Imune

Nunca é para sempre.


Ela tremia. Suas mãos suadas e geladas espalmaram a camisa dele, sentindo a musculatura do seu peito. De súbito ela o empurrou pra longe, fazendo-o quase perder o equilíbrio por causa da maldita perna. Mas ele não se deu por vencido, no mesmo impulso que ela teve de se afastar, ele a segurou pelos pulsos, retomando o embalo e trazendo-a pra perto dele outra vez.

_Qual o problema? Eu sei que você não esqueceu.

_Solta!

Ele negou com a cabeça.

_O que tivemos já acabou.

_Não foi você que disse que seria pra sempre?

_E foi você quem disse que o ‘pra sempre’ não existe.

Ela aplicou mais força na iniciativa e conseguiu abrir distancia, mas ele a puxou e tomou-lhe a boca sem licença; precisava senti-la e provar a si mesmo que tinha razão, que ela ainda lembrava sim...

Quando ela desistiu de tentar, entregando-se ao empenho dele, retribuindo o beijo com a mesma intensidade, provando-o novamente depois de tanto tempo, ela sabia...

_Nunca te esqueci. – e ‘nunca’ era outra palavra inexistente que servia bem para defini-los.