Final do expediente, tudo estava relativamente calmo demais. Corredores vazios, enfermeiras desocupadas trocando conversinhas paralelas em suas estações de atendimento. Na sala de diagnósticos, Dr. House tentava trazer alguma luz à consciência - que ele julgava - perturbada, da Dra. Cameron.
A jovem médica havia voltado a trabalhar para o difícil especialista em infectologia logo depois que este retornara da clínica psiquiátrica.
Ela e Chase enfrentavam uma crise no casamento concomitantemente a esta decisão que ela tomara na carreira. Continuavam morando juntos, mas a relação já esfriara ao ponto de evitarem-se a maior parte do dia e da noite também. O sofá e o controle remoto da televisão lhe faziam mais companhia.
_O que o seu namoradinho não aguenta é saber que eu ainda sou o melhor.
_Ele não é o meu "namoradinho", House. Eu CASEI com ele! - ela vociferou de volta.
_Se eu não estivesse alucinando com os peitos da Cuddy naquele hospital você não teria feito essa estupidez - ele retrucou.
_Ah é? E o que você teria feito para impedir? - desafiou.
O médico foi salvo por passos vindos do corredor. Ele conhecia perfeitamente bem aqueles passos. Salto Alto. Costumava ter pesadelo algumas vezes... Nos seus mais terríveis sonhos naquela cama de hospital ele ouvia o barulho. Aumentava gradativamente até ele ter a impressão de estarem a apenas milímetros de seus ouvidos. E então ele se via deitado, largado de qualquer forma no chão - algumas vezes do seu consultório, outras no tapete da sala de casa - e o salto dela lhe enchia a visão, numa ameaça assustadora de esmagar sua face.
_Ela está vindo...
_Quem?
_A chefia-mor: A monstra do lago de New Jersey.
Em questão de minutos, ouviu um grito, pessoas correndo e a diretora do hospital parada na porta com a mão na maçaneta, tentando entender o que se passava.
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