tasha. – ele deu um pequeno sorriso, tirando os óculos escuros, revelando olhos verdes iguais aos de Natasha.

N: Não era isso que eu ia dizer. Ia dizer... Você é um assassino. É Aliena. Namorou minha melhor amiga em segredo. Me deixou com aquele psicólogo maluco, me convencendo de que o menino de cabelo azul era minha imaginação!

M: Por favor, me deixe explicar.

N: Me desamarra.

M: Você vai me chutar.

N: Não vou. Quero resposta, e você não pode da-las com dor. – Ele assentiu, e cortou as cordas. Natasha o olhou. Com medo do que ele diria. Não do que faria.

(...)

M: Pode sentar.

O espaço era grande. Embora ele não tenha dito onde ficava. Grande mais simples. Uma cama grande num canto, um painel com vários papéis interligadas com barbante vermelho. Uma geladeira, uma mesa e uma única cadeira que ele puxou, ficando de frente para ela.

N: Comece.

M: Depois daquele dia... Rússia ano 2000. Eu tinha sete anos. Você quatro. Nós sempre fomos unidos. Mesmo de mães diferentes. Ela morreu quando nasci. Mas nosso pai me acolheu. Conheceu sua mãe uns meses depois, e cá estava eu, com uma irmãzinha. Papai nos mandava colher amoras no campo. Sempre íamos correndo, e brincávamos de esconde-esconde. Eu sempre ganhava, você tinha três e eu seis. Mas em seguida, eu te ensinava a tocar Ukulele, desde os dois anos. Você me via cantar e ficava falando “Qué apende”

“Você sempre foi muito avançada. Aprendeu a falar, a andar muito rápido. Então eu te ensinei aos poucos por um tempo. Você tocava um pouquinho. Até o gás vazar.

Flash back On

Estava sentado no sofá, comendo o bolo que a mulher do meu pai fazia. Era maravilhoso. As vezes pensava como seria o bolo da minha mãe, se ela estivesse aqui, viva. Mas não está e eu não odeio Mary por isso. Não foi culpa dela, o universo quis assim.

Mas ela me odiava. Aliás, não fazia nada comigo, mas eu via o jeito que ela olhava pra Tasha. Era diferente. Cuidava de mim por que não tinha escolha. As vezes, ouvia eles brigarem por minha causa. Era horrível. Desde os sete anos, eu tinha vontade de fugir. E quando o papai morreu...

Off

N: Espera. Ele não morreu. Ele está numa missão no Cazaquis... – ela encarou o ar por um tempo, e lágriams grossas corriam sem controle. – Ela mentiu. Sobre o meu irmão morto, meu pai morto! Ela disse... Ela... Eu achei que ele estava vivo. Combatendo terroristas, salvando pessoas... Continua. – ela respirou fundo.

M: Eu sinto muito. – ele olhou para baixo. – Eu estava na sala. Quando o gás começou a vazar. Você dormia, papai estava trabalhando, e a sua mãe foi a feira. Eu senti um cheiro forte, e reconheci o gás. Sai correndo para ir te buscar, quando a explosão aconteceu, eu estava no topo da escada e fui arremessado até a sua porta. Te peguei no colo, quando as chamas já invadiam o quarto, e te joguei pela janela do quarto, e pulei em seguida. Me machuquei bastante, mais que você. Mas eu te peguei de novo, e coloquei num lugar visível, onde os bombeiros te veriam.

“ Aí, eu me escondi, quando sua mãe chegou, depois que os bombeiro acharam o corpo de todos os funcionários. Ela te abraçou e disse:

“- Filha, achei que te perdi igual a seu pai” Aquela hora percebi do porque do papai não voltar da Sibéria por dois meses. Meu mundo caiu. Vi o corpo do meu amigo, Loyakov, filho do jardineiro. Ele tinha minha idade. Iriam confundi-lo comigo. E eu fugi. Uma senhora me achou, e cuidou de mim até eu juntar dinheiro. Vim pra cá atrás de você, mas percebi que você frequentava a psicólogos e superava isso. Se eu aparecesse agora, você ficaria mal. Então me afastei. Mas conheci Sharon e encontrei a felicidade por um tempo... Mas isso é ótimo por hoje.— ele olhou nos olhos dela.

Ela procurava palavras, mas não achava nada que soava melhor que o bom e velho "Nossa” Seus olhos doíam de tanto chorar, e ela queria se lembrar.

Sentia-se enganada por sua mãe, com raiva, triste e só precisava de um abraço.

M: Obrigado pelo machado. Você seguiu minhas pistas bem... – ela pulou em cima dele, e o abraçou com força.